22.11.16

Saindo do forno: Livro de cartuns de João Zero


João Zero é craque, cartunista de traço singular (trabalha ainda com penas chinesas e nanquim),dono de um humor finíssimo capta como ninguém as contradições e o absurdo de ser "humano" demasiado "humano" nesse mundo em acelerado processo tecnológico.
Já emprestou seu talento ao publicar trabalhos no jornal Movimento, Jornal da República, Sunday News e Folha de S. Paulo. As revistas Visão e ISTOÉ também foram ilustradas por seus desenhos.
Na internet, mantém um site no qual vai nos brindando com seus cartuns (http://www.cartuns.com.br/), que como na boa tradição do cartum, produz aquele efeito quase de "iluminação", no sentido zen-budista: aquela descoberta da "sacada", aquele "toque" que te tira o sujeito do sério mundo quadrado, para te fazer pensar sorrindo.
O "João Zero SketchBook custom Volume I" além de trazer uma seleção de seus cartuns, valorizando o traço, mostra os rabiscos dos esboços em diversos estágios do processo de criação do humor gráfico.
Esse blog que vos fala teve a honra e o prazer de já ter publicado, ao longo de sua história, sensacionais (diria iluminados) cartuns do bravo João Zero.
Ao que parece um belo lançamento está sendo preparado pela editora. Vamos aguardar!!!

Viva João Zero!!!
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17.11.16

Exposição de Caricaturas no Centro Cultural Justiça Federal. No centro do Rio de Janeiro

A partir de hoje, dia 17 (quinta-feira) está rolando a A 2ª Bienal Internacional da Caricatura com uma exposição para celebrar o CENTENÁRIO do 1º SALÃO DOS HUMORISTAS DE 1916.
A exposição acontece nos salões do Centro Cultural Justiça Federal, Avenida Rio Branco, nº241 - 2º andar.
O CCJF fica próximo da Estação Cinelândia (RJ).
Olhe só as feras imortais que vão ser homenageadas por um time de caricaturistas contemporâneos: Luiz Peixoto, Raul Pederneiras, K.Lixto, J.Carlos, Amaro do Amaral, Fritz, Seth, Max Yantok, Belmiro de Almeida, Hélios Seelinger, Basílio Viana, Nemésio Dutra, Ariosto, Di Cavalcanti, Romano, Arthur Lucas – Bambino, Loureiro, Mora, Madeira de Freitas, Anita Malfatti. Além dessa exposição três outras homenagens estão lá , uma a Seth - pioneiro do desenho animado brasileiro, outra ao surpreendente caricaturista J.Ozon Rodrigues e uma simpática lembrança do saudoso cartunista Jorge de Salles.
A entrada é gratuita. Não é necessária a apresentação de convite.

Eu modestamente escolhi Fritz (1895-1969) para caricaturar por causa daquela escultura do "Pequeno Jornaleiro"(obra dele) que sempre esteve no centro do Rio anunciando "manchete do dia". O diabo é que dele só existe um registro fotográfico para servir de modelo. O desenho foi feito inteiramente com lápis de cor.
A exposição está muito bem montada. A curadoria foi feita pelo bravo pesquisador Lucio Muruci.
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12.11.16

Segunda Bienal Inernacional da Caricatura / Brasil 2016/2017/ Centenário do 1º Salão dos Humoristas ( 1916/2016)


A 2ª Bienal Internacional da Caricatura vai rolar com uma exposição para celebrar o CENTENÁRIO do 1º SALÃO DOS HUMORISTAS DE 1916.

Inauguração: 16 de Novembro, 19 h, no Centro Cultural Justiça Federal, Avenida Rio Branco, nº241 - próximo da Estação Cinelândia (RJ).

A exposição da vai relembrar (em interpretações realizadas pelos caricaturistas atuais que atuam na imprensa e na internet) os pioneiros geniais do humor gráfico brasileiro. Olha o time que vai receber homenagens "caricaturadas": Luiz Peixoto, Raul Pederneiras, K.Lixto, J.Carlos, Amaro do Amaral, Fritz, Seth, Max Yantok, Belmiro de Almeida, Hélios Seelinger, Basílio Viana, Nemésio Dutra, Ariosto, Di Cavalcanti, Romano, Arthur Lucas – Bambino, Loureiro, Mora, Madeira de Freitas, Anita Malfatti, entre outros.
Ao mesmo tempo vão rolar homenagens a Seth - pioneiro do desenho animado brasileiro, e aos caricaturistas J.Ozon Rodrigues e Jorge de Salles.
A entrada é gratuita. Não é necessária a apresentação de Convite.
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10.11.16

Inagura-se a fase do Reality-show-politik

Na História já tivemos Realpolitik (*), agora com Trump inaugura-se a fase do "Reality-politik-show"
(*) De acordo com imensa sapiência exibida na internet, essa forma de fazer política foi introduzida pelo chanceler do Reich alemão, Otto von Bismarck e significou, dito de forma curta e grossa: uma política pragmática, feita entre Estados desconsiderando as diferenças ideológicas.
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"Collagistas sin fronteras" no Brasil - Em Paraty, a partir do dia 11 de novembro



A abertura da exposição vai ser no dia 11 de novembro, a partir das 20 horas no seguinte local: Paraty Cultural /RJ - Casa de Cultura Câmara Torres , Rua Dona Geralda, 177 - Centro Histórico de Paraty.

