30.9.09

Cabaré Caruso apresenta "Casablanca... & Senzala!" no Bar do Tom nos dias 1, 2 e 3 de outubro (quinta, sexta e sábado)




O Cabaré Caruso (com Paulo & Chico Caruso e grande elenco) retorna ao Bar do Tom (Plataforma), no Leblon, para uma curta temporada - de quinta a sábado - ou seja nos dias 1, 2 e 3 de outubro. O espetáculo agora se chama "Casablanca...& Senzala!
De acordo com o release, o espetáculo foi criado por Chico Caruso a partir de uma idéia de Ricardo Cravo Albim. Traça um paralelo entre o famoso filme americano, o Brasil de 1942 e o mundo de hoje, para os quais Chico compôs as paródias: "Yes, nós temos Obama" e "Sempre haverá Paris, mas o buraco é mais embaixo"...vai ter de tudo um pouco, mágica, romance, muita charge política e música no palco, com a animação do multinstrumentista e grande cartunista Paulo Caruso que junto com o mágico Ramade, o violinsita Bruno Descaves,o palhaço Dudu, os bailarinos Desiré de Oliveira e Antonio Carioca , mais o cartuista Aroeira e seu sax infernal, a cantora Eduarda Fadini e os músicos Roberto Bahal e Zelito Medeiros (piano), Humberto Toschi (percussão), Henrique Vilhena (baixo), Thiago Thomé (voz, cavaquinho e viola), Claudio Damatta (voz e violão) , Gustavo Pewreira (voz e violão), Rinaldo Gaudêncio Américo (Obama), Luiz Manoel Guimarães (gaita e voz) e Sérgio Magalhães (sax e flauta)...vão fazer você gargalhar até doer a barriga.
Ah! tem mais, Eliana Caruso interpreta Michele Obama e a participação especial do comediante em pé Fernando Caruso - Um nepotismo só , como vocês poderão conferir no Bar do Tom - que fica na Rua Adalberto Ferreira, nº 32, no Leblon - onde ficava a antiga Plataforma. O espetáculo (como já foi dito) rola dias 1, 2 e 3 de outubro, sendo que na quinta-feira começa às 21.30 horas e sexta e sábado às 22 horas.
Ingressos a 60, 50 e 40 reais. Classificação: 10, mas é para maiores de 18 anos.
Mais informações no site www.cabarecaruso.com.br

Dica do Gerdal: Sandra Duailibe solta a voz, nesta quarta, no Centro Cultural Carioca - uma presença bem-vinda ao sem-fim da melhor MPB


Ainda anteontem, curti no YouTube uma bonita interpretação de "Epitáfio" ("O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído"...), sensível balada do roqueiro Sérgio Britto, dos Titãs, por Sandra Duailibe. Com a decisão desta dentista de largar a profissão, após alguns anos de consultório, em favor de novo horizonte profissional, ganhou a MPB uma cantora muito interessante, de timbre igualmente grave e aveludado, dessas que, de primeira, sabem prender a atenção do ouvinte de bom gosto ao soltar a voz. Nesta e nas inflexões lembrando, não muito vagamente, a bossa-novista Wanda Sá, a são-luisense Sandra, de grande parte da infância e a adolescência vividas em Belém do Pará, revela-se, para além da referida semelhança, uma artista de "punch" próprio, encantadora, com repertório muito bem qualificado nos dois CDs já lançados, afora demos. Para o segundo dos CDs, o ótimo "A Bossa no Tempo", lançado no ano passado, ela, já morando em Brasília, encontrou curiosamente uma quase gêmea vocal, Cely Curado, também muito interessante e que consegue dividir com Sandra, nessa produção, por uma interação assentada na afinidade canora, um resultado de surpreendente atrativo - o que ainda se pode observar em outras imagens no YouTube, com as duas cantando "Onda do Ar", um gostoso balanço de Sandra em parceria com a irmã Márcia Forte.      
      "Epitáfio" é composição que integra o rol de músicas do primeiro CD, "Do Princípio ao Sem-Fim", com o qual Sandra Duailibe concorreu ao Grammy Latino de 2007 em três categorias (melhor álbum do ano, melhor álbum de MPB e melhor artista-revelação), a cuja faixa-título, composta pelo maestro Zé Américo Bastos com letra de Salgado Maranhão, juntam-se ainda, por exemplo, "Fruta Mulher", do baiano Vevé Calazans, "Verdadeira Estrada", da paulista Simone Guimarães com mais um maranhense, o diplomata Antenor Bogéa, e deliciosas regravações de "Lua Brasileira", de Fátima Guedes" e "Meiga Presença", de Paulo Valdez (filho de Elizeth Cardoso) e Otávio de Moraes. Recentemente, Sandra Duailibe teve aprovado um projeto de gravação de um CD só com autores paraenses por uma lei denominada Semear. Cantando como ela canta e com tanta gente inspirada e credenciada nesse torrão do Norte, só pode dar coisa muito boa, um disco e tanto. Sandra o merece, e o Brasil mais ainda.        
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
A tempo: Sandra Duailibe apresenta-se, hoje, 30 de setembro, às 20h30, no Centro Cultural Carioca ("flyer" acima). Participação especial: Áurea Martins e Márcio Lott.
Quem quiser saber mais de Sandra Duailibe, veja no site www.sandraduailibe.com.br

Do funto do baú - Ilustração : Juntos até que a chave os separe

29.9.09

Charge: Honduras em transe

Mais um brinde: Um cartum de João Zero


(Clique em cima da imagem para ampliar e ler melhor a legenda do cartum)

Dica do Gerdal: Pagode Jazz Sardinha's Club de volta ao CCC nesta terça-feira - uma iguaria musical em brasa criativa de talentos


Do amigo Xande Figueiredo, um batera batuta, repasso o "flyer" (acima), relativo à segunda das apresentações neste mês do Pagode Jazz Sardinha`s Club, hoje, 29 de setembro, às 21h, no Centro Cultural Carioca. Tão apetitosa quanto a sardinha na brasa de conhecido reduto boêmio do Centro do Rio de Janeiro que lhe inspirou o nome, a suingueira inusitada do conjunto, mesclando samba, choro, jongo, funk, bossa, jazz, reggae e alguns outros ritmos em inventivos arranjos, tem conquistado adeptos entusiasmados desde quando surgiu, em 1997, tanto nas apresentações ao vivo quanto nos dois CDs já lançados. O belo e instigante "Chorinho Transgênico" (faixa do segundo disco, "Sardinhas"), por exemplo, é revelador da intenção inovadora dos músicos de, partindo da nossa tradição musical, experimentar fusões e explorar improvisos e contornos melódico-harmônicos com inteligência e vivacidade, de que resulta um som alegre, sinuoso, surpreendente e ainda tentador aos nascidos para bailar. Além de Xande, Rodrigo Lessa (bandolim), Eduardo Neves (sax e flauta), Roberto Marques (trombone), Bernardo Bosísio (violão), Marcos Esguleba (percussão) e Edson Menezes (baixo) também comparecem ao toque de reunir - pra tocar, naturalmente - do Pagode Jazz Sardinha`s Club, que, logo mais, à noite, de quebra, dá uma pala do que virá no próximo CD. Eles misturam e mandam, numa boa.
           Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.

Dica do Gerdal: Adauto Guerra, com o Toque de Bossa, toca a sua apreciada guitarra, na terça e na sexta que vêm, em Ipanema e no Centro


Domingo desses, saindo do Centro Cultural José Bonifácio, onde Didu Nogueira comandava uma tarde musicalmente animada pelo Samba Urbano e Gisa Nogueira expunha telas de pincel próprio tão cativantes quanto as suas músicas, encontrei por acaso o guitarrista e compositor mineiro Adauto Guerra, há muito aqui radicado. Diante daquele velho casarão da Rua Pedro Ernesto, na Gamboa, estávamos num ponto de ônibus onde apanhamos o mesmo coletivo, o 180, em direção de Laranjeiras. Ao longo dos agradáveis dedos de prosa no trajeto, pude conhecer-lhe um pouco mais a lida artística, que é a de um cidadão simples e de trato cordial, ex-integrante da Orquestra Tupy, discípulo de Ian Guest e Célia Vaz, em harmonia e improvisação, e músico de reconhecido valor, em cuja página no MySpace conta com admiradores de prestígio entre os colegas nacionais, como o também guitarrista Ricardo Silveira e a flautista Lea Freire, e até mesmo estrangeiros, como John McLaughlin e George Benson.    
     Nesta terça-feira, 29 de setembro, no Vinicius, em Ipanema, às 22h30, e nesta quinta-feira, 1 de outubro, no Centro Cultural Memórias do Rio, no Centro, às 20h ("flyer acima) "  Adauto apresenta-se com o grupo Toque de Bossa, ainda constituído por Cynthia Lobato, cantora, violonista e ex-integrante do conjunto de samba Swing Baton; Marco Bachur, contrabaixista; e o baterista Riso Alcântara. Em suma, bossa de bom gosto com toque de bom tom.
     Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 

