31.5.11

Programe-se: "Cine Macalé" com Jards Macalé no Teatro Municipal de Niterói


Jards Macalé dispensa comentários está em tudo que a música é - nacional - internacional= global- local - praia - sertão, mas com uma sombrinha e um violão. Todo mundo no Cine Macalé!
"Cine Macalé"com Jards Macalé
Sexta feira 3 de junho às 21 hs
Teatro Municipal de Niterói
Rua XV de Novembro, 35 - Centro Niterói
informações 21 26201624

Pagode Jazz Sardinha`s Club mistura e manda muito bem em CD lançado, nesta terça, no Sesc Ginástico



Um hepteto dos melhores lança "Cidade Mestiça" nesta terça-feira , 31 de maio, às 19h, no Teatro Sesc Ginástico ("flyer" acima). Eduardo Neves (sax e flauta), Rodrigo Lessa (bandolim e bandarra), Roberto Marques (trombone), Bernardo Bosisio (violão e guitarra, substituindo Lula Galvão, da formação original), Xande Figueiredo (bateria), Edson Menezes (baixo) e Marcos Esguleba (percussão) formam o Pagode Jazz Sardinha`s Club (criado em 1997 e de nome inspirado na sardinha na brasa de concorrido reduto boêmio no Centro do Rio), que faz agora a sua terceira investida no mundo fonográfico, dedicada ao finado maestro Paulo Moura. Eles misturam e mandam - muito bem -, reunindo samba, jazz, choro, jonjo, maxixe, bossa nova e até funk em feixes instrumentais bem arranjados, retomando, como já foi observado, um veio musical de hibridismo ou integração rítmica que Pixinguinha e Donga, no tempo deles com os Oito Batutas, anteciparam. Músicos de relevo na cena carioca, essa rapaziada mostra, abaixo, parte do que sabe em "Chorinho de Gafieira", do saudoso trombonista e arranjador Astor Silva, e, em seguida, em "Transmestiço", de Rodrigo Lessa e Eduardo Neves.
        Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal      
        
        http://www.youtube.com/watch?v=M3R2NQtsxOs ("Chorinho de Gafieira")
 
        http://www.youtube.com/watch?v=0Kr8STNeca8&feature=related ("Transmestiço")

30.5.11

Chau do Pife: a força da tradição em um sopro popular brotado em milharal das Alagoas



Sentado numa pedra e espantando pássaros que vinham atacar pela manhã a plantação de milho aos cuidados do pai, agricultor, que um ainda pequenino José Prudente de Almeida, na sua Boca da Mata natal, descobriu o encanto da sonoridade do pife. Para aquela finalidade, exercitando-se em "apitaços", o pai, também um pifeiro amador, lhe dera o instrumento, e tal episódio da infância, de tão marcante, ensejou ao elogiado sopro desse autodidata alagoano não só a composição "Memória dos Pássaros", como também um CD assim intitulado em 2002. O apelido Chau, ainda em Boca da Mata, recebeu-o na adolescência, já desenvolto no pife como músico de feira, um sopro que há anos o torna uma referência de excelência em seu estado e, nele, um legítimo sucessor de João Bibi dos Santos, o João do Pife, morto no início de 2009, em Maceió, aos 79 anos, ainda analfabeto e considerado um gênio na execução do seu instrumento, especialmente conhecido por sua atuação pelo Brasil afora e adentro, entre 1968 e 1980, em shows do humorista caruaruense Luiz Jacinto, este famoso na pele do Coronel Ludugero. 
          Condigno representante, na rica diversidade da cultura popular do Nordeste, dessa forte tradição do pife - feito com o bambu taboca e também chamado de fife, pífano ou pífaro, remontando ao período colonial  -, Chau, no mês passado, gravou o seu primeiro DVD, "Cheiro do Mato", no reformado Teatro Deodoro, na capital alagoana, e, no final de 2010, participou com destaque da sexta edição do Maceió Jazz Festival. Dele tenho o segundo CD, "Ninguém Anda Sozinho", de 2006, em que, além de belas regravações de "Casinha Branca", de Gílson, Joran e Marcelo, e "Lamento Sertanejo", de Dominguinhos e Gilberto Gil, mostra um repertório autoral da melhor qualidade, com músicas que vêm, como já afirmou em entrevista, da simplicidade de observação de ocorrências próximas do seu cotidiano. Pude ouvir o disco, de férias, em março passado, enquanto caminhava e curtia o sossego vespertino de Paquetá numa quarta-feira de céu todo azul. Um cenário, alíás, apropriado e em plena sintonia com a fruição de um trabalho simplesmente precioso.
          Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.
        
