30.6.08

Direto da Catalunha,um novo blogue de arquitetura no ar

Saindo do forno, ou melhor do canteiro de obras, um novo blogue de arquitetura pinta na web, trata-se de um sítio comandado pelo jovem arquiteto Marco Artigas Forti, o endereço é http://www.dearquiteturas.blogspot.com/
já vou botar entre os meus preferidos. Grande Marco, boa sorte pra você!

Caricaturas que eu fiz: Nietzsche


(Esta faz parte das Variações Nietz)

29.6.08

Arriba España, hoje deu Gaudi na cabeça!


Não deu para os Alemães, o escrete composto por
Friedrich Engels , Johann Wolfgang von Goethe, Steinhäger, Friedrich Wilhelm Nietzsche, Underberger, Ludwig van Beethoven , Karl Marx, Kant, Georg Wilhelm Friedrich Hegel, Arthur Schopenhauer ,Martin Heidegger,, Albrecht Dürer , Ballack,Thomas Mann, Johann Sebastian Bach, Fritz , Günter Grass, Max Karl Ernst Ludwig Planck até que se esforçou, mas não consegiu vencer a ousadia e o toque finíssimo de bola e a loucura do selecionado de Aragonês. E olhe que os espanhóis jogaram sem seu craque Villas, que se machucou no jogo anterior.
Deu Gaudi na cabeça. A Espanha entortou (como fez esse artista) o rígido e viril esquema tático (porrada , empurrão, velocidade e bolas altas) dos alemães. Seus valientes jogadores Francisco José de Goya y Lucientes, Joan Miró , Pablo Picasso, Almodóvar, Buñuel, Diego Velázquez, Manuel Vásquez Montalbán, El Greco, Miguel de Cervantes, Unamuno, Ortega Y Gasset, Tirso de Molina, Antoñete , Dominguín, Alejandro Amenábar, Bigas Luna, Carlos Saura, deram um suor no selecionado tedesco e levaram o caneco.
Por acaso um tal de Torres (saído de um filme de Almodóvar onde fazia o papel de criança) fez o gol depois de não acertar o pé durante todo "campeonato".
A conquista da Eurocopa será comemorada com uma Paella a Valenciana e uma tourada pelas ruas de Madrid, quem sobreviver verá ! Ah, não podemos esquecer: tinha um brasileiro lá no meio ! É a nossa gente bronzeada mostrando seu valor. Trata-se do grande jogador Marcos Senna que é de São Paulo.
Então, viva a Espanha, sangue latino correndo nas veias abertas da Eurocopa!

Mais um brinde - Um cartum de João Zero

Charge do dia 29 de junho

28.6.08

Há 94 anos estourava a Primeira Grande Guerra Mundial


Temos que lembrar. Hoje , há 94 anos atrás, um assassinato, um erro de cálculo político, ampliaria um conflito local e mergulharia o mundo na catastrófica Primeira Guerra Mundial. Interessante notar que Bismarck percebeu a eletricidade no ar ao dizer algum tempo antes uma profética frase: "alguma infeliz bobagem nos Balcãs" seria o estopim de uma nova guerra na Europa. Não deu outra. Na verdade o assassinato serviu apenas de pretexto, pois planos militares já estavam prontos quase uma década antes, de acordo com a historiadora Barbara Tuchman em seu magnífico e premiado livro "Canhões de Agosto" (levou o Pulitzer de 1963).
Tudo começou no dia 28 de junho de 1914 em Saravejo (Bósnia-Herzegovina) quando Arquiduque e Príncipe Herdeiro do Império Austro-Húngaro , Franz Ferdinand foi assassinado num atentado a tiros cometido por Gavrilo Princip, um jovem sérvio que pertencia à organização ultranacionalista chamada "Mão Negra" que se opunha com ações diretas (atentados com bombas e com pistolas) à influência do Império na região dos Balcãs . (Nesse atentado ele matou também Sofia, a Duquesa de Hohenberg , esposa do Príncipe- casada num tipo de casamento chamado morganático- quando um nobre casa com uma plebéia)
O curioso é que Franz Ferndinand estava na Bósnia para fazer uma visita de inspeção, inaugurar um museu e era passageiro de um dos carros da comitiva que foi atacada com bombas durante seu percurso, que saiu do acampamento militar de Philipovic e nada foi feito para retirá-lo imediatamente do local dada a gravidade da situação. Consta do relato da crônica de sua morte, que o Príncipe ficou muito chateado e disse que não tinha ido àquele local para ser recebido com bombas. Quando tomou a decisão de sair do local, num vacilo de seu motorista que pegou um caminho errado, acabou dando de cara com um dos conspiradores que armado de uma pistola semi-automática FN Herstal modelo 1910 de calibre 7.65×17 mm, mandou chumbo grosso para cima do calhambeque imperial . Outra coisa interessante é que Gravrilo que baleou o Arquiduque e sua mulher, parece que pensava que teria alvejado outra pessoa. Esse estudante apesar de ter carregado a culpa "histórica" pelo começo da Primeira Grande Guerra,na verdade, fez parte de uma conspiração maior que contou com outros seis "elementos" que não entendiam necas de armas e mais, algumas potências e serviços secretos estavam envolvidos no imbloglio.
O Império Austo-Húngaro então delcarou guerra à Sérvia pois considerou uma ofensa o encaminhamento que foi dado à questão do assasssinato. A ampliação da guerra se deu quase que espontâneamente, os chefes de Estado tentaram recuar, "mas o impulso dos planos e programas militares arrastou-os para a frente"(Tuchmann) E a frente significava a frente de batalha.
Foi a primeira guerra moderna e que quando começou todo mundo esperava que demorasse somente alguns meses. Durou quatro longos anos (de 1914 a 1918) envolveu vários países, todas as grandes potências (Inglaterra, França e Rússia contra Itália, Alemanha e Império Austro-Húngaro) com um saldo de mais de 10 milhões de mortos, um número não determinado de mutilados e feridos.
Eric Hobsbawn começa seu livro sobre o Século XX ("Era dos Extremos- O breve Século XX") relatando a visita que em 28 de junho de 1992 o então presidente da França François Mitterrand fez a Sarajevo que estava naquele momento no centro de uma guerra terrível que assolou os Balcãs na década de 90 (que iria custar o preço de 150 mil vidas de acordo com o autor) para tentar lembrar aquela data fatítica que mergulhou meia Europa num atoleiro de sangue num passado mais remoto. Era um heróico ato político do presidente francês que estava doente (morreria de câncer três anos depois). Para decepção de Mitterrand e de Hobsbawn o fato tinha sido esquecido, como se diz atualmente, a mídia não repercutiu, enfim: ninguém deu bola para o seu ato. O que levou o autor a afirmar desconsolado que "A destruição do passado- ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas - é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem"
Pois é, aí está a lembrança da lambança de 1914. Hoje testemunhamos a terrível guerra do Iraque e outros conflitos menores que espocam no mundo e parece que ninguém se importa. Disse alguém, que é sempre fácil começar uma guerra, o difícil e terminá-la. Hoje as guerras são mais complexas, não só tecnológicamente falando, envolvem várias facetas, econômicas, políticas, religiosas. Mas parece que prevalece os interesses do Complexo-militar-industrial. Guerras são necessárias para a economia de quem produz armas. E essa guerra do Iraque, não é só estratégica , definir um poder numa região, mas fundamentalmente tomar conta do Posto de Gasolina. Quem vai reconstruir o país derrotado e destruído? Uma grande corporação. Do outro lado, a guerra interessa para aprofundar o fundamentalismo. Enfim uma confusão dos diabos...é melhor parar por aqui. Escutei o som de uma rajada de metralhadora no morro aqui do lado. Sai de baixo!
A foto que ilustra este texto foi retirado do site http://www.worldwaronecolorphotos.com/