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8.11.16

Caricaturas de Trump e Hillary no dia da eleição americana

"Terra em Transe" estreia hoje nos EUA.
(Como fundo dessa ilustração usei uma versão distorcida por mim da obra "Three Flags" de Jasper Johns - feita em 1958, na técnica de encáustica, com sobreposição de telas (dimensões 79 x 115.5 x 12.5 cm) - trabalho que era da coleção de Mr. e Mrs. Burton Tremaine de Nova Iorque , até a data de 1970, de acordo com o livro "Movements of Modern Art - Pop Art" de Michael Compton)
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7.11.16

O iluminado Tom Jobim - 22 anos sem o maestro soberano

O iluminado Tom Jobim
22 anos sem o maestro soberano


Jorge Sanglard(*)

A música foi o grande chamamento da vida de Antonio Carlos Jobim (25/1/1927 Rio de Janeiro - 8/12/1994 Nova York, EUA). Em 67 anos de vida, Tom Jobim conquistou tudo o que um músico na essência poderia sonhar. O respeito pela obra, o reconhecimento no Brasil e a consagração nos Estados Unidos e pelo mundo afora. Ao ajudar a forjar a Bossa Nova com canções que se tornaram Standards, Tom projetou a música popular brasileira de qualidade e abriu espaço para o ‘jazz-samba’ no fechado mercado norte-americano, seduzindo jazzistas como John Hendricks, Charlie Bird, Stan Getz, Ella Fitzgerald, Ron Carter, Joe Henderson, Herbie Hancock, Shirley Horn, entre muitos outros, além de gravar com o cantor Frank Sinatra.
Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim. Brasileiro até no nome. E, como Heitor Villa-Lobos, foi um autêntico embaixador da criatividade musical do Brasil. Com paixão e por prazer, Villa-Lobos e Tom Jobim revelaram ao mundo a inventividade musical brasileira e se transformaram em símbolos da melhor música criada do Brasil.
A profunda ligação entre os irmãos Tom e Helena Jobim foi o fio condutor da biografia do compositor, maestro, arranjador, pianista, cantor e mestre da Bossa Nova intitulada “Antonio Carlos Jobim – Um Homem Iluminado” (Nova Fronteira), lançado no final de 1996, há duas décadas, no restaurante Plataforma, no Rio de Janeiro, para marcar os dois anos da morte de Tom Jobim. Helena Isaura Brasileiro de Almeida Jobim (Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 1931 - 13 de setembro de 2015, Belo Horizonte), encontrou forças após a morte do irmão em 1994 para vasculhar a memória e revelar a transformação que conduziu o companheiro de brincadeiras de infância a se tornar o maior músico brasileiro a partir da segunda metade do Século XX.
A cada página da biografia de Tom Jobim, escrita pela irmã Helena, fica a certeza de que sua vida era mesmo predestinada, como um preto velho de olhos clarividentes profetizara ao adolescente numa noite num bar de Ipanema. Em Minas, durante o lançamento da biografia, em 1996, a irmã escritora revelaria ainda que Tom sentia as forças da natureza e sabia que dentro da floresta ouviria temas inteiros de músicas. Tom Jobim sabia que os sons o procurariam.
Durante uma visita à fazenda mineira Paraíso, em Leopoldina, na Zona da Mata, aos 18 anos, Tom Jobim, depois de andar légua e meia penetrando na grande floresta, vendo o dia nascer lentamente, acreditou que tinha nascido e se criado para isso: tornar-se vulnerável no corpo e no espírito, ele inteiro apenas sensibilidade, sem medo desta fatal entrega. Era seu destino. Sua sentença. Não podia mais fugir. Chegou ao invisível portão da floresta. Mas antes de dar o primeiro passo para este reino, sentiu mais uma vez “o corajoso medo”, que mais tarde colocaria na letra de “Matita Perê”. É assim, denso, comovente e íntimo o relato da irmã Helena Jobim na biografia. Livro pra ser lido, relido e sentido sempre.