          Um abraço,
 
          Gerdal 
 
Pós-escrito: nos "links" seguintes, o sopro de Chau do Pife (foto acima) em: 1) "Feira de Mangaio", de Sivuca e Glorinha Gadelha, e "Lamento Sertanejo"; 2) "Da Pitigoitana", de Eliezer Setton, acompanhado por esse grande conterrâneo forrozeiro; 3) número compartilhado com o Coletivo AfroCaeté; 4) aula-show ministrada no Teatro Arena, em Maceió; 5) "Vassourinhas", clássico do frevo, animando a vigésima quarta edição da Festa da Lavadeira, realizada anualmente no município praiano de Cabo de Santo Agostinho (PE)..
 
          http://www.youtube.com/watch?v=vhH5plRteQo&NR=1 ("Feira de Mangaio" e "Lamento Sertanejo")
 
          http://www.youtube.com/watch?v=1igkdwiFkUo&feature=related ("Da Pitigoitana")
                  
          http://www.youtube.com/watch?v=yasgIyKxUCg&feature=related  (Chau do Pife e o AfroCaeté)
            
         http://www.youtube.com/watch?v=lXe1seA6cis&NR=1 (aula-show de pife)
  
          http://www.youtube.com/watch?v=Mb3RA8texh8&NR=1 ("Vassourinhas")

29.5.11

Zé Menezes reaparece, neste domingo, no "MPBambas", e fala sobre sua música, feita e tocada com mestria: com ele é assim



César Ladeira não titubeou quando, em 1943, em Fortaleza, em visita à Ceará Rádio Clube, que então inaugurava o seu serviço de ondas curtas, viu um garoto muito bom de violão e fez-lhe um convite para que viesse para o Rio, com contrato assinado, e atuasse na extinta Rádio Mayrink Veiga. Nascido em Jardim, também no Ceará, e, na sua cidade, criança ainda, participando da banda municipal e animando sessões de cinema e festas, José Menezes França, o Zé Menezes (foto acima), já no Rio, daria ainda mais largas factuais ao vaticínio do controvertido Padre Cícero, que, ao vê-lo menino, diante dele, tocando ao cavaquinho um choro autoral, "Meus Oito Anos", disse-lhe, iluminado, mão posta sobre a cabeça do pequeno executante: "Você vai ser um grande músico." De fato, em 1947, saindo da Mayrink para a Nacional, onde ficaria por 25 anos, teve nesta emissora chance de aflorar com vivacidade ampliada o dom policromático das suas cordas - é versado em todos os instrumentos dessa família -, além da lida como compositor e arranjador, atuando ao lado de colegas exponenciais, como Garoto (o qual substituíra na Mayrink, em 1943, quando da saída deste de lá) e Radamés Gnattali Com o "moleque do banjo" Aníbal Augusto Sardinha - que, em 1998, homenageou no CD "Relendo Garoto" - faria dupla virtuosa, em programas como "Nada Além de Dois MInutos", e do pianista, maestro e arranjador gaúcho seria, em 1949, integrante, como guitarrista, do Quarteto Continental tocando ainda em companhia de cobras como o contrabaixista Vidal e o baterista Luciano Perrone, uma formação gradativamente dilatada, no ano seguinte, para quinteto - com o ingresso de mais gaúcho, Romeu Seibel, o Chiquinho do Acordeom - e, oito anos mais à frente, para sexteto, quando outro piano reforçou a formação, muito bem tratado por Aída Gnattali, irmã do "radamestre" ("apud" Fred Falcão, autor de choro assim intitulado). Tocavam na Nacional acompanhando os cantores de nomeada do "cast" e, na constituição final do conjunto, já excursionavam por cidades europeias, como Paris, Lisboa e Roma.
        "Não existe mulher feia, existe mulher mal arrumada. Com a música, é assim. Melodia sem harmonia bonita para alinhavar é uma coisa sem cintura." Chistoso na palavra, Zé Menezes, com esse lado descontraído da sua personalidade, liderou, com vários elepês gravados e muito bem autoadjetivados nas capas ("bárbaros", "sensacionais", "fabulosos" etc.), Os Velhinhos Transviados, um grupo de experientes e ótimos músicos que se apresentava de modo caricato em bailes, com peruca e maquiagem gritante, trazendo ainda para o seu repertório um quê galhofeiro aos arranjos - de alta qualidade, por sinal - para ritmos e canções em evidência no "hit parade" da época. Isso se ouve, por exemplo, em "O Passo do Elefantinho" ("Baby Elephant`s Walk", de Henry Mancini, presente na trilha do longa "Hatari"). Zé Menezes, que fará 90 anos no.próximo 6 de setembro, aposentou-se em 1992, mas, desde então, ainda faz os seus frilas, atuando em show ou gravação. Costuma ser lembrado pelo bem conhecido tema de abertura do humorístico "Os Trapalhões", da TV Globo, emissora na qual trabalhou por muitos anos, incialmente como primeiro guitarrista e, depois, como arranjador e diretor musical. Neste domingo, 29 de maio, às 12h, pelo Canal Brasil (66 na NET), conversa com o jornalista Tárik de Souza na reprise do "MPBambas", passando em revista, na meia hora desta atração, parte expressiva de toda uma vida dedicada à música, muito benfeita e muito bem tocada: com ele é assim.
        Um bom domingo a todos. Grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal
 