Dica do Gerdal:Edu Krieger lança, nesta terça-feira, no Rival, o CD "Correnteza"- passo firme e bem marcado na ciranda do mundo fonográfico


Com o mesmo nome da clássica toada de Tom Jobim e Luiz Bonfá, o segundo e recém-saído do forno CD de Edu Krieger, o autoral "Correnteza", será lançado nesta terça-feira, 29 de setembro, às 19h30, em show no Teatro Rival ("flyer" acima). Nele, de faixa-título já gravada pelo conjunto Sururu na Roda, esse talentosíssimo carioca de ascendência alemã, filho e neto de maestros - Edino Krieger e  Aldo Krieger, pai e avô, respectivamente, catarinenses de Brusque -, apresenta novas parcerias, que constam em outras três faixas: Marcelo Caldi, em "Serpentina; Raphael Gemal, em "Feira Livre"; e Zé Paulo Becker, no bolero "Sobre as Mãos", com o chamado auxílio luxuoso do suingado João Donato ao piano. Aliás, uma outra ótima composição de Edu Krieger, "Arremate", em parceria com Joca Perpignan, também será lançada, em breve, em mais um CD desse craque da percussão, também carioca, comprovando que a MPB vai muito bem das pernas em matéria de criatividade e renovação, apesar da ciclópica e renitente barreira do jabá para que ela não ganhe as nossas emissoras de rádio e tevê, naturalmente, pelo mérito, e o público-alvo dessa veiculação, mais bem informado da nossa produção musical, não faça livremente as suas escolhas, sem "orientação" de cima para baixo. Considero a nossa música popular um orgulho nacional, que tem em Edu Krieger um exemplo robusto e bem formulado do vigor e do engenho da sua permanente recriação, lastreada no que nela há de mais pulsante e verdadeiro. Isso já se fazia notar sobejamente no primeiro disco dele, e no atual não será diferente. Parabéns, Edu, pela luminosa carreira que você vem cumprindo, "motu proprio", como violonista, compositor e letrista de verso exato e envolvente. Ciranda que vai, ciranda que vem, e você segue, na roda do mercado do disco e do show, com o passo firme na cadência de um reconhecimento sem facilitário nem favores.     
          Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 

28.9.09

Novo Haikai da oficina náutica de Guilherme Mansur

Programa para terça-feira em Sampa: Aniversário de Plínio Marcos no teatro de Arena


Chegou por e-mail o seguinte convite para comemorar o aniversário de um gênio do nosso teatro:
Aniversário de Plínio Marcos no teatro de Arena, na próxima terça-feira, dia 29 de setembro
Plínio Marcos nasceu dia 29 de setembro de 1935, para celebrar seu aniversário, alguns amigos, atores e admiradores vão se reunir no Teatro de Arena na próxima terça-feira. Quem está agitando é o Carlão do Boné, o Carlos Costa, ator, carnavalesco e grande parceiro do Plínio. O Kiko Barros, filho do Plínio, e o Moisés da Rocha, também já confirmaram presença. Convidados: Marco Antonio Rodrigues, César Vieira, Chico de Assis, Graça Berman, Castor, César Vieira, Osvaldo Mendes, Emilio Fontana, Izaías Almada, Estér Góis, Sérgio Mamberti, Antonio Petrin, Walter Breda, José Renato, Júlio Calasso, Jair Alves, Jairo Mattos, Javier Contreras, Vinicius Pinheiro, Vera Artaxo, João Signorelli, Carlos Cortez, Edson Lima, Barão, Borbam Carlão do Peruche, Osvaldinho da Cuíca, Toniquinho Batuqueiro, a turma da Banda Redonda, entre tantos outros.
 
Será uma noite de bate papo, depoimentos e até uma roda de samba. Na verdade é um encontro simples de amigos e pessoas que admiram este grande dramaturgo. É só chegar, a partir das 19h. Também é um momento para começar as comemorações pelos 50 anos da primeira montagem de Barrela, em Santos em 1º de novembro de 1959 e lembrar os dez anos sem Plínio (19/09/99). www.pliniomarcos.com
 
Dia 29 de setembro, Terça Feira, a partir das 19h – è só chegar
Teatro de Arena Eugênio Kusnet
Rua Teodoro Baima, 94 – Tel. 3256 9463 - Metrô República
Organização: Amigos do Plínio. Apoio: O Autor na Praça

NR - Foto do sítio oficial do Plínio
 

26.9.09

Um brinde: Mais um Haikai marítimo de Guilherme Mansur

Crônica: O Senhor Embaixador


Confesso que sou distraído . Em geral me perco olhando bobagens, detalhes da arquitetura de um prédio, o desenho de uma árvore, borboletas a dançar na Candelária... Quando estou no meio de muita gente, como, por exemplo, numa vernissage, luto para não fugir dali, mas quando é invevitável ficar, sinto que ponho em perigo todos que estão em volta com minhas trapalhadas de homem tímido. Foi o que aconteceu num verão de 1992, por ocasião de uma exposição coletiva de cartuns, em Buenos Aires, mais precisamente no centro cultural que fica num antigo ex-mosteiro, no simpaticíssimo bairro de La Recoletta. Dizem que esse bairro é tão bacana, que até o cemitério não mete medo. Em todo caso não fui conferir.
Minha aventura começou logo na madrugada do dia da viagem. O despertador me acordou de um sono que eu não tinha dormido, de tão tenso que estava. Peguei um táxi e fui voando para o aeroporto onde embarquei, morto de medo num avião da Varig. Nessa hora já se descortinava uma manhã de sol lindo no Rio de Janeiro. Quando o avião levantou voo, olhei pela janelinha e vi um céu de brigadeiro que anunciava que tudo iria dar certo. Coitada da simpática mocinha que sentou ao meu lado, teve que ouvir minhas histórias em portunhol, já que tinha esquecido "Fenomenologia do Espirito" em casa. ( eu tenho um medo real de voar e compenso de várias formas, ou falando ou lendo Hegel)
A pobre garota, que no íntimo, deve ter me achado um chato de galocha, me perguntou no meio da conversa se eu era originário da Galícia, onde se fala um português misturado com espanhol, fingi não entender a ironia. Porém a garota foi generosa e me aturou, talvez compreendendo o pavor - que devia estar estampado em letras garrafais em meu rosto.
Minha aventura continuou no Aeroporto Ezeiza, onde com um pesado portafólio cheio de desenhos debaixo do braço e um blazer escocês de inverno, sob um sol de fritar ovo frito no asfalto, embarquei num ônibus de linha comum em direção ao centro da cidade. O referido coletivo fez um verdadeiro tour pelos bairros periféricos de Buenos Aires onde conheci uma avenida que é cortada por várias ruas com nomes de poetas. Um encanto!
Depois de horas saltei perto da calle Marcelo T. Alvear onde , uma amiga jornalista , corresponsal (como se fala por lá) do jornal onde eu trabalhava tinha feito a gentileza de reservar um quarto num Hotel por um preço módico.
Tomei um banho frio e afundei num sono justíssimo, para saldar o débito que tinha acumulado entre a minha cama do Rio e aquela de Buenos Aires. Fui acordado por Rrulio, meu querido amigo que organizou a exposição . Ele me convocava para comparecer a um programa de TV naquele exato momento. Eu, bêbado de sono, disse que não me encontrava em condições de pensar, que estava catatônico, que Tico no hablava com Teco naquela altura do campeonato. Ele foi compreensivo, e então combinamos que eu participaria de um encontro com os cartunistas-expositores num programa de uma rádio local. Em seguida participaríamos de um progama de TV onde faríamos a divulgação da nossa mostra de cartuns.
E foi o que aconteceu. Encontrei um time fabuloso de desenhistas de humor de nuestra América e nos divertimos a valer num progama de rádio muito descontraído. Num determinado momento me perguntaram o que eu achava do governo Collor (que já provocava polêmica e uma certa curiosidade pelo seu fraseado) e eu disse que responderia se eles me dissessem o que significava a expressão "Duela a quien duela" que nosso ex-presidente tinha usado naquela época - não me lembro em relação ao que. Como eles não souberam responder qual o sigificado dessa frase lapidar, eu disse que esse era o problema do governo collorido, ninguém conseguia entender o que ele hablava. Depois gastei meu portunhol num programa de TV - desses que fazem a delícia das tardes das donas-de-casa, onde se discutia o tema da "mulher separada" que era a última moda que chegava tardiamente ao território portenho. A mulher de um dos desenhistas argentinos, que estava no nosso time, disse mais tarde, que viu o programa na TV com muita atenção, mas não entendeu nada do que eu falei.
O que importa é que saimos vivos do estúdio, porém quase morremos afogados depois que uma tromba d'agua se abateu sobre a cidade. Nunca pensei viver uma enchente na Londres do Mercosul!
Voltei todo molhado para o hotel, tomei um banho quente para afastar o resfriado e botei minha fatiota para a noite de glória.
No centro cultural de La Recoletta tava uma animação danada, lá vi meu cartum com modura e tudo , pendurado ao lado dos meus companheiros de traço e entre eles, o do magnífico Quino, nosso herói, que ainda não tinha pintado por lá e era aguardado com grande expectativa por todos.
De repente Rrulio me pega pelo braço e diz , Bruno, você tem que conhecer o embaixador da Itália , venha comigo... e lá fomos para a porta de entrada . Eis que um homem meio calvo, de óculos de aros grandes , dentro de um terno bem cortado, com uma gravata esplendorosa vinha subindo a escada e eu sem mais nem menos cumprimentei:
- Seja benvindo Senhor embaixador!!!!
Riso geral....Rrulio recuperado da gargalhada me disse:
- Bruno , você acabou de saudar Quino....qua qua qua...
Tratei de me refazer rapidamente da gafe e mandei essa:
- E Quino não é nosso embaixador do humor?!
Confesso que essa saída foi meia boca, mas Quino foi muito simpático, disse que eu parecia com um dos personagens dele- e para minha surpresa, fez questão de conhecer meu cartum ...Pois é foi assim que paguei um belo mico na bela ciudad de las cupulas ao confundir o grande Quino , ou melhor o grande Joaquín Salvador Lavado com o embaixador da Itália.
***
Faz pouco tempo, soube que inauguraram uma estatueta de Mafalda em San Telmo , bairro onde Quino passou sua infância. Eu o vi numa foto ao lado de sua personagem. Fiquei imensamente feliz de ver que ele não tinha mudado em nada.

