30.11.14

Pintura com smartphone

Da série "Sala de espera" - pintura virtual feita com o dedo sobre a tela do aparelho smartphone. Rio- Catavento. Domingo é dia de catar vento. Clique na imagem para ampliar e VER melhor.

29.11.14

Pintura com smartphone

Da série "Sala de espera" - pintura virtual feita com o dedo sobre a tela do aparelho smartphone. "Bailarina de Flamenco" - arte hecha em transe-to em San Pablo. Esta bailarina de flamenco es una mujer muy nerviosa...he he... Clique na imagem para ampliar e VER melhor.

Miles Davis - O jazz na essência

Jorge Sanglard (*) enviou este belo texto sobre o gênio do trompete e outras mil coisas mais - o artigo segue na íntegra.
Miles Davis (26/05/1926 – 28/09/1991) viveu buscando coisas novas pra tocar, novos desafios para suas ideias musicais e encarnou, como poucos, a história da música afro-americana improvisada. Sua trajetória é parte integrante e fundamental na evolução da linguagem jazzística ao longo do século XX e sua contribuição musical criou aberturas para além seu tempo. Durante quatro décadas e meia, Miles Davis contribuiu decisivamente para reformular as noções de harmonia e ritmo, nunca se atendo a rótulos. Por tudo isso, sua música não é fácil de ser codificada ou classificada e isso até foi motivo para irritá-lo: “Sempre achei que a música não tem fronteiras, limites ao seu crescimento, não tem nenhuma restrição à sua criatividade. A boa música é boa, independente do que seja. E sempre detestei categorias. Sempre. Nunca achei que isso tivesse lugar na música... Sempre quis apenas soprar minha corneta e criar música e arte, comunicar o que eu sentia por meio da música... Quando a gente cria sua própria arte, nem o céu é o limite”. Miles viveu pensando na criação e revelou: “A música é uma bênção e uma praga. Mas eu a amo, não queria que fosse de outra forma. A música sempre foi uma praga pra mim porque sempre me senti compelido a tocá-la. Sempre foi a primeira coisa em minha vida. Vem antes de tudo”. 
A influência de Miles Davis como inovador e visionário foi decisiva na consolidação do jazz a partir da segunda metade do século XX, seja no cool, seja no pós bop, seja no modal, ou ainda na fusion e pode ser sentida até no break, no hip-hop e no rap. Mas o certo é que a matriz negra, o blues, sempre esteve presente em sua vida e também é certo que o jazz é uma linguagem musical cuja vitalidade está na essência da transformação. E aí, o que conta é a sensibilidade do criador e do improvisador, terreno onde Miles Davis sempre foi mestre, ou mais que isso, gênio. Se não tivesse se encantado em 28 de setembro de 1991, há pouco mais de duas décadas, Miles Davis teria completado 88 anos em 26 de maio de 2014.
O espírito do jazz de Miles Davis está impregnado de blues e sua linguagem musical inovadora, a partir de frases inspiradas no blues, construiu uma sonoridade própria e transformadora. Para o trompetista, “a maneira de criar e transformar a música é tentar sempre inventar maneiras de tocar”. Afinal, “o mundo sempre foi mudança”, admitia. Portanto, o instrumentista incorporou ao som cortante e ao lirismo, ou à delicadeza, de seu trompete – base de sua concepção rítmica e harmônica – avanços rumo a novos caminhos, elaborando uma música para ouvir e para sentir. Sempre fiel à sua marca fundamental: “Eu toco simplesmente o necessário, nada além; apenas o essencial”. 
Miles Davis deixou claro em sua trajetória que o silêncio é tão importante quanto o som. Com seus solos fragmentários – onde a tensão ronda cada fraseado – com as linhas melódicas sendo estendidas ao limite e sempre cercado de grandes instrumentistas, sustentando o clima denso e envolvente de sua música, o trompetista foi um dos criadores mais influentes do século XX. Em sua autobiografia, lançada no Brasil pela Editora Campus, em meados de 1991, três meses antes de sua morte, Miles revelaria: “pra eu tocar uma nota, ela tem de soar bem pra mim. Sempre fui assim. E a nota tem de estar no mesmo registro do acorde em que a toquei antes, pelo menos era assim. No bebop, todo mundo tocava muito rápido. Mas eu jamais gostei de tocar um monte de escalas e essa merda toda. Sempre tentei tocar as notas mais importantes do acorde, decompô-lo. Eu ouvia os músicos tocando todas aquelas escalas e nunca nada que a gente pudesse lembrar”. 
De 1945 – como integrante do quinteto de Charlie ‘Bird’ Parker – a 1991, Miles Davis construiu uma sólida carreira musical e fonográfica, interrompida entre 1975 e 1981 para recuperação de um grave acidente automobilístico que o deixou com os dois tornozelos quebrados. Em três décadas, entre 1955 a 1985, Miles consolidou sua trajetória, mantendo a essência inovadora do jazz e articulando novas explorações sonoras. Ousado, inventivo e genial, Miles Davis desafiou o tempo com sua música impregnada de força e de criatividade. Miles encarnou parte da história do jazz e da música negra norte-americana e seu legado é parte integrante da evolução da própria música criativa da segunda metade do século XX. 
O próprio Miles admitia: “Tive vários períodos criativos realmente férteis em minha vida. O primeiro foi de 1945 a 1949, o início. Depois quando deixei as drogas, 1954 a1960 foi um tempo musicalmente fértil... E 1964 a 1968 não foi tão ruim assim, mas eu diria que me alimentava muito das ideias musicais de Tony, Wayne e Herbie. O mesmo aconteceu quando fiz ‘Bitches Brew’ e ‘Live-Evil’, porque foi uma combinação de pessoas e coisas – Joe Zawinul, Paul Buckmaster e outros – e tudo que fiz foi reunir todos e compor umas poucas coisas”. 
Em sua autobiografia, Miles afirmaria: “Sendo um rebelde negro e inconformista, sendo frio, elegante, irado, sofisticado e ultra limpo, como queiram chamar – eu era tudo isso e mais. Mas tocava o fino em meu trompete, e tinha um grande conjunto. Por isso, não consegui reconhecimento apenas pela imagem de rebelde. Tocava trompete e liderava o conjunto mais quente da praça, um conjunto criativo, imaginativo, super integrado e artístico. E isso, para mim, foi o motivo de conquistarmos o reconhecimento”. Santíssima trindade do bebop Dizzy Gillespie, Miles Davis e Charlie ‘Bird’ Parker encarnaram o Pai, o Filho e o Espírito Santo no bebop, uma verdadeira revolução que lançou as bases do jazz moderno. A linguagem do jazz, a partir do bebop, entre 1944 e 1949, foi alterada radicalmente seja melódica, seja rítmica e harmonicamente, determinando uma ruptura com o tradicional. O jazz, com o bebop, passou a ser arte e não mero divertimento. Ao contrário do swing, o bebop não servia para dançar, daí sua pouca penetração popular, e mesmo músicos em ascensão, como Bird, Dizzy e Miles, eram atingidos pelo preconceito contra a música negra.
Para Miles, o bebop foi mudança, foi revolução: “Se alguém quer seguir criando, tem de ser com mudança. Viver é uma aventura e um desafio”. Aos 18 anos, o jovem trompetista negro Miles Dewey Davis III, nascido em 26 de maio de 1926, em Alton, Illinois, pequena cidade ribeirinha do rio Mississipi, a cerca de 40 quilômetros ao norte de East St. Louis, encarou o desafio da música e chegou a Nova York, em setembro de 1944, “ainda verde em algumas coisas, como mulheres e drogas”, mas confiante em sua capacidade de tocar trompete. 