Pós-escrito: a) nos "links" seguintes, 1) João Gilberto canta o clássico "Nova Ilusão", de Zé Menezes e Luiz Bittencourt; 2) Zé Menezes, bem acompanhado, toca, de sua autoria, o belo "Tema para Gabriela", ainda mais belo na sua execução; 3) com os mesmos músicos, entre os quais se destaca o magnífico Proveta, Zé Menezes toca o seu "Tudo Azul"; 4) Miúcha e Tom Jobim em gravação de 1977 de "Comigo É Assim", outra parceria Zé Menezes e Luiz Bittencourt, o samba inicialmente conhecido no início dos anos 50 pela gravação dos Cariocas; 5) com o Quarteto Jogral, formado em Turim e contando com o percussionista mineiro Gílson Silveira e o hondurenho criado em Natal (RN) Roberto Taufic, há anos radicados na Itália,  ouve-se o frevo "Aquecimento", de Zé Menezes.
                    b) na recomendação acima do "MPBambas" deste domingo, citei, "en passant", o amigo compositor Fred Falcão, sobre o qual preciso fazer duas retificações quanto à minha dica do disco dele, "Voando na Canção", lançado em grande show, com vários artistas, há dois domingos: ele se aposentou como assistende jurídico do munic[ipio do Rio de Janeiro, e não procurador de Justiça, como escrevi; 2) seu inspirado parceiro, Arnoldo Medeiros, morou, de fato, muitos anos nos EUA, mas há algum tempo voltou a residir aqui, em Brasília.

 
      http://www.youtube.com/watch?v=1ARz_yp4ib0&feature=related ("Nova Ilusão")

      http://www.youtube.com/watch?v=vJd98oEKshA ("Tema para Gabriela")
 
      http://www.youtube.com/watch?v=G4WEOINKo58&feature=related ("Tudo Azul")
 
        http://www.youtube.com/watch?v=l5oLzi1ysKo ("Comigo É Assim")
 
       http://www.youtube.com/watch?v=JQSseae8CY8 ("Aquecimento")

28.5.11

Programe-se: Rui de Carvalho e Zé Arnaldo Guima em dois shows na Lapa




Rui de Carvalho e Zé Arnaldo Guima se apresetarão em dois shows na Lapa.
Cliquem nas imagens acima para ampliar para maiores informações...Cliquem nos links abaixo para saber do trabalho de Rui e Zé Arnaldo.

Youtube
http://www.youtube.com/user/ruidecarvalho2#p/f

Myspace
www.myspace.com/ruidecarvalho
www.mysapce.com/ruidecarvalhoecologia

Palco MP3
http://palcomp3.com/ruidecarvalho2/

Blog DE BAR EM BAR
http://botecodoruidecarvalho.blogspot.com/

Orkut
http://www.orkut.com.br/Main#Home.aspx?tab=m0

Flicker
http://www.flickr.com/photos/13601090@N06/

Pascoal Meirelles retorna de longa estada em Quito e toca, neste sábado, no TribOz , no show "Volta ao Começo"



Músico-referência que gosta de compor ao piano e com livro didático, "A Bateria Musical", já lançado em 2000 pela editora Irmãos Vitale, Pascoal Meirelles (na foto, acima, com Augusto Mattoso  e Lula Galvão), vindo para o Rio em 1967, logo se fez notar  tocando em "combo" jazzístico de Paulo Moura e, ao longo da carreira, participando de numerosos discos e shows de renomados artistas e de "workshops" no Brasil e no exterior. Bem situado no nosso olimpo instrumental como um dos mais admirados bateristas, juntando talento e determinação, ele já animava bailes, na BH natal, em companhia de amigos igualmente destacados que, antes dele, deixariam a capital mineira para tentar, com repercussão mais favorável, a sorte na música: os também mineiros Wagner Tiso, pianista, e Sílvio Aleixo, cantor, no Rio; e Milton Nascimento, então baixista, em São Paulo, primeiramente, e, em seguida, no Rio. O interesse pelo seu instrumento Pascoal extraiu-o, ainda garoto, quando ouviu encantado um disco de Art Blakey com os Jazz Messengers, que, além de lhe inspirar a criação de um sexteto, levou-o, em 2005, a gravar um CD-tributo ao famoso colega negro norte-americano, já falecido. De 1975 a 1979, em Boston, aprimorando-se na composição e na feitura de arranjos, estudou no conceituado Berklee College of Music e, pouco depois desse período, de volta ao Brasil, passou a integrar, desde a primeira formação, o bem-sucedido Cama de Gato.
       Acompanhado de um grande contrabaixista e de um grande guitarrista, respectivamente Augusto Mattoso e Lula Galvão, Pascoal Meireles faz o show "Volta ao Começo" neste sábado, 28 de maio, a partir das 21h, no TribOz (Rua Conde de Lages, 19 - tel.:2210-0366), apresentando músicas do seu CD "Tom" (no qual tocou com outros dois grandes: Nelson Faria, à guitarra, e Alberto Continentino, ao baixo) e do próximo disco, " Dubai-Lima - Guitar Project". Esta noite, na Glória, ou, informalmente, no "off-Lapa", marca mais um retorno de Pascoal ao Rio após afastamento prolongado por um ótimo motivo profissional: nos últimos nove meses, ele viveu na capital do Equador, fazendo uma série de concertos - em que lançou por lá o seu mais recente CD, "Ostinato" -, e, especialmente, lecionando música brasileira e bateria para um grupo de 50 alunos na Universidade San Francisco de Quito. Suas tarimbadas baquetas reencontram agora o aplauso nacional.
        Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal .    
 