Charge do dia 28 de junho

27.6.08

ABI lança edicão comemorativa

Hoje, dia 27 às 19 horas na Livraria da Travessa do Shopping Leblon vai rolar o lançamento da "Edição Especial do Jornal da ABI Comemorativa do Centenário". Meu amigo Nireu Cavalcanti teve a honra de ser convidado para escrever sobre a cidade do Rio no início do Século XX, para esse número especial.
Todos lá!

Deu Almodóvar!


(Desculpem só botar esse comentário agora, é que o sistema Google entrou em pane, pelo menos no meu computador e não consegui acessar o Blogger de nenhuma maneira da meia noite em diante. Tem uma hora que o cara dorme.Então lá vai o comentário do jogo de ontem.)
A coisa começou até que com uma certa graça. O fato de Arshavin, o craque da seleção russa ser estilista , ou melhor dizendo: designer de moda é uma coisa curiosa. O cara disse que escolheu essa profissão pra pegar mulher. Deve estar difícil abordar as moçoilas da ex URSS. Até aí tudo bem, mas hoje a coisa complicou quando Pyotr Listerman, empresário do ramo de casamentos, que fez sua fama arranjando encontros entre marmanjos ricos e meninas pobres de marré na Rússia ofereceu 2 mulheres , ou melhor dizendo duas modelos para os atletas que marcassem gols em cima do selecionado Espanhol. Convenhamos que é o fim da picada! Mulher russa virou brinde, pô! Virou "bicho"? (obs para quem não se interessa por futebol: "bicho" era o nome dado a uma quantia de dinheiro extra oferecido aos jogadores de um time pela conquista de vitórias nos gramados)
A Comissão de Direitos Humanos da ONU deveria intervir nesse gramado.
Mas aí veio o jogo e a Espanha que estava jogando um futebol de fino toque mas com finalizações sofríveis, hoje acertou o pé e além disso matou o urso russo com uma esquema defensivo que não deu moleza para os caras principais do time da terra dos czares , principalmente para Arshavin.
Hoje os toureiros do rei que cunhou a expressão "¿Por qué no te callas?"costuraram com o designer de moda russo e tudo um belo bordado tático:3 a 0. Enfim nossos hermanos latinos vão para a final contra a Panzerdivisionen. Lá el buraco és más abajo e tomem porrada. Pena que Villa com uma contusão séria ficará fora deste jogo. Com ele, o time fica mais ofensivo , mas Fàbregas, que entrou em lugar se deu bem em cima dos russos que agora ficam sem as modelos e vão passar umas férias na Sibéria.
Que a Fúria entre inspirada na final. Arriba España! ¿Por qué no te callas?
Me calei...

26.6.08

Herói, eu?


