30.9.10

Ney Conceição toca no Lapinha nesta quinta e apresenta o seu mais recente CD, "Swingado"


Este é meu vizinho de bairro, em Laranjeiras - mora em prédio praticamente em frente ao meu -, e com ele conversei longamente, há três semanas, na pracinha da General Glicério, em encontro casual, quando soube da apresentação de hoje: Ney Conceição (foto acima). Contrabaixista de vulto na atual cena instrumental do país, faz show neste 30 de setembro no Lapinha (Av. Mem de Sá, 82 - sobrado - Lapa - tel.: 2507-3435), a partir das 21h30, motivado pelo recente lançamento de mais um CD autoral na carreira, "Swingado", já ouvido e aplaudido por conterrâneos seus de Belém do Pará, onde nasceu, e de Santarém, berço de Sebastião Tapajós, violonista com quem já participou da gravação de vários discos e viajou com frequência para se apresentar no exterior. Em conjunto com o autodidata Ney - que há anos acompanha João Bosco -, tocam, logo mais, outros grandes nomes, como o pianista Hamleto Stamato, o saxofonista Zé Canuto e o menos conhecido, porém firme baterista, Lúcio Vieira, reforçados por aquela batida "na moral" - e sorriso de orelha a orelha - do tarimbado percussionista Robertinho Silva. Com este, em 2000, Ney lançou um ótimo CD, "Jaquedu". Mais recentemente, ao lado de Nelson Faria, à guitarra, e Kiko Freitas, à bateria, Ney formou o Nosso Trio, muito apreciado na Europa, aonde já se dirigiu para dez turnês, e de ótimo CD já lançado, "Vento Bravo".
      ***l 
 
Pós-escrito: nos "links" abaixo, Ney ataca de João Donato: no primeiro, com Arimateia (sopro) e Kiko Freitas (bateria), toca "A Rã", que recebeu letra de Caetano Veloso - antes era "O Sapo" ("The Toad"), quando apenas instrumental, gravada, em 1968, por Sérgio Mendes e seu conjunto; no segundo e no terceiro, com outro excelente contrabaixista, o cearense Jorge Helder, toca "Bananeira" e "Café com Pão, que foram letradas, respectivamente, por Gilberto Gil e Lysias Ênio (irmão de Donato).      
 
 
         http://www.youtube.com/watch?v=9UwaGrcOfoo 
 
         http://www.youtube.com/watch?v=Qqm_NafH3PE
 
         http://www.youtube.com/watch?v=6dgpVQn6Azg      

Thelonious Monk - Round About Midnight


Não tenho nem o que dizer. É apertar o "play" e ver e ouvir pra crer que Deus existe, toca piano e usa um gorrinho.

Joel e o apito


Tá difícil, caro Joel, tá difícil! Também, com um apito desse tamanho! Só fazendo mágica.
Quando a diretoria do Botafogo vai resolver reclamar?
NR: Recado pro Caio: - Você é bom de bola, mas de vez em quando olhe pro lado, garoto!
NR: Recado pro Loco Abreu: - Parabéns, você está mostrando pra todo mundo que é um craque.

29.9.10

Denilson Santos pega estrada bem sinalizada na MPB e ganha o mundo do disco com lançamento, nesta quarta, na Sala Funarte


Denilson Santos pega estrada bem sinalizada na MPB e ganha o mundo do disco com lançamento, nesta quarta, na Sala Funarte
"O carioca Denilson Santos, cantor, compositor e violonista, tem uma das vozes mais interessantes e bonitas da nova cena musical. O timbre é aveludado e envolvente, valorizado pela competência do artista em colocar, no momento certo, doses de peso ou delicadeza,,, Ele tem personalidade musical, o que é provado também pelo fato de as releituras (como "Teia de Renda", de Túlio Mourão e Mílton Nascimento) não remeterem em nada aos registros originais. Grande artista que vale a pena."  De Sampa, bem melhor do que eu poderia expressar - e insuspeito -, Toninho Spessoto, em seu blogue sobre música popular, é taxativo quanto à alta qualidade do canto do querido amigo Denilson Santos, também integrante do grupo vocal Réus Confessos, um artista que, enfim, após prolongada expectativa, lança o seu primeiro CD, "Do Mundo", pelo selo independente Mills Records e com arranjos de Willians Pereira, que partiu "fora do combinado" (como diria Rolando Boldrin). Denilson, cujo nome artístico adotado faz lembrar o de um cantor veterano, também carioca, Venilton Santos - de grande presença no rádio e em comédias musicais dos anos 50 -, mostra cabalmente, a meu juízo, nos "links" abaixo, o porquê do acerto da consideração acima do lúcido jornalista paulistano. "Do Mundo" cai na estrada da MPB bem destinado, feito com sustança e cuidado de produção.
         Primeiramente, no cativante vídeo-release de Denilson, uma grande interpretação dele para o lindo baião "Pelo Ar', que compôs com a talentosa Luhli - a mesma da bem conhecida dupla com Lucina nos anos 70 -, os quais, conjuntamente, cantam outros rebentos da parceria comum, os choros "Bate na Madeira" e "E Tome Chuva" ("links" 2 e 3). No último "link", Denilson e o compositor e luthier Tony Pelosi cantam a valsinha "Serena", deste com Nonato Luiz. O show de lançamento de "Do Mundo" ocorrerá nesta quarta-feira, 29 de setembro, às 19h, na Sala Funarte Sidney Miller, pelo projeto Ecos da Cidade ("flyer" acima).
        *** 
         http://www.youtube.com/watch?v=JZc4HBpBTrs&feature=related (vídeo-release)
 
         http://il.youtube.com/watch?v=_eq7WD9XNBE&feature=related ("Bate na Madeira")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=8q-vFxgEJDc&NR=1 ("E Tome Chuva")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=D5oSIoQNimE&feature=related ("Serena")

Billie Holiday and Lester Young: Fine and Mellow


Ela é uma deusa, linda, calma, canta com uma naturalidade, sem forçar, como se estivesse num bate-papo com Lester Young, que ela chamava de Prezz (Presidente - porque nos EUA não poderia ter um Rei, (King). Ele que aparece só um pouquinho, no sapatinho neste vídeo, a chamava de Lady Day - juntos fizeram boa parte da história do Jazz. Mas, quem pode identificar as feras que estão tocando Fine and Mellow com eles?

Flagras literários

28.9.10

Monica Salmaso marca presença, nesta terça, na Gávea, pelo Rio Música InCena- novo tijolinho para uma construção vocal muito bem personalizada na MPB


Sempre que penso em Monica Salmaso, lembro-me do dia em que, estimulado por uma gravação presenteada por um dileto amigo e também aficionado da nossa música popular, o publicitário Felício Torres, pude ouvi-la pela primeira vez. Então desconhecida, talvez ainda integrante da primeira formação do Notícias Dum Brasil - grupo vocal que acompanhou Eduardo Gudin em disco e show -, causou-me forte impressão pelo timbre raro e pela magia da interpretação, com emissão cristalina e envolvente, e percebi que esse amigo, um entusiasta da cantora, não exagerava. Entendo que se trata, de fato, sem favor algum, de uma das maiores revelações do nosso universo fonográfico nos últimos 20 anos, a qual, como já declarou em entrevista, vai "de tijolinho em tijolinho" construindo, paulatinamente, uma sólida casa musical, ou seja, fazendo a carreira com cuidado e consciência e sem açodamento e espalhafato, imprimindo hoje uma reconhecida e muito apreciada marca de qualidade nos seus discos, shows e projetos que abraça. Conquistou com aplauso acalorado de público e crítica, em 1999, o cobiçado Prêmio Visa (Edição Vocal), o que lhe possibiltou gravar, como consequência, um dos seus belos CDs, "Voadeira", e ir tocando em frente até o mais recente "Noites de Gala, Samba na Rua", inteiramente motivado pelo estro de Chico Buarque, sem deixar de citar o "Afrossambas", em duo com o violonista Paulo Bellinati, um excepcional CD sobre os famosos temas compostos por Baden Powell e letrados por Vinicius de Morais.        
       Casada com um brilhante flautista e saxofonista, Teco Cardoso, a paulistana Monica Salmaso participa, nesta terça-feira, 28 de setembro, do Rio Música InCena, às 21h, no Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea - Rua Marquês de São Vicente, 52 -  terceiro andar -, uma empreitada cultural levada a efeito por Cristiana Gurgel e Tereza Quaresma.
Nos "links" abaixo, 1) acompanhada do conjunto Pau Brasil, Monica canta "A Volta do Malandro", de Chico Buarque; 2) com o mesmo excelente conjunto, canta e flauteia em "O Velho Francisco", outra de Chico Buarque; 3) leva na boa o chistoso sincopado de "Cabrochinha", de Maurício Carrilho e Paulo César Pinheiro; 4) lembra "Moro na Roça", de domínio público, gravado com sucesso por Clementina de Jesus e adaptado pelos mangueirenses Xangô e Zagaia.
     *** 
 