25.9.09

Mais um brinde: Um cartum de João Zero

Cora Coralina no coração do Brasil


No dia 29 de setembro começa uma exposição sobre Cora Coralina .
A mostra vai até o dia 13 de dezembro - das terças aos domingos , das 10 às 17 horas no Museu da Língua Portuguesa - Estação da Luz - sem número .
Talvez você encontre por lá o livro inédito dela intitulado "Doceira e Poeta"

24.9.09

micro teatro- ato único : Déjà vu


Uma mulher e um homem no palco - luz sobre eles, o resto é penumbra

Mulher - Como chegamos até aqui?

Homem - Pagando impostos, ora! Pelo menos é o que me parece.

Mulher - Já ouvi isto antes, não me lembro onde.

Homem- É uma falha de memória, sem dúvida.

Mulher- Conheço o senhor de algum lugar. É estranho, parece um déjà vu. A imagem que me vem à mente é a do senhor junto comigo num palco, sob luz de um refletor. Nesse momento eu pergunto como chegamos aqui e...

Homem- Decerto é um Déjà vu.
Mas nós não somos estranhos. Isto é, em essência.

Mulher- Como assim?

Homem- A senhora é uma mulher, eu sou um homem - isto é óbvio, mas o que importa é que conhecemos outras mulheres e outros homens no decorrer de nossas vidas e isso implica que conhecemos algo um do outro, sem no entanto, saber disso....Compreende agora?

Mulher- É uma filosofia meio barata, mas serve para passar o tempo. Muitas vezes creio que falamos para não perceber o tempo que passa, ou para suportar a angústia de que estamos sozinhos no mundo e sempre estaremos.

Homem- É, saberemos isso na hora da morte. Sempre morremos sozinhos. Woody Allen disse que não tem medo da morte, mas gostaria de não estar lá na hora que ela acontecesse. É uma boa piada, não concorda?

Mulher- Concordar hoje em dia não é tudo. Existem leis, regras, um sistema que funciona independente da nossa vontade. Como o senhor bem exemplicou a respeito do conhecimento entre homens e mulheres.

Homem- Agora é a senhora que filosofa, digamos, "baratamente".

Mulher- Melhor essa forma barata do que ser uma como George Samsa...

Homem- Agora a senhora está a exigir muito do público. De que ele conheça a obra Metamorfose de Franz Kafka!

Mulher- Desculpe, achei que esse personagem de Kafka fosse conhecido por todos...

Homem - Que nada! As pessoas não leem mais. Elas gostam de feiras de livros. A senhora não pode chegar assim e sem mais nem menos jogar Kafka na cara das pessoas.

Mulher- Pensei que este fosse um palco onde fosse possível um diálogo de idéias...

Homem- Não, na verdade isto é um ring e estamos travando um assalto. - (Ele soca a mulher, que cai desmaiada)

Diretor- Muito bem, mostraram as questões contemporâneas com bastante competência. Vamos começar de novo - agora trocando as falas, a mulher assume o papel do homem e o homem da mulher.
Esta inversão vai causar uma confusão saudável na cabeça do público.

Homem- Vai mostrar a instabilidade das coisas?

Diretor- Sim, agora só fale, não pense!

(Desce o pano)

Para você se programar: Rui de Carvalho no Sábado comemora 137 anos de Vila Isabel cantando Noel (até que rimou!)


No dia 26 de setembro às 20 horas (sábado), Rui de Carvalho, Zé Arnaldo Guima e o Grupo Samba na Cabeça, estarão cantando Noel Rosa, João Nogueira e outros bambas no Palco principal do Boulevard 28 de setembro (esquina com a rua visconde de Abaeté), com a participação da Escola Sindicato da Dança Vila Isabel. A classificação é livre . Mais informações no flyer acima.
Visite o www.myspace.com/ruidecarvalho e ouça Rui de Carvalho cantando o poeta da Vila.

Dica do Gerdal:Jorge Curuca mostra, nesta quinta, em Laranjeiras, o samba socialmente vigoroso do seu primeiro disco


"Por causa dela/eu acumulei função/de passista e de peão/mas fiz dela uma rainha/por causa dela/lustrei a penteadeira/onde arruma tão faceira/os frascos vazios de Avon/por causa dela/reformei toda a mobília/comprei um rádio de pilha/pra gente ouvir o Adelzon/eu e ela; Serrinha, Portela/almas gêmeas num desfile conjugal/eu num gongá esmeraldino/sigo a cor do meu destino/com a bênção da coroa imperial/e ela batizada de samba e de luz/no rio Ganges de Oswaldo Cruz/celestial." Esse samba, "Desfile Conjugal", com parceria de Jorge Presença (um nome muito considerado no partido-alto), é parte de uma obra que, só agora, após 40 anos de lida do compositor nessa atividade, chega ao disco por meio do CD independente "Raiz do Bem": a obra de Jorge Simão, o Jorge Curuca. Talvez nem seja, pelo curioso romantismo dos versos, o lado mais forte da sua memória autoral, pois Curuca herdou do pai, Miguel Simão, um operário comunista atuante na luta  partidária, o gosto pela mensagem sociopolítica enfaticamente expressa na música que faz e canta, como em "Miquimba", acerca da marginalização infanto-juvenil pelo narcotráfico e da banalização da morte nas favelas. Confrade e um dos responsáveis pela direção da Casa Lima Barreto - casalimabarreto.com -, ele é a atração de hoje, 24 de setembro, a partir das 21h, do Terapia Popular, no Severyna, em Laranjeiras. É do próprio Roberto Serrão, anfitrião e condutor desse projeto, o recado redirecionado abaixo.
         Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
        PREZADOS AMIGOS,

Conto com suas presenças e/ou peço sua especial atenção e ajuda na divulgação do evento abaixo:
O cantor e compositor ROBERTO SERRÃO, durante o mes de setembro comemora 2 anos, no comando da sua tradicional roda de samba de raiz e chorinho, e, convida amigos, que, com certeza, irão fazer a chegada da primavera ainda mais agradável, pois, será recebida com talento e alegria, por dignos representantes do gênero, dando continuidade ao seu projeto TERAPIA POPULAR.