Pós-escrito: a) nos "links" abaixo, com Nelson Faria e o baixista André Neiva, vemos Pascoal em ação, com arranjos próprios, em dois "standards" da bossa: 1) "Estamos Aí", de Maurício Einhorn, Durval Ferreira e Regina Werneck; 2) "Só Danço Samba", de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes;
                    b) tinha a informação da presença de Augusto Mattoso no show de logo mais no TribOz, mas, no site dessa casa noturna, consta o nome de outro instrumentista de respeito: Sergio Barrozo. Pode ser que tenha mudado a formação inicialmente cogitada quanto ao contrabaixo. 
 
       http://www.youtube.com/watch?v=VpHa6gCZF2M&feature=related ("Estamos Aí")
 
      http://www.youtube.com/watch?v=0kQYYb7RSb8   ("Só Danço Samba")

26.5.11

Verônica Ferriani e Giana Viscardi nesta quinta em café-teatro de Sampa: afinidade musical em carreiras de consistente arquitetura





Ambas passaram pelo curso de arquitetura e urbanismo na USP: uma, Verônica Ferriani, ribeirão-pretana, indo até o fim e trabalhando por um tempo com a prancheta; a outra, Giana Viscardi, paulistana, largando as aulas no meio do caminho até o diploma. No entanto, mais importante do que tal convergência universitária foi a música popular - apenas um "hobby", um divertimento entre amigos, a princípio - ter-se tornado para elas - e para o bem de todos os ouvintes e espectadores de bom gosto e sensibilidade - a verdadeira meta profissional, com belos resultados já apresentados, como os CDs que gravaram, de alta cotação entre os críticos especializados.  Encantadoras, sobre elas repasso o material informativo acima, com "flyer", que destaca o show que farão, nesta quinta, 26 de maio, em café-teatro de Sampa. Sorte dos que estiverem lá presentes.    
           Nos "links" seguintes, essas duas moças notáveis (fotos acima) cantam, de modo alternado, na sequência adotada: Giana Viscardi, no primeiro e no terceiro, respectivamente, canta "Vem, Morena!", de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, e "Coisa Mais Linda", de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes (com grande participação, ao violão,  do marido dela, o austríaco Michael Ruzitschka); Verônica Ferriani, no segundo e no quarto, em "Tipo Zero", de Noel Rosa - ela fazendo duo com Rolando Boldrin no "Sr. Brasil" -, e "Deixe a Menina", de Chico Buarque.
           
             http://www.youtube.com/watch?v=IfQ_BaB1cJE ("Vem, Morena!")
 
             http://www.youtube.com/watch?v=Ao9OQ-2XTDw&feature=related ("Tipo Zero")
 
             http://www.youtube.com/watch?v=j1tEhxxeZAA&feature=related ("Coisa Mais Linda")
 
             http://www.youtube.com/watch?v=qMDIy2Jadg8&feature=related ("Deixe a Menina")

Pé do Ouvido mostra o serviço do seu primeiro disco em show, nesta quinta, na Sala Baden Powell



Tive a satisfação de conhecer, no ano passado, no TribOz, o trabalho muito bem realizado pelo Pé do Ouvido (foto acima), um hepteto-show formado por gente atuante na noite carioca e de alto gabarito. Como diz, no primeiro "link" abaixo, um dos seus componentes, o baterista Márcio Bahia, o grupo é um arco-íris sonoro, preparado para atender, sem deixar cair a peteca da qualidade, a expectativas musicais diversas, trafegando pelas vias do samba,  do jazz, da bossa nova, do choro, do baião etc. O que vier de bom, como solicitação, eles traçam e, para isso, contam até mesmo com arranjos originais. Com satisfação renovada, percebo que a fina sintonia entre eles já resulta no primeiro CD, que será lançado nesta quinta-feira, 26 de maio, às 20h, na Sala Baden Powell (Av. Nossa Senhora de Copacabana,  360  - tels.: 2548-0421/2255-1067). Da formação, constam ainda Fernando Trocado (sax), Sérgio de Jesus (trombone), Arimateia (trompete),  Bruno Aguilar (contrabaixo), Vítor Gonçalves (piano) - que, outro dia, após um show, inadvertidamente, confundi com o amigo Thiago Amud, também talentoso músico e compositor (podem passar por irmãos por causa da semelhança física) e a doce figura de Elisa Addor, cantora revelada em concurso na Lapa e vem aí, em breve, com o seu aguardado primeiro CD solo. É ela que aparece em destaque, com outro conjunto, o Cana de Litro, em atração da Globo News,  falando um pouco dos seus passos na arte de cantar - no caso dela, divinamente - e interpretando "Mar de Copacabana", de Gilberto Gil; "Nasci pra Sonhar e Cantar", de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho - lindo samba que parece ter sido feito para a delicadeza da interpretação de Elisa -; e De Amor É Bom", uma parceria de João Nogueira com o baiano Edil Pacheco.