         http://www.youtube.com/watch?v=Q6SL47CWIgg&feature=related
 
 
            http://www.youtube.com/watch?v=f679IYc9unw
 
        http://www.youtube.com/watch?v=ORpXvpctInE&feature=related
 
        http://www.youtube.com/watch?v=Bsa08z_-EIg&feature=related

70 anos sem Walter Benjamin


Alguns pensadores nos fazem iluminar a vida, Walter Benjamin um dia falou do anjo do Klee que olha com horror para as ruínas do passado, sem saber que o monstro nazista lá estaria para conduzí-lo para as sombras.Ironias da história.

Dez anos sem Baden


Hoje de manhã que me toquei, estamos 10 anos sem Baden Powell - uma tristeza! E para lembrar dele aqui vai Samba Triste , encantamento que ele levou para os ouvidos privilegiados dos europeus.
Viva Baden Powell!

27.9.10

Flagras literários


(clique na imagem para ampliar e ver melhor)

Charles Mingus - Moanin'


Qualquer dia eu publico aqui uma resenha que fiz da autobiografia do Charles Mingus- "Saindo da Sarjeta"- Esse monstro sagrado da música mundial era uma figuraça.

Programe-se: Positivas, O Filme


Recebi por e-mail de minha jornalista preferida Clarice Tenório, um convite para um filme onde ela trabalhou como assistente de direção.
Segue abaixo o material promocional do documentário, um filme muito importante para a educação da sociedade em geral sobre a questões vitais.
O título do filme é Positivas.
Sinopse:
POSITIVAS é um filme-provocação que tem como principal alvo o estigma em torno da Aids. Ao apresentar experiências de mulheres de “bom comportamento” que contraíram o vírus de seus maridos ou parceiros fixos, o documentário desvenda o véu de silêncio e hipocrisia que assola os laços do matrimônio. Com relatos das próprias mulheres, POSITIVAS aponta os principais fatores responsáveis pela feminização da Aids. Apesar do luto inicial e do preconceito que vem em seguida, elas nos mostram que viver com o HIV não é o fim. Ao contrário, pode significar uma nova chance à vida e à sexualidade.
***
POSITIVAS é um filme que aborda de forma direta e clara os principais fatores da feminização da AIDS no Brasil. FICHA TÉCNICA: Direção e Roteiro:SUSANNA LIRA Produção executiva: LUCIANA FREITAS Direção de Fotografia: PEDRO FAERSTEIN Assistente de direção/Roteiro: SIMONE MELAMED Assistente de direção:CLARICE TENÓRIO Montagem: TIAGO ALMEIDA, TITO GOMES e SUSANNA LIRA Som Direto: BRUNO ARMELIM Loader: VLADIMIR MANCARO Finalização: PAULO DE ANDRADE Produtora: MODO OPERANTE PRODUÇÕES

Para ver um trailer do filme clique no seguinte link http://positivasofilme.blogspot.com/2009/11/positivas-o-trailer_17.html

Oportunidades para ver o filme:
- Dia 30 de setembro, quinta-feira, no Pavilhão do Festival do Rio - 13h -  sessão popular, seguida de debate
Pavilhão do Festival (Centro Cultural da Ação da Cidadania) - Rua Barão de Tefé 75 – Zona Portuária
Votação do público
 
- Dia 1º de outubro, sexta-feira, no Estação Vivo Gávea 3 - 15h40 / 20h
Estação Vivo Gávea 3 – Rua Marquês de São Vicente 52/4º andar - (Shopping da Gávea)
Votação do público

26.9.10

Ainda dá tempo: Rosa Reis canta e encanta neste domingo em Santa Teresa, mostrando o vigor da cultura popular do seu Maranhão (grátis)


  Há muito acompanho com grande interesse a lida musical de Rosa Reis (foto acima), cantora admirável que, na peculiaridade da voz algo metálica e do jeito expansivo de se expressar, revela com graça e consistência o Maranhão natal, rico na tradição rítmica dos seus tambores, o que, a propósito, se reflete, de sobejo, nos CDs que já gravou, como o "Balaio de Rosas", lançado em 2001, com arranjos e direção musical de Jayr Torres, e que, de quando em quando, ouço com prazer renovado. Tivéssemos uma outra orientação quanto à execução musical no país, nos grandes meios de comunicação, com uma programação regida pelo mérito, nacionalmente integrada e regionalmente representativa, além de infensa ao jabá e sensível àquilo que o artista traz em si de mais autêntico - e ainda sem interferência deletéria do marketing -, Rosa Reis, a exemplo da também admirável paraense Andreia Pinheiro, entre outros valores espalhados por aí, seria naturalmente cartaz de massa do Oiapoque ao Chuí. No entanto, embora haja aquela velha e bem conhecida dissociação, como no clássico literário de Orígenes Lessa, entre o feijão e o sonho, o obtido e o almejado, é animador saber que Rosa Reis, neste domingo, 26 de setembro, às 17h, com entrada franca, no show "Sarau de Bailados", no Centro Cultural Casa do Barão (Rua Paschoal Carlos Magno, 73 - ao lado do Bar do Mineiro), em Santa Teresa, canta e encanta em um fim de tarde acalorado com o vigor percussivo da cultura popular maranhense, característica que logo se salienta no seu trabalho. Ela certamente mostrará músicas do mais recente "Brincos", disco de carreira lançado no ano passado. Nele, reuniu pérolas garimpadas do cancioneiro do seu Estado e de conterrâneos de referência, como Chico Maranhão, Josias Sobrinho e Ubiratan Souza - deste, um defensor sincero e firme da nossa cultura popular, gravando a bela "Tempo Certo" (parceria com Souza Neto), que o próprio, acompanhado do grupo Casinha da Roça, cantou com ardor, em 1985, quando concorreu com essa música no Festival dos Festivais, da TV Globo.
        Nos "links" abaixo, além do MySpace de Rosa Reis, 1) ela, em cena do documentário "Essa É a Minha Cultura", falando um pouco sobre a sua carreira, com destaque para a importante Laborarte, em São Luís, da qual é coordenadora geral, uma instituição pela preservação da cultura popular do seu estado; 2 e 3) exercita-se no maracatu e canta "A Ema Gemeu", da qual um dos autores é outro ilustre conterrâneo, João do Vale.   
        *** 

       http://www.youtube.com/watch?v=rLnwCzsA3bc
 
       http://www.youtube.com/watch?v=dtnnOPqftnA&feature=related  
 
       http://www.youtube.com/watch?v=vh6v1xBO2SE&feature=related  
 
       http://www.myspace.com/rosareis

Flagras literários


(Clique na imagem para ampliar e ver melhor)