Desculpem, mas essa vai ter que ser na primeira pessoa do singular que às vezes foi plural, contraditório, imprevisível e invariavelmente lunático.
Aconteceu num tempo em que eu era magrelo, desengonçado e para um beque de futebol de salão, muito desligado e irregular. Meu time começou na Igreja de Vila Aurora e Água Fria e mais tarde incluiu as cores da Paróquia de Nossa Senhora da Salete lá pelos altos de Santana. Naquele tempo estes eram bairros pobres com uma zona classe média asfaltada e arredores de muito mato e terra batida, ruas sem luz, gente humilde, trabalhadora. Hoje o cenário é diferente, uma boniteza!
A camisa era amarela como da “Seleção canarinho”, o Padre era nosso técnico e mentor espiritual. O time em seus últimos tempos contava apenas com um craque, Ney. Era baixinho e cheio de estilo até para acender cigarro, sapato sempre lustroso, era o rei da finta, tinha um controle de bola espetacular e tenho certeza que se houvesse justiça nesse mundo, o tempo voltaria àqueles anos 60 e um “olheiro” levaria aquele garoto para um time grande, como aconteceu com o lanterninha do Cine Vera que virou astro do basquete. O nome dele era Ubiratan, chegou a ser campeão mundial em 63.(morreu em 2002 em Brasília aos 58 aos de idade). O resto da nossa equipe se virava e na média, fazia boa figura entre os amadores. Só para ter uma idéia da nossa excelência, o único negro do escrete, Zé Carlos, era o goleiro. Na verdade nosso time era multi-étnico. Tinha uns “germânicos” como aquele “ser” que conseguia botar uma xícara de café quente inteira (sá faltava o pires) na boca sem se queimar, que para variar atendia pelo apelido de “Alemão” e o Alfredinho, que devia ter um pé na Bavária, , era míope feito Mr. Magoo e jogava sem os óculos. Seja lá que raça loura fosse, era companheiro inseparável do finado Marcos, que não tinha parentesco com os tedescos, mas lembrava alguém de Liverpool, não só pelo tipo, mas pelo penteado e roupas daquela moda bizarra lançada pelos “fabfour”. Gente finíssima, era a cara do o Ringo Starr, só que mais magro e tirava uma onda com as meninas que amavam os Beatles. Namorava sério com uma garota que era vizinha de uma outra que eu era apaixonado. Por sua vez essa menina de meus sonhos de adolescente namorou, coitado Miltinho que morreu afogado com outra namorada numa lagoa.
No lado italiano, tínhamos Dino, ex-seminarista, que demonstrava um preparo atlético formidável, fazia “bandeira”(aquele exercício em que se eleva o corpo só com os braços fixos numa barra vertical, como se fosse uma bandeira)com a maior naturalidade, corria como uma locomotiva. Seu irmão mais novo, era conhecido como “o italianinho” mas também como Menegazzi, era meu amigo do peito, salvou a minha vida uma vez no colégio quando um veterano galalau ia me cobrir de porrada. Era o nosso Alain Delon, daquele Rocco e seus irmãos. No meio desses gringos tinha eu, brasileiro de nascimento, mas descendente do pessoal de Benevento misturado com venetos, romanos e com um pingo de sangue alemão que corria lá pras bandas dos Müller que pousaram em Americana. Um pessoal que resolveu atravessar o Atlântico para arrancar café, tocar tecelagens, olarias, fábricas de ladrilhos e bondes em Essepê.
Eu era um corpo de passeio que o vento levava, sem pulmão nenhum, mas cheio de marra, com gingado de jogador e estreei nesse time de água benta num jogo contra um Colégio de Santana que só tinha fera e na primeira dividida fui parar no alambrado quase sem vida depois de um jogo de corpo do adversário.
Ia me esquecendo que o nosso escrete contava com Ratinho e Rubão, irmãos de sangue que tinham um futebol de toque refinado e arrasavam nos bailinhos ao som de Ray Conniff.
Foi nessa turma eu tive o meu dia de herói. Foi quando inventamos de enfrentrar “Os “Bambambans”(não citarei o nome real do clube para não humilhar nosso adversário), time imbatível da Zona Norte. A gente até tremia de entrar no “estádio” deles. É vero, os caras tinham uma espécie de estádio lá na baixada de Santana.
Entramos na quadra já recebendo vaia,e todo mundo sabe que torcida toda contra é um jogador a mais a pegar no seu pé. E nós, aqueles carolas, que tinham como técnico um sujeito de batina e que rezavam o Pai Nosso e a Salve-Rainha antes de entrar em campo acreditávamos firmemente no além. Com reza ou sem reza uma coisa era certa: a derrota era questão de aritimética, mas aí entrou o fator “x” e ela virou uma equação matemática no setor das probabilidades, e aí entro eu, o fator imponderável. Mas só entrei no segundo tempo, quase nos minutos finais. O placar mostrava 2 a 1 para eles. Nossos jogadores exaustos. Quase todos os reservas já tinham entrado e nada se alterava. Uma marcação dura impedia qualquer ataque dos nossos valorosos atletas. Aí Ney, o craque, diz que não agüenta mais, estava sem ar, também, fumava feito um cantor de cabaré! O padre me indica, vai você, é a sua vez , seja lá o que Deus quiser.(para ver a consideração que eu tinha na escala de valores do padre) Dino que era nosso capitão falou , vai para o ataque, nem pense em ficar lá atrás. Não tremi, entrei como um possesso (lembrei de Amarildo que substituiu Pelé na copa do mundo de 62 no Chile.)Com todo gás corria o campo como um faminto atrás de um sanduíche, dividia todas, dava carrinho , botava a bola para fora e me deslocava em busca de um passe. Foi quando “Menegazzi” me viu livre, rolou a bola, ela veio redondinha, venci meu marcador na corrida e enfiei o pé. Ela passou por debaixo do goleiro. Aí foi um inferno para os adversarios, nossos companheiros se transformaram com o empate e partiram para cima. O jogo ficou violento e fui advertido pelo juiz para que parasse de me comportar como um assassino em campo. O padre mandou ir para a frente como se fosse uma cruzada:- Liquidem os mouros! E num passe para o “Menegazzi” aconteceu o milagre- ele deslocou o goleiro e a bola estava mais uma vez lá dentro do véu da noiva. O resto foi uma luta contra o tempo, botinadas a parte e mais ranger de dentes e ameaças e chegamos com a língua de fora ao final. Fui carregado como o herói da partida, o cara que desequilibrou. Nem tirei a camisa no vestiário, dormi com ela, e a glória de ter vencido “os reis da cocada preta”. Foi um dos pouquíssimos momentos em que resvalei o que eu imaginava ser um “herói”, aquele que recebe uma inspiração divina e transcende a condição humana.(Tá certo que em uma outra crônica me senti como Ben-Hur, mas essa é outra história). Depois nunca mais. Percebi que não tinha nascido para ser herói de coisa nenhuma e que aquilo foi apenas um belo momento juvenil…
(Desculpem, mas tenho certeza de que esqueci o nome de alguns amigos que faziam parte desse exército de Brancaleone…como o tempo me lembrarei deles e farei uma justiça poética em algum post deste blogue)

25.6.08

Faltou sorte aos turcos !


Hoje o pessoal que inventou a Oktoberfest e metade da filosofia mundial teve trabalho no campo da Basiléia. Os turcos entraram em campo com nove desfalques de seus titulares. Mas como bons jogadores que sonham em vencer qualquer obstáculo, suaram a camisa, e dificultaram a vitória da Alemanha. Mais do que isto , mostraram um brilho, uma determinacão que falta à algumas seleções ao sul do equador.
O time montato por Joachim Low, com aquele esquema chato e disciplinado de jogo, rígido até, conseguiu na última hora virar o placar e botar o sonho dentro dos limites do princípio de realidade. A vida é dura e a realidade cruel. O esquema alemão é como um jogo mental de xadrêz. Repetem jogadas à exaustão. Uma hora a torre cai e a torre do Levante caiu quase no final.
Cabe mais uma vez ressaltar que o interessante aí não foi a vitória da Alemanha, mas a surpresa que nos trouxe a Turquia que jogou muito (com um time praticamente reserva) que não foi ao ataque atabalhoadamente, mas com estilo. E só não ganhou este jogo , porque a trave e o goleiro Lehmann salvaram a pátria dos tedescos.
Parabéns portanto ao time orientado pelo treinador Fatih Terim. É bom que lembremos o nome destes heróis :Rustu, Sabri, Gökhan Zan, Mehmet Topal e Hakan Balta; Kazim Kazim(inglês que se naturalizou, Mehmet Aurélio(brazuca que se naturalizou), Ayhan Akman, Hamit Altintop e Boral, Sentürk e outros que me escaparam agora . É bom saber que são esses caras, porque eles vão dar trabalho se entrarem para a próxima Copa do Mundo.
Agora vamos esperar os cossacos, liderados pelo estilista de moda Arshavin contra a Fúria espanhola. Acho que vai dar Almodóvar no final.

Caricatura de Nássara


Tive a honra de conviver com Nássara. Conversei muito com ele. Escutei mais do que falei, ele andava meio surdinho ultimamente. Troquei com ele correspondência no Panela de Barro, um restaurante natural que pertence ao Nelson, um japa bacana que guardava os nossos bilhetes em geral com desenhos feitos em guardanapos. Num deles, Nássara me ensinou a fazer gravatas de modo certo. Esta caricatura, ele me confessou que ficou com ela, pois gostou. Isto para mim é a mesma coisa que ganhar o prêmio Nobel. Saudades do grande mestre Nássara. Um dia farei um texto sobre seu traço. Loredano dedicou um livro a ele, um livro fundamental.

24.6.08

Sinais...