       
           
 
           http://www.youtube.com/watch?v=u1QvtzgGacU&feature=related (Pé do Ouvido - ensaio)
 
            http://www.youtube.com/watch?v=y1uWY2wYZsw&feature=related (Elisa Addor cantando "Mar de Copacabana", "Nasci pra Sonhar e Cantar" e "De Amor É Bom")

24.5.11

Dois gigantes do jornalismo entram em campo


João Máximo e Marcos de Castro entram em campo na Livaria da Travessa em Ipanema para lançar um clássico -Gigantes do Futebol Brasileiro.
O evento esportivo vai rolar nesta terça, dia 24 de maio, a partir das 19 horas.
Todo mundo lá.
(Clique na imagem acima para ver melhor e saber mais detalhes)

23.5.11

Lisa Ono: bossa nova por lábios de mel a serviço da canção, com graça e personalidade




"Paquetá, eu vou lá/pra cantar, pra sambar/tracajá, panamá/xô, gambá, meu fubá/vai chover, não vai não/Paquetá vai me ver/ninguém vai tirar/meu piquenique em Paquetá..."         
 
          
            Com suavidade de inflexão e mel nos lábios em cada verso cantado, Lisa Ono (foto acima) é uma intérprete com um jeito único e inconfundível de se fazer ouvir e entender pelos aficionados da nossa canção popular. Nascida na capital paulista, saiu de lá menina, com dez anos, rumo a Tóquio com a família, onde o pai, Toshio Ono, criou o Saci-Pererê, um bem-sucedido restaurante de cardápio à brasileira e "live shows" com o nosso ritmo em destaque e, por muitos anos, com a presença de numerosos músicos daqui. Ele repetia em lonjuras do sol nascente, no originário país das cerejeiras, o êxito obtido durante anos em casa noturna de Sampa, aonde chegara, em 1958, por já conhecer e apreciar a nossa música, com essa intenção de trabalho, embora, oficialmente, como outros tantos conterrâneos imigrantes em busca de melhor sorte, o que o aguardasse em nosso solo fosse a  árdua faina na lavoura. Sua enxada, no entanto, foi essa determinação, associada ao tino comercial, de contribuir com o "brazilian jazz" para incrementar a noite paulistana, tornando-se até mesmo, no seu constante contato com instrumentistas, empresário de Baden Powell. No Saci-Pererê, Lisa fez sua estreia profissional pela vereda tropical do samba e, em particular, da bossa nova, gravando, não muito depois, em 1989, o seu primeiro, entre vários, CD, "Catupiry", do qual, na faixa 5, saboreia-se, como que num complemento com goiabada, o rápido e gracioso "Piquenique em Paquetá", samba dos versos em epígrafe, que ela, também compositora, fez com Roger Belbenoit e o saudoso Alberto Arantes (tocando violão nesse regstro).  Globalizando a bossa, a seu modo, a partir do Japão, essa cantora afinadíssima e envolvente tem trazido, nos últimos anos, para a sua levada diferente clássicos da canção romântica latina, italiana e francesa, em discos como "Questa Bossa Mia" e "Dans Mon Île", contando para isso com o valioso apoio do violonista Mário Adnet.     
           Dedico estas linhas de sintética lembrança da trajetória de Lisa Ono à letrista e tradutora Regina Werneck (foto acima), que, a partir de 1966, integrou o Quarteto em Cy por algum tempo, sendo parceira de Mauricio Einhorn e Durval Ferreira neste "mainstream" da bossa que é "Estamos Aí". Sua mãe, a cantora Regina Célia, fez parte de uma das formações do conjunto As Três Marias - com Bidu Reis e Marília Batista - e à Regina sou muito grato por uma cópia recém-recebida, pelo correio, do CD "Nanã" - só encontrado no Japão, praticamente, pelo que fui informado, e o segundo da discografia de Lisa Ono, gravado em 1990, em que, na faixa de abertura, há um samba, que curto muito, de Regina com outro músico saudoso, o baixista Luizão Maia, "Besteira" - agora com novo título, "Não Leve a Mal" ("deixa, que tudo foi brincadeira/foi coisa boba, besteira/não houve nada de mais.."). Também ao querido Fernando Merlino dedico este texto por ter tocado tal composição por várias vezes no Lapinha, no ano passado, e a mim, particularmente, ter trazido, nesses momentos, com suas teclas cheias de talento e sensibilidade, um motivo de larga satisfação.
            Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.
 