Grand Funk Railroad - uma verdadeira banda americana


Este concerto de 1971 teve por palco o Shea Stadium que, ao que parece ficou abalado nas suas estruturas devido ao comportamento "sacudido" da platéia nessa apresentação histórica, cheia de energia do Grand Funk Railroad -( que no vídeo, com sua formação original - Mark Farner, Dom Brewer e Mel Schacher canta I'm Your Captain)- uma verdadeira banda americana que surgiu com suas letras contestadoras( neste vídeo enquanto ele canta "Im getting closer to my home ..." um pessoal levanta os punhos cerrados- numa saudação revolucionária) e um rock pesado, numa época difícil, - mais especificamente no vácuo musical que os Beatles deixaram, com guerra do Vietnam rolando a todo vapor e o baixo astral que invadiu as praias americanas depois do sonho de Woodstock- quando rolou o pesadelo do Festival de Altamont. É bom que se relembrar que neste Festival (do qual participaram as bandas Grand Funk, Jefferson Airplane e outras) a entrada era grátis , o terreno pequeno e a segurança foi feita simplesmente pelos gentís"Hells Angels": um coquetel explosivo que deu um fim na ideologia do "paz e amor", e culminou no assassinato de um homem durante famosa passagem dos Rolling Stones, quando a banda tocava a música "Sympathy For The Devil". Isso tudo está bem documentado no filme "Gimme Shelter" de Albert Maysles, David Maysles e Charlotte Zwerin.
O interessante é que o Grand Funk teve um sucesso tremendo nos anos 70 , ao mesmo tempo em que sofria uma crítica implacável por parte da imprensa especializada, mas foi tocando a locomotiva por aqueles trilhos tortos e o curioso é que com o passar dos anos, foi saindo de fininho fora dos holofotes da grande mídia . Eu até pensei com meus botões que eles tinham acabado. Saí à cata de algum lembrança fonográfica deles e, para minha surpresa, encontrei os principais CDs deles relançados numa caixa impecável na Saraiva já faz um tempo. E mais, me inteirei pela internet, que eles continuam on the road, fazendo barulho para botar qualquer Parque dos Dinossauros em polvorosa. Uma outra curiosidade, eles são de Flint,(Estado de Michigan) cidade onde nasceu o polêmico documentarista Michael Moore que chegou até a fazer um curta sobre o rock desse trio fantástico.
Aqui em baixo vai a letra de I'm Your Captain: (Aumenta que isso aí é roquenrol!)
Everybody, listen to me,
And return me, my ship.
Im your captain, Im your captain,
Although Im feeling mighty sick.

Ive been lost now, days uncounted,
And its months since Ive seen home.
Can you hear me, can you hear me,
Or am I all alone.

If you return me, to my home port,
I will kiss you mother earth.
Take me back now, take me back now,
To the port of my birth.

Am I in my cabin dreaming, or are you really scheming,
To take my ship away from me?

Youd better think about it, I just cant live without it.
So, please dont take my ship from me.
Yeah, yeah, yeah ...

I can feel the hand, of a stranger,
And its tightening, around my throat.
Heaven help me, heaven help me,
Take this stranger from my boat.

Im your captain, Im your captain,
Although Im feeling mighty sick.
Everybody, listen to me,
And return me, my ship.

Im your captain, yeah, yeah, yeah, yeah.
Im your captain, yeah, yeah, yeah, yeah.
Im your captain, yeah, yeah, yeah, yeah.
Im your captain, yeah, yeah, yeah, yeah.

Im getting closer to my home ...
Im getting closer to my home ...
Im getting closer to my home ...
Im getting closer to my home ...
Ohhhh ...

Im getting closer to my home ...
Im getting closer to my home ...
Im getting closer to my home ...
Im getting closer to my home ...
Repeated to fade

25.9.10

Marvio Ciribelli anima a noite deste sábado, no TribOz, com o seu piano jazzístico sob influência da MPB


 Após ter homenageado, com o cantor mineiro Márcio Lott, anteontem, no Lapinha, um dândi genial da canção popular norte-americana, Cole Porter, o pianista niteroiense Marvio Ciribelli (foto acima) toca neste sábado, 25 de setembro, em outra casa aconchegante da Lapa e receptiva à música instrumental de qualidade, o TribOz, do casal Jéssica e Mike Ryan, este um trompetista australiano há anos radicado no Rio. É sobre esse show de logo mais do virtuoso Marvio, de várias participações no festival de jazz de Montreux e ex-pupilo de Luiz Eça, Antonio Adolfo e Ian Guest, que repasso, com satisfação, o recado abaixo, recomendação de entretenimento noturno musicalmente estrelado.
       ***  
 
Pós-escrito: nos "links" abaixo, 1) Marvio Ciribelli, no TribOz, toca "Apanhei-te, Cavaquinho", de Ernesto Nazareth, acompanhado dos mesmos músicos que estarão com ele, hoje à noite, nessa casa da Lapa ; 2) toca, com seu conjunto, um tema jazzístico enriquecido pelo sopro de Mike Ryan. 


       http://il.youtube.com/watch?v=hudnD59Nslo&feature=related
 
       http://il.youtube.com/watch?v=mUiPFvMy2r8&feature=related


SÁBADO, 25 DE SETEMBRO

Marvio Ciribelli Trio
O pianista Marvio Ciribelli desenvolveu um jeito próprio e inconfundível de lidar com a música, e hoje toca samba, bossa, baião e choro com a liberdade do jazzista. Com 10 discos gravados, Ciribelli tem passagens internacionais significantes, tendo estado por quatro vezes no Montreux Jazz Festival (Suíça), no Brissago Jazz Festival e no Brienz Jazz Festival. No repertório, Ary Barroso, Chiquinha Gonzaga, Bill Lee e composições próprias.

Marvio Ciribelli - piano,       
Juliano Cândido - contrabaixo, 
Amaro Jr. - bateria.

Abertura da casa: 20h
Apresentação: das 21h à 1h
Couvert artístico: R$ 20,00
TribOz - Centro Cultural Brasil-Austrália
www.triboz-rio.com
Rua Conde de Lages, 19 - Off-Lapa
Estacionamento rotativo na Rua Conde de Lages, 44 (R$ 5,00)
Informações e reservas: 2210 0366 / 9291 5942

Pode me chamar de Trane, John Coltrane

Aqui uma apresentação em Juan-les-Pins (Antibes) em julho de 1965 do Deus do Sax, John Coltrane estraçalhando literalmente a música Naima de sua autoria. Dividindo o Olimpo com ele, MacCoy Tyner no piano, Jimmy Garrisson no baixo e Elvin Jones na bateria.

Flagras literários

Programe-se: Lançamento do CD Lá e Cá/ Here and There de Antonio Adolfo e Carol Saboya


Vai ser no imprdível show Lá e Cá, dia 2 de outubro às 22 horas no Lapinha - na Avenida Mem de Sá,nº82 - Informações e reservas pelo telefone 2507-3435.
A turma é afinadíssima : Mestre Antonio Adolfo no piano , a linda voz de Carol Saboya,na bateria Ivan Conti, no baixo Jorge Helder, Leo Amuedo na guitarra e Serginho Trombone tocando ...bem, acho que é dispensável dizer o que.
Todo mundo lá e cá!

24.9.10

Adriana Moreira canta a lira popular de Batatinha, nesta sexta, em show de pré-lançamento de CD finalmente apresentado ao público baiano


