22.3.13

Emílio Santiago ("in memoriam"): um cantor e tanto com que a noite carioca presenteou o Brasil

Prezados amigos,            Exigente consigo sob as luzes da ribalta, a ponto de evitar ver "tapes" de seus shows pois tendia a detectar, aqui e ali, algo que poderia ser ainda mais benfeito, Emílio Santiago (foto abaixo) vem de uma época em que, como já comentara em entrevista, ainda havia critério e rigor quanto ao aspirante ao estrelato no nosso canto popular. A exemplo da também carioca Áurea Martins, ele foi nacionalmente revelado em concurso do programa "A Grande Chance", de Flávio Cavalcanti, exibido aos domingos pela TV Tupi, e, ainda como ela, teve sua iniciação profissional na noite como "crooner". Assim, cantou de tudo, para atender ao paladar musicalmente diverso do público em casas como a boate Flag, um passado que recomendou ao então diretor artístico da Philips, Roberto Menescal, em 1977, mais uma de suas realizações de bom gosto: o elepê "Feito pra Ouvir", cujo título logo remete à famosa série "Feito pra Dançar", de Waldir Calmon, no anos 60. Servindo-se do sereno e do céu estrelado que tão intimamente conheceu nos verdes anos de carreira e assim afinado com o clima dos discos do pianista do Arpège, Emílio contou no "revival" conceitual da referida bolacha, reeditada em CD pela Dubas - selo do letrista Ronaldo Bastos -, com um trio liderado por outro pianista, Laércio de Freitas, responsável, com João Theodoro (J. T.) Meirelles, pelos arranjos.            Com o aplauso caloroso de público e crítica ao seu trabalho, nele ficara para trás o advogado formado pela Faculdade Nacional de Direito, que, ainda dentro de si, cedeu naturalmente terreno - por força de inelutável vocação -, para trânsito livre e desenvolto ao cantor, que, ainda com Menescal, faria, a partir de 1988, uma série muito bem-sucedida na Som Livre, "Aquarela Brasileira" (do primeiro ao sétimo discos, o último deles de 1995). Um impulso e tanto para a expansão, no mercado, da sua voz, dada ao improviso jazzístico e cujo aveludado já lhe valera o epíteto de Nat King Cole brasileiro e sugerira ao crítico Stephen Holden, do "The New York Times", a comparação com a maciez do canto de Johnny Mathis. Se Cauby Peixoto tem na Conceição criada por Dunga e Jair Amorim a "pièce de résistence" de toda apresentação que faz, Emílio Santiago não era poupado, nos seus shows, dos insistentes pedidos, até mesmo no exterior, para cantar "Saigon", de Cláudio Cartier, Paulo César Feital e Carlão, a mais marcante, em termos de popularidade, entre tantas faixas que gravou. Bela composição e muito valorizada por esse cantor simplesmente magnífico, do qual sou mais um na sua legião de admiradores, "here, there and everywhere", e a quem presto, com o meu texto e a minha intenção, esta singela homenagem póstuma.                    Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção./Gerdal Pós-escrito: nos "links" seguintes, com Emílio Santiago: 1) "Confissão", um samba dos anos 60 composto por Djalma Ferreira e Luiz Bandeira, faixa do CD "Só Danço Samba", lançado pela Santiago Music; 2) "Minha Esquina", pouco lembrada e uma das mais sedutoras composições de João Nogueira e Paulo César Pinheiro, com o letrista em destaque na imagem; 3) "Aula de Matemática", de um ainda pré-bossa-novista Antonio Carlos Jobim em parceria com Marino Pinto; 4) "Onde o Céu Azul É Mais Azul", exaltação de Braguinha, Alberto Ribeiro e Alcyr Pires Vermelho; 5) a animada "Verdade Chinesa", que o niteroiense Carlos Colla fez com Gílson; 6) uma preciosidade do porta-joias autoral de Ary Barroso, o samba-canção "Ocultei"; 7) a supracitada "Saigon"; 8) "Olhou pra Mim", um sambalanço de Ed Lincoln e Sílvio César; 9) "Somos Dois", de Klecius Caldas, Armando Cavalcanti e Luís Antônio, gravada por Emílio em elepê de 1995, "Perdido de Amor", dedicado a Dick Farney; 10) fechando com alegria esta breve memória de um cantor inesquecível, um grande samba carnavalesco de João Nogueira e Niltinho Tristeza, "Chinelo Novo".             http://www.youtube.com/watch?v=Nm2tFLMlZaY ("Confissão")                          http://www.youtube.com/watch?v=GcKGo2cSEwo ("Minha Esquina")               http://www.youtube.com/watch?v=6EEZehLVupA ("Aula de Matemática")                         http://www.youtube.com/watch?v=GiB0nRJ0z1Q&feature=related ("Onde o Céu Azul É Mais Azul")               http://www.youtube.com/watch?v=RXSdfVatBiM ("Verdade Chinesa")                          http://www.youtube.com/watch?v=P3R1dGgYJDk&feature=related ("Ocultei")               http://www.youtube.com/watch?v=vc9aRqdrGLU ("Saigon")               http://www.youtube.com/watch?v=6ZuQBYopZmE ("Olhou pra Mim")                          http://www.youtube.com/watch?v=1APuzTaqmzk ("Somos Dois")               http://www.youtube.com/watch?v=Z2jtNVC0LWE ("Chinelo Novo")