            Um abraço,
 
            Gerdal
 
Pós-escrito: nos "links" seguintes, 1) Lisa Ono, acompanhada pela voz e o violão de Paulo Jobim e o piano de Daniel Jobim, em "Samba do Soho", que o filho de Tom compôs com Ronaldo Bastos; 2) também com eles, canta "Ela É Carioca", de Tom e Vinicius, para uma enorme e atenta plateia em Tóquio; 3) ela, voz e violão, em "Quero-te Assim", de Tito Madi; 4) canta "Fotografia", em belo enquadramento de Jobim; 5) em composição sua com Ana Terra, homenageia Jobim e Vinicius em "Os Dois"; 6) divide a interpretação da jobiniana "Águas de Março" com Miúcha, irmã da atual ministra da Cultura.          
  
           http://www.youtube.com/watch?v=oCqGIjws2UU&feature=related ("Samba do Soho")
 
           http://www.youtube.com/watch?v=Q-ZTzNDqYS8&feature=related ("Ela É Carioca")
      
           http://www.youtube.com/watch?v=fdoWxxdeG1w&feature=related ("Quero-te Assim")
 
           http://www.youtube.com/watch?v=0c8g7au1kwI&feature=related ("Fotografia")
 
           http://www.youtube.com/watch?v=mi84Xw2Z8Xw&feature=related ("Os Dois")

           http://www.youtube.com/watch?v=z37_JPmOb5A ("Águas de Março")

22.5.11

Dominguinhos rasga a sanfona em conversa com Tárik de Souza, neste domingo, na reprise do "MPBambas"




"Vai ter forró na casa do Biu/você vai ver o que nunca viu..."
 
          Prezados amigos,
 
          E, assim, "doidinho, doidinho" pelo resfolego da sanfona num forró bem animado, percebe-se a importância desse músico na rápida formação de pares dançantes no salão, melhor ainda quando o som do fole provém do talento maior de José Domingos de Morais, vulgo Dominguinhos (foto acima), 70 anos recém-feitos, pernambucano de Garanhuns e, com tal vir-ao-mundo, conterrâneo de um imediato ex-presidente da República. Nessa cidade, à porta do Hotel Tavares Correia, de pandeiro na mão aos 8 anos de idade(acompanhando os irmãos Morais, à sanfoninha de oito baixos, e Valdomiro, ao melê, no conjunto Os Três Pinguins), Dominguinhos despertava para o fascínio da música popular, abraçando os oito baixos pouco depois e, ainda lá, criança ainda, conhecendo aquele que se tornaria o seu padrinho musical e o estimularia a vir com a família para o "eldorado" carioca: Luiz Gonzaga. Já no Rio de Janeiro, aos 16 de idade, Dominguinhos seria apresentado por Gonzagão como o seu herdeiro artístico e, na primeira sessão de gravação de que participou, no ano de 1957, em estúdio da RCA (numa bolacha do Lua, de quem seria até chofer de caminhão, na década seguinte, em algumas viagens do rei do baião a trabalho), formou com Zito Borborema e Miudinho o primeiro Trio Nordestino, com o qual também fez sua primeira excursão profissional, pelo Nordeste. Num pequeno selo, Cantagalo, pertencente a Pedro Sertanejo, pioneiro do forró em São Paulo e pai do também grande Osvaldinho do Acordeom, Dominguinhos gravou "Fim de Festa", em 1964, o disco inaugural de uma longa série de registros em vinil, CD e, mais recentemente, em 2007, um DVD.(comemorativo de 50 anos de carreira). Se a sua sanfona, sem perder o tom dado pelo longo convívio com Luiz Gonzaga, sempre se manteve reverente à força da tradição rítmica da região de origem, ganhou em amplitude ao acolher, no Sudeste, em natural rasgo de expansão estético-estilística, outras vetentes, menos rurais e mais urbanas, de expressão do sentimento inspirador de melodia.          
          "Doidinho, doidinho" pelo seu instrumento e tocando-o bem mais que "direitinho", Dominguinhos, que, antes da merecida fama, tocou em "dancings", gafieiras, churrascarias e até mesmo inferninhos (também em várias rádios do Rio, como Mauá, Mayrink Veiga, Tupi e Nacional), pode ser visto neste domingo, 22 de maio, ao meio-dia, no "MPBambas", do Canal Brasil (66 na NET), atração apresentada por um jornalista especializado no assunto, Tárik de Souza.  
        Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal
 
Pós-escrito: a) nos "links" seguintes, 1) "Lamento Sertanejo", de Dominguinhos e Gilberto Gil, pela bela maranhense - "lato sensu" - Flávia Bittencourt, que lançou recentemente um CD-homenagem ao sanfoneiro, "Todo Domingos"; 2) a mesma música por uma grande cantora mineira, de BH, Ivãnia Catarina, no programa "Sr. Brasil"; 3)  um duo e tanto de acordeons: Dominguinhos e Osvaldinho em "Doce de Coco", de Jacob do Bandolim; 4) "Doidinho, Doidinho", de Dominguinhos e Anastácia (também cantora, ex-esposa dele), com a paulistana Mariana Aydar acompanhada por Dominguinhos em show em Trancoso, na Bahia; 5) Dominguinhos e o passo-fundense Yamandu Costa em "Fuga para o Nordeste", de Dominguinhos; 6) "Quando Chega o Verão", de Dominguinhos e Abel Silva, em gravação de Luiz Gonzaga.
                    NR: em outra foto acima, capa de um LP de Dominguinhos, no início da carreira, pelo selo Cantagalo.
 