O verdadeiro motivo da ida do músico para a Big Apple ou Grande Maçã era procurar Bird e Dizzy, que sacudiam o cenário do jazz com um novo caminho, a partir de seus improvisos sobre temas pré estabelecidos, articulando novas melodias e impulsionando a mudança da concepção rítmica, base da consolidação do jazz moderno. Assim, Miles foi para Nova York “para sugar tudo que pudesse” de lugares como a Minton’s Playhouse, no Harlem, e muitos outros na rua 52, que todo o mundo da música chamava de “A Rua”. O estudo na escola Juilliard era apenas uma cortina de fumaça, uma escala, uma desculpa que Miles usara para ir para perto de seus ídolos musicais. E Miles deixou claro isso em sua autobiografia: “Ouça. A maior sensação de minha vida – vestido – foi quando ouvi pela primeira vez Diz e Bird juntos em St. Louis, no Missouri, em 1944. Eu tinha 18 anos, e acabara de me formar no Ginásio Lincoln, que ficava bem em frente, do outro lado do rio Mississipi, em East St. Louis, Illinois”. 
“Bird pode ter sido o espírito do bebop, mas Dizzy era ‘a cabeça e as mãos’, aquele que congregava tudo”, disse Miles Davis, que se tornaria a mais nova personagem da Santíssima Trindade do bebop. Estas e muitas outras revelações do mundo e do submundo do jazz estão nas 382 páginas de “Miles Davis – A Autobiografia”, um livro que provocou impacto devastador quando foi editado nos Estados Unidos no final de 1989 e que, no Brasil, ganhou tradução de Marcos Santarrita, em meados de 1991.
 Numa linguagem direta e certeira, como a pegada de um boxeur peso pesado, o livro foi fruto da colaboração entre o trompetista e o jornalista, poeta e professor Quincy Troupe. Contundente e corrosivo, Miles traçou um painel multifacetado do universo jazzístico de 1944 a 1989, permeando cada passagem com uma riqueza de detalhes só possível a quem vivenciou e/ou mergulhou fundo no prazer e na dor que envolviam e vão continuar envolvendo a música. Negro como a meia-noite Sobrevivente de uma geração de expoentes do jazz que acreditava na afirmação de Charlie ‘Bird’ Parker, em 1953, “A música nunca irá parar. Continuará sempre caminhando para a frente”, Miles deixou claro: “Música não tem época; música é música”. Negro como a meia-noite, Miles Davis criou uma música impregnada da essência cultural afro-americana expressa pelo jazz e alinhavada com a matriz negra, o blues. 
O ano de 1954 seria musicalmente muito importante para o trompetista, embora ele mesmo não compreendesse o quanto na época, segundo revelação em sua autobiografia. O disco “Birth of the Cool” foi um marco e lançou um feixe de luz sobre os novos caminhos trilhados por Miles e o arranjador Gil Evans. Esse disco tomara, segundo Miles, de algum modo, outra direção, mas viera basicamente do que Duke Ellington e Billy Strayhorn já haviam feito; apenas tornara a música “mais branca”, pra que os brancos a digerissem melhor. 
Em 1955, Miles Davis deixaria a Prestige, onde tinha gravado discos fundamentais para consolidar a base de sua música, tendo Bob Weinstock como produtor, e passaria a gravar para a Columbia, inicialmente com o produtor George Avakian. O grupo formado por Miles e tendo Coltrane como uma referência tornou o trompetista e Trane lendários: “Esse grupo realmente me pôs no mapa do mundo musical, com todos os grandes discos que fizemos pra Prestige e, depois, pra Columbia Records”. O primeiro LP do trompetista gravado na Columbia foi “Round’ About Midnight”, ao lado de John Coltrane, Red Garland, Paul Chambers e Philly Joe Jones, em sessões realizadas estúdio D, em Nova Iorque, em 26 de outubro de 1955, e no estúdio da Rua 30, em junho e setembro de 1956. De cara, Miles emplacaria um clássico na nova casa. E ele sintetizaria: “A Columbia representou pra mim uma abertura pela qual minha música podia passar pra chegar a mais ouvintes, e eu passei por essa porta quando ela se abriu e jamais olhei pra trás”.
Em maio de 1957, voltaria ao estúdio com Gil Evans para gravar “Miles Ahead” e diria: “Foi uma grande experiência voltar a trabalhar com Gil. A gente se via de vez em quando, depois de fazermos ‘Birth of the Cool’. Depois disso, falamos em nos reunir em outro disco, o que resultou na ideia da música de ‘Miles Ahead’. Como sempre, adorei trabalhar com Gil, porque ele era muito meticuloso e criativo, e eu confiava plenamente em seus arranjos musicais. Sempre formamos uma grande dupla musical, e realmente compreendi isso quando fizemos ‘Miles Ahead’”. Em fins de 1959, o trompetista iniciou também com o arranjador Gil Evans o disco “Sketches of Spain”, outra maratona sonora repleta de descobertas e plena de sentimento. 
Durante três décadas, a trajetória de Miles Davis na Columbia, atual Sony, impulsionou o jazz para novos caminhos. Ali permaneceu até 1985-86 quando migrou para a Warner e abriu novas perspectivas em sua música.
 Para marcar essa colaboração Miles-Columbia, no final de 2010, o selo Legacy, que cuida das reedições da Sony Music, lançou um banquete completo para os admiradores da música de Miles Davis: uma caixa contendo a coleção integral dos álbuns do trompetista, disponível na Amazon, ou na Columbia-Legacy. São nada mais nada menos que 70 CDs, um ensaio escrito por Frederic Goaty, anotações de Franck Bergerot sobre cada disco e um DVD, além de fotos raras. Um mergulho profundo na alma do jazz de Miles. 
As ideias criativas nunca se esgotaram em Miles Davis, que afirmaria: “elas me saltavam da cabeça”. E arrematava: “Me dizem que meu som parece uma voz humana, e é isso que quero que seja”. Para Miles Davis, música e vida são estilo. E advertia: “É preciso ter estilo no que quer que se faça – literatura, música, pintura, moda, boxe, tudo. Alguns estilos são elegantes, criativos, imaginativos e inovadores, e outros não”. E o estilo de Miles foi tudo isso e muito mais. Como músico, sempre esteve na linha de frente do jazz e sempre buscou novas explorações e desafios. A chama ardente do jazz marcou sua trajetória. Como poucos, o trompetista incorporou a alma da música afro-americana improvisada e sua experimentação sonora é fruto desta vivência e parte essencial da evolução do jazz. Para ele, a música estava sempre mudando. E mudando por causa das épocas e da tecnologia disponível. Uma obra-prima e ícone do jazz moderno
Em 2009, o disco "Kind of Blue", um ícone do jazz, completou 50 anos e ganhou reedição de luxo com dois CDs, incluindo faixas extras, documentário e entrevistas em DVD e um livreto pelo selo Columbia/Legacy, no Brasil Sony. A versão norte-americana trazia ainda um vinil de 180 g. As duas sessões de gravação do álbum foram realizadas em 2 de março e em 22 de abril de 1959 e o disco foi lançado em 17 de agosto de 1959. A expressão “Kind of Blue” pode ser traduzida como “um pouco triste”, ou “um pouco blue”. E “So What” – faixa inicial do álbum – pode ser traduzida como “E daí?”. Já a expressão “modal” significaria “de escalas”, ou seja, “toda música ou todo sistema diatônico que obedecesse a um padrão de uma única nota ‘tônica’ central seria modal”. Na verdade, Miles Davis utilizava estas expressões usualmente e, por isso mesmo, são reveladoras de como coisas simples podem significar muito. 