DIA 24/09 - JORGE CURUCA - O compositor, presidente da Confraria Casa Lima Barreto, lança o Cd - RAIZ DO BEM, (título da faixa que presta homenagem ao Mestre Monarco), com a participação de intérpretes do projeto, entre eles: CHAMON e Roberto Serrão.

O Grupo Cara da Gente será formado pelos músicos: AMENDOIM/SP - Cavaquinho; DIOGO CUNHA - Violão 7 Cordas; CIGANINHO - Percussão; ZÉ CARLOS - Percussão.

No repertório clássicos do choro e do samba, onde são lembrados compositores como: Cartola, João Nogueira, Paulo Vanzolini, Monsueto, Lupicínio Rodrigues, Paulinho da Viola, Silas de Oliveira, Monarco, Dona Ivone Lara, Nelson Cavaquinho, entre outros; as inéditas do seu CD - solo  - CARA DA GENTE, além de músicas de sua autoria gravadas por: Alcione, Martinho da Vila, Leci Brandão, Jorge Aragão, João Nogueira, Grupo Fundo de Quintal, entre outros.

Local: SEVERYNA DE LARANJEIRAS
Endereço: Rua Ipiranga, 54 - Laranjeiras
Dia/Horário:   TODA QUINTA-FEIRA - 21h
Couvert: R$10,00
Informações/Reservas: (21) 2556-9398
(NR- Na foto que ilustra este post aparecem Roberto Serrão e seu ilustre convidado Jorge Curuca)

Aviso aos Navegantes


Caos, caos! Na madrugada de hoje não consegui acesso , a internet ficou fora do ar aqui em casa e por este motivo não "postei" ( não gosto desta expressão , mas o que fazer), digo, não publiquei nada, Só agora de manhã, é que consegui o tal acesso. Estou portanto no grupo de acesso, nossa Escola vai começar a desfilar embaixo de chuva. E tome chuva! Segurem firme os adereços de mão! Cabrochas, o samba é no pé!

23.9.09

O Autor na Praça com o mineiro Mouzar Benedito, o muralista Eduardo Kobra e o ilustrador Ohi em Sampa no Sábado



Recebi por e-mail de Edson Lima, a notícia que meu amigo Mouzar e uma turma da pesada vão aprontar artes lá em Sampa. Segue abaixo o que vai acontecer neste próximo sábado.
O Autor na Praça com Mouzar Benedito, Ohi, Kobra e 20 anos do Museu da Voz
Continuando a comemoração dos dez anos no próximo sábado, dia 26 de setembro,  receberemos um dos fundadores do projeto, o jornalista e escritor Mouzar Benedito, autografando seu livro mais recente “João do Rio, 45” e outros títulos de sua autoria. O cartunista Ohi, também participa do evento, com seu livro “Roendo o osso. As máximas (e mínimas) do cachorrinho.” Ohi é co-autor (Ilustrador) do livro “Saci, o guardião da Floresta” junto com Mouzar Benedito. O Artista do Grafitti e Muralista Eduardo Kobra e sua equipe também participam do evento, O Studio Kobra presenteia o projeto pelos 10 anos, com um novo painel de cenário  de fundo da tenda do Espaço Plínio Marcos. Kobra também é considerado um dos fundadores do projeto e, junto com sua equipe vai finalizar (completar área em branco) o painel no muro da Associação dos Amigos da Praça, que reproduz uma caricatura de Paulo Caruso, entregue na ocasião dos 20 anos da Feira, em 2007. Caruso está preparando imagens de algumas pessoas importantes na história da Feira, que Kobra reproduzirá no Muro, é mais um presente deste artista para cidade. O cartunista Junior Lopes participa do evento realizando caricaturas. No mesmo dia também será comemorado os 20 anos do Museu da Voz, a Barraca foi inaugurada na Feira de Artes da Praça em junho de 1989. Os fundadores são Jorge Narciso Caleiro Filho e Luiz Ernesto Kawall. Na inauguração em 1989, estiverem presentes alguns amigos e personalidades como o jogador de futebol Leônidas da Silva e sua companheira Albertina, Carlito Maia, Padre Godinho, o radialista Tico-Tico, o artista plástico José Antonio da Silva e sua esposa Graciette, Julio Amaral de Oliveira (o “Julinho Boas maneiras”). O Jorge cuida da Banca na Feira e o Kawall criou a Vozoteca LEK, que reúne mais 4.000 vozes e funciona em seu apartamento na Praça. A comemoração começa às 11h na Barraca do Museu da Voz e no Espaço Plínio Marcos a partir das 14h, além da intervenção do artista Kobra e sua equipe no painel/muro da Associação, na Praça, nº 112. Para finalizar o dia de comemoração, haverá uma festa-show com músicas, leituras e performances no Espaço Cultural Alberico Rodrigues, a partir das 20h, na Praça Benedito Calixto, 159.
 
O Autor na Praça com Mouzar Benedito, Ohi, Kobra e 20 anos do Museu da Voz
Dia 26 de setembro, sábado, a partir das 14h. (Na Barraca do Museu da Voz começa as 11h)
Espaço Plínio Marcos - Tenda na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto - Pinheiros.
Informações: Edson Lima – 3739 0208 / 9586 5577 - edsonlima@oautornapraca.com.br  
Realização: Edson Lima e AAPBC – Associação dos Amigos da Praça Benedito Calixto.
Apoio: Gontof Comunicação, Max Design, Jornal da Praça, TV da PRAÇA, Pablo Orazi Webdesign, Restaurante Consulado Mineiro, Cantinho Português e Vozoteca LEK.
 
Sobre Mouzar Benedito, jornalista e geógrafo, é mineiro de Nova Resende. Quinto entre os dez filhos de um barbeiro e uma dona de casa ex-professora rural, nasceu em novembro de 1946. Foi engraxate, aprendiz de barbeiro e seleiro, caixeiro, caculista, técnico em contabilidade, pesquisador de cultura popular, tradutor de teatro e de livros etc. Trabalho ou colaborou com cerca de 30 jornais e trinta revistas. Participou da fundação dos jornais Versus e Em Tempo e colaborou em vários outros jornais alternativos. Tem 18 livros publicados e participou de três coletâneas. Casado com Célia Talavera, sem filhos, vive em São Paulo desde os 16 anos de idade.
Sobre o livro “João do Rio, 45”, romance folhetinesco de Mouzar Benedito, produzido com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo - Proac - Programa de Ação Cultural 2008. Tal qual um quebra-cabeça que se compõe à medida em que suas peças são colocadas, este livro se constrói de pequenas histórias, como bilhetes deixados na geladeira de uma república.  Aqui, vários amigos, tendo Valadares à frente, dividem o mesmo teto, algumas mulheres, problemas e sonhos em comum, formando um rico painel da Vila Madalena e do país nos anos que antecederam à redemocratização. É a época em que surge o PT, presos políticos são libertados, o Brasil joga, mas não ganha no futebol, os hippies envelheceram, mas um pouco de seu ideário resiste nas jovens cabeças revolucionárias. Valadares, jornalista de esquerda, bom bebedor de cachaça e militante por vocação, vive causos inusitados em companhia de seus companheiros e companheiras de militância, mesa de bar e farra. O dia-a-dia de uma típica casa da Vila Madalena vira cenário para situações burlescas neste folhetim bem humorado de Mouzar Benedito, autor que domina como poucos a arte de contar histórias curtas. Em João do Rio,45, essas histórias ganham vida pela narrativa de uma personagem inusitada: a própria casa, cujas paredes teimam em ouvir tudo o que fala e se cochicha. E ela tem cada história para contar...

Sobre Ohi – www.ohi.com.br - José Luiz Ohi é cartunista e ilustrador, começou na Revista Placar em meados da década de 70. Nestes tempos colaborou com vários jornais alternativos da época, entre eles o Movimento. Depois, na década seguinte passou a trabalhar com a equipe do Núcleo de Educação Popular 13 de Maio, colaborando com as antigas oposições sindicais e organizações populares. Mais recentemente ajudou a fundar a SOSACI (www.sosaci.org), Sociedade dos Observadores de Sacis. Uma ONC (Organização Não Capitalista), com o objetivo de resgatar alguns aspectos da cultura popular que estavam “esquecidos”, como a mitologia brasílica, por exemplo. Por conta destas atividades publicou dois livros: O Anuário do Saci (Editora Publisher), e Saci, o guardião da floresta (Editora Salesianas). E agora, acaba de lançar o livro “Roendo o osso. As máximas (e mínimas) do cachorrinho.” Uma coletânea de cartuns com o personagem do jornal Brasil Agora que circulou pelos anos 90. Os três livros em colaboração com o escritor e jornalista Mouzar Benedito. Atualmente colabora com as revistas Fórum, Revista do Brasil e A Rede.