 Oscar da Penha dirigiu-se ao "andar de cima" no dia 3 de janeiro de 1997, aos 72 anos, vencido pela força maior de um câncer fulminante na próstata, mas deixou uma obra bonita na música popular. Soteropolitano, passou toda a vida no Pelourinho, com a mesma simplicidade do seu verso encantador, quase sempre presente em sambas de desenvolvimento em tom menor, lamentosos, embora, de quando em quando, lhe desse na telha aquele de andamento vivaz, jocoso, como "Jajá da Gamboa", que Jamelão gravou em 1960 ("mas a cabrocha é boa/apesar de ser coroa/e o Jajá da Gamboa é o dono da situação..."). Aposentou-se como gráfico, função que exerceu por muitos anos na Imprensa Oficial (hoje Empresa Gráfica da Bahia), e, em 1944, conhecendo o pernambucano Antonio Maria, então recém-chegado à Rádio Sociedade da Bahia (emissora do grupo dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand) para dirigi-la, teve no "menino grande" um forte incentivador , em cujo programa "Campeonato do Samba" o simpático Oscar chegou em segundo lugar com "212", de Roberto Martins e Mário Rossi, e do apresentador recebeu o apelido com que se distinguiria como compositor: Batatinha (foto abaixo). Influenciado pelo ídolo Vassouriinha, a quem imitava em programas de calouros, e tido como "batata" - bamba, na gíria de então - por seus amigos e primeiros admiradores em Salvador, foi, por isso, artisticamente cognominado por Antonio Maria e, como Batatinha, conheceria o sucesso, especialmente através de gravações de músicas suas pela conterrânea Maria Bethânia, em elepês lançados entre 1965 e 1972: "O Circo" ("todo mundo vai ao circo/menos eu..."), ""Imitação", "Toalha da Saudade" e "Hora da Razão", as duas últimas em parceria com J. Luna.  Em 1996, uma mineira de Nanuque criada na capital baiana, Jussara Silveira, gravou muito bem o samba "Espera", em disco próprio, e, no ano seguinte, repetiu a dose, do mesmo jeito, em outra pérola, "Ironia", participando de CD-homenagem, ambas composições de Batatinha com outro grande do samba baiano de recorte urbano, Ederaldo Gentil..        
      Em elogiada produção do selo CPC-Umes, "Direito de Sambar",  de 2006, a cantora Adriana Moreira, cria da quadra da escola de samba Camisa Verde e Branco e destaque entre as novas vozes do samba em São Paulo, prestou o seu tributo a Batatinha e, muito feliz, tem, enfim, a chance de apresentar, como ansiava, em Salvador, ao público de lá, esse disco especial para um filho especial da Boa Terra em dois shows de pré-lançamento, ontem e hoje, 23 e 24 de setembro ("flyer" acima). Oxalá os cariocas tenhamos, em breve, essa mesma satisfação de ver a Adriana, que já prepara um novo disco, mostrando a arte popular de Batatinha em algum palco da nossa cidade. 
    ***
Pós-escrito: no primeiro "link" abaixo, Batatinha, com a costumeira caixinha de fósforos, em trecho extraído do programa "Ensaio", da TV Cultura (SP), canta "Hora da Razão" e "Toalha da Saudade". Em seguida, em disco de 1969, intitulado "Batatinha e Companhia Ilimitada", da etiqueta JS, Carlos Gazineu canta "Desengano", do mestre baiano e de Cid Seixas. No "link" final, Adriana Moreira vai de partido-alto em "Jacy", de Mílton Conceição e Douglas Germano.   
 
      http://www.youtube.com/watch?v=WxhFsUuPP7k&feature=related
 
      http://www.youtube.com/watch?v=HkjpBpuMTbU
 
      http://www.youtube.com/watch?v=AFynCN5sVIw&feature=related

Brinde : Um cartum de João Zero

O som de Miles Davis ao fundo - Jeanne Moreau anda pela cidade em "Ascenseur pour l'échafaud"


Trata-se de um pedacinho do filme de Louis Malle, "Ascenseur pour l'échafaud" - traduzido aqui em Pindorama como "Ascensor para o Cadafalso". A bela Jeanne Moreau anda pela cidade noturna procurando seu amante...a trilha sonora é toda do Miles Davis que gravou tudo num galpão, parece que de "prima", enquanto projetavam as cenas dessa pequna obra de Malle, mas que ficou grande com a interpretação da bela e o som da fera.

Cristovão Bastos e Clarisse Grova nesta sexta no Lapinha- piano e voz com todo o sentimento da canção brasileira


Nesta sexta-feira, 24 de setembro, no Lapinha, o pianista Cristovão Bastos e a cantora Clarisse Grova constituem uma maravilha de atração - entre si, musicalmente, e para o público, naturalmente - a partir das 22h30 ("flyer" acima). Tanto Cristovão quanto Clarisse provêm do subúrbio carioca - ele, de Marechal Hermes; ela, do Méier - e, como tantos outros colegas de profissão, desenvolveram a aptidão natural para a música pelos bailes da vida. Ela, ainda mocinha num coreto do Méier, inicialmente motivada por impressões elogiosas à sua interpretação de um hit da Jovem Guarda (lançado pela mineira Wanderlea), deixando para trás, pela sedução do canto, anos de estudo de piano clássico e teoria; ele, já aos 15 anos, ao acordeom, mandando brasa para a alegria dos casais na pista e, aos 17, tocando piano na mesma boate de Cascadura. Clarisse integra o excelente conjunto vocal Nós Quatro (com Célia Vaz, Fabyola Sendinno e Márcio Lott), e, entre tantos festivais no currículo, ganhou, há quase um ano, o prêmio de melhor intérprete no I Festival Ataulfo Alves de Samba e Culinária de Botequim, em Miraí (MG), com "Cem Anos da Minha Querida Portela", de Irinéa Maria e Paulo César Feital. Cristóvão, arranjador premiado e professor da Escola Portátil de Música, levou, por incrível que pareça, 30 anos para gravar o primeiro disco solo, o CD "Avenida Brasil", e é coautor com Chico Buarque e Aldir Blanc, respectivamente, de duas joias bem conhecidas do público: "Todo o Sentimento", inesquecível na voz de Elizeth Cardoso, e "Resposta ao Tempo", talhada para o denso registro de Nana Caymmi - a segunda prefixo e sufixo dos capítulos da minissérie "Hilda Furacão, da TV Globo, em 1998.. 
     *** 
Pós-escrito: também compositora, Clarisse Grova prepara CD com músicas próprias e uma delas, o samba "Clara Carioca", feito com Leo Nogueira - com citação, no final, de "Rio", de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli -, pode ser apreciada no primeiro dos "links" seguintes. No segundo, acompanhada pelo mineiro Tavito, canta, deste e de Aldir Blanc, "Privação de Sentidos". No terceiro, o bandão com o alunado da Escola Portátil de Música, na Urca, toca "Gafieira Suburbana", de Cristovão Bastos, com dois de seus regentes, de costas, destacados na imagem, Oscar Bolão (ocupando-se da percussão) e Pedro Aragão (com os sopros e as cordas). No último "link", o próprio Cristovão, ao piano, toca "Folia na Chapada", dele mesmo, acompanhado por Bororó (baixo), Jurim Moreira (bateria) e Zé Canuto (sax).   
 
        http://www.youtube.com/watch?v=W7O2Rpkoldg&feature=related
 
        http://www.youtube.com/watch?v=4TnrUlE_ZK4&feature=related
 
        http://www.youtube.com/watch?v=tZU7CmlAq-E
 
        http://www.youtube.com/watch?v=ePV1PqfmlB0&NR=1

23.9.10

Reinaldo & seus batutas tocam hoje no Drink Café Humaitá


Trata-se da COMPANHIA ESTADUAL DE JAZZ (CEJ) que toca no Drink Café Humaitá, hoje - quinta-feira, dia 23 de setembro a partir das 20 horas.
A Companhia Estadual de Jazz é um quarteto com Fernando Clark na guitarra, Sergio Fayne no piano, Chico Pessanha na bateria e Reinaldo no contrabaixo. Como sempre, eles vão fazer um som baseado em samba-jazz, indo de de João Coltrane a John Donato, com o repertório todo passado no Samba-Jazzificator System...
DRINK CAFÉ HUMAITÁ - R. GENERAL DIONÍSIO,11 - BOTAFOGO - 20H. - R$15,00 - TEL. 2527-2697
 

Flagras literários

Lembrando Sergio Sampaio : "Eu quero é botar meu bloco na rua"

Gerdal indica:Toninho Ferragutti apresenta "Nem Sol Nem Lua", nesta quinta, no auditório do BNDES - um acordeonista popular de classe (grátis)