No livro "Kind of Blue - A História da Obra-Prima de Miles Davis" (Editora Barracuda), o norte-americano Ashley Kahn, empreende um mergulho fundo em uma das criações mais inventivas do universo jazzístico e um divisor de águas na própria trajetória do trompetista. Prefaciado por Jimmy Cobb (20/01/1929), baterista e único músico vivo do sensacional sexteto de Miles Davis que atuou nas duas sessões de gravação de “Kind of Blue”, em 1959, o livro revela os bastidores das gravações e mostra porque este disco é considerado uma das mais significativas expressões musicais do século XX. O próprio Ashley Kahn afirma: “No santuário do jazz, ‘Kind of Blue’ é uma das relíquias sagradas”. No entanto, esclarece que “o álbum fez menos barulho quando saiu do que sua reputação atual poderia sugerir – fazendo sua mágica na música por meio da evolução, não da revolução”. 
Miles Davis, em sua autobiografia, garante que “Kind of Blue” resultou da forma modal que começara em “Milestones”, mas desta vez, foi acrescentado outro tipo de som que lembrava o do Arkansas “quando voltávamos da igreja e o pessoal tocava aqueles hinos de igreja sensacionais. Me voltou aquele sentimento e comecei a me lembrar do som e da sensação daquela música. Era dessa sensação que eu tentava me aproximar. Aquela coisa entrara em meu sangue criativo, minha imaginação, e eu esquecera de que ela estava lá”. Assim, “compus um blues que tentava retornar àquela sensação que eu tivera aos seis anos de idade, andando com meu primo pela estrada escura do Arkansas. Compus uns cinco compassos disso, gravei e acrescentei uma espécie de som cortante na mixagem, porque essa era a única forma que eu tinha de entrar no solo do piano. Mas a gente compõe uma coisa e aí vêm outros caras, tocam a partir dela e a levam pra outro lado, através de sua criatividade e imaginação, e a gente não sabe mais pra onde achava que estava indo. Eu tentava fazer uma coisa e terminava fazendo outra”.
E Miles vai mais fundo na explicação sobre como gravou o histórico disco: “Não compus a música de ‘Kind of Blues’, apenas fiz uns esboços do que todos deviam tocar, pois queria espontaneidade na execução. Tudo saiu na primeira tomada, o que indica o nível em que o pessoal tocava. Foi lindo. Mas quando digo às pessoas que não consegui fazer o que tentava, que não consegui obter o som exato do piano de dedo africano naquele som, elas me olham como se eu estivesse doido. Todos dizem que o disco é uma obra-prima – eu também gostei – e acham que estou tentando goza-los. Mas foi isso que tentei fazer na maior parte desse disco, particularmente em ‘All Blues’ e ‘So What’. Simplesmente não consegui”. 
Kahn afirma que o solo de Miles em “So What” demonstra duas vertentes fundamentais da sonoridade de seu trompete: “Seu gênio para a simplicidade. Há quase um exagero de economia em seu método, contornando sons prolongados e silêncios para obter um efeito irresistivelmente casual e um palpável senso dramático. A outra característica distinta de Miles é a referida tendência de adiantar o ritmo e jogar com as divisões”. 
Mas uma das revelações mais marcantes de Kahn sobre “Kind of Blue” foi o efeito que a música criada pelo sexteto produziu em John Coltrane, apesar de toda a música de influência modal que Davis, Cannonball, Heath e, depois, Zavinul produziriam, “nenhum músico foi mais afetado pela experiência modal deste disco e nenhum seria mais influente do que John Coltrane”. E lança mão do biógrafo Lewis Porter para explicar: “O solo em ‘So What’ indica o rumo que a música de Coltrane tomaria nos anos 60, mais que ‘Giant Steps’. Ele se tornou cada vez mais preocupado com os aspectos estruturais da improvisação; com isso, se concentrou exclusivamente nos conhecimentos modais, o que deu a ele o tempo para desenvolver suas idéias minuciosamente”. 
Ashley Kahn assegura na introdução do livro que, quando começou a pesquisa, a Sony Music forneceu pleno acesso a todas as informações, fotografias e gravações dos seus arquivos, além de facilitar o contato com antigos funcionários. Assim, “localizei relatórios das fitas e das sessões que revelavam a identidade da equipe de gravação que trabalhou em ‘Kind of Blue’, cuja maioria – assim como os membros do sexteto, com exceção do baterista Jimmy Cobb – não está mais entre nós. De conversas com engenheiros da Columbia da época, pude formar um quadro do que era trabalhar no 30th Street Studio, antiga igreja onde o álbum nasceu”.
E, para aproximar o leitor do efetivo processo de criação do álbum, Kahn lançou mão da transcrição e da discussão das sessões de gravação. O texto original da contracapa de Bill Evans – “Improvisação no jazz” – foi encontrado “impecavelmente escrito à mão e quase sem edição", assim como as fotografias do engenheiro de som Fred Plaut, “jamais publicadas e que mostram as notações musicais de um tema de estrutura modal”. Kahn afirma que o trompetista e Evans demonstraram, neste disco, ser dois exploradores musicais unidos por paixões e visões afins: “Eles compartilhavam um lirismo obsessivo e um fluxo melódico que mais sugeria do que manifestamente definia a estrutura musical”. Miles ao falar de Bill Evans demonstra todo seu sentimento: “Bill possuía aquela chama silenciosa que eu adorava no piano. Da forma como tocava, o som que ele extraía era como silvos de cristal ou água cintilante caindo de uma cachoeira limpa. Red conduzia o ritmo, mas Bill se entregava a ele...”. 
O autor do livro também afirma na introdução que, além das informações obtidas na pesquisa, “fui sendo igualmente tomado pelos aspectos mais místicos do álbum”. “A lenda de sua criação pura, em takes únicos. A combinação alquímica de influências de música erudita e música folk. A interação da filosofia menos-é-mais de Miles e do estilo igualmente enxuto de Bill Evans com o restante da banda, mais eloquente. O drama de Davis, que, movido pela interminável busca por novos estilos, criava uma obra-prima para então abandoná-la em favor de uma próxima empreitada. Fui desafiado a examinar o que havia de verdadeiro na mitologia do disco. Todo o álbum teria sido de fato improvisado, e não planejado? Miles realmente compôs tudo? ‘Kind of Blue’ mudou o território do jazz para sempre e, em caso positivo, como? Para fazer justiça ao álbum, eu precisava me transportar ao tempo e ao lugar que o gestaram”. Ponte entre o jazz e o rock Em 2010, foram celebrados os 40 anos do lançamento de “Bitches Brew”, um dos discos mais inusitados e controversos de Miles Davis. Marco da fusão jazz - rock’n’roll nos anos 1970, o álbum foi um divisor de águas na trajetória de Miles e impulsionou o que passou a ser chamado de jazz-fusion. O trompetista revelava: “O sintetizador mudou tudo, quer os músicos puritanos gostem ou não. Veio para ficar, e a gente pode curtir ou não”. Esta edição comemorativa, em dois CDs, reuniu as gravações originais remasterizadas e duas versões de estúdio até então inéditas. Além disso, incluiu um DVD, onde Miles está acompanhado por Wayne Shorter (saxofone), Chick Corea (piano), Dave Holland (baixo) e Jack DeJohnette (bateria), em Copenhague, em novembro de 1969, no Festival Tivoli Konsertsal.
 Enfim, o mundo da música agradece a contribuição de Miles Davis para tornar melhor o século XX e este início de século XXI. * * * (*)Jorge Sanglard é jornalista, pesquisador e produtor cultural. Escreve em jornais de Portugal e do Brasil. E-mail: jorgesanglard@yahoo.com.br