15.3.13

Exposição imperdível de Rubem Grilo no MNBA

Rara oportunidade de ver a obra inigualável deste importantíssimo artista brasileiro. Trata-se da Exposição da trajetória de Rubem Grilo, que se inicia a partir de 19 de março de 2013, terça feira, às 12 horas. A mostra vai rolar nas dependências do Museu Nacional de Belas Artes, na Avenida Rio Branco, 199 - Centro (Cinelândia) no Rio de Janeiro. A visitação vai até dia 5 de maio de 2013, de terça a sexta das 10 às 18 horas/ nos sábados, domingos e feriados, das 12 às 17 horas. No dia 14 de abril (domingo, a partir das 15 horas) vai rolar um debate: "A importância do acervo público e a obra de Rubem Grilo". A entrada, tanto para a exposição, como para o debate é franca. Segue abaixo o texto do release sobre o evento e alguns exemplares da obra deste magnífico artista. Rubem Grilo no MNBA A obra Gráfica de um dos maiores gravadores abrange 4 décadas de produção Uma síntese da carreira de um dos maiores gravadores vivos do Brasil poderá ser vista, em rara oportunidade, na exposição RUBEM GRILO – a trajetória do artista – aquisição de 500 obras, Prêmio de Artes Plásticas Marcoantonio Vilaça, que o Museu Nacional de Belas Artes/IBRAM/MInC inaugura em 19 de março às 12:00. Nada menos do que 123 obras, de diferentes datas e formatos, em xilogravuras, serão exibidos na sala Clarival Valadares e o conjunto representa uma síntese da produção do artista abrangendo 43 anos de atividade profissional, entre 1971 a 2012. Entre as obras, temos as primeiras xilogravuras de Rubem Grilo, do início da década de 70. São anos de formação, que servem como referências. Com o tempo a produção se adensa, na identidade e na experiência. As mudanças que acontecem, num jogo natural de uma busca criativa, permanecem refletidas, no fluxo, a coerência deste percurso, avaliado pelo conjunto exposto. A exposição RUBEM GRILO – a trajetória do artista – aquisição de 500 obras, Prêmio de Artes Plásticas Marcoantonio Vilaça simboliza o coroamento de uma das trajetórias mais solidas e criativas da gravura nacional; como reconhecimento o artista foi contemplado, em 2011, em Edital de Concurso Público, pelo Prêmio Procultura de Estímulo às Artes Visuais – 2010, Fundação Nacional de Artes – MinC. A mostra se insere na etapa conclusiva do projeto premiado, cujo compromisso consiste na transferência de 500 obras para o Gabinete de Gravura do MNBA. A presença deste conjunto significativo de trabalhos do artista, no Gabinete de Gravura do MNBA, torna-se substantivo como investimento na formação do patrimônio cultural, ao garantir a proteção da obra e a acessibilidade pública para exposições, consultas e pesquisas. Vale frisar que o Gabinete de Gravura guarda, em seu acervo, o mais numeroso e importante conjunto de gravuras em instituição pública nacional, cumprindo sua função da defesa da memória e do patrimônio, por meio do Serviço de Catalogação, Restauro e Conservação. A aquisição atual, decorrente da premiação, soma-se à doação ao MNBA feita anteriormente pelo artista de aproximadamente 900 obras. Constitui-se fato inédito uma instituição pública abrigar um número tão expressivo de obras de um artista. Ao mesmo tempo, esta coleção torna-se exemplar, quando a regra é a dispersão e a dificuldade em reunir, mesmo parcialmente, a produção de um artista. Com o conjunto das obras pode-se percorrer todas as etapas, no sentido cronológico e temático, permitindo uma visão completa do percurso do artista. Na sala expositiva ficará disponível para consultas, impressa e encadernada, a relação das 500 obras adquiridas Comentando a mostra, a diretora do MNBA, Mônica Xexéo, afirma que “Não poderíamos deixar de concluir sem expressar a nossa alegria em contribuir para a divulgação de um artista tão singular, no panorama da arte brasileira.” Segundo o colecionador George Kornis, que escreve o texto crítico da exposição, “Ao construir, ao longo de 5 décadas, uma obra que está inscrita na história da arte e em particular na história da gravura no Brasil, Rubem Grilo se credencia para apresentar uma síntese dessa produção; não satisfeito em ser apenas um grande artista ele agora, em uma ação exemplar, expande a presença da sua obra no acervo do Gabinete de Gravura do M NBA tornando-a amplamente acessível ao publico". Paralelamente à mostra, no dia 14 de abril, às 15 horas, domingo, no auditório do MNBA, será realizado um debate gratuito sobre “A importância dos acervos públicos e a obra de Rubem Grilo Mineiro de Pouso Alegre, MG, nascido em 1946, mas há muito radicado no Rio de Janeiro, Rubem Grilo realizou as primeiras xilogravuras em 1971. Ilustrou diversos jornais de 1973 a 1985, como Opinião, Movimento, Folhetim (Folha de São Paulo, Pasquim , Retrato do Brasil, entre outros. Criou as vinhetas do Segundo Caderno na reforma gráfica do jornal O Globo, em 1995. Atualmente, é colaborador semanal da Ilustrada (Folha de São Paulo). Grilo conta mais de 60 exposições individuais no Brasil e no exterior. Em 2013, realizou, em Fortaleza exposições na Caixa Cultural e na Galeria Multiarte. Em 2012, em Porto Alegre, no Museu do Trabalho. E ainda, nos espaços da Caixa Cultural, em 2011, em Brasília; em 2010, em São Paulo e Salvador e , em 2009, no Rio de Janeiro. Outras mostras do seu extenso currículo: em 1998,no Paço Imperial-RJ; em 1996, no Centro Cultural Banco do Brasil e, em 1992, no MASP- Museu de Arte de São Paulo. Como reconhecimento ao conjunto de sua obra recebeu prêmios como o Golfinho de Ouro, do Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro, em 2002; 2º Prêmio da Xylon Internacional, Suíça, em 1990; Prêmio de viagem ao exterior- 1984,no Salão Nacional de Artes Plásticas; 1ª Bienal Internacional Del Grabado, Montevidéu, Uruguai - 1983. Em 2011, foi contemplado pelo Prêmio de Artes Plásticas Marcantônio Vilaça, projeto inscrito pelo Edital de Concurso Público 2- Prêmio Procultura de Estímulo às Artes Visuais 2010- Funarte- MinC. Trabalhos de Rubem Grilo ilustram as revistas Graphis e Who's Who in Art Graphic (Suiça), Novum Gerbrauchasgrafik (Alemanha), Print (Estados Unidos), Idea (Japão), Bicephale ( França ), Gráfica ( Brasil ), entre outras. Exposição: Rubem Grilo - a trajetória do artista - aquisição de 500 obras, Prêmio de Artes Plásticas Marcoantonio Vilaça Abertura: dia 19 de março, às 12h. Período: 20 de março até 5 de maio Visitação: de terça a sexta, das 10h até 18h e aos sábados, domingos e feriados, de 12h até 17h. Local: o MNBA fica na av. Rio Branco, 199 – Cinelândia/RJ - Tel: (21) 2219-8474 Entrada franca