 
             http://www.youtube.com/watch?v=bpFDx0SAK10&feature=related ("Lamento Sertanejo", com Flávia Bittencourt)
 
             http://www.youtube.com/watch?v=0i7LAYeAmHk&feature=related ("Lamento Sertanejo", com Ivânia Catarina)
           
             http://www.youtube.com/watch?v=vT1KgbCqLDg&feature=related
 ("Doce de Coco")
 
              http://www.youtube.com/watch?v=mO8wySFzPMg
("Doidinho, Doidinho")
 
              http://www.youtube.com/watch?v=9kLnf9Zx220&feature=related ("Fuga para o Nordeste")
          
              http://www.youtube.com/watch?v=c_eCiFerh_U ("Quando Chega o Verão")

21.5.11

Arthur Verocai é destaque, neste sábado, em "O Som do Vinil", por seu disco "diferentaço" de 1972



  
Engenheiro civil formado pela PUC-Rio, o carioca Arthur Verocai (em foto da juventude, acima), ainda universitário, já participava com destaque daquela fervilhante cena de festivais do final dos anos 60, contando, em 1968, com uma também carioca e principiante Beth Carvalho na defesa bem-sucedida de duas músicas dele com Paulinho Tapajós - "Lá Vem Ela" e "Tá na Hora" - no Festival Universitário de Música de Porto Alegre - e, inversamente, com uma intérprete gaúcha, Elis Regina, já popularizada com o sucesso de "Dois na Bossa" (com Jair Rodrigues), na defesa de "Um Novo Rumo", feita com o ótimo pianista, também gaúcho, recentemente falecido, Geraldo Flach, no Festival Universitário do Rio de Janeiro. Ainda com Paulinho Tapajós, parceiro e amigo de adolescência vivida em Botafogo, do qual foi professor de violão, participaria, no mesmo 1968, do Festival Internacional da Canção com O Quarteto interpretando de ambos "Saudade Demais", que, em 2002, marcou o retorno de Arthur Verocai a um disco próprio, de músicas suas, o qual revelaria uma cantora para ouvidos apurados, Sanny Alves, filha do contrabaixista Luiz Alves. Antes, Verocai fizera apenas um registro em disco, em 1972, pela Continental (capa acima), um elepê "cult", raríssimo, disputado a tapa por colecionadores e altamente cotado no mercado de usados, apreciado pela modernidade então lograda, da concepção aos arranjos, um diamante singular a reluzir para poucos na história da MPB. Tal disco motiva, em nova série de programas, a atração deste sábado, 21 de maio, já na reprise, do interessante e bem sacado "O Som do Vinil", com apresentação de Charles Gavin, no Canal Brasil (o 66 da NET), às 13h30.  
      Violonista seguro e arranjador inventivo, Verocai foi diretor musical da TV Globo nos anos 70,  atuando como arranjador de programas como o musical "Som Livre Exportação" e os humorísticos "Chico City", com Chico Anísio, e "A Grande Família", além de criar trilhas incidentais e temas de abertura para novelas. Mais tarde - e por longos anos - , foi um requisitado jinglista, prestando serviço a empresas de grande prestígio, até mesmo com um longevo estúdio próprio, o Estúdio V - Casa do Som.   
      Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
      Um abraço,
 
      Gerdal 
 
Pós-escrito: nos dois primeiros "links" seguintes, sambas de Verocai, que têm o Rio por inspiração, na voz de Sanny Alves: "Verão à Toa" (em parceria com João Luiz Magalhães) e "Esse Rio" (em parceria com Sérgio de Paula); no terceiro, o compositor e maestro mostrando, com um conjunto, a sua bela "Sylvia", em gravação feita em Los Angeles; no quarto, de Verocai e Vítor Martins, "Pelas Sombras", na "voz-soul" de Carlos Dafé - composição do referido elepê de 1972 - e participação do renomado colombiano Justo Almario ao sax; por último, a palavra de Verocai, em entrevista, destacando aspectos do seu trabalho e carreira.

 
         http://www.youtube.com/watch?v=6n8o2hQB1t0&feature=related ("Verão à Toa")
            
          http://www.youtube.com/watch?v=SI0joLcHUFM ("Esse Rio")
 
          http://www.youtube.com/watch?v=jofPz0BSm6k&NR=1 ("Sylvia")
 
          http://www.youtube.com/watch?v=kkynHD9Lo8k&NR=1 ("Pelas Sombras")
 
          http://www.youtube.com/watch?v=NFsomrlEFok&feature=related (entrevista com Arthur Verocai - 10 min)