28.11.14

Da série "Sala de Espera": pinturas feitas com smartphone

Da série "Sala de espera" -pintura virtual feita com o dedo sobre a tela do aparelho smartphone. Confesso que não me lembro o que estava esperando, mas me encontrava em Sampa, com saudades do Rio - daí o tema: "um banquinho e um violão", ou um "barquinho e um violão"...tanto faz ... Só passarei a citar a marca do smartphone após o devido "paitrocínio", pois quem trabalha de graça é relógio, he he. Clique na imagem para ampliar e VER melhor.

26.11.14

QUADRINHOS - INDEPENDENCE DAY

Recebi esta dica do JAL, segue o texto do release.
Clique na imagem para ampliar e VER melhor PARA QUEM ESTÁ RECLAMANDO DOS PREÇOS DOS EVENTOS DE QUADRINHOS, UMA BOA OPÇÃO É O INDEPENDENCE DAY NA BIBLIOTECA SÃO PAULO - GRATUÍTO PROGRAMAÇÃO: EXPOSIÇÃO -A HISTÓRIA DOS QUADRINHOS NO BRASIL- por JAL E GUAL Do dia 29 de novembro a 1º de fevereiro 2015. PALESTRAS -SEGUNDAS INTENÇÕES- Sábado, 13 de dezembro, às 11h. Com Laerte Coutinho. Mediação: Manuel da Costa Pinto -O INDEPENDENTE NA VANGUARDA DA HQ NACIONAL- Domingo, 14 de dezembro, às 15h. Com Marcatti e Daniel Esteves. OFICINA:  - SPLIT SILK + MIMEÓGRAFO NO ZINE- Sábado, 13 de dezembro, às 14h30. Com XOXU. FEIRA: INDEPENDENCE DAY  - FEIRA DE QUADRINHOS INDEPENDENTES, PEQUENAS EDITORAS E PUBLICAÇÕES ALTERNATIVAS E LANÇAMENTOS_ Sábado e Domingo, 13 e 14 de dezembro, das 10h às 18h. TODAS AS ATIVIDADES SÃO GRATUITAS! CONFIRAM O ACERVO DA NOVA GIBITECA DA BSP! BIBLIOTECA DE SÃO PAULO/ BSP Parque da Juventude Av. Cruzeiro do Sul, 2.630, Santana, São Paulo/SP CEP 02030-100 (ao lado da Estação Carandiru do Metrô) Tel.: 11 2089 0800 Estamos abertos de terça a sexta das 9h às 21h. Sábados, domingos e feriados das 9h às 19h.

Pintura no Smartphone

Da série "Esperando com o smartphone" (pintura virtual feita com o dedo sobre a tela do aparelho)- Desta vez esperava uma costela - chamada também de "bisteca", em Sampa, no "Sujinho".(Na Rua da Consolação, esquina com a rua Maceió) Clique na imagem para ampliar e VER melhor

25.11.14

Lançamento duplo: a última "agenda" de Stefan Zweig (no exílio) e "O mundo de ontem"

Aqui vai um lembrete para o lançamento da última agenda de Stefan Zweig no exílio -"A rede de amigos de Stefan Zweig - sua última agenda- 1940/1942"- (facsímile da agenda original), pela Editora Memória Brasil/Casa Stefan Zweig e o relançamento, em nova tradução, do seu livro de memórias O mundo de ontem (Die Welt von gestern), pela Editora Zahar. O lançamento vai rolar na próxima segunda, 1 de dezembro, às 19h na Travessa do Leblon. Obs: O biógrafo de Zweig, Alberto Dines, vai fazer um bate-papo com os presentes. Clique na imagem para ampliara e LER melhor.

23.11.14

Claufe Rodrigues lança amanhã, dia 24, seu romance "Cachorras"