Sinal dos tempos...Tenho antenado uns sinais não muito legais nesse acampamento chamado Brasil.
Explico: outro dia um amigo vascaíno, que é fanático por futebol me disse pelo telefone que não iria ver o jogo da Seleção Brasileira contra a Argentina .Olhe que se trata das eliminatórias para ver quem vai para a Copa de 2010! Ele disse que preferia ver o show "em progréssio" do Caetano Veloso. O mesmo Caetano que Fidel andou criticando. Parece que não gostou da letra de uma música dele que fala da Gauntánamo, dos EUA , Cuba e direitos humanos. O Caetano revidou, chamou o herói da Revolução Cubana de ditador e oscambáus.
Depois veio a notícia de que assaltaram Pelé. Uns pivetes abordaram o carro onde estava o Rei , ele se identificou ( na terceira pessoa é claro) e o pessoal nem deu bola: Perdeu prêibói! Não respeitaram o nosso ídolo máximo do futebol, o Rei, a divindidade dos gramados!
Bem, aí escutei aquela notícia no meu radinho de pilha, de que roubaram a placa comemorativa da vitória de 1958 na Suécia, que se encontrava aos pés da estátua de Bellini, lá nas portas do Maraca.
Pelo que vejo, há uma crise moral que se abate sobre nosso futebol. Tá certo que Mexicano não mais respeita, que Venezuelano tira onda, que Paraguaio fala que não é legítimo e passa por cima, mas ainda é o nosso futebol. Tá certo que anda diminuído, anãozinho, mas um dia foi gigante e qualquer hora dessas, como diz o nosso Hino esse gigante acorda.
Ah! Já ia me esquecendo, estamos a comemorar 50 anos da conquista da Copa de 1958.
Mais respeito, rapaziada!

Caricatura de Borges


Acho que já publiquei aqui uma versão colorida deste Borges. Agora é a vez do P&B.

23.6.08

Curso Bacana


Clique em cima do retângulo para ampliar e ler melhor.

Mais um brinde: Um cartum de João Zero

Carol Saboya e Mário Sève no Mistura Fina


Carol Saboya e Mário Sève se apresentam no Mistura Fina.
A cantora e o instrumentista vão mostrar parcerias de Mário com Chico César, Mauro Aguiar, Guile Wisnik, Paulinho da Viola entre outros.
O Mistura Fina fica na rua Rainha Elisabeth, 769 em Ipanema.
O evento vai rolar no dia 26 de Junho na Quinta-Feira às 21:30h.
Todos lá!

Palestra volta a jogar


Parece que o sacode que o Marcão (grande goleiro palmeirense) deu no time do Palestra.
Ele voltou a jogar. Massacrou o Cruzeiro e agora ganhou do Vascão. O interessante é que no passado o Cruzeiro também se chamava Palestra Itália ( como o Palmeiras atual) e teve que mudar o nome (como o Palmeiras) durante a segunda grande guerra por imposição da ditatura do Estado Novo e de um suposto "clamor popular", afinal o Brasil acabava de entrar na guerra contra o eixo - entre os quais se encontrava a Itália de Mussolini.Tempos difíceis!!!

Ilustração: "Futebol Arte"

22.6.08

Deu Paella na cabeça


A Espanha quebrou um tabu e deixou de ser o Ameriquinha das Orópias , o time que nadava, nadava e sempre morria na praia. E mereceu ganhar. Foi um time ofensivo o tempo todo, só que seus atacantes não conseguiam acertar o pé.
A Seleção Italiana não é boa de pênalti. Quem não se lembra de Baggio na final contra o Brasil, mandando aquela bola para o Nirvana, bem longe da meta de Tarfarell. Deste vez foram De Rossi e Di Natalle que ajudaram a "fúria" mandando a bola para os braços de Casillas.
O esquema tático de Roberto Donadoni só funciona para bloquear o jogo. Aquela lenga lenga de ficar só na defesa com um solitário atacante esperando o acerto de um lance no contra-ataque não funcionou. Luca Toni foi a maior decepção, o tempo todo em posição de impedimento e com toda aquela altura não vencia os menudos da zaga espanhola nas bolas altas, quando consegua cabecear, mandava pra fora.
Destaques positivos da Azzurra: o goleiro Buffon que conseguiu defender um pênalti na disputa final, mas ele não é Rogério Ceni e não pode, ele também bater os pênaltis em lugar dos cabeças de bagre que foram escolhidos para cobrar pela Azzura, falo de De Rossi e Di Natalle. Outro que se destacou positivamente foi Chiellini,um leão na defesa.
Ainda bem que venceu o futebol guerreiro da Espanha contra esse feio esquema da Itália que precisa se renovar em tudo.
O único problema do selecionado espanhol é que precisa melhorar nas finalizações, senão vai dar Rússia no próximo jogo.
O que vai vencer nesse encontro, Caviar ou Paella?
Gosto muito da Espanha, mas acho que os cossacos vão atropelar o toureiro. De qualquer forma vai ser um futebol bonito de se ver.

Ilustração: "Lágrimas de Jacaré"

21.6.08

Mais um brinde: Um cartum de João Zero

Mariana Baltar e o Clube da Esquina


Ouçam CAIS (Milton Nascimento) cantado pela Mariana Baltar nesses dois sites abaixo que faz parte do CD que estará nas lojas no final deste mês, chamado Flores Clube da Esquina, uma reedição do CD histórico que o Milton gravou no início de carreira e onde cantoras regravaram as músicas do cantor/compositor.
www.marianabaltar.com.br
www.myspace.com/mardianabaltar

Laranjada russa


Depois da limonada suiça, agora vem a larajada russa, que acabou de ser inventada no jogo duríssimo onde a equipe da terra dos czares espremeu a fabulosa seleção holandesa aos pouquinhos.
Eu já tinha falado num comentário aqui neste blogue que a Holanda tem um script:entra no campeonato como a Laranja Mecânica, a Laranja Mágica, o Carrossel Holandês, e acaba como laranja madura na beira da estrada, tá bichada Zé, ou tem marimbondo no pé.
Só em 88 a então URSS caiu diante da equipe dos Países Baixos, mas hoje veio a vingança, comida num prato frio auxiliada por essa saborosa laranjada.
No primeiro tempo, muita disputa, mas predomínio dos ataques russos com a Holanda levando perigo também à meta defendida por Akinfeev.
No segundo tempo parecia que a Rússia iria massacrar, mas o goleiro Van der Sar fez milagres. Porém aos 12 minutos o gol russo veio com Pavlyuchenko que espertamente desviou um cruzamento para dentro das redes do pessoal das Netherlands.
Nisterlooy de "peixinho" cabeceou o lançamento de uma falta bem batida e empatou o jogo aos 40 minutos. Tudo igual
Veio a prorrogação e parece que o bom preparo físico e a raça dos russos se impôs e o oportunismo do jogador Torbinsk se fez valer na segunda etapa no gol que fez desviando com o "toquinho" a bola que matou o goleiro Van der Sar. Depois aos 10 minutos , o craque do jogo, o incansável Arshavin fez o dele, sacramentando a espremedura. E olhe que o árbitro Lubus Michel não marcou um pênalti claríssimo em cima de um jogador da Rússia.
Agora vem o Itália e Espanha. O que será que vai acontecer? Macarronada ou Paella ?