1.3.13

Saiu do forno novo CD de Antonio Adolfo- "Finas Misturas"

Tive o prazer de fazer as pinturas que serviram de base para a feitura da capa e da contracapa do novo CD de Antonio Adolfo ,Finas Misturas. O Design ficou por conta de Julia Liberati e Isabel de Nonno. Posto aqui uma série de fotos dos estágios da produção das pinturas e o resultado final da capa do CD. Nesse álbum Antonio Adolfo mistura de forma fina suas músicas com interpretações de obras de John Coltrane, Dizzie Gillespie, Keith Jarret, Chick Corea, Neville Potter e Bill Evans Listas de músicas 1- Floresta Azul (Antonio Adolfo) 2- Balada (Antonio Adolfo) 3- Giant Steps (John Coltrane) 4- Con Alma (Dizzie Gillespie 5- Misturando (Antonio Adolfo) 6- Memories of Tomorrow (Keith Jarret) 7- Naima (John Coltrane) 8- Três Meninos (Antonio Adolfo) 9- Crystal Silence (Chick Corea e Neville Potter 10- Time to Remember (Bill Evans) Para quem quiser saber mais, é só clicar aqui www.aammusic.com você sai na página de Antonio Adolfo, aí é só dar um clique no centro da imagem que aparecer e você pode viajar no site.