Recebi por e-mail uma dica de Geisa Souto. Amanhã, dia 24 de novembro (segunda-feira) a partir das 19 horas, o jornalista e escritor Claufe Rodrigues lança seu romance"Cachorras" O evento vai rolar na Livraria da Travessa - Shopping Leblon, na Av. Afrânio de Melo Franco, 290 – 2º piso. Aqui vão algumas informações sobre o autor e seu livro que retirei direto do release. O romance Cachorras é uma delirante história de amor que desafia o leitor.   Amigos de infância e parceiros na extinta banda Os Miseráveis, Angelo (Billy Dog) e Demetrio escolheram caminhos diferentes, mas cada qual está, ao seu modo, num beco sem saída – na música e na vida. A situação de Billy Dog é desesperadora: diante do iminente retorno de Brenda, a misteriosa mulher que o abandonou há exatamente um ano, ele chega ao grau máximo de obsessão, angústia e solidão, prestes a suicidar. Autoexilado em Curuti – cidade do Sul para onde se mudou atraído pela fama de alta qualidade de vida e de onde não consegue sair –, Billy Dog pede socorro a Demetrio. Ao longo de dois dias, ele narra ao amigo a sucessão de acontecimentos que o levaram ao estado de perdição física, mental e espiritual em que se encontra, enquanto a história se encaminha para o surpreendente desfecho.   Tragicomédia com tintas de humor negro, Cachorras, publicado pela Maquinária Editora, marca o retorno de Claufe Rodrigues à ficção, 13 anos após sua estreia na prosa, com a publicação de Roman-se. Poeta de origem, o autor cria, em seu 11º livro, uma hábil e envolvente teia de suposições que prende o leitor do início ao fim, propondo três desfechos perfeitamente plausíveis para a história de amor mais delirante da literatura brasileira contemporânea.   — Escrever um poema é como ir à praia, dar um mergulho e voltar pra casa. No caso do romance, você tem que atravessar um oceano inteiro, a braçadas, sem saber se conseguirá chegar ao final da jornada. Muitas vezes, você nem passa da arrebentação; em outras, se perde no caminho e uma correnteza o traz de volta ao ponto de partida. Para fazer a travessia há que se ter muita concentração, disciplina, paciência e perseverança, diz o autor.    Primeiro Cachorras surgiu para Claufe Rodrigues como filme. A história foi, então, adaptada para romance, um trabalho de um ano e meio. O livro oferece vários níveis de leitura, tratando de temas como o valor da amizade, a relação com idosos e animais, a condição do artista no mercado corporativo e o preço que se paga pela liberdade de pensamento no fascinante e tenebroso mundo em que vivemos.   Além de Cachorras, o poeta camaleão prepara para breve a edição de Poesia quase completa, obra que reunirá seus oito livros de poesia, com prefácio do crítico João Cezar de Castro Rocha. Para o ano que vem, está prevista ainda a publicação de seu primeiro livro infantil, Pipoca e cafuné – A hora dos gatos, e a produção de dois trabalhos musicais baseados em canções próprias. CLAUFE RODRIGUES Poeta, jornalista, compositor e produtor cultural, Claufe Rodrigues tem dez livros publicados, entre eles Poemas para flauta e vértebra, O Arquivista, Amor e seus múltiplos, Escreva sua história e O pó das palavras. Organizou, com Alexandra Maia, a obra 100 anos de poesia – um panorama da poesia brasileira no Século XX, e produziu diversos eventos voltados para a literatura, como Ponte Poética Rio-São Paulo (1995), Expoética (1996), Poesia faz escola (2002), Poesia no Sesi (2010/2011) e Sarauê (2011/2012).  Fez parte dos grupos Os Camaleões, com Pedro Bial e Luiz Petry (1984-1986), e Ver o Verso, com Pedro Bial, Mano Melo e Alexandra Maia. Dividiu com Mano Melo o show Sol na boca (2010), com participação de banda e de Mônica Montone, para quem produziu um disco. Com vasta experiência no telejornalismo, codirigiu a série Os nomes do Rosa, sobre vida e obra de Guimarães Rosa, em 1997. Apresentou e dirigiu, em 2005 e 2006, o Palavrão, primeiro programa da TV brasileira dedicado exclusivamente à poesia. Como repórter e editor da GloboNews, produziu diversos especiais, como a série O poeta fingidor, sobre Fernando Pessoa, O bruxo das palavras, sobre Machado de Assis, Uma vida em linha reta, sobre Euclides da Cunha, e Os retornados, sobre descendentes de escravos brasileiros na África. Atualmente, trabalha como repórter e editor do programa GloboNews Literatura.

14.11.14

Livro de Caricaturas de J.Bosco. Um show de bola!!!

Recebi meu presente de Natal antecipado ao verificar minha caixa de correio. Enfim chegou o magnífico livro de caricaturas de um craque, o mestre J.Bosco, que dribla e faz gols tanto na área da charge como do cartum e da caricatura. J.Bosco Caricaturas( RM Graph Editora/ Belém do Pará-2013) é um livro para a gente admirar e demorar em cada desenho por muito tempo. Um livro para se deliciar e aprender, um show da arte de buscar a alma na expressão do rosto das figuras de diversos campos: da música, do cinema, da literatura, da poesia, do pensamento. (Clique na imagem para ampliar e VER melhor)

13.11.14

Saíram do forno o DVD e o CD "Luizinho Lopes ao vivo"

Acaba de sair do forno o DVD e o CD "Luizinho Lopes ao vivo". O primeiro show de lançamento desse DVD/CD ocorreu em Juiz de Fora, no sábado passado, 08/11, no Bar da Fábrica, reduto tradicional de MPB e JAZZ na cidade. Os próximos shows de lançamento ocorrerão somente em 2015, com previsão para acontecerem primeiramente em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e por fim em São Paulo. “Olhos do Oriente”, uma das músicas que funciona como carro-chefe do DVD/CD ( que se encontra como extra no DVD), pode ser acessada no YouTube, no seguinte endereço www.youtube.com/watch?v=t1Y49fgdejY. Importante: A venda do álbum através da Internet está sendo organizada ainda. Por enquanto, essa obra pode ser encontrada na loja Planet Music (Av. Itamar Franco, 1522 – Centro – Juiz de Fora) e em algumas bancas de jornal de Juiz de Fora. Em Belo Horizonte, está à venda na AFFEMG (Associação dos Funcionários Fiscais de Minas Gerais), localizada na Rua Sergipe, 893 – Savassi. O interessado tem ainda a opção de entrar em contato com o autor através do e-mail luizinho.lopes@gmail.com Escrevendo para Luizinho Lopes. você pode se informar a respeito do custo da remessa do álbum pelos correios. Seguem algumas fotos (abaixo) da gravação: Na 1ª aparece Luizinho Lopes, cantor, violonista e compositor/ Na 2ªDaniel Drummond, Luizinho Lopes, Bré e Dudu Lima/ Na 3ª Daniel Drummond, Luizinho Lopes, Bré e Dudu Lima.
Agora, publicamos aqui, o texto precioso do jornalista e pesquisador Jorge Sanglard, que fala desse novo trabalho de Luizinho Lopes. O artigo tem por título Sopro de vida na MPB
O cantor, compositor e violonista mineiro, Luizinho Lopes, acompanhado pelo percussionista Bré, pelo guitarrista Daniel Drummond e com a participação especialíssima de um dos maiores contrabaixistas brasileiros, Dudu Lima, está lançando o álbum DVD/CD “Luizinho Lopes Ao Vivo”, onde a palavra dá o tom. Um autêntico sopro de vida na MPB. Reconhecido como um dos mais consistentes compositores mineiros, suas canções atestam o compromisso com a qualidade e a inventividade.    As letras das composições de Luizinho Lopes soam como sinopses de filmes, com início, meio e fim, não necessariamente nessa ordem, subvertendo a atmosfera da música, com suas harmonias inusitadas, fruto da busca incessante por acordes preciosos, novos desenhos sonoros, cuidadosamente esculpidos ao longo do leito do violão. E, se não bastasse isso, o compositor ainda tem como parceiros ilustres escritores mineiros contemporâneos, como o poeta e contista Iacyr Anderson Freitas e o escritor Luiz Ruffato.    A valorização da palavra, impregnada de sentidos, sutilezas e imagens poéticas é a senha para desvendar a trajetória do compositor mineiro Luizinho Lopes e mergulhar em sua obra musical.    A escolha do repertório do álbum DVD/CD partiu das músicas que o compositor considera essenciais em seu universo “...e parte do repertório saiu do que venho regularmente cantando em meus shows, e também o que ainda não foi gravado por mim ou por outros intérpretes”, afirma Luizinho Lopes. O álbum tem como introdução “Ar de Árvore”, de Bré, Daniel Drummond e Dudu Lima, seguida de “Eu nem sei”, “Dossiê”, “Ar”, “Chá” e “Anoiteceu”, todas de Luizinho Lopes. Já “A sola do palato” é uma parceria entre o compositor, Roberto Lazzarini e Iacyr Anderson Freitas. O músico mineiro também é autor das faixas “Til”, “Dinastia dos Escombros” e “O Dom de Quixote”. E a faixa “No Retrato” é outra parceria entre Luizinho Lopes e o poeta Iacyr Anderson Freitas. A canção “Não se deve duvidar de uma ilusão” é mais uma composição com letra e música do autor. Outra parceria com um escritor de peso da literatura contemporânea brasileira é a canção “Em Mim”, com o premiado romancista Luiz Ruffato. A seguir, o músico volta a assinar três canções: “Compasso dos Camelos”, “Olhos do Oriente” e a faixa que fecha o álbum “Corpo de Incêndios”.    Luizinho Lopes iniciou sua carreira musical no fim da década de 1970, como um dos líderes do grupo Vértice, que marcou presença no Som Aberto, durante o Circuito Universitário na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Em 1990, lançou o seu primeiro disco, um LP, denominado “Nem tudo eu nasce é novo”. O seu segundo registro foi o CD “Sertão das Miragens”, de 2002, na companhia da cantora Marcela Lobbo. Depois surgiu o CD “Noiteceu”, lançado em 2008, com participações de grandes músicos como o genial acordeonista Toninho Ferragutti e o cantor Renato Braz, ambos de São Paulo. Ao seu trabalho, incorporaram-se ao longo dos anos importantíssimos e talentosos parceiros musicais, dentre os quais, o maestro, compositor, arranjador e pianista, Roberto Lazzarini.    O álbum foi gravado ao vivo, em maio de 2012, no Teatro do Centro Cultural Pró-Música, em Juiz de Fora, com direção geral e produção totalmente independente de Luizinho Lopes. Carlos Henrique Pereira foi o engenheiro de captação e gravação de áudio, Ricardo Itaboray foi o engenheiro de edição de áudio e mixagem, Luiz Tornaghi foi o engenheiro de masterização no estúdio Batmastersom, no Rio de Janeiro, Mauro Pianta foi o diretor de fotografia e Chris Bolt foi o editor de imagens e autor do projeto gráfico.    O DVD traz também a versão do clip da faixa “Olhos no Oriente”, com direção de Victor Zaiden e filmado na Zona da Mata Mineira, próximo às áreas rurais do santuário ecológico de Ibitipoca, retratando um rei, interpretado pelo ator Pedro Gui, diante da solidão do poder e de uma mulher, vivida pela atriz Felissa Queiróz, que instaura em seu imaginário a tirania do desejo.    Ao lançar mão de dois versos de Iacyr Anderson Freitas, o compositor constrói "A sola do palato", uma poderosa vertente musical: "Palavras como frutos proibidos / palavras com vontade de não ser de não dizer / palavras com desejo de silêncio / palavras que têm medo de pisar na língua / com a sola do palato / com a sola do palato /.../ palavra camuflada na sentença / palavra que não sabe vir à tona ou se esconder / palavra sitiada por um mote / até o instante em que o poeta vira cobra e dá o bote / com a sola do palato / com a sola do palato".    A partir do poema "No retrato", também de Iacyr, Luizinho Lopes recriou, com malícia e ironia, o ambiente familiar de preparação para uma foto: "Toda a família se espreme / no retrato ao lado do oratório / família toda espremida / comungando a breve aura do flash".    Já a parceria com Luiz Ruffato na canção "Em mim" é uma das provas da força da palavra na música mineira: "E a solidão que ora sinto / abismos abissais / não é montanha após montanha / é algo mais / céu sobre as minas / mãos sobre as minhas /.../ talvez não entenda / a lenda silenciosa em mim / não é costume após costume / é muito mais / não está em mim só / está em mim / em mim / em mim / em mim / nas gerais". Autêntico mergulho nas profundezas das coisas de Minas Gerais, a canção é uma obra-prima e um desafio aos que insistem em dizer que não há nada de novo na MPB. Há sim. E estas parcerias atestam o vigor da nova música brasileira forjada neste início de século XXI.    "Não se deve duvidar de uma ilusão", adverte o autor numa das faixas do álbum DVD/CD: "Ela é tão distante e bela quanto estrela / quando me aproximo dela ela já foi / pele de mercúrio escorre pelas mãos / ela é uma mina / de explorar o ouro da canção / tudo nela é passageiro como tem que ser pra ser paixão".    E é exatamente ao explorar o ouro de cada canção que Luizinho Lopes vai se insinuando como um farol que brilha no horizonte da boa música brasileira contemporânea.
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12.11.14