Sobre Kobra: www.eduardokobra.com - É um expoente da neo-vanguarda paulista. Seu talento brota por volta de 1987, no bairro do Campo Limpo com o pixo e o graffiti, caros ao movimento Hip Hop, e se espalha pela cidade. Com os desdobramentos, que a arte urbana ganhou em São Paulo, ele derivou – com o Studio Kobra, criado nos anos 90 - para um muralismo original - inspirado em muitos artistas, especialmente os pintores mexicanos - beneficiando-se das características de artista experimentador, bom desenhista e hábil pintor realista. Suas criações são ricas em detalhes, que mesclam realidade e um certo “transformismo” grafiteiro. Kobra é autor do projeto “Muro das Memórias”, que busca transformar a paisagem urbana através da arte e resgatar a memória da cidade. Desde 2006 já foram entregues 19 murais, em avenidas e ruas de São Paulo, como a Paulista, a Morumbi, a Sumaré, a Belmiro Braga, Helio Pelegrino, Rangel Pestana e a Henrique Schaumann. Em janeiro de 2009, entregou para o aniversário de São Paulo um mural de 1000 metros quadrados na Av. 23 de Maio, que mostra cenas da década de 20. Paralelamente, Kobra desenvolve sua produção pessoal, que passa pela pesquisa de materiais reciclados e novas tecnologias, como a pintura em 3D sobre pavimentos (desenvolvida por nomes internacionais, como Julian Beever e Kurt Wenner), além de reciclar, recriar momentos e formatos das histórias da Arte e das cidades. Além do projeto “Muro das Memórias” e de vários outros grafites feitos em espaços da Cidade, Kobra já trabalhou para empresas como Playcenter, Beto Carrero World, Coca-Cola, Nestlé, Chevrolet, Ford, Roche, Johnnie Walker, Iodice e Carmim; e para as agências The Marketing Store, Diageo, Agnelo Pacheco, além de ter trabalhado com o arquiteto Sig Bergamin para a Lê Lis Blanc. Em alguns trabalhos conta com a parceria do arquiteto, urbanista e especialista em arte pública Márcio Rodrigues Luiz. Fundou em 95, o Studio Kobra, onde comanda uma equipe especializada em pintura de painéis artísticos. Eduardo Kobra tem sido muito procurado para decorar também para pintar muros e interiores de residências. Recentemente, participou da Casa Cor São Paulo 2009 em dois espaços. Fez na loja do MAM (Museu de Arte Moderna) um painel de 4,5 metros por 15 metros de altura, que ocupou o teto e a parede principal do local. O painel mostrou a fachada do MAM e seus vidros refletindo o Parque Ibirapuera, com suas esculturas, árvores e prédios. Durante a abertura da Casa Cor pintou um mini cooper dentro do espaço do arquiteto Toninho Noronha. Várias residências importantes da cidade trazem obras com a grife de Kobra. Segundo o artista, os temas são variados. Há desde pedidos para que a pintura remeta a uma cena da região de origem do estabelecimento a pedidos para que reproduza cenas do projeto “Muro das Memórias”. Kobra também tem realizado belos trabalhos em bares e restaurantes, como o sofisticado Trindade (onde, a convite do arquiteto Toninho Noronha, mostrou, sob uma lona de caminhão de 96m2 uma cena do bairro Lisboeta, em Portugal); o Bleecker St, onde pintou um mural de 10X4m, que traz uma cena do metrô de Nova York; o restaurante JK (5mX9m), onde há uma cena do Centro de São Paulo, no início do século (Largo do Tesouro, 1910); a tradicionalíssima Confeitaria Vera Cruz, onde pintou uma cena do Largo São Bento na década de 20; o Empório Santa Maria, na avenida Cidade Jardim, onde fez dois belos trabalhos: um no teto da área de presentes e o outro no restaurante japonês do local e a “Casa do Samba”, na Vila Olímpia, onde mostrou no Interior uma cena da Rocinha e, na fachada, caricaturas de sambistas famosos. Em outubro de 2008, fez na galeria Michelangelo, em São Paulo, a elogiada exposição “Lei da Cidade que Pinta”, onde placas, outdoors, luminosos e outros materiais de comunicação visual retirados pelos fiscais e funcionários da Prefeitura ressurgiram como suporte para as obras de arte. Em julho deste ano fez, também em São Paulo, na galeria Pró Arte, a exposição “Visitas”, sucesso de crítica e público. Em julho e agosto realizou algumas intervenções em 3D com o artista plástico Romero Brito, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Entusiasmado com o trabalho de Kobra, Brito anunciou para a imprensa que pretende levar Kobra para expor na Europa. O artista planeja agora uma viagem para Brasília, para preparar uma homenagem aos 50 anos da capital do País, além de realizar uma série de outras intervenções no Rio de Janeiro. Em novembro deste ano Kobra fará uma exposição na Galeria Romero Brito, em São Paulo e em dezembro participará com uma tela de uma exposição de artistas brasileiros no Museu do Louvre, em Paris. (Airton Gontow – Ass. Imprensa).

Sobre O Museu da Voz - é uma das barracas pioneiras da Feira de Artesanato, Lazer e Cultura da Praça Benedito Calixto, realizada, aos sábados. Foi inaugurada em junho de 1989, pelo administrador de empresas Jorge Narciso Caleiro Filho e o jornalista Luiz Ernesto Kawall. O Museu da Voz é especializado em Música Popular Brasileira e vozes célebres de personalidades. Paralelamente o Luiz Ernesto Kawall constituiu a Vozoteca Lek. No acervo com mais de 4.000 vozes, encontra-se depoimentos do pai da aviação Santos Dumont, do ex-presidente Juscelino Kubitschek, a poetisa Cora Coralina, o interntor americano Thoas Edison, a primeira-ministra indiana Indira Gandhi e uma pérola: a Atriz Marlene Dietricha cantando Luar do Sertão em Português, numa gravação de 1946, no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro. A Vozoteca LEK pode ser visitada, mas é necessário agendar pelo Tel. 3062 0015, com o próprio Kawall. Saiba mais e ouça algumas das raridades.


Trecho de uma Crônica de Carlito Maia sobre a inauguração do Museu da Voz, publicada na imprensa em junho de 1989 e no livro “Vale o Escrito”, que reúne crônicas e histórias de Carlito:
 (...) Viva o Júlio (Júlio Amaral de Oliveira, o Julinho Boas-maneiras), com quem estive domingo passado, quando foi inaugurado o Museu da Voz (barraca 63 da Feira da Benedito Calixto). Parecia mais moço do que eu, além de muito mais elegante e charmoso. Lá estava também o maior craque de todos os tempos, isto é, dos tempos em que havia futebol, Leônidas da Silva, o “Diamante Negro”. “Léo, meu ídolo, está enxutésimo, que inveja” Outra presença: padre Godinho, em ótima forma. E até o veterano repórter de tevê, “Tico-Tico”. Coroa tinindo nos cascos. Não envelhecem, continuam meninos. Mas eu voltarei a falar aqui do Museu da Voz, bela iniciativa do Luiz Ernesto Kawall, escoteiro sempre alerta, e do Jorge Narciso Caleiro Filho. Pinheiros é um bairro inteligente. (...)

Do fundo do baú: Ilustração automobile


(Clique na imagem para ampliar e ver melhor)

Mais um brinde: Um cartum de João Zero

Dica do Gerdal: Show de humor com Cévio Cordeiro nesta quarta-feira no Leblon


Do amigo publicitário e letrista Marco Versiani - parceiro de Lisa Ono, Maurício Einhorn, Dom Salvador e Helvius Vilela -, repasso o recado abaixo, nos anexos, com o serviço e a apresentação do show de humor "Riso, Só Riso", com Cévio Cordeiro (foto acima). Dono de voz marcante no nosso universo midiático, atuando, por exemplo, como ator e locutor noticiarista - em lado mais sóbrio da carreira -, o experiente Cévio é ainda uma figura muito engraçada, de cujo aguçado poder de observação sempre surgem piadas, ditos e casos chistosos e, em particular, a criação de tipos, inspirada na vitrine multifária do cotidiano. 
       "Riso, Só Riso" será apresentado hoje, 23 de setembro, às 21h, no Panorama Restaurante Piano-Bar, situado na Rua João Lira, 95 - 19 andar, no Leblon. Vale a pena conferir. Fígado desopilado numa boa.
 