Um piano diferente e um baiano Bossa Nova

Em 1953, o piano diferente do autodidata Antonio Carlos Jobim já se destacava na noite carioca. Poucos anos depois, em 1958, o violão singular de João Gilberto se juntaria ao piano e aos arranjos de Tom para, juntos, reformularem a estrutura da música brasileira com a criação da Bossa Nova. O disco “Chega de Saudade” foi o abre-alas e, na contracapa, Tom elogiava João Gilberto: “Esse baiano Bossa Nova”.
Mas antes disso, o músico ainda trabalhou na Continental. Escrevendo música na partitura para os compositores que não sabiam colocar a melodia no papel. Essa, segundo a irmã Helena conta no livro, foi uma escola para Tom, que pode conhecer nos tempos da Continental compositores como Radamés Gnatalli (então o arranjador oficial da casa), Pixinguinha, Monsueto, Assis Valente, Ari Barroso, Jacob do Bandolim, Dorival Caymmi, Antonio Maria e muitos mais. Na Continental, Tom reencontrou Luiz Bonfá. Helena assegura na biografia que o irmão conhecera Bonfá como pescador anônimo nas pedras do Arpoador.
Entre muitas revelações, o livro trazia ainda o longo poema “Chapadão” escrito por Tom e que, segundo Helena, não deixava de ser seu auto-retrato: “(...) Quero a casa em lugar alto / Ventilado e soalheiro / quero da minha varanda / Contemplar o mundo inteiro / ... / Vou fazer a minha casa / No meio da confusão / Que o jereba se alevanta / No olhar do furacão / (...)”. Tom Jobim foi fascinado pelas palavras e obcecado pelas coisas do Rio de Janeiro e do Brasil. E lançou mão de todo esse sentimento e de todo o conhecimento e toda a identificação que tinha com a natureza para criar suas músicas.
Como irmã e amiga, Helena Jobim conviveu com Tom e essa trajetória compartilhada fez do livro “Antonio Carlos Jobim – Um Homem Iluminado” um relato emocionado e ao mesmo tempo afiado e afinado com a essência do grande compositor.

Um inusitado prefácio do amigo e parceiro Chico

O amigo e parceiro Chico Buarque de Holanda, um continuador da melhor tradição de compositores inspirados em Antonio Carlos Jobim, convidado para celebrar a memória de Tom no prefácio do livro de Helena Jobim, optou por vasculhar fitas gravadas domesticamente e transformou sua contribuição na biografia numa preciosidade: uma fita com registros inéditos, onde Tom e Chico, descontraídos, batem papo e o maestro, arranjador e compositor troca impressões musicais com o parceiro. E, o melhor, toca o piano e canta sem compromisso, mas esbanjando sensibilidade. A fita foi transformada em um CD, gravado pela Sony, e integrou o livro.
Helena Jobim também abriu os arquivos fotográficos da família e resgatou no livro fotos do irmão em inúmeras situações. Algumas inéditas, estas fotos revelavam a face iluminada do eterno Tom Jobim. A biografia ainda trazia depoimentos de amigos, familiares e músicos que compartilharam com Tom Jobim a vida e a música.
Tanto Tom quanto Helena tiveram no avô Azor Brasileiro de Almeida uma referência segura seja emocional seja criativa. Incentivador da leitura, o avô presenteou a neta com o primeiro dicionário e a primeira máquina de escrever. A sedução da palavra marcou definitivamente a trajetória dos irmãos Antonio Carlos Jobim e Helena Jobim. Em 1993, a escritora foi premiada com Destaque em Prosa, pelo conjunto de sua obra, pela União Brasileira de Escritores. Nessa biografia, de 1996, mostraria sua força narrativa ao revelar um pouco da alma musical de Antonio Carlos Jobim, cidadão brasileiro com um pé no mundo, mestre da Bossa Nova, essência musical do Brasil criativo.
E autor de clássicos como Wave (Vou te contar), Samba do avião, Amor em paz, Águas de março, Corcovado, Lígia, Luísa, Quebra-pedra (Stone Flower), Chega de saudade (c/ Vinícius de Moraes), Canção do amor demais (c/ Vinícius de Moraes), Garota de Ipanema (c/ Vinícius de Moraes), Ela é carioca (c/ Vinícius de Moraes), Insensatez (c/ Vinícius de Moraes), Eu sei que vou te amar (c/ Vinícius de Moraes), Se todos fossem iguais a você (c/ Vinícius de Moraes), O morro não tem vez (c/ Vinícius de Moraes), Só danço samba (c/ Vinícius de Moraes), Desafinado (c/ Newton Mendonça), Samba de Uma Nota Só (c/ Newton Mendonça), Dindi (c/ Aloysio de Oliveira), Inútil paisagem (c/ Aloysio de Oliveira), Anos dourados (c/ Chico Buarque), Eu te amo (c/ Chico Buarque), Retrato em branco e preto (c/ Chico Buarque), Matita perê (c/ Paulo César Pinheiro), para ficar só por aqui.
Ao celebrar os 20 anos da morte de Tom Jobim, em dezembro de 2014, foi inaugurada sua estátua em tamanho natural próximo ao Arpoador, na orla da praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, criada pela escultora Christina Motta. Baseada em uma antiga foto de Tom Jobim com o parceiro Vinicius de Moraes, a estátua de Tom foi um presente da Prefeitura à cidade do Rio de Janeiro e à memória do maestro soberano.
(*) Jorge Sanglard é Jornalista e pesquisador. Escreve em jornais no Brasil e em Portugal
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