Do fundo da estante: Capa do CD "Carnaval Piano Blues"

Do fundo da estante: cometi algumas ilustrações de capas de CD e livros. Esta foi feita para o CD "Carnaval Piano Blues", do maestro Antonio Adolfo. O Projeto gráfico foi de Janine Houard. Clique na imagem para ampliar e VER melhor

11.11.14

Do fundo da estante: Capa do CD "Chiquinha com Jazz"

Do fundo da estante: cometi algumas ilustrações de capas de CD e livros. Esta foi para o CD "Chiquinha com Jazz" , de Antonio Adolfo, dentro de um projeto gráfico do mestre Egeu Laus. A ilustração foi feita com lápis de cor, ecoline, pastel seco, efeitos de fundo com aplicação de tinta de aquarela sobre camada de verniz fixador opaco. (Aprendi essa técnica observando as caricaturas do genial Hemenegildo Sábat). O CD foi lançado pela Kuarup Discos/ selo Artezanal, em 1997 (Na comemoração dos 150 anos do nascimento de Chiquinha Gonzaga) Clique na imagem para ampliar e VER melhor

10.11.14

Casa Dirce promove (com Fundação Biblioteca Nacional e UFF) mesa-redonda para refletir sobretradução

Mesa redonda: Diálogos entre tradutores A Casa de Leitura Dirce Cortes Riedel (UERJ), em parceria com a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), realizará mesa-redonda com os tradutores Petra Petrac (Croácia), Didier Laimaison (França), Kriton Iliopoulos (Grécia) e Bárbara Belloc (Argentina) dia 18 de novembro aberta ao público. Eles estão traduzindo, respectivamente, O mulato, de Aluísio Azevedo, Minhas queridas, de Clarice Lispector, Os Bruzundangas, de Lima Barreto e Argumentação contra a morte da arte, de Ferreira Gullar. Do encontro participam ainda professores de literatura brasileira e tradução da UERJ. Os tradutores convidados participam do “Programa de Residência de Tradutores Estrangeiros no Brasil”, criado pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN) com a finalidade de difundir a cultura 
e a literatura brasileiras no exterior. No período de residência, os Centros de Estudos de Tradução parceiros da FBN - a UFF, a Casa Guilherme de Almeida (Secretaria de Estado de Cultura de São Paulo) e a Pós-Graduação em Estudos da Tradução da Universidade Federal de Santa Catarina - desenvolvem uma programação específica no caso de cada tradutor para incentivar o diálogo com tradutores brasileiros e e estudiosos das obras que estão sendo traduzidas, estimular a produção de conhecimento da cultura brasileira e aperfeiçoar as técnicas de tradução. Serviço: Data: 18 de novembro das 16h às 18h. O evento é aberto ao público e as inscrições podem ser feitas no site www.casadirce.com.br Telefone: 21.2334.8227 Mais informações: casadirce.uerj@gmail.com / johkre@gmx.net Clique no folder para ampliar e LER melhor