22.9.09

O genial Lula Palomanes no ViaPolítica


Está aí no site ViaPolítica http://www.viapolitica.com.br/principal.php editado pelo meu amigo Omar L. de Barros Filho, uma matéria feita por este blogueiro que vos fala, sobre o extraordinário artista que é Lula Palomanes. Cliquem aí no link , visitem o ViaPolítica e vejam uma pequena amostra desse monstruoso talento que é o Lula.

Emiliano Castro em dose dupla nesta terça em Sampa



Recebi por e-mail o seguinte recado do meu amigo Emiliano Castro:

"Coisa de que tenho orgulho é ser amigo e parceiro de meus mestres!!!

Hoje, 3a feira, tem dose dupla
Renato Consorte (12:00) e Paulinho Lêmos, de Barcelona e do Rio (21h)

E 4a feira a honra é ser convidado do Dr. Morris e os Vivos para celebrar ao vivo minha participação no seu disco "5".
Será a 4a das 5 quartas feiras de lançamento em setembro
."

Dica do Gerdal : A flauta encantada de Odette Ernest Dias é destaque nesta terça no Jardim Botânico


Da Fina Flor, do talentoso músico, compositor e arranjador Ruy Quaresma, repasso o "flyer" acima, sobre apresentação de Odette Ernest Dias nesta terça-feira, 22 de setembro, às 20h30, no Espaço Tom Jobim, no interior do Jardim Botânico. O próprio Ruy, com o seu violão camarada - e competente -, acompanhará, na parte inicial do programa, essa parisiense admirável que, formada na sua cidade no Conservatoire National Supérieur, chegou ao Rio de Janeiro em 1952, aos 23 anos, atendendo a convite do maestro Eleazar de Carvalho para integrar a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). Motivador do documentário "A Vida na Flauta", de Sérgio Bloch, o sopro de Odette sempre transitou com igual desenvoltura pelas searas erudita e popular da música, razão por que, ainda nos anos 50 e 60, também participaria de orquestras de rádio, como a Tupi, Mayrink Veiga e Nacional, além da orquestra da TV Globo. Foi professora do Conservatório Brasileiro de Música e dos Seminários da Pró-Arte, antes residindo por vinte anos consecutivos, a partir de 1974, em Brasília, em cujo apartamento fez-se embrionário o Clube do Choro, já que era um imóvel semanalmente visitado - até o ponto máximo da acomodação - por músicos (até mesmo famosos, como o cavaquinhista Waldir Azevedo e o citarista Avena de Castro) e amigos em número crescente nos saraus realizados.
         Por causa do seu interesse na formação da música brasileira, tem realizado pesquisas de que já resultaram artigos, livros publicados ("Mateus-André Reichert: Um Flautista na Corte do Rio de Janeiro", pela Editora Universidade de Brasília/CNPq) e discos gravados ("A História da Flauta Brasileira", de 1981, e "Modinhas sem Palavras", de 1987, por exemplo). Em fevereiro deste ano, esteve presente com a sua flauta, na capital federal, a uma homenagem a Villa-Lobos, morto há 50 anos, quando também foram lembrados e celebrados os seus 80 anos então completados. No palco do Teatro Caixa Cultural, ela e os filhos "au grand complet" - ou quase, pois Irene é tradutora. Os demais, destacados músicos, estavam lá: as flautistas Andrea, Cláudia e Beth Ernest Dias, o violonista Jaime Ernest Dias e o oboísta Carlos Ernest (que já tocou flauta doce no Clube do Choro de Brasília e, em entrevista recente, revelou ter descoberto o prazer de cantar).
         Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 

Mais um brinde: um cartum de João Zero

micro teatro - ato único - Vida e morte


Uma mulher e um homem no palco - luz sobre eles, o resto é penumbra

Mulher - Como chegamos até aqui?

Homem - Pagando impostos, ora! Pelo menos é o que me parece.

Mulher- Estou esperando um filho e já não olho mais para o horizonte, busco sinais dele dentro de mim.

Homem- Eu espero a morte a cada dia que passa, e ela insiste em me deixar na expectativa de que um dia virá quando eu estiver desatento.

Mulher- Engraçado, nós dois esperamos coisas distintas.

Homem- Na verdade, as coisas não são assim. A senhora também espera a morte e desta vez em dose dupla, A sua e a do ser que sente crescer dentro de seu ventre. Ele se desenvolve , independente de sua vontade, Sua vida toda acontece sem que a senhora controle.

Diretor- Este último texto está muito longo, temos que diminuir a fala.

Mulher- Não entendi nada do que o senhor disse!?

Homem- Não é fatalismo, nem pessimismo e sim realismo. O fatalista diria que a morte é inevitável e acontecerá mais cedo do que se pensa. O pessimista dirá que inútil pensar essas coisas, pois já estamos mortos. O realista espera a morte para um jogo, como num filme sueco.

Diretor- Outra vez o texto ficou muito longo. O público espera algo mais fácil de compreender.

Mulher- Eu sempre espero a vida, eu sinto a vida dentro de mim, é só disso que quero falar.

Diretor- Isto é que esperamos que se diga. Uma fala direta!

Homem- É próprio da mulher estar mais próxima da vida, pois ela gera a vida.

Mulher- O senhor quer dizer que os assuntos da morte dizem respeito mais aos homens?

Homem- Não sei o que dizer, eu não sinto a morte dentro de mim, mas como algo que virá, nem sinto a vida, olho em volta e vejo só concreto e credores. Tenho necessidades, Preciso me alimentar, dormir, trabalhar horas em algo que perderá valor em breve. Signos da morte, por todos os lados.

Diretor- Novamente estamos com um texto longo demais para compreensão do público. O autor terá que sintetizar estas falas...

Mulher- O senhor me assusta. Que mundo espera pelo meu filho?

Homem- Sinto dizer que é um mundo onde o texto tem que ser curto e grosso.

(Aplausos do Diretor no final - o autor na platéia amassa o texto e joga no chão de forma excessivamente dramática)

21.9.09

Dica do Gerdal : O baterista Luisinho Sobral toca e chama os amigos pra tocar e curtir bons momentos toda segunda na AABB Tijuca (grátis

Juntamente com um querido amigo - o bandolinista, guitarrista e compositor Ricardo Calafate, pessoa de dulcíssimo trato -, entre outros, Luisinho Sobral fez parte, como percussionista, do Rio Antigo, revelação do II Festival Nacional do Choro, realizado em 1978 pela TV Bandeirantes (outros tempos, hein, ainda escrupulosamente qualitativos na nossa tevê aberta). O conjunto acompanhou simplesmente o notável e inovador clarinetista Sebastião de Barros, o K-Ximbinho, vencedor dessa disputa musical com o seu "Manda Brasa". Pouco depois, como baterista, Luisinho logo se tornaria um profissional  bastante requisitado, atuando em diversas casas noturnas do Rio de Janeiro e, na área instrumental, em shows e discos, tocando, por exemplo, com os pianistas Tomás Improta e Osmar Milito, os guitarristas Cecelo Frony e Ademir Cândido (atuante na Suíça por alguns anos) e o saxofonista Quito Pedrosa. Fazendo parte de bandas, acompanharia vozes femininas de destaque, como as de Sueli Costa, Marianna Leporace (Projeto Pixinguinha), Marisa Gata Mansa, Tânia Alves, Sanny Alves e Denise Pinaud, esta uma grande cantora niteroiense que, por quase 20 anos, residiu em Friburgo, onde apresentou em rádio local importantes programas de divulgação de boa MPB. Também no disco, uma outra voz feminina de expressão, potiguar como K-Ximbinho, a qual não pode passar em branco: Jarlene Maria, cantora, poetisa, letrista e acordeonista Entre 1991 e 1995, Luisinho viveu em Portugal - trabalhando com o grupo guineense Issabary - e na França, em casas noturnas de Paris e da Côte D`Azur. Mais recentemente, em 2006, tocou no quarteto da peça "Rádio Nacional - As Ondas Que Conquistaram o Brasil" (escrita por Fátima Valença, com roteiro musical de João Máximo e direção musical de Helvius Vilela) e, no ano passado e neste ano, em shows da impressionante cantora Fátima Gaspar, outra das revelações de "A Grande Chance", programa de Flávio Cavalcanti. Abaixo, o recado do próprio Luisinho Sobral, com quem tive a satisfação de conversar há alguns sábados, numa noite de festa em Santa Teresa, comemorativa do "niver" do amigo comum Ricardo Vilas.
        Friso que o anunciado encontro musical na AABB Tijuca já está valendo para esta segunda, 21 de setembro. Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal  
 
 
Convidamos vc para revivermos uma coisa que anda em falta. Um local onde possamos rever amigos, conhecer pessoas, ouvir um som, assistir as canjas de vários artistas, beber algo e conversar muito. Repassem aos amigos.
 