"É o acordeonista que faltava", observou um bamba do instrumento, fluminense de Duque de Caxias, Oswaldinho do Acordeom (filho de Pedro Sertanejo, precursor do forró em Sampa), referindo-se a um paulista de Socorro, formado pelo Conservatório Gomes Cardim, em Campinas, e hoje muito bem conceituado e solicitado, Toninho Ferragutti. Por que faltava? Creio que a própria formação do acompanhamento de cordas que ele terá, nesta quinta-feira, 23 de setembro, no auditório do BNDES ("flyer" acima), em show marcado para as 19 horas - entrada franca -, seja o indicador dessa resposta. Exímio instrumentista, Toninho Ferragutti, embora tenha longas horas de choro, forró, gafieira e até chamamé na base da sua lida de executante, gosta de conferir ao que toca e compõe uma ideia nova, um timbre inusitado, um quê funcional de sofisticação que faz da sua música um fator de admiração também entre músicos renomados, que o aplaudem com vivacidade, como Hermeto Paschoal, Nelson Ayres e Wagner Tiso - este a considerar Ferragutti um gênio. Entrelaça popular e erudito na manifestação encantada do seu veio musical, exercitando-se ainda em improvisação, e, desse modo, apresenta aos cariocas o seu mais recente CD, "Nem Sol Nem Lua", lançado em 2006 pela Biscoito Fino e dotado de arranjos camerísticos para composições suas, como "Na Sombra da Asa Branca", "Meia Saudade", "Dominguinhos no Parque" e "Forró Classudo", em andamento de baião, tango e jazz, por exemplo. 'Ele é praticamente um reinventor do acordeom", subscreve Turíbio Santos, também sem fazer por menos, outro fora de série entre os seus mais exaltados apreciadores.     
      ***
Pós-escrito: no primeiro dos "links" abaixo, o notável Toninho Ferragutti, com acompanhamento de cordas, mostra uma das faixas do referido CD, "O Urubu e a Pipa", em programa da tevê a cabo. Nos dois "links" seguintes, participando, na TV Cultura, do "Viola, Minha Viola", de Inezita Barroso, ele toca, também de sua autoria, "Olímpico", com o multi-instrumentista paulista Neymar Dias, e, de Neymar, ainda na companhia deste, "Chamamoça".
 
      http://www.youtube.com/watch?v=szP9BMADpQ0&feature=related
 
      http://www.youtube.com/watch?v=DEtTe3vn6ws&NR=1
 
      http://www.youtube.com/watch?v=vxwsrK_ogh0&NR=1

22.9.10

21.9.10

Leila Pinheiro, Nilson Chaves e Vital Lima no Sete nesta terça-feira - hora marcada com um Pará muito bem representado no Teatro Carlos Gomes


Sete em Ponto, no despertar da noite, é a hora marcada de um grande show nesta terça-feira, 21 de setembro, no Teatro Carlos Gomes, na Praça Tiradentes, reunindo três paraenses da capital e da melhor expressão na MPB: Leila Pinheiro, Nílson Chaves e Vital Lima ("flyer" acima)
       Projetada, em 1985, em festival da TV Globo, com o samba "Verde", de Eduardo Gudin e Costa Neto, Leila é, simplesmente, uma das maiores cantoras do país e soube firmar-se, ao longo dos anos de carreira, sem estardalhaço, no estrelato do canto popular mais apurado, vencendo a impressão equivocada daqueles que a percebiam, quando começou, apenas como um decalque de Elis Regina. Tem luz própria - e intensa - e pode ser ouvida, nos dois primeiros "links" abaixo, interpretando, ao piano, com delicadeza, "Serra do Luar", uma bela canção do compositor-cabeça paulistano Walter Franco, e, apenas com a voz sobre imagens do Rio de Janeiro, a leve e dançante "Coisas do Brasil", de Guilherme Arantes e Nelson Motta. Por seu turno, Nilson Chaves e Vital Lima, compositores e cantores de estrada bem percorrida em discos e shows pelo país e no exterior, também parceiros, podem ser vistos e ouvidos, respectivamente, em (3) "Da Minha Terra", de Nílson Chaves e Jamil Damous, e "Pastores da Noite", de Vital Lima e Hermínio Bello de Carvalho.
     ***

       http://www.youtube.com/watch?v=-QDw_tXTlNk&feature=related
 
       http://www.youtube.com/watch?v=4040vSfVmjE 
    
 
       http://www.youtube.com/watch?v=Caz-35MM6Nk
 
       http://www.youtube.com/watch?v=Id4hec8C3gc

Flagras literários

Quatro CDs Fundamentais de Neil Young são relançados


Boas notícias ,deu no Segundo Caderno de O Globo na semana passada que quatro discos fundamentais de Neil Young estão sendo relançados no Brasil. São os seguintes trabalhos relaçados : O CD que leva apenas seu nome ou seja- "Neil Young", "Everybody knows this is nowhere","After the gold rush" e "Harvest". Bela colheita da Warner vem em boa hora mostrar o talento desse gênio canadense para a moçada.
Veja matéria no seguinte link:
http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2010/09/13/os-quatro-primeiros-discos-do-cantor-guitarrista-neil-young-sao-relancados-no-brasil-917617091.asp
Ouça aqui "Cortez the Killer", a sua bela e triste canção, uma das mais pedidas em seus shows- e que consta do álbuns "Zuma" de 1975 e Live Rust de 1979.

20.9.10

18.9.10

Gerdal indica: Réus Confessos apresentam-se neste sábado no Teatro do IBAM - Humaitá pra peixe em praias vocais




Abaixo, repasso o recado do querido amigo e ótimo cantor Denilson Santos (foto acima) sobre apresentação, neste sábado, 18 de setembro, às 21h, do conjunto vocal Réus Confessos, criado em abril do ano passado, em final de minitemporada no Teatro do IBAM, no Humaitá. As imagens nos "links" abaixo, de um show natalino, já o mostram no espírito de uma proposta diferenciada no ramo - e bem interessante.
        
 
 
       http://www.youtube.com/watch?v=zPuHDNvu6PY&feature=related  ("Chorinho Natalino")
 
       http://www.youtube.com/watch?v=H3S6UT9qa90 ("Adeste Fidelis")

      http://www.youtube.com/watch?v=ygctmsVuqG0&feature=related ("Missa Kenya")

 
      http://www.myspace.com/reusconfessosoficial
      
Réus Confessos (grupo vocal) "Com a Boca no Mundo" - setembro/2010 no IBAM

Olá, amigos
 
Venho convidá-los para assistir ao espetáculo "Com a Boca no Mundo" do grupo vocal Réus Confessos, do qual faço parte.
 
"Sem ter pretensões de ser necessariamente política ou culturalmente panfletários, os Réus Confessos reuniram um repertório em que o tema do protesto - "colocar a boca no mundo" - é apresentado de diversas formas, sob óticas diferenciadas, apresentadas com muita energia, vibração e um toque teatral. A da mulher que pede respeito ao parceiro. A do sonhador que clama pela união entre os homens. A de pais a lamentar suas próprias ausências com os filhos. A de formação de nossa nação, no reconhecimento de brasilidade, atestados de suingue e cor de pele. Diferentemente de um mero recital de canto coral, o grupo propõe à platéia um divertido encadeamento de situações, conforme os números se sucedem."
 
Faremos uma minitemporada nos dias 04, 11 e 18/09/2010 às 21hs no Teatro do IBAM, que fica na rua Visconde de Silva, 157, Humaitá, Rio de Janeiro (RJ).
 
O IBAM fica perto do Espaço Cultural Sérgio Porto e da Casa de Saúde São José, mais exatamente em frente ao restaurante À Mineira do Humaitá. Segue link para mapa na web:

http://maps.google.com.br/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-BR&geocode=&q=ibam,+rio+de+janeiro&sll=-14.179186,-50.449219&sspn=72.363766,112.675781&ie=UTF8&hq=ibam,&hnear=Rio+de+Janeiro&ll=-22.958127,-43.198628&spn=0.002243,0.003439&z=18
 

14.9.10

Aviso aos Navegantes


Este blogue entrará num breve recesso para recarregar as baterias e volta logo logo...

Flagras literários

Programe-se: Homo deletabilis vem aí!