Do fundo da estante: Capa da obra histórica "Viralata" de Antonio Adolfo

Do fundo da estante: cometi algumas ilustrações de capas de CD e livros. Esta foi para o relançamento, pela Kuarup Discos ( selo Artezanal), da histórica obra "Viralata", de Antonio Adolfo, em 2001. O disco original em formato de LP, foi lançado em 1979. A ilustração foi feita como pintura com a utilização dos programas Painter e filtros do Photoshop. O design foi elaborado pelo mestre Egeu Laus. Não preciso dizer que me senti honrado e privilegiado ao realizar esse trabalho. Clique na imagem para ampliar e VER melhor

8.11.14

Do fundo da estante: Capa de "Anjos Caídos", de Harold Bloom

Do fundo da estante: cometi algumas ilustrações de capas de CD e livros. Esta foi para a capa do livro "Anjos Caídos", de Harold Bloom, publicado em 2008, pela Editora Objetiva - capa dura, edição de "luxo", letras da capa impressas com tinta dourada (o que dificultou "escaneá-la", pois o "escanner" não capta bem o dourado). O "design" da capa e da parte interna do livro - que contou com várias ilustrações e capitulares desenhadas por mim (que vou "re-postar" aqui)- foi planejada pela Designer Andrea Vilela de Almeida. Gostaria de destacar também que a tradução foi feita pelo meu querido amigo, o Professor e Jornalista Antonio Nogueira Machado e agradecer a Julia Michaels, por ter acreditado na minha arte. Clique na imagem para ampliar e VER melhor

7.11.14

Dica do Gerdal:Bia Bedran saúda os 70 anos de Chico Buarque em show voltado à música dele, nesta sexta, na Sala Baden Powell

  Nosso amigo Gerdal mandou a seguinte dica para hoje Lembro-me bem, ao zapear os canais de tevê nos anos 90, da Bia Bedran (fotos acima), de violão amigo em punho e rodeada de crianças, apresentando o seu memorável "Canta Conto". Com alcance nacional, em emissora pública -  a antiga TV E (RJ), hoje TV Brasil -, foi atração que, por certo, ao longo de anos, teve audiência encorpada por muitos adultos, encantados, como eu, com o sorriso e a simpatia da condutora, também cantora, compositora e atriz. Fazia ainda o encanto de Bia a singeleza com que lidava com a criança, tratando-a como tal e trazendo ao seu público-alvo o exercício lúdico da imaginação, além de narrativas cantadas com base em nosso folclore. Ela é de Niterói, formada em musicoterapia e em educação artística, e uma colecionadora de prêmios, já a partir do seu primeiro trabalho, "Quintal Teatro Infantil", montado com o uso de bonecos, nos anos 70, no quintal da sua casa - Prêmio Molière 1975. Na década seguinte, também enveredando pelo nosso folclore como integrante do Bloco da Palhoça - cantando e tocando, ao lado, entre outros do "boca-livre" Lourenço Baeta -, faria jus a a prêmios como o Mambembe e o Nacional de Teatro. Para gente grande, destacou-se, no palco, em peças como "A Mandrágora", de Maquiavel, e "Seis Personagens à Procura de um Autor", de Pirandello.      Bia tem vários discos gravados, entre elepês e CDs -  quase todos para o desfrute da petizada -, e, nesta sexta, 7 de novembro, às 20h, na Sala Baden Powell, manifesta, com adoçante e com afeto, todo o seu apreço pela obra musical de Chico Buarque, saudando-o em show motivado pelos 70 anos do compositor carioca, completados no último 19 de junho. Ela lembrará "Sonho de um Carnaval", "Samba do Grande Amor" e "Paratodos", entre outras - mais votadas -, em longo roteiro alusivo ao homenageado, sendo acompanhada por Patrick Angello, ao violão, Ricardo Medeiros, ao baixo, e Jaburu, à bateria, mais o cascudo e inspirado pianista e compositor Sidney Mattos, ex-MAU (Movimento Artístico Universitário)..       Pós-escrito: nos primeiros quatro "links", Bia Bedran canta sua música, com exceção do quarto: 1) "Beatriz" - vídeo-release de CD lançado no ano passado; 2) "Bom Dia"; 3) "Calmaria"; 4) "Creme", de Sidney Mattos, com prosa de Bia Bedran, na voz dela. Nos dois "links" finais, Sidney Mattos e outros belos temas de sua autoria: "Chorando pro Hermeto" e "Salseiro".            http://www.youtube.com/watch?v=Jnp5vUn0ZSo ("Beatriz" - vídeo-release)   http://www.youtube.com/watch?v=FvoLczYpjXc ("Bom Dia")   http://www.youtube.com/watch?v=WTKCGZ10RBM ("Calmaria")  http://www.youtube.com/watch?v=DAOw6re-gjw ("Creme")   https://www.youtube.com/watch?v=loJN_AAf0uc ("Chorando pro Hermeto")   https://www.youtube.com/watch?v=kfFUVAsiL48 ("Salseiro") Clique nas imagens para ampliar e VER melhor

Do fundo da estante: Capa do premiado livro "Idade da Paixão"

Do fundo da estante: cometi algumas ilustrações de capas de CD e livros. Esta foi feita por encomenda do meu amigo Rubem Mauro Machado. A ilustração foi realizada com lápis de cor. O livro, com esta capa foi lançado no Rio de Janeiro em 1985, pela José Olympio Editora e ganhou o Prêmio Jabuti do ano de 1986.

6.11.14

Do fundo da estante: de Subterrâneos para "Histórias do Futebol"

Do fundo da estante: cometi algumas ilustrações de capas de CD e livros. Esta foi feita para um livro de João Saldanha, que originalmente tinha por título "Subterrâneos do Futebol". Foi publicado pela Editora Revan, no ano de 1996. O desenho foi construído com lápis de cor e pastel seco. O editor procurou, numa nota introdutória, explicar a mudança do título, pois segundo ele, o nome "Subterrâneos do Futebol" tinha sido uma brincadeira com seu companheiro de partido, Jorge Amado - pois, o mestre baiano tinha lançado antes uma grande obra (uma trilogia) cujo título era "Subterâneos da Liberdade". Com o passar de mais de trinta anos, tal brincadeira, segundo o editor, tinha perdido o sentido - "se perdeu no tempo"- e além disso, longe da escuridão que subterrâneo carrega, as histórias narradas no livro, na sua maioria, eram "alegres e engraçadas". Daí lançar o livro com o título "Histórias do Futebol". De qualquer modo, me senti muito honrado por ter feito a ilustração de um livro de João sem medo.