                                                            
  JAAZZ
  & BBOSSA
Tijuca
Encontro Musical
 
Leandro Freixo – teclado
Geferson Horta – baixo
Vitor de Medeiros - sax
Luisinho Sobral – bateria
e  convidados
 
Segundas (exceto feriados)
das 19 às 22h
entrada franca
 
AABB Tijuca
Rua Hadock Lobo, 227 – Tijuca
Tel.: 2569-3222

Mais um Haikai da aventura marítima de Guilherme Mansur

A morte de uma velha senhora


(Hoje é dia da árvore. Aproveito para publicar uma croniqueta que está na gaveta faz algum tempo. É que ela sempre me parecia provocação comparada ao gritante noticiário político policial do Brasil.)
Assisti de camarote a tortura e o assassinato de uma árvore, uma senhora que estava perto dos seus 7o anos. Não fiz nada para impedir a sua destruição. Se fizesse, creio que seria preso ou internado num manicômio. Lembro-me do cineasta Roberto Santos que dirigiu o maravilhoso “A Hora e a Vez de Augusto Matraga” baseado no conto de Guimarães Rosa. Ele, um dia, para evitar a remoção de uma árvore que ficava perto de sua casa, subiu nela e lá ficou em protesto.
Diz aquele ditado popular que todo homem para se sentir realizado deve ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore. Quanto ao assunto filhos, só posso dizer que estou contente com os meus, mas a questão é polêmica. Um personagem de Machado de Assis, parece que, expressando seu pensamento, disse que não deixaria o legado de sua miséria neste mundo. O poetinha Vinicius de Moraes dizia que seria melhor não tê-los, mas se questinonava como sabê-los sem tê-los? Conheço muitos livros péssimos,mas nenhuma árvore má. Apesar dos homens usarem os galhos de algumas para enforcar outros, acusados de serem bandoleiros, ladrões de gado, como nos filmes do velho Oeste. As árvores são sempre benéficas, mesmo quando com suas raízes ameaçam as tubulações de um edifício ou derrubar os muros que o homem constrói, como diz o biólogo Kinsey à sua esposa no filme que leva seu nome, as árvores são sempre felizes com suas raízes firmememente plantadas na terra.
Enquanto viajava nesses pensamentos, os homens do Departamento de Parques e Jardins faziam seu trabalho. Parece que a poderosa árvore a que me referi no começo dessa crônica estava ameaçando os alicerces da casa que um dia foi abandonada por um homem e agora tinha sido comprada por outro, que estava salvando seu capital investido naquela ruína.Não adiantaria argumentar que a casa é só daquele homem e a árvore é de todos, principalmente dos passarinhos que se lamantariam no dia seguinte com seus cantos tristes… Haverá quem diga que isso é coisa de poeta, de desocupado, mas pergunto: o que substituirá aquele espécime único? Ela que todos os dias era, enquanto viveu, a alegria das minhas manhãs com o seu verde esperança. Nos dias de sol de rachar catedrais, amenizava o calor com sua generosa presença e se tornava mais alegre com as centenas de pássaros que nela se abrigavam ou faziam pouso para novos voos, A música que deles vinha emocionaria o mais frio burocrata, garanto!
Acredito que algum dia, com o avanço tecnológico que temos, será possível "remover" árvores - sem abatê-las. Ela está causando problemas aqui, então transfere a árvore para um lugar onde ela continuará a ser útil.

Sei que deveria falar de política, de bandalheira, de desvio, de quebra de decoro. Preferi falar da tristeza imensa que habitou minha paisagem sem ela, a majestosa árvore para a qual, um dia escrevi este modesto adeus.

20.9.09

Até quando?


Até quando o glorioso Botafogo vai ser prejudicado pela arbitragem?
Pênalti não existe mais perto da praia?
Falando nisso, como eu gostaria de saber quem foi o autor desta frase iluminada: "Existem coisas que só acontecem com o Botafogo!"

Dica do Gerdal : O samba plugado de Micheline Cardoso sacode os galhos do arvoredo neste domingo em Vila Isabel


Repasso acima "flyer" do show da cantora e compositora Micheline Cardoso, neste domingo, 20 de setembro, às 19h30, no Bar Plural, situado no bairro de Noel Rosa. É samba como ele exemplarmente fazia, com lastro na tradição, mas temperado com ingredientes conceituais e harmônicos da contemporaneidade. Filha do cantor seresteito Aurélio Linhares e casada com o amigo Luiz Antônio Gomes, tecladista do Banana-mix, Micheline foi criada no conjunto da Ordem dos Músicos do Brasil, em Inhaúma - onde mora o querido Geraldo Barbosa, veterano ritmista, compositor e arregimentador -, e já atuou como "crooner" das orquestras Tamoio, Cuba Libre e do saudoso Cipó. Em síntese, muito suingue na parada deste "samba plugado", que dá título ao mais recente CD que gravou. (Ela agora prepara o quarto da carreira, "Cascadura Samba"). Sob o feitiço, na Vila, de Micheline, os galhos do arvoredo não vão sair da pista, especialmente ao som da sua "Made in Brasil" - detalhe: Brasil com "s". 
         Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 

Cartum - Invadindo o Sistema


(clique na imagem para ampliar e ler melhor os balões do cartum)

19.9.09

Dica do Gerdal : Agenor de Oliveira faz show neste sábado na Lapa - o samba cantado com elegância


Elegante é um adjetivo bem ajustado à persona artística de Agenor de Oliveira. Aliás, elegante ele já o é de maneiras, naturalmente, na interlocução cotidiana, mas, no palco, ao empunhar o violão, tocá-lo e, sobretudo, dirigir o seu recado sincopado à plateia, isso salta aos olhos, o que nos faz pensar em outros intérpretes e/ou compositores com o mesmo traço distintivo na lida e na comunicação do samba, como Mário Reis, Roberto Silva, Fafá Lemos (cuja voz e modo de cantar lembravam bastante o dândi Mário) e Paulinho da Viola. Com esse portelense, Agenor pôde, ainda garoto, jogar bola na mesma Rua Anália Franco onde nasceu - ao lado da quadra da União de Jacarepaguá - e, muitos anos antes de ambos se lançarem nas águas da conquista de merecido reconhecimento na MPB, o próprio Agenor e Guinga foram colegas de mesma classe no primário. Agenor é um canhoto tornado ambidestro por causa do violão (para destro) que, aos 10 anos, ganhou do pai (o qual não quis fazer nenhuma adaptação no instrumento para lhe facilitar a vida, dizendo para ele "se virar") e, com carreira iniciada em 1983 (com o elepê "Cabeças", produzido por Moacyr Luz), fez, em 1997, um grande disco dedicado a Noel Rosa em que essa elegância de interpretação está realçada - como é bom ouvi-lo, por exemplo, cantar "Com Que Roupa?". Dele, posteriormente, outros dois ótimos CDs - "Bafafá" (2003) e "É Banto" (2006) - viriam, nos quais, sozinho ou com parceiros variados, como Nelson Sargento, Wanderley Monteiro e Zé Luiz do Império, mostrou-se outra vez como o compositor interessante e ainda elegante que é, "um artista educado a biscoito fino", como escreveu o notável produtor pernambucano Túlio Feliciano.
       Neste sábado, 19 de setembro, Agenor de Oliveira se apresenta, às 21h, no Café Cultural Casa de Jorge (Rua do Resende, 26 - Lapa). Ele, por inteiro, com a sua voz e o seu violão, nas regras da arte ("flyer" abaixo).
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.
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Errata: graças a dois amigos ilustres na MPB, que também são respeitáveis pesquisadores e intervieram a tempo por e-mails-resposta, pude evitar que um grande número de pessoas recebesse uma informação equivocada que escrevi na dica sobre o show do Samba Urbano inspirado em Donga (Ernesto dos Santos). No entanto, àqueles que a receberam inicialmente, além das minhas desculpas pela cincada, devo informar que o nome da primeira mulher do histórico compositor é Zaíra de Oliveira, cantora lírica, e não Zaíra Cavalcanti, atriz do teatro de revista, como escrevi, com base, nesse particular, em sites especializados, como Ao Chiado Brasileiro e Brasil Raiz. A esses amigos, renovo o meu agradecimento pelas luzes oportunas do esclarecimento e à professora Lygia Santos, filha de Donga, a qual há pouco tempo encontrei num domingo de festa na Gamboa, os meus respeitos e as minhas escusas.