Ilustração: "Jantar a la Miró"


Acrílico e ecoline sobre papel Canson

20.6.08

Crônica da Tinê "Pés de moleca retornam à roça"


Tios maternos ocupavam a mesa de jantar para armar as buchas nos balões. Criança fazia guirlanda com revista velha e bandeirinhas de papel seda. Menina da zona sul carioca ia a casa da tia-avó em Campo Grande ou a dos tios paternos em Marechal Hermes para o folguedo entre primos. Contos de Santo Antônio e São João em compactos de 45 rotações na vitrola portátil da vizinha. Cantigas de roda. "Ô pisa o milho, peneirou, Xerém."

Crianças pediam caixa de estalinhos para pregar peça nos outros, atormentar professora em sala de aula, matar de susto os distraídos. O padrinho dava bombinhas junto a mil explicações para não se queimarem. Com uma moeda de 200 cruzeiros comprava-se no jornaleiro estrelinhas de pólvora e gastávamos tudo antes da festança. Ensaiávamos todo dia a quadrilha para a escola. Plac, plac, plac, plac - batíamos pés com força no tablado enquanto tias berravam "AVANCÊ!" - além de decorar a fala do frade balofo, do sacristão cegueta, do noivo bebum, da noiva desdentada, do polícia maneta, do balir, do mugir, do urrar da bicharada que falava como gente no texto teatral. Tudo pronto, caminho da roça!

"ANARRIÊ!" Pratos de alumínio. Galinhada, feijão tropeiro, arroz de carreteiro. Viver a noite em volta da fogueira até o sol raiar. Batatas-doces assadas que a gente comia com melaço de cana escorrendo entre os dedos. Doces "de colher": batata-roxa, abóbora, chuchu com abacaxi. Milho verde com sal e manteiga. Cocadas pretas. Torta de banana com canela. Bolo de aipim bem molhado no leite de coco para não grudar no céu da boca. Teve uma dona que fez bombocado de cupuaçu - até então desconhecíamos o tal fruto mas todos achamos “danadu di bão”. A vó mexia a colher de pau no canjicão: milho branco, leite, açúcar, coco, amendoim, canela e cravo. Quentão, só para adultos. A mãe fazia cuscuz de tapioca em terrina de barro, com bastante coco ralado, enquanto tomava vinho tinto de garrafão - ela ria, ria, não parava de rir, os dentes faiscavam no rosto afogueado.

"LÁ VEM TORÓ!" As meninas vestidas de maria-mijona feita de chita e rendas e fitas. Cores berrantes. Anáguas para encorpar. Permitiam-nos usar batom e ruge nas bochechas. Para os meninos, calça remendada com retalhos descombinados, bigode, cavanhaque e costeletas desenhados com esmero a lápis cosmético. Chapéu de palha e botas de cano curto ou os medonhos sapatos ortopédicos. As mulheres mais velhas alertavam que os meninos sem chapéu no sereno o tempo todo iam pegar bronquite. Caladas, as mães traziam nas bolsas linimento canforado e gorros de lã para filho nenhum dar trela às avós.

"SACI ENTRA NA RODA!" Era o momento que os moleques esperavam para soltar diabo-doido no chão entre os pés das meninas. Elas gritavam, suspendiam as saias e pulavam de medo, dava para ver as ceroulas com babados e lacinhos. Para acabar com a balbúrdia, acendiam os rojões e a girândola num grande final de "ÓIA A COBRA!".

Na manhã seguinte, cinzas espalhadas, pequenas caras borradas diante de uma tigela de curau. "Do que você mais gostou?", perguntaram gentis. Sonada mas ainda em tom de festa, a moleca respondeu: "Asveis dus doce, asveis du sanfonêro".
O melhor era o calor que vinha da fogueira misturado ao das pessoas. Era como adormecer num grande regaço de mãe e sonhar sem parar . Era curioso ver os adultos a cantar e brincar como crianças. Era gostoso ouvir os estalos da resina da lenha que queimava e atirava fagulhas para o alto. Era divertido ver as formas incertas que dançavam nas chamas. Branco, amarelo, alaranjado, vermelho, não havia limite definido entre cor e forma, razão e emoção. Num jogo secreto de resistência eu ia devagar, perigosamente, quando não mais suportava a quentura da fogueira que vinha pinicar a pele - o fogo fascinava mais do que estrelas cadentes que, diga-se de passagem, foram muitas naquela época até o círculo mágico se desfazer sob a garoa.
Tinê Soares - 18/6/2008
NR: A ilustração também é da Tinê

Ilustração: "Limites"


Nanquim e ecoline sobre papel Canson

Mais um brinde: Um cartum de João Zero

19.6.08

Garfaram o Juca


O clima no começo da tarde estava ameno e convidava a grandes expectativas, pelo menos para o Juca, dono do Serafim (uma referência entre os botecos de qualidade do Rio de Janeiro alí no começo da Rua Alice) . Lá estava ele, pintando os bigodes de vermelho e verde numa mesa na calçada da Marquês de Abrantes (onde ele também tem um boteco ) enquanto aguardava o começo da transmissão do jogo Alemanha X Portugal.
E o jogo foi duro lá na Suiça, no início os Tedescos partiram com tudo para cima de Portugal e não deu outra, marcaram um gol (pelos pés de Schweinsteiger ) e logo em seguida outro (numa cabeçada de Klose). Até aí tudo normal. O time luso equilibrou a partida e conseguiu quase no final do primeiro tempo um gol feito por Nuno Gomes que deixou suas esperanças para a segunda etapa .
Tudo indicava que o gol salvador do empate viria a qualquer momento levando o jogo para a prorrogação , mas aí veio uma falta e um lançamento para área portuguesa e Ballack empurrou com as duas mãos seu marcador (pelas costas) quando subiu para cabecear a bola rumo ao fundo das redes do goleiro Ricardo que saiu muito mal no lance, catando delicadamente o vento. A falta de Ballack foi claríssima. Mas não foi só nesta jogada que o juiz garfou o Juca, garfou também ao não marcar um pênalti contra a Alemanha, que a TV nem deu o "replay", para não botar fogo no estádio devido ao uso de telão.
Foi vergonhoso o auxílio que o juiz sueco Peter Frojdfeldt deu aos alemães que não tem futebol para vencer o time de Felipão num jogo normal 11 contra 11. Foi mais uma das injustiças do futegol, mas convenhamos, o goleiro de Portugal é muito fraco. Conclusão, o seu time vai ficar na beira do Tejo a ver navios.