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13.9.10

Gerdal indica: Dôdo Ferreira e Adriano Souza, nesta quarta, em bar na Rua do Mercado - petiscos musicais servidos em horas felizes por contrabaixo


Cavando o "dim-dim" da sobrevivência com o "dum-dum" tirado no contrabaixo acústico, Dôdo Ferreira, também compositor, arranjador e musicoterapeuta, já tocou com muitos artistas esteticamente heterogêneos entre si, em leque amplo de trabalho muito bem realizado do erudito ao popular. É músico bastante atuante em musicais de teatro e dele me recordo, juntamente com o pianista Gabriel Geszti e o baterista Oscar Bolão, participando, em 2003, da reencenação por Stella Miranda da peça "Vamos Brincar de Amor em Cabo Frio", de Sérgio Viotti, montada primeiramente em 1965 e com "score" original de João Roberto Kelly - um compositor hoje muito pouco lembrado por suas bem-sucedidas trilhas para musicais de teatro (ainda o "score" de outra comédia, "Les Girls", por exemplo, alguns anos em cartaz, a partir de 1967, na Galeria Alaska, em Copacabana, com Rogéria, entre outros travestis), e, especialmente, tevê, como "My Fair Show", "Praça Onze", "Noites Cariocas" e "Times Square". O gente-boa Dôdo, que, em sua formação, tanto ouviu a matriz rítmica nacional quanto nomes estrangeiros do vulto de Charles Mingus, Duke Ellington, Horace Silver e B. B. King, dá prosseguimento, nesta quarta, 15 de setembro, das 18h às 21h, a temporada de "happy hours" no Casarão ("flyer" acima"), no Centro, com o ótimo Adriano Souza, ao piano, fundador do grupo instrumental Xekerê e com elogiado CD solo já lançado, "Tocando o Céu", em 2000. Eles tocam juntos há tempos, estão plenamente entrosados e, como observa Dôdo, já se entendem até mesmo por telepatia.    
       *** 
 
Pós-escrito: ao lado de Gabriel Geszti e João Cortez, Dôdo pode ser visto, "nos "links" abaixo, mostrando três de seus inspirados temas, nesta ordem: "Taipei, Taiwan", "Lígia, Lacan e o Amor" e "Débora Blues" 
 


     http://www.youtube.com/watch?v=3Q9m0I0aaFc
 
     http://www.youtube.com/watch?v=tG9z1y7E3mg&feature=related 
 
     http://www.youtube.com/watch?v=cLxMqs1xdWE&feature=related   

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12.9.10

Flagras literários


(Clique na imagem para ampliar e ver melhor o cartum)

11.9.10

Reinaldo publica cartuns sobre noite de autógrafos


Já está nas livrarias o novo livro de cartuns do Reinaldo, cujo título é Noites de Autógrafos. Publicado pela editora Desiderata, reune desenhos sobre mais de 60 autores de vários estilos e épocas em forma de cartuns, que são acompanhados de textículos sobre vida e obra dos autores caricaturados.
Imperdível! Reinaldo é um grande talento do nosso humor gráfico que também contempla o grande público com suas atuações na troupe do Casseta & Planeta e seu grupo musical Companhia Estadual de Jazz.

Gerdal indica: César Nascimento e Maurício Tizumba presentes, no finalzinho deste sábado, na TV Brasil, em programa que os reúne pelo toque do tambor



Do querido e sacolejante amigo César Nascimento (foto acima) - talentoso compositor nascido em Teresina, como Torquato Neto, mas criado em Caxias, no Maranhão, estado do qual absorveu toda a riqueza das levadas percussivas (tambor de crioula, bumba-meu-boi etc.), já expressa em ótimos CDs, como os mais recentes "Serenin" e "Quero Fogo" -, recebo a informação de que estará presente, no finalzinho deste sábado, 11 de setembro, à meia-noite (portanto, comecinho do domingo), na TV Brasil (ex-TV E), em nível nacional, participando do programa "Musicograma". Nessa atração, o rufar do tambor e a presença marcante desse instrumento na música popular constituem o traço de união utilizado para, ainda que com distinção regional de timbre, aproximar César do polivalente belo-horizontino Maurício Tizumba (foto acima) - canta, compõe, toca, dança e representa -, que, desde menino, foi seduzido pelos ritmos que ouvia nos terreiros de congado do seu bairro de origem, Nova Esperança, sonoridades que realimentam com constância o seu trabalho e nele afirmam com ênfase a diversidade da tradição de origem africana em Minas Gerais.
       Nos três primeiros "links" abaixo, César Nascimento canta, de sua lavra, "Uma Mulher" - emendando com uma homenagem a Mestre Felipe, do tambor de crioula -, "Pescador de Sereia", música-título de um dos seus CDs, e "Reggae Sanfonado". Nos dois "links" finais, Maurício Tizumba canta, também de lavra própria, "Sá Rainha", composição que dá título a CD de uma excepcional artista mineira, Titane, e, à base de voz e tambor, faz par cativante com a fenomenal Fabiana Cozza.
       ***
       
     
       http://www.youtube.com/watch?v=h-ac4qLi1xA
 
       http://www.youtube.com/watch?v=MBam905gIqE&feature=related
 
       http://www.youtube.com/watch?v=4d70ydhONxs&feature=related
 
       http://www.youtube.com/watch?v=oNwtOrbl3ro&feature=related
    
      http://www.youtube.com/watch?v=93AFI5mKB6k&feature=related  

Flagras literários

10.9.10

Gerdal indica: Claudia Telles, Tavynho Bonfá e Paulinho Tapajós encerram, nesta sexta e neste sábado, ciclo de shows no Bar do Tom


Repasso acima "flyer" relativo a shows, no Bar do Tom, no Leblon, nesta sexta e neste sábado, 10 e 11 de setembro, respectivamente, às 22h, reunindo Claudia Telles, Tavynho Bonfá e Paulinho Tapajós. Uma "ação entre amigos", felizmente, sem nenhum dano social; pelo contrário, promove o bem-estar geral pelo prazer de ouvir e curtir a música de qualidade que cantam e compõem, cada qual com caminho percorrido, no nosso cancioneiro, com brilho e caloroso aplauso. Já não dizem mais a que vêm, mas a que vão. Satisfação garantida.     
        

Flagras literários

9.9.10

Gerdal indica: "Pixinguinha na Pauta", nesta quinta, no Teatro Carlos Gomes, destaca arranjos do mestre chorão para atração do rádio



Ainda anteontem, no feriado, eu recordava com o meu pai, Geraldo José, sonoplasta aposentado, o programa "O Pessoal da Velha Guarda", no ar de 1947 a 1952, que ele, então contrarregra da emissora que apresentava a atração, a Rádio Tupi, no Rio de Janeiro (só perdia para a Nacional em audiência), pôde acompanhar de perto, ao longo desses idos, no próprio auditório, em contato frequente com Almirante, no comando, e Pixinguinha, na direção musical. Também Benedito Lacerda, com a sua flauta histórica, entre outros músicos importantes, participavam do programa - observa o meu velho -, cujos arranjos, criados por Pixinguinha, motivam, nesta quinta-feira, 9 de setembro, às 20h, no Teatro Carlos Gomes (Praça Tiradentes, 19 - Centro), uma bela apresentação, com orquestra arregimentada para a ocasião, de lançamento do livro "Pixinguinha na Pauta" ("flyers" acima) - com textos de Bia Paes Leme, organizadora do projeto, da pesquisadora Anna Paes, do violonista Paulo Aragão e do irmão bandolinista Pedro Aragão (todos professores da Escola Portátil de Música, na Urca) -, acompanhado de 36 partituras desse gênio da MPB. Arranjos de Pixinguinha que, quanto à "velha guarda" do título do programa da Tupi, evocavam composições de fins do século XIX e começos do século passado, período em que se sedimenta, de modo plural - com choro, polca, maxixe, valsa, marcha, tango e "schottisch", por exemplo -, uma identidade rítmica para a nossa música popular.    
      O cantor e pandeirista Pedro Miranda, revelação carioca do samba bem-ajambrado, será o mestre de cerimônias do espetáculo em destaque, plenamente acessível ao bolso popular - R$ 10, a inteira, e R$ 5, a meia entrada. Juntamente com a Imprensa Oficial de São Paulo e a Prefeitura do Rio de Janeiro, põe-se à frente da iniciativa o Instituto Moreira Salles, a cuja guarda foi confiado pela família o precioso acervo de Pixinguinha, com centenas de fotos e recortes de jornais, troféus, medalhas, registros orais, documentos pessoais e uma infinidade de partituras, já digitalizadas e catalogadas.
      ***  
Pós-escrito: no "link" abaixo, sobre foto de Pixinguinha, ouve-se, da autoria dele, em gravação feita em 1940, o choro "Os Cinco Companheiros".
 