Haikai do observatório marítimo de Guilherme Mansur

Mais um brinde: um cartum de João Zero

Micro teatro - único ato

Uma mulher e um homem no palco - luz sobre eles, o resto é penumbra

Mulher - Como chegamos até aqui?

Homem - Pagando impostos, ora! Pelo menos é o que me parece.

Mulher- Imposturas, isto sim! Sabia que um bilhão de seres humanos passam fome?

Homem - Não seria um bilhão de pessoas passa fome? Quanto a mim, eu estou de dieta. Tem certeza de que esse pessoal não está fazendo regime?

Mulher- Já pensou que sua pergunta é idiota? Você deveria perguntar que regime é este que faz um bilhão de pessoas passar fome.

Homem- Desculpe, é que hoje estou de bom humor- vi um suicida estirado na calçada. Se atirou de um prédio. Aparentava ter uns 30 anos.

Mulher- O senhor fica de bom humor depois de ver uma coisa dessas? Que tipo homem é o senhor?

Homem- Do tipo que não se atirou do prédio.

Mulher- Como chegamos até aqui?

Homem- Pagando impostos, já disse!

Mulher - Eu..............................................
(De repente o som altíssimo de uma música cobre a voz da mulher que simula continuar a falar e o homem responder)
(Desce lentamente o pano)

18.9.09

Minha vizinha chavista detona "Viver a Vida"


Ela não aguentou dois capítulos e ligou lá do spa onde está internada para se recuperar do bombardeio da mídia. Não lê mais jornais, evita o noticiário televisivo. Segundo ela, cansou de ficção barata e por isso se refugia nas novelas, mas pelo que parece não gostou da nova obra do Manoel Carlos.
- Olha aqui meu filho,bote lá no seu "grogue" que essa novela nem parece novela.Tá faltando aquela "pegada", entende? Ela tenta ser realista e fica no meio termo, soa falsa como uma garrafa de uísque do Paraguai. Tá muito cheia de pose. Numa coisa o Maneco acertou no alvo: pobre gosta de assistir a vida dos ricos, e pobre só aparece como problemático- ou é drogado ou é invejoso, cara ruim, inocente inútil, ou tá metido em encrenca, das brabas.
Pra mim, quem vai dominar essa novela vai ser a filha barraqueira do Zé Mayer. Essa menina, a Alinne Moraes é fogo! Além disso o personagem que deram pra ela é um presente embrulhado em papel cor de rosa com fita verde...dá até para ouvir o sininho da carroça do papai Noel. Aquilo é carroça né?Puxada por um bando de bambis?! Tlim tlim tlim...
O resto do elenco é razoável, mas fica no meio de papos bobos, travam diálogos que me parecem frouxos, frívolos. Onde já se viu uma médica que falta no hospital porque está com dor de cabeça! Onde meu filho????E aqueles gêmeos, clones do falecido Bôscoli? Um , com aquelas gracinhas fora de hora e o outro sisudo, moço bem comportado e ressentido . Será que o ator está ganhando dois salários. Será que a ótima Bárbara Paz, que enche a cara em todos os capítulos acha que os dois são um só e ela que tá vendo coisas? Se essa vai ser uma novela de superação, acho que a gente é que vai pagar o "parto", a gente é que vai ter que superar a fragilidade dessa história. O pior é que no spa só servem suco de maracujá!

***
Desligou novamente na minha cara. Nem deu tempo de eu tentar defender a novela. Dizer que temos que dar um tempo a ela. Que ela é a modernidade vista do Leblon, mas é modernidade, poxa! Mas tenho que confessar que senti no meio dessa novela uma tremenda saudade da família do Opash Ananda. De repente o Rajastão ficou tão perto e Búzios tão longe...

17.9.09

Aviso aos Navegantes _ Cancelamento de Palestra do "Pensar a Imprensa"


Caros amigos navegantes
Por motivo de força maior, a palestra da professora e pesquisadora Ana Paula Goulart, Comunicação e História : aproximações teóricas e metodológicas, do dia 18 de setembro, sexta-feira foi cancelada.
Esta Palestra faria parte da série de Debates com o título "Pensar a Imprensa"

Dica do Gerdal: "Olha esse ponteado, Samba Urbano!" - conjunto presta tributo a Donga, nesta quinta, na Lapa


Para o jornalista Ilmar Carvalho, "Pelo Telefone" "caracterizou a transição entre o maxixe cantado e o samba-canção". Estávamos em 1917, quando esse samba oficialmente inaugural no registro fonográfico daria a Ernesto dos Santos, o Donga, notoriedade como figura histórica e até mesmo de status "etimológico" como um dos nomes de estudo e audição "sine qua non" para a compreensão do samba na sua origem e evolução. Não apenas nisso, no entanto, reside a importância desse carioca (filho de um pedreiro bombardinista e de umas das famosas "tias" baianas da Cidade Nova - Tia Amélia, festeira, mãe-de-santo e cantadeira de modinhas), o qual ainda fez fama como violonista - ex-aluno de Quincas Laranjeiras - e ritmista. Dotado de pulso firme e voz de comando, dirigiu conjuntos de que participou e articulou, em 1919, a formação dos Oito Batutas, em que atuou ao lado de Pixinguinha e João da Baiana. Três anos depois, eram conhecidos como Les Batutas, no país de Molière, para onde Donga voltaria, em 1926, apresentando-se com a companhia francesa Ba-ta-clan como integrante do grupo Carlito Jazz, logo após exibições dela no Rio de Janeiro. Em 1940, já de retorno à antiga capital federal, gravou sambas, lundus e toadas de sua autoria, a bordo do navio Uruguai, para o disco "Native Brazilian Music", organizado por dois maestros, Heitor Villa-Lobos e Leopold Stokowski, e lançado nos EUA pela Columbia.    
       "Olha esse ponteado, Donga!", exclamava o cantor Almirante para incentivar o violonista solista do grupo Velha Guarda, que, como os Diabos do Céu, também com Donga, constituíram-se por estalo de Pixinguinha para participar de gravações em estúdio. Da união conjugal de Donga com uma atriz e cantora lírica gaúcha, Zaira Cavalcanti, com quem viveu até 1951, nasceu a professora e museóloga Lígia Santos, componente há muitos carnavais do júri do Estandarte de Ouro, do jornal "O Globo", e, com outra cantora, a mendense Vó Maria, de 98 anos e de quem é neta a jornalista Zilmar Basílio, Donga, falecido em 1974, encontrou a parceira final, dos seus últimos 15 anos de vida. Em 1975, pela gravadora do também finado publicitário Marcus Pereira, fez-se o único disco só com suas músicas, como o calango "Patrão, Prenda Seu Gado", em parceria com Pixinguinha e João da Baiana, e a embolada "Bambo de Bambu", em parceria com Patrício Teixeira, além de trecho de depoimento aos pósteros no Museu da Imagem e do Som (MIS), em 1969.
       Nesta quinta, 17 de setembro, em intenção desse pioneiro da MPB, a rapaziada competente do Samba Urbano faz o show "No Tempo de Donga", no Balneário da Lapa (Rua Mem de Sá, 63), às 20h30, com nomes de relevo no mundo do samba marcando presença ("flyer" acima). Daniel Aranha (violão e bandolim), Felipe dos Santos (percussão), Marcelle Motta (voz)  e Rafael de Moraes (voz e cavaquinho) são os integrantes do conjunto.
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 ***
 A tempo: pelo YouTube, duas imagens interessantes: 1) Donga e Chico Buarque, juntos, em 1966, no programa de Hebe Camargo, na TV Record, cantando "Pelo Telefone". Em volta deles, cantando também, vários sambistas, entre os quais João da Baiana, Risadinha e Joel de Almeida. Donga dança no final (2 min); 2) Uma ainda iniciante Leci Brandão, no programa "Ensaio", cantando, de sua autoria, "Pensando em Donga", um bonito e sensível samba em tom menor no qual, sem citar o homenageado uma única vez, faz dele uma referência (sugerida pelo título da composição) de um tempo de calor humano, alegria e música - vida, em síntese - inexistente no lamento da letra descritiva do cenário desolador que canta (4 min 37 seg).

Do fundo do baú - Ilustação sobre relações reais perigosas


Na verdade esta é uma ilustração onde falta compor a cena numa sequência quase de quadrinhos -
1- os jovens da família real se beijam
2- vão para o meio do arbusto
3- ficam nús atrás da árvore e os paparazzi no lance
A coroa fica no meio de tudo isso, numa proporção menor, é claro.
(Clique em cima da imagem para ampliar e ver melhor)

Um brinde- mais um cartum de João Zero : "Busto"