Um poeta brasileiro

Recebi faz algum tempo um e-mail de um poeta brasileiro, José Antonio Cavalcanti, ele indicou dois blogs que tratam de prosa e verso. Vale a pena conferir.
Os endereços são http://poemargens.blogspot.com
e http://prosamundo.blogspot.com

Caricatura de Carlos Gardel


Nanquim, colagem e lápis de cor sobre sulfite.
(Depois deste jogo com a Argentina, só um tango de Gardel mesmo para animar, he he he!)

18.6.08

Ilustração: "Idade do Lobo"


Lápis de cor, ecoline e acrílico sobre papel Schoeller

17.6.08

Itália vence,mas não convence...


O jogo da Itália é muito manjado. A equipe se fecha e só fica com um cara solitário lá na frente esperando uma bobeira da defesa do adversário.
Na partida de hoje , contra a França a saída de Ribéry foi decisiva para o resultado. As duas seleções estão velhas e ainda não criaram novos valores. Zidane deixou um vazio enorme em seu time e Materazzi, o jogador que o provocou e conseguiu a sua expulsão na final da Copa do Mundo estava no banco, no jogo de hoje . A Itália continuou com aquela mania de querer entrar com bola e tudo, e finalmente arrumou alguma coisa, num pênalti escandaloso sobre Luca Toni. Notem que os dois gols da Itália saíram de chutes de bola parada: o referido pênalti sobre Luca Toni que Pirlo cobrou bem (Luca Toni no entanto, não pegou amizade com o gol - perdeu várias oportunidades , afinal ele é o cara solitário lá na frente) e outro saiu de uma falta batida por De Rossi que desviou no pé de Heny e deixou o goleiro da França vendido no lance.
Nota pitoresca, no segundo tempo entrou Mauro Germán Camoranesi, jogador que nasceu na Argentina e se naturalizou italiano- o engraçado é que ele parece ter saído de um filme de Passolini com aquele cabelo desgrenhado.
A Holanda por sua vez, decepcionou, venceu só de 2 a 0 no jogo contra a Romênia. He he he he!

Ilustração:"Papo de Taxi"


Ecoline com efeitos de Spray Cryllover sobre papel Schoeller

16.6.08

Charge da ficha suja

Lula Palomanes, um novo blog na área


Viva!Um novo blogue está na área! É de um gênio do Desenho, da Ilustração, da Caricatura - Trata-se de Lula ou Lula Palomanes (que é seu nome quase completo - acho que é na verdade, Luiz Martinho Palomanes) O endereço é www.lulapalomanes.blogspot.com/
e vai constar dos meus preferidos imediatamente.

Sansei


Este Hai-Kai é de autoria de SéCarneiro, poeta, escritor e sociólogo do mais alto calibre.

Ilustração: "Percussom"

15.6.08

Charge da Já Era Dunga

Ilustração: "Autopé"


Nanquim e ecoline sobre papel Canson

14.6.08

13.6.08

Garfo na Itália (2ºtempo)


Fez falta mesmo o gol da Itália (marcado por Toni) que foi anulado pelo juíz careca norueguês, no primeiro tempo do jogo.
Mas ninguém imaginava que Zambrotta iria jogar contra o patrimônio e dar um passe para o jogador romeno Mutu no segundo tempo, que nem agradeceu e meteu nas redes de Buffon, que ficou vendido no lance.
Buffon foi realmente o herói da partida, ao pegar um penalti que manteve as poucas chances da itália continuar na competição. Toni ficou o tempo todo em posição de impedimento e como os atacantes não resolviam a questão, Panucci e outro zagueiro partiram para definição, empatando o jogo.
O juiz continuou a prejudicar a seleção italiana, não só por marcar um pênalti discutível contra a Itália e não marcar um pênalti nas mesmas condições de pressão e tremperatura contra a Romênia. Pelo menos em dois ataques perigosos da azzurra esta situação se repetiu.
Porém deve-se considerar um defeito de fábrica dos jogadores italianos que parecem querer entrar com bola e tudo e só tentam definir em jogadas feitas dentro da área adversária. Poucos tentaram chutes de fora da área, e numa das tentativas um jogador italiano atrapalhou dando uma de zagueiro ajundando a defesa da Romênia. O destaque na seleção romena foi o goleiro Lobont que defendeu pra caramba.
Agora a Itália depende da matemática.

Garfo na Itália (1ºtempo)


O árbitro que está apitando mal o jogo da Romênia contra a Itália já prejudicou duas ou três vezes a equipe azzurra. Anulou um gol legal de "Toni"e não está marcando faltas claras e bola fora dos romenos. Esse gol injustamente anulado vai fazer falta.
Que o segundo tempo seja melhor para os italianos. E que o juiz bote uns óculos e os bandeirinhas também.

A inveja é uma fruta


Se inveja matasse, no começo desta semana muita gente estaria debaixo da terra. A Playboy com a Mulher Melancia (num ensaio sensual que abalou Bangu) nem tinha chegado às bancas e algumas celebridades com assento garantido em comerciais, novelas e programas de TV já tinham disparado alguns torpedos em direção àquele fenômeno da natureza "calipígia". Deu na mídia, digo na mídia popular,( mídia que está crescendo de forma assustadora, jornais e programas de TV feitos para a classe C, D e E ), essa mídia que se alimenta de fofocas, crimes e de uns tempos para cá começou uma campanha para valorizar a preferência nacional de forma descarada ( deveria dizer, na verdade, desbundada).
Segundo o pensador Paul Virilio em A Arte do Motor -( e que diabos está fazendo Paul Virílio no meio desta crônica sobre traseiros?) diz que a mídia não pode mentir, mas pode omitir e sem querer acrescentar alguma coisa à pensata do filósofo da velocidade,(mas já acrescentando) a mídia pode também dirigir a atenção do cidadão para onde ela quer. Neste caso está a ver as moças indo para a feira… Melancia, Moranguinho, Jaca e vai por aí...E quando junta a fome com a vontade de comer, quando uma moça quer ser o foco da mídia é como fogo morro acima e água morro abaixo: ninguém segura!
Mas voltemos à questão da inveja, eu disse uma vez que acreditava que no sepulcro do invejoso deveria estar escrito – “Por que o túmulo do lado é mais bonito que o meu”?
A inveja é um dos sete pecados capitais mais enrustidos do homem. Seu nome vem do latim invidere (in-vidia,invidentia- não querer ver o outro na Ilha de Caras com a beldade do momento) que quer dizer olhar de lado para uma coisa que se deseja com objetivos de seca-pimenteira. A inveja tem um relação direta portanto, com o olhar. Não é à toa que Dante bota a cambada de invejosos num purgatório-fashion da sua “Diviiiiiina comédia” com os olhos costurados, prêt-a-porter.
É o mais primitivo sentimento humano. Dizem que há uma hipótese de que animais também manifestam comportamento invejoso, mas nenhum deles está na mídia. ( a não ser no Discovery Chanell)