5.11.14

Do fundo da estante: Capa de "O Primo Basílio" e seus desencontros

Do fundo da estante: cometi algumas ilustrações de capas de CD e livros. Esta foi uma das primeiras ilustrações de capa de livro que fiz e tem uma curiosa história de desencontros por trás. Ela foi feita em meados dos anos 70 quando eu engatinhava na profissão de ilustrador e encontrei a pessoa iluminada de Jiro Takahashi, editor da Ática (naquela época), que generosamente dedicou seu tempo para olhar meu magro portfólio, que nesse momento juntava alguns artigos que eu havia ilustrado para o jornal Movimento e uns outros, publicados no Jornal da Tarde. Ah, exibi também umas HQs e ilustrações coloridas feitas só para impressionar os editores que imaginava encontrar pela frente. Cabe informar que eu tinha saído dos trilhos de uma "promissora" carreira de sociólogo para me aventurar na esfera das artes... A minha sorte foi que Jiro, depois de conferir meus trabalhos iniciais, confiou em mim, e me passou o desafio de ilustrar a capa do livro do Eça de Queirós. Fazia parte da "Série Bom Livro/ Edição Didática". Por isso, deveria criar também o material pedagógico que acompanharia o livro - uma história em quadrinhos apresentando os principais momentos da obra. O objetivo era orientar a leitura dos alunos (o livro servia como apoio para professores de literatura). Nessa arte, trabalhei com lápis de cor , aquarela e guache. Para fazer a HQ do material didático em P&B usei um "episcópio" artesanal que existia numa grande editora de Sampa, cujo pessoal foi muito gentil, ao permitir o uso desse instrumento ótico por horas, atrapalhando o fluxo da diagramação das revistas que ali eram produzidas. ( o episcópio e o aerógrafo estavam na moda nos anos 70 - computador era um sonho). Confesso que trabalhei duro nessa arte. O contexto era particularmente confuso. Nesse tempo, meu filho estava para nascer, a mãe dele e eu vivíamos numa dureza danada e estávamos aprontando as malas para mudar para o Rio. Pode-se dizer que esta capa literalmente foi feita em trânsito. Comecei seus esboços em Sampa (no bairro do Paraíso) e terminei na rua Djalma Ulrich, em Copacapana. Durante o processo de sua "gestação"eu aguardei uma inserção no mercado de trabalho, o que de fato aconteceu. Após longa negociação, consegui trabalho num grande jornal carioca (o old JB). Fui contrado para ilustrar um suplemento em forma de tablóide, que na época tinha por nome "Serviço Completo". Passei ilustrar também o caderno de "Livros" e uma revista dominical. E assim, começou uma jornada incrível na qual aprendi muita coisa: passei mais de 30 anos pintando o 7 , inclusive escrevendo textos neste antigo habitante da avenida Brasil, 500. Importa dizer que no meio dessa agitada migração inicial, o livro foi enfim para a impressão, e não demorou para chegar às minhas mãos um exemplar com aquele cheirinho bom de tinta de gráfica. Encantado, coloquei o "Primo" na minha estante e sempre que podia, eu o admirava, feliz da vida. *** O tempo passou na janela , só Carolina não viu e eu - em meio aos acidentes da vida ( mudanças de imóvel, separações etc) acabei perdendo meu " Primo Basílio". Décadas depois, um amigo da Editoria de Arte achou o danado do "Primo" numa livraria da Rodoviária , e quando viu o meu nome na página dos créditos comprou o livro e me deu de presente. Corta/ Na cena seguinte, estou num departamento de criação de uma agência de publicidade carioquíssima, onde uns sujeitos engravatados me entrevistaram e olharam meu portfólio que, nessa época já era um senhor obeso e incluia dentro dele o livro que meu amigo tinha encontrado na Rodoviária . Eu -" não sabe de nada, inocente"- pensava que aqueles publicitários - "aceita um cafézinho, água?"- queriam contratar meus serviços de ilustração e eles "raposamente", na verdade, estavam mais ineressados em sondar a minha esbelta figura a respeito de um cliente para o qual eu fazia uns pequenos anúncios. Era um curso de inglês com o qual eu trocava trabalho por aulas. Muita conversa mole depois, o pessoal da agência viu meus trabalhos, cercou Lourenço, tomou informações sobre meu cliente e me descartou (ainda não se falava deletou) com aquele papo de que a gente te liga, se esbarra na praia, etc e tal... Aí, aconteceu a segunda perda do "Primo", acabei esquecendo o ilustre parente lá na agência, mas só percebi isso muito tempo depois e nem me lembro se telefonei para perguntar se algum dos publicitários tinha se interessado por literatura portuguesa. Desde este dia andei a procura dele nas "feirinhas de livros" ou sebos que costumo frequentar. Necas, nunca mais o encontrei em terras de Estácio de Sá. *** Tempos depois , precisei enfrentar os 450 km da Dutra, num retorno a Sampa e passar pelo maior engarrafamento do mundo (que lá ocorre dia sim dia sim), para achá-lo logo alí, na passagem subterrânea da Consolação - onde ninguém consola ninguém (perto do Cine Belas Artes e do antigo Bar Riviera - hoje fechado). Neste local existia um sebo coletivo denominado "Via Libris"). Lá estava ele , meu escorregadio "Primo" olhando para mim. Não se encontrava em bom estado e estava sem o material didático que o acompanhava originalmente- decerto foi usado e abusado, e repousa em algum lixão dos campos de Piratininga....Comprei na hora, feliz da vida saí do subterrâneo e entrei na confusão da Paulicéia desvairada, Obs: A tempo: o projeto gráfico é do craque Ary Almeida Normanha. Clique na imagem para ampliar e VER melhor

4.11.14

Do fundo da estante: Capa de "Aleluia para uma mulher-jardim"

Do fundo da estante: cometi algumas ilustrações de capas de CD e livros. Esta foi para um livro do escritor haitiano René Depestre. "Mulher jardim"- de acordo com informações da contracapa - é a preferida entre outras do "harém" do camponês do Haiti, que é polígamo. Esta obra foi publicada pela José Olympio Editora em 1988. A capa foi planejada por mim e ilustração foi feita com lápis de cor.
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3.11.14

Do fundo da estante: Capa do livro "Pastoral de Rua"

Do fundo da estante: cometi algumas ilustrações de capas de CD e livros. Esta foi feita para a capa do livro de meu amigo e colega do old JB, Paulo Amador. "Pastoral de Rua" foi publicado pela José Olympio Editora em 1988. A ilustração foi feita com lápis de cor e caneta hidrográfica.
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2.11.14

Do fundo da Estante: Capa do livro "Que fim levou Brodie?"

Do fundo da estante: cometi algumas ilustrações de capas de CD e livros. Esta capa toda foi planejada por mim e a pequena ilustração que ela carrega também é minha. Fui indicado para fazer este tabalho pelo autor do livro - meu amigo - o bravo escritor Antonio Fernando Borges. "Que fim levou Brodie?" foi lançado em 1996 pela editora Record. Com esta obra, Antonio Fernando ganhou o prêmio Nestlé de Literatura de 1997, abrindo caminho para uma exitosa trajetória na literatura brasileira.
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1.11.14

Do fundo da estante: Capa de CD de releituras de Noel Rosa

Do fundo da estante: cometi algumas ilustrações de capas de CD e livros. Esta capa de CD e contracapa foram planejadas e feitas por mim. Na capa, usei a xerox de uma foto reticulada de Noel Rosa em alto-contraste, na qual adicionei cores, tanto com ecoline , lápis de cor, pastel seco, como cores adicionadas por meio de indicações, num orverlay para aplicação gráfica. Na contracapa , usei uma imagem de uma caricatura feita pelo próprio Noel. Este trabalho foi feito para o projeto Songbook- idealizado e produzido pelo meu saudoso amigo Almir Chediak - para sua Editora, a Lumiar (ele também editava livros - os famosos songbooks de vários artistas nacionais) - no caso- selo "Lumiar Discos". Nesse projeto, foi feito um LP de vinil com as mesmas ilustrações. Preciso descobrir onde esse LP foi parar aqui em casa.
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