19.3.09

Dica do Gerdal : "Luas de Paquetá": livro de Jorge Roberto Martins é lançado neste sábado


"Jardim de afetos/pombal de amores/humildes tetos de pescadores/se a lua brilha/que bem nos dá/ amar na ilha de Paquetá..." No embalo da reminiscência de "Luar de Paquetá", composto em 1922 e hoje hino oficial do lugar, repasso abaixo o recado, com "flyer" anexo, do lançamento do livro "Luas de Paquetá", de Jorge Roberto Martins, neste sábado, 21 de março, a partir das 15h.
Além da placidez de suas ruas sem carros e do encanto da paisagem, Paquetá sempre atraiu a atenção de artistas, jornalistas, políticos e intelectuais de modo geral. Hermes Fontes e Freire Júnior, autores do lembrado fado-homenagem, lá viveram por vários anos, o que também fez Orestes Barbosa por influência do primeiro. Os historiadores Augusto Maurício e Vivaldo Coaracy, outros dois ilustres moradores, também dedicaram a Paquetá parte do seu empenho autoral em livros como "Algo do Meu Velho Rio", de 1966, e "Couves da Minha Horta", de 1949, respectivamente. Aluno de Giovanni Castagneto, pintor italiano que, no final do século 19, deu na ilha o seu canto de cisne, o paquetaense Pedro Bruno retratou o chão amado em numerosas telas que lhe valeram postumamente o nome da praça defronte à estação das barcas. Seu conterrâneo Anacleto de Medeiros, clarinetista e compositor, notabilizou-se como pioneiro do choro, além de fundador e regente de várias bandas no Rio. Nos anos 50, vivendo numa casa em estilo pagode chinês, Ormy Toledo tecia suas loas músico-poéticas a Paquetá, registradas em livros e elepês, e hoje a cantora Cristina Buarque e o talentoso bandolinista e compositor Pedro Amorim, encontrado amiúde em rodas cariocas de samba e choro e professor da Escola Portátil de Música, na Urca, são figuras que honram a tradição cultural do lugar, pelo qual passaram os escritores Joaquim Manoel de Macedo, Joaquim Nabuco e Gilka Machado e é ainda berço do professor e acadêmico Domício Proença Filho. Ao amigo José Lavrador Kevorkian, fundador e diretor da Casa de Artes de Paquetá, faço menção especial pelas relevantes atividades culturais que leva a cabo, como a mais recente, A Barca do Choro, um passeio musical da Praça Quinze à ilha - e lá continuando - com destacados músicos tocando o melhor do repertório do gênero, todo último domingo de cada mês (barca das 10h).
Todos esses nomes e muitos outros estão certamente presentes, com toda a propriedade, na obra do jornalista Jorge Roberto Martins, também apresentador da aconchegante "Sala de Música", na Rádio MEC-AM, toda quarta, às 23h. Portanto, fica a sugestão para o próximo sábado em Paquetá: que tal tomar a charrete narrativa do autor e, em páginas locais, percorrer tantos anos de história desse recanto fascinante?
Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.

Sábado em Paquetá
Dia 21 de março, vá até a Praça XV e pegue a barca para Paquetá.
A partir de 15horas, no Bar do Paulão (Rua Dr. Lacerda, 18), acontecerá o lançamento de Luas de Paquetá, livro de Jorge Roberto Martins.
Você está convidado para uma viagem no tempo, ao encontro de figuras que fizeram história nos esportes, no carnaval, na música, no teatro, no cinema, no cotidiano da Pérola da Guanabara.
Os organizadores garantem que não haverá congestionamento.
Horário das barcas: 10h e 13h.

2 comentários:

TS disse...

Pena que eu esteja longe.
Tenho delicadas memórias da infância na ilha; fico contente em saber que ela está sendo resgatada c/ música e poesia.

LIBERATI disse...

Querida Tinê , preciso urgentemente pegar uma barca para Paquetá. Não conheço a ilha ainda.Imperdoável não é?
bjs