Tem gente , porém que não a vê como a mais negativa característica humana. Ao contrário,enxergam na inveja uma positividade. Para eles, por um lado,a inveja é a alma do negócio, motor da civilizaçao, vilã central da novela das nove. E o que seria do mundo sem a novela das nove? (Atualmente eu acho que seria um lugar menos chato- mas já vivemos novelas das nove melhores, ou seria das oito? Os tempos mudam.)
Se não fosse a inveja o primata ainda estaria catando pulgas na caverna primeva. Daí a importância do o “olho grande” do primata pai no sucesso do vizinho em caçar seus bisões com uma nova arma feita de pedra e madeira e da primata mãe na decoração da caverna de sua comadre pré histórica. Desta forma desenvolveu-se a tecnologia e a arte.Sem ela não teríamos o Photoshop que molda as formas de nossas beldades aumentando o índice de inveja nas que não tem Photoshop e assim caminha a humanidade.
No país dos banguelas a inveja assume um caráter que chega a ser engraçado; Tom Jobim disse um dia que “sucesso no Brasil é agressão pessoal”.
Na verdade brasileiro não curte muito o sucesso do brasileiro, gosta mesmo é do sucesso do gringo...
Mas por outro lado, tem muito estrangeiro que tem uma inveja danada da gente, principalmente da abundância amazônica e de nossas mulheres maravilhosas esbanjando beleza nas praias, nas lajes, . Paisagens deslumbrantes, curvas estonteantes, recursos naturais infinitos, um futebol que até pouco tempo era artístico, música genial, sem vulcões nem terremotos (Epa! Já pintou um terremoto 5 pontos numa escala Ritcher - é assim que se escreve, ou é o nome daquele cantor de Menina Veneno?)... Diabos, porque essa terra não deu certo ainda? Ou deu e a mídia escondeu?

12.6.08

Exposição em Homenagem a Jorge Zahar


Jorge Zahar Editor e Livraria da Travessa
organizaram exposição em homenagem a Jorge Zahar por ocasião dos 10 anos de falecimento do Editor (1920-1998)
A exposição vai rolar até o dia 30 de junho na Livraria da Travessa, Shopping Leblon
Avenida Afrânio de Melo Franco 290
2º piso • Leblon • Rio de Janeiro
tel (21) 3138-9600

Andy Warhol do óbvio lulante: Vão ter que me engolir


Com a licença poética do macaco Simão e da sopa Campbell's também.

11.6.08

Falando em Travestis...

10.6.08

Olha o Salão de Humor de Piracicaba aí!


Já estão abertas as inscrições para o 35º Salão Internacional de Humor de Piracicaba de 2008
Você pode se inscrever até o dia 31 de julho e a abertura será dia 30 de agosto.
Mais informações no site www.salaodehumordepiracicaba.com.br
Cartunistas, acordem! Companheiros de traço, uní-vos!

Marcão tem razão!


Marcão tem razão, o Parmera não está jogando como jogou no final do Campeonato Paulista. Não se empenha, joga quando quer, não está se comportando como um time. Alguma coisa precisa mudar. Como pode um time com tudo em cima, (Técnico badalado, jogadores de nome, alguns sem muito nome mas que jogam bem) perder do jeito que aconteceu lá em Pernambuco diante do time reserva do Sport? Mamma mia, que vergonha! Até parece a Selecinha diante da Venezuela! Palestra, acorda! Marcão, dê um sacode aí no time, do técnico ao roupeiro.

Saci - Mascote da Copa. Por que não?


(Texto de Mouzar Benedito retirado do site ViaPolítica)
Saci: mascote da Copa
O ano de 2014, quando acontecerá a Copa do Mundo no Brasil, ainda está longe, reconhecemos. Mas, desde já, depois de uma reunião na Biblioteca Monteiro Lobato, em São Paulo, decidimos começar uma campanha para escolher o Saci como mascote da Copa do Mundo que será realizada no Brasil.

Tem sentido, e muito.

Se a gente bobear, lobistas, marqueteiros e alguma grande agência de publicidade vão inventar um mascote qualquer, que não terá nada a ver com o Brasil e a cultura brasileira, e ganharão muito dinheiro em cima disso. E será um mascote que, terminada a Copa, ninguém mais vai lembrar, como aconteceu com o tal Cauê, um sol estilizado, muito esquisito, mascote dos Jogos Panamericanos do Rio. Não pegou, não colou. Quem tem, por exemplo, uma camiseta com o Cauê estampada? Nunca vi. Pode ser que tenha, mas nunca vi.

O Saci tem muitas vantagens.

Primeiro, sendo um mito, habitante do nosso imaginário, não vai render direitos autorais a ninguém. O que poderão (e será bom) fazer é um concurso para escolha do melhor Saci, em que poderão concorrer cartunistas, ilustradores e desenhistas em geral, inclusive amadores.

Depois, podemos listar ainda uma séria de qualidades dele. Uma é a cor negra, característica da maioria dos brasileiros pobres, vítimas de preconceitos, e também, acredito, da maioria dos nossos futebolistas. Para completar, é deficiente físico, sem roupa... e é um brincalhão, um gozador nato. Mais brasileiro do que isso, impossível.

Tem mais: na origem, ele era um indiozinho protetor da floresta, com duas pernas. Depois é que ganhou a cor negra como a dos escravos que o adotaram. E foi aí que perdeu uma perna. São várias histórias sobre como isso aconteceu. Uma delas, que preferimos, é que ele foi escravizado, e dormia preso por grilhões em uma perna. Uma noite, cortou a perna e fugiu. Preferiu ser um perneta livre do que um escravo com duas pernas. Portanto, é um libertário. Aí, ganhou um gorrinho vermelho, dado pelos brancos.

Na Europa, vários mitos têm gorrinhos mágicos semelhantes ao dele. Durante a Revolução Francesa, os republicanos usavam também um gorrinho como o dele. Na Roma antiga, o escravo que se tornava livre também ganhava um gorrinho vermelho, chamado píleo. Então, ele é a síntese dos três povos que formaram o brasileiro: ameríndios, africanos e europeus. Só não tem orientais na sua formação porque eles começaram a chegar aqui no século XX. Mas tem quem conte que andou vendo Saci de olho puxadinho no bairro da Liberdade, em São Paulo, povoado principalmente por japoneses e chineses.

Mas ainda não acabei. O Saci, como outros mitos de origem indígena, é um protetor do meio ambiente, principalmente da mata. Outros mitos protegem a água e os peixes (Iara), os campos (Boitatá) e os animais (Caipora), mas o Saci é o mais conhecido de todos, é o mais popular dos mitos brasileiros. Se a gente fala dos outros mitos, conforme o lugar, é preciso explicar o que é, o que faz. O Saci, não. Se falamos dele em qualquer estado brasileiro, todos sabem que é um negrinho perneta, brincalhão, aprontador, que pita um cachimbinho, tem um gorrinho vermelho, que é mágico e anda nos redemoinhos.