       http://www.youtube.com/watch?v=U6Qx7EOEs9E&feature=related    

Flagras literários

Programe-se: Lançamento de Como Perdi Meu Tempo - Autobiografia de Raúl Mateos Castell


Trata-se da interessantíssima autobiografia COMO PERDI MEU TEMPO, carregada de ironia e sacadas sensacionais, com um texto muito peculiar, narrando a vida do meu querido e generoso amigo Raúl Mateos Castell. O livro começa lá nas terras de Espanha nos idos da Guerra Civil Espanhola e desemboca no Rio Grande do Sul, se exila e cresce em São Paulo - entrelaça uma vida muito agitada, de militância, lutas e empreendimentos, com os últimos 50 anos da História do Brasil.
O título do livro já dá um toque da fina ironia do autor : Como Perdi Meu Tempo.
Vai ser lançado no Bar Canto Madalena - na Rua Medeiros de Albuquerque, 471, na Vila Madalena (ao lado do sacolão - só para dar um tom de que estamos falando de Sampa)
O evento vai rolar no dia 15 de setembro, a partir das 19 horas.
NR: Querido amigo Raul, se eu errei em alguma coisa neste "post, por favor faça a correção nos comentários ou por e-mail que eu emendo.
Todos lá!

8.9.10

Dica: Luiz Manoel e Zelito Medeiros tocam, nesta quarta, no Salsa e Cebolinha - uma gaita e um piano em viagem pela canção que atravessa o tempo


Em 1958, o sopro do amigo Luiz Manoel já se entrosava com os de Rildo Hora e Sérgio Leite no trio Os Malabaristas da Gaita, pouco após se ter feito notar, individualmente, no "Festival de Gaitas", da Rádio Globo, e no "Pescando Estrelas", da Rádio Mayrink Veiga. Figura bastante presente na noite carioca, com o seu indefectível boné, além da harmônica, ele, em registro documental no primeiro "link" abaixo, fala, com brevidade, em francês impecável (idioma natal da avó materna), da importância desse instrumento "inséparable" na sua vida - "mon moyen d`expression, c`est une façon de mon âme par la musique". Aliás, o apreço galófilo ligado à música popular tornou-o um apreciador e até mesmo cantor do repertório de Tino Rossi, Jean Sablon, Gilbert Bécaud e Charles Trenet, entre outros, trazendo da "douce France" deste último, ainda no primeiro "link", a lembrança da belíssima "Que Reste-t-il de Nos Amours". No segundo "link", pelo entendimento universal da música instrumental, toca "Samba de uma Nota Só", de Tom Jobim e Newton Mendonça, numa praça de Laranjeiras, juntamente com instrumentistas de um clube de bossa-jazz desse bairro do Rio.           
        Luiz Manoel, que costuma mesmerizar plateias com sua interpretação fora do comum para "O Trenzinho do Caipira", de Heitor Villa-Lobos, inicia nesta quarta, 8 de setembro, às 19h30, com outro amigo talentoso, o pianista Zelito Medeiros (este de ótimo CD independente já lançado, em 2002, "Boa Notícia"), uma temporada no Salsa e Cebolinha ("flyer" acima), no Centro, que terá como destaque a reapresentação que farão, a seu modo e com "feeling" integrado, de títulos marcantes da MPB, do jazz e do cancioneiro francês. Um piano e uma gaita afins e ainda conhecidos de outra empreitada cultural: a do "Cabaré Caruso", uma interessante proposta de espetáculo de variedades levada a efeito por seus criadores, os gêmeos desenhistas Chico e Paulo Caruso.
        ***

 http://www.youtube.com/watch?v=DM5kI4adZS0       
 
http://www.youtube.com/watch?v=C2-KB8kgca0&feature=related

Aquela noite em 67 foi do barulho!