Se ele for o escolhido, o mundo todo vai se interessar por conhecer um pouco da nossa cultura popular, ao contrário de mascotes inventados do nada. Já imaginou chegar a países da África, Europa, Oceania, Ásia e América e dar de cara com pessoas usando camisetas com estampa do Saci? Será o Brasil espalhado pelo mundo.

Viva o Saci, com a bola no único pé (fabricantes de chuteiras chiarão?) dando um baile nos gringos! Antes que algum aventureiro lance mão da mascote da Copa... escolhamos o Saci. Queremos o Saci!

7/6/2008
Sobre o autor, leia também 1968, por aí... Memórias burlescas da ditadura , uma resenha de Omar L. de Barros Filho publicado aqui neste blogue também sobre o recém lançado livro de Mouzar Benedito.

Novo livro sobre o Poder


O Professor Marco Aurélio Nogueira acaba de publicar um livro sobre o poder Potência, Limites e Seduções do Poder pela Editora Unesp. A idéia foi fazer um livro didático sobre o tema sem ser chato. Marco Aurélio alia um baita conhecimento de Ciências Políticas com um texto ágil, leve, agradável e que consegue nos fazer viajar por temas complicadíssimos com a maior tranqüilidade, isso sem baixar nível.
Quem quiser comprar o livro é só procurar ou diretamente na Editora Unesp ou nas livrarias existentes. Nos sites tipo Fnac, Submarino, Cultura e Saraiva, sempre se encontram descontos.
Vai ai embaixo a reprodução da introdução dessa obra só para dar uma idéia desse cometimento do meu amigo Marco Aurélio:
“ O tema não aceita indiferença. Sempre houve e sempre haverá quem receie o poder ou se incomode com o poder. De uma ou outra forma, todos são magnetizados por ele. O poder seduz. A própria sedução é um de seus principais recursos. Sempre há quem sofra com o poder e quem cobice o poder.

É um assunto universal, de todos os tempos, presente em todas as culturas, objeto de conversas de bar e de tratados refinados escritos por pensadores dos mais diferentes estilos e das mais díspares orientações ideológicas. É daqueles temas que costumamos chamar de clássicos, que nunca saem de cena e que se tornam sempre mais fascinantes a cada nova abordagem, ainda que não fiquem necessariamente mais bem compreendidos. Podemos partir dos antigos filósofos gregos, passar pelas reflexões teológicas da Idade Média, freqüentar os clássicos modernos (Maquiavel, Hobbes, Kant, Rousseau, Hegel, Marx) e chegar aos contemporâneos, e iremos nos deparar com a mesma inquietação, com o mesmo interesse em entender as armadilhas, as sinuosidades, as misérias e a potência do poder.

Por que alguns mandam e outros obedecem? De que métodos e recursos se valem os que mandam? Como conseguem obter apoio e consentimento? Como justificam e como é recepcionado este poder? Em seu famoso Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens (1762), Jean-Jacques Rousseau propôs-se claramente a explicar por qual “encadeamento de prodígios” o forte – isto é, a maioria -- pôde resolver-se a servir ao fraco, aceitando uma dominação que, em nome de uma “felicidade real”, deu-lhe apenas uma “tranqüilidade imaginária“. Não foi o primeiro a se dedicar ao problema, mas seu texto marcou época na história do pensamento político.

Amado e odiado indistintamente, o poder perturba, leva pessoas à loucura, corrompe e alucina, mas também serve para que se movam montanhas e para que multidões dispersas se organizem. O poder reprime e prejudica, mas também acalenta, protege, incentiva e beneficia. Costuma ser utilizado tanto para conservar quanto para revolucionar, tanto para promover mudanças quanto para preservar o status quo. É visto como instrumento e como fim último, como recurso e como meio de vida.

Diante do poder, não há como simplesmente darmos de ombros e acharmos que não tem nada a ver. Podemos não gostar dele, mas não temos como evitá-lo nem como subestimá-lo. Podemos pensar que ele não é um tema atraente, que há coisas melhores para se estudar, mas não compreenderemos os horrores e as maravilhas do mundo se não incluirmos o poder e não tentarmos decifrar o poder.

O anedotário sobre o poder é ilimitado. Todo povo cria fantasias sobre o poder e o explica de algum modo. Não há quem não ache, ao menos por uma vez, que os governos são sempre arrogantes com os cidadãos mais fracos e rastejam diante dos poderosos. Todos crêem que os políticos são simpáticos quando precisam pedir votos aos eleitores e se convertem na encarnação mesma da empáfia e da soberba quando chegam ao poder. A vida está cheia de pequenos tiranetes que se incham quando põem a mão em alguma nesga de poder. Servidores públicos, policiais, gerentes de banco, empresários, chefes de seção, jornalistas, técnicos de futebol, professores, top-models e artistas famosos sempre têm seu instante de poder e arrogância. Nestas ocasiões, pisoteiam e maltratam quem lhes aparecer pela frente, abusando de todos os recursos de que dispõem para humilhar o próximo ou para dele se distanciar. São momentos parecidos com os quinze minutos de fama que Andy Warhol atribuiu como “direito” para cada um dos habitantes das sociedades dotadas de um forte sistema de mídia. A fama e o poder muitas vezes andam juntos, mas são coisas bem diferentes.

O texto que se segue pode ser entendido como um convite para que nos interessemos pelo tema. Seguindo a sugestão feita décadas atrás por um pequeno livro do filósofo Gérard Lebrun (1981), tentaremos seduzir o leitor a olhar o poder como assunto digno, crucial, estratégico, se possível desfazendo-se de alguns preconceitos e indo além de algumas “evidências”. O plano não é convencer ninguém nem da “bondade” nem da “maldade” intrínsecas ao poder, mas sim abrir algumas clareiras para que se possa pensar o poder como um fato integrado à vida, que se insinua em nossos discursos, em nossos relacionamentos amorosos, em nossa atividade produtiva, nas lutas que travamos para ser felizes ou simplesmente para defender nossos interesses.

O poder está em toda parte. Tem muitas faces, múltiplas dimensões e inúmeras falas. Exibe-se e se oculta com igual dedicação. Ama a exposição e não vive sem o segredo. Podemos odiá-lo, cobiçá-lo, combatê-lo ou apenas temê-lo. Justamente por isso, não temos o direito de ignorá-lo e de não tentarmos compreendê-lo. Se assim procedermos, acabaremos por não saber bem o que fazer com o poder que temos e com todos os pequenos e grandes poderes com que interagimos. ”

Mais um brinde: Um cartum de João Zero