Escrevo num só fôlego, acabei de chegar do cinema.(Desculpe se cometer alguma falha ou injustiça) Fui assistir "Uma noite em 67", documentário de Renato Terra e Ricardo Calil. Só digo uma coisa - é imperdível. Se você gosta de música, precisa assistir a esse documentário bem feito. Sempre acho que um documentário deveria situar historicamente os fatos ou eventos narrados - não precisa ser didático de maneira chata. Renato e Calil fizeram isso, de certa forma, não de maneira explícita, mas nos "entrefotogramas" . Confesso que já tinha lido uma boa crítica do jornalista Maucício Stycer , faz algum tempo, e ela me motivou para ver esse filme que me transportou para esta noite precisa - dia 21 de outubro de 1967,- época em que eu era um adolescente fascinado pelo turbilhão cultural que atingiu o pequeno mundo que eu frequentava, - as estações de rádio de Sampa, os shows musicais da TV (O fino da Bossa, Esta noite se improvisa), os filmes de Elvis Presley que passavam no Cine Vera, os discos dos Beatles que tocavam nos bailinhos, competindo com Ray Coniff. Nessa noite memorável eu assisti à final do III Festival de Música Popular Brasileira transmitido pela TV Record em Sampa. Me lembro que vi esse espetáculo pela televisão de um amigo, o Reinaldo, que jogava na linha do time da Paróquia comigo (apesar de recentemente ele não lembrar que jogava comigo) e que também curtia música - nesse tempo minha família não tinha TV e era costume a gente assumir a identidade de "televizinho" - que era o apelido que se dava àqueles que se juntavam na casas dos vizinhos que tinham TV como uma mini-platéia de cinema - numa espécie de comunidade - num saudoso momento de solidariedade eletrônica. Mas essa foi uma noite especial, pois a casa desse meu amigo não era perto da minha casa, juntou bastante gente para ver a contenda dos caras que estavam botando pra quebrar no cenário da música popular. Lembro que o festival acabou tarde e tive que voltar para casa quase beirando a meia-noite- coisa que não era comum naqueles tempos - e olhe que tive que atravessar o bairro inteiro por ruas que ainda não tinham sido contempladas pela iluminação pública.
O que permaneceu dessa noite, durante toda minha vida foi um conjunto de sensações que envolveram a música" Domingo no Parque" de Gilberto Gil e Capinam . Essa música verdadeiramente elétrica, foi defendida por Gil cantando junto com os Mutantes . (Um dia vou contar a história da vez em que carreguei a guitarra dos Mutantes - profissionalmente- é claro).
Percebi, hoje, que existe uma brutal diferença entre você ter vivido a história, mesmo como simples anônima testemunha - e a de assistir a um documentário de um fato que você não presenciou- é como é curioso ver esse momento que recuperado e ampliado para você. É difícil comunicar às pessoas que não viveram esse fato-evento-espetáculo, o que você sentiu. Hoje, no cinema, eu me vi de novo diante da tela (só que maior) assistindo tudo aquilo com uma emoção imensa, ainda perturbado, diante do que aquilo tudo. O que aquilo tudo significou? Aquilo que me impressionou e cativou no "som" novo de "Domingo no Parque" foi a letra de Capinam, composta como uma história contada de forma fragmentada e a música revolucionária de Gil - feito na medida para o som das guitarras elétricas dos Mutantes que mataram a pau com as guitarras distorcidas.
Cabe ressaltar, que nesse tempo, as guitarras elétricas eram absoluta novidade no território da nossa sensibilidade musical melancólica, dos acordes dissonantes de um samba de uma nota só e que naquela época se constituia uma ofensa ao panteon da MPB o uso de um amplificador Fender. Essa rejeição nativa desembocou em ardorosos artigos contra a eletrificação e passeatas reivindicando a abolição das guitarras.(Um fato curioso, o filme pega um flagra de Gilberto Gil em franca contradição como participante de uma dessas passeatas e depois no festival se apresentando com o auxílio luxuoso das guitarras elétricas dos Mutantes. Isso do Gil, vem confirmar um depoimento dele, em que fala mais ou menos isso: que o segredo é saber entrar e sair de todas as estruturas - um pensamento definitivamente moderno (se isso é possível).E olhe que a gente não sabia ainda que nos EUA, nas terras do velho Tio Sam, o movimento era o mesmo - o pessoal da música folclórica americana criticava de forma violenta um jovem de cabelos encaracolados e voz anasalada- que insistia em dizer que alguma coisa estava mudando.
"Domingo no Parque" era o pop-internacional se misturando com uma história prosáica de dois homens simples, trabalhadores que vão a um parque de diversões- e a luta que eles travam por causa de uma mulher - o que a crônica policial chama de o pivô do crime- Pois é, Gil narra um crime passional - e ao que parece os dois eram amigos. Aquela junção pop- com tema de bolero era muita novidade. A novidade estava na forma da narrativa e seus aditivos. Nem vamos falar de "Alegria, Alegria" que também concorria nessa noite. Alegria, Alegria que usa e abusa das colagens de imagens, (uma forma moderna , sem dúvida de tratar a poesia) também sobre uma "plataforma" tradicional de uma melodia típica portuguesa - como entrega Caetano no filme. Alegria,Alegria, é claro que também foi uma explosão, mas para mim, ela foi explodir algum tempo depois. "Domingo no Parque" explodiu a minha cuca primeiro.
Não sei se por algum tipo de manipulação midiática dos donos da bola da Record na época, e de alguns jornalistas, essa noite deixou a imagem de que nela ocorreu o antagonismo do moderno contra o tradicional na MPB. O que é uma imagem errada - já que todos alí apresentavam formas da modernidade. Não se pode dar grandeza a esta noite sem falar de Roda Viva que é obra de gênio e Ponteio. Chico e Edu Lobo fizeram duas obras potentes, modernas, que infelizmente ficaram marcadas como tradicionais, tamanha foi a onda que Alegria, Alegria levantou junto com Domingo no Parque, sacudindo o território da canção brasileira e construindo a base do o nascente movimento tropicalista - (que mais tarde se enriqueceria com o genial inventor Tom Zé e a poesia sacudida de Torquato Neto, mais a diabruras de Rogério Duprat que acabou de entortar o coro dos contentes). Justiça seja feita: temos que falar de Sergio Ricardo que é um grande compositor e que nessa noite teve que enfrentar as vaias que mostravam um pouco do espírito da época, uma raiva que pairava no ar, uma certa urgência e uma certa intolerância em relação ao novo. "Beto bom de Bola" era uma novidade muito complicada para a cabeça daquele povo que vaiava sem parar. Convenhamos que é uma música difícil de ouvir, apesar de se apresentar com roupagem quase de um "pagode" - conta a história do surgimento e decadência de um craque do futebol . O problema estava na música, no arranjo, não era fácil de ouvir - repito. Ao que me parece não tinha condições de enfrentar as locomotivas que Chico Buarque, Edu Lobo, Caetano Veloso e Gilberto Gil tinham botado nos trilhos. Eram músicas que tinham algum tipo de apelo- eram novidades, eram modernas, mas tinham um apelo, um gancho qualquer que seduzia as massas, mesmo as pessoas que começaram a vaiar - estas logo foram dobradas e passaram a aplaudir, como Nelson Mota exemplifica no filme.
Já falei da complexidade do arranjo e agora falo sobre a empatia. Essa música de Sergio Ricardo estava deslocada alí. Havia uma torcida implacável que vaiava - até para estar na "moda", pois fazia parte do ritual essa coisa de vaiar algumas figuras naquele tempo. E parte da platéia cismou com Sergio Ricardo , que , ao que me parece, não teve muita paciência, e não foi simpático em nenhum momento - de certa forma provocou o público exigindo silêncio etc e tal e acabou quebrando o violão e jogando em cima da platéia - tá tudo lá documentado- ele grita: - Vocês ganharam! E quebra- que-te-quebra-violão! Acho que ele demorou demais nas explicações, diante do público que naquele momento se transformava em massa e portanto, só poderia ter um comportamento de massa contagiada. Pois ali o que ocorreu foi um fenômeno típico do comportamento de massa. A vaia - além de se constituir numa moda, era a expressão de várias coisas reprimidas nessa época triste do Brasil de quarenta anos atrás. E olhe que a noite longa de chumbo ainda estava por vir. A serpente ainda estava dentro do ovo Em síntese em 67 , havia muita coisa reprimida, mas havia também uma criatividade imensa, uma vontade , uma energia , lá sei eu que havia. Só me lembro que eu era adolescente e senti no ar aquele vento da mudança que o Bob Dylan cantou um dia.
Só que na sociedade de Bob Dylan (apesar da Guerra do Vietnam) e no resto do mundo a partir daquela época, principalmente em 68 e 69 a roda de Aquarius(*) ia na direção da luta pelas liberdades individuais diante do sistema - era um tal de paz e amor, protestos em todo mundo, enquanto aqui o pau comia na casa de Noca e no México com aquele massacre dos estudantes. Mas tinha muita gente boa, das classes médias que se preparavam para o milagre econômico - gente que ia para Bariloche comprar seus casacos de couro argentino na Calle Florida. Nada contra, mas o chamado "milagre econômico" que nos custou caro depois - foi a válvula de escape do regime de "dietadura". Era a época do Ame-o ou deixe-o, e aí a gente vai e ganha a copa do mundo em 70... Acho que me perdi...
Voltemos ao Festival. Uma coisa que notei, foi como se fumava naquela época! Cáspite!!! Todo mundo fumava desbragadamente, desde os repórteres, até os entrevistados , passando pelos papagaios de pirata. É muito engraçada uma cena em que Chico solta uma baforada na cara , não sei se de Randal Juliano ou Reali Jr. que junto com Cidinha Campos ficaram nos bastidores fazendo a entrevista antes e depois das apresentações dos candidatos. Não sei como não incendiaram o Teatro Paramount (local onde realizaram o festival no centro de São Paulo). Tinha gente fumando até no palco, no encerramento do show. Como os tempos mudaram!
Paradoxal (e Mauricio Stycer já tinha me apontado isso) é o comportamento de alguns participantes, entre eles Edu Lobo e Chico Buarque e um pouco Caetano Veloso nos depoimentos feitos agora , passados 40 anos e em comparação com o que manifestaram na época. Naquela noite, todos pareciam muito animados, nervosos - parece que foi numa noite quente - onde até Roberto Carlos estava meio grilado, ele que - como confessa- já estava acostumado com vários tipos de platéia - e como representante da Jovem-Guarda (os cabeludos etc etal) estava como um estranho no ninho, isto é, no meio das feras da MPB. Ele fica surpreso ao saber que existia até uma tropa de choque organizada para vaiá-lo. Pobre do Roberto, iria defender um samba! Mas é preciso se observar como ele canta bem, a canção sai tranquila de sua boca - de forma natural. O cara é bom intérprete pra caramba! Já era um grande cantor naquela época.
Gil e Caetano, olham para o passado com uma certa nostalgia. Apesar de Caetano falar num tom um pouco blasé da sua antiga Alegria, Alegria, é comovente o seu depoimento, quando ele fala da juventude e dos dias de hoje...
Mas, uma noite em 67 têm muito mais coisas: tem MPB4, Nara Leão, Marília Medalha (curiosa mulher- ótima cantora e compositora que deu uma banana para o sistema estelar daqueles tempos e fez apenas o que queria - e sumiu de repente e reapareceu depois junto com Vinicius numa carreira super-bacana), Os argentinos The Beat Boys, os depoimentos de Sérgio Cabral (pai), Nelson Motta e outros. Ah, Ferreira Gullar estava no júri.
O tema do filme é tão fantástico, que num determinado momento percebi que a platéia do cinema estava cantando as músicas que eram apresentadas na tela (principalmente uma chata sentada ao meu lado) .Isso mostra que aquelas canções permanceram, são imortais e o filme fez o grande favor de registrar aquele momento fabuloso em que elas brotaram...
(*) gosto de usar essa imagem que Elio Gaspari empregou no seu livro sobre o período autoritário em comparação com o que ocorria no mundo lá fora.
(se rolar mais alguma memória e "posto" aqui)
(imagens do filme você pode acessar no seguinte link

http://cinema.uol.com.br/album/uma_noite_em_67_2010_album.jhtm#fotoNav=1)
Para ver e ouvir Gil e os Mutantes no festival defendendo "Domingo no Parque" clique no link abaixo
http://www.youtube.com/watch?v=Zbv3M-AdxC0