20.5.11

Henrique Cazes, nesta sexta, em bar da Lapa, mostra o samba irreverente do "alter ego" Jota Canalha



O primeiro contato que tive com o relevante trabalho de Henrique Cazes (foto acima) foi vendo um programa de tevê no final dos anos 70: o "Rio Dá Samba", comandado por João Roberto Kelly. Ainda muito moço, fazia parte do conjunto Coisas Nossas - juntamente com o irmão Beto Cazes, Oscar Bolão e outros dois irmãos, Aloísio (Luíta) e Carlos (Caola) Didier, por exemplo -, especializado no repertório de Noel Rosa, que ainda divulgariam em outros programas de tevê e shows, contando por vezes com a companhia de Marília Batista, uma das maiores intérpretes do Poeta da Vila. Com outra cantora famosa, Marlene, tomariam parte da série Carnavalesca, de Ricardo Cravo Albin, na antiga Sala Funarte, até que cada um, mais tarde, seguisse rumo profissional próprio, dando o conjunto uma contribuição valiosa para a memória da nossa música popular. 
      Formado em Química pela UFRJ, Henrique Cazes, por seu turno, fixaria o seu nome, do Coisas Nossas para cá, como um dos principais realizadores de shows e discos do país - todos com elevado fundamento cultural, lembrando a obra de Pixinguinha e Waldir Azevedo, por exemplo -, além de ser um apreciado arranjador e cavaquinhista, autor de um método de ensino, já lançado, do seu instrumento. Lembro-me agora de um show em que ele dava colorido, com a sua paleta e a sua palavra, no palco do Centro Cultural da Light, a uma homenagem ao extraordinário bandolinista Joel Nascimento (seu companheiro de Camerata Carioca, sob a batuta de Radamés Gnattali), acompanhado do irmão ritmista e do jovem e magistral sete-cordas Rogério Caetano..
       O "link" abaixo, que redireciono, revela a faceta musical bem-humorada desse carioca - filho do violonista e compositor Marcel Cazes e irmão ainda de outro músico, o baixista Haroldo Cazes -, que já se insinuara nesse terreno com o livro "Suíte Gargalhadas", reunindo episódios anedóticos de colegas de ofício. Na pele de Jota Canalha, seu "alter ego" critico, politicamente incorreto, do universo urbano do Rio, Henrique mostra uma das faixas, "Chatos em Desfile", de CD também lançado, em que naturalmente tipifica os chatos de acordo com aquilo que lhes falta em semancol. Outra faixa, muito engraçada, que eu já conhecia de um show - depois disco - produzido por ele, "Cachaça Dá Samba", com os "bicudos" Alfredo Del-Penho e Pedro Paulo Malta, é "Baranga das Dez, Broto das Duas". Nas imagens do YouTube, ambientadas num bar, além de Henrique e Beto Cazes, podem-se ver os compositores Orlandivo (do ótimo CD "Sambaflex", outra produção de Henrique) e Moacyr Luz; Luiz Filipe de Lima, mais um sete-cordas de respeito; o flautista e saxofonista Humberto Araújo; o produtor Marcus Fernando; o ator Otávio Augusto e um boêmio gozador, Baiano, bastante conhecido nos bares do Rio. Estes, os bares, a propósito, são a razão de ser de "A Voz do Botequim", CD de Jota Canalha, sujeito que marca presença, nesta sexta, 20 de maio, às 20h, no Ernesto (Largo da Lapa, 41 - Lapa -.tels.: 2509-6455/2598-5780), com o show irreverente "Jota Canalha Homenageia o Viadão Cultural - Músicas e Histórias Divertidas sobre Figuras de Popa da Cultura Nacional". Ainda em relação aos chatos nos bares e antes de voltar a freqüentar um destes, ouçam o samba em destaque e verifiquem a "classificação indicativa" daqueles. Afinal, na voz desse cronista, tais estabelecimentos são o ponto preferencial das "malas" - como em esteira de aeroporto, das mais leves às mais pesadas.
                    http://www.youtube.com/watch?v=MA20rSjhGvU  ("Chatos em Desfile")

19.5.11

Eddy Palermo e sua guitarra nesta quinta na Sala Baden Powell: um italiano muito à vontade na bossa


 
Destaque na cena jazzística do seu país, o guitarrista italiano Eddy Palermo (foto acima) toca com o seu trio nesta quinta-feira, 19 de maio, às 20h, na Sala Baden Powell (Av. Nossa Senhora de Copacabana, 360 - tels.: 2548-0421/2255-1067). Bem relacionado com músicos brasileiros, em particular o pessoal da bossa nova - a qual certamente estará presente ao longo do show -, Eddy é admirado por sua técnica, sonoridade e solos. No final do século passado, viveu aqui alguns anos e o seu largo apreço pela nossa música o levou á gravação do CD "Meu Brasil Brasileiro". Eddy, que já tocou com sumidades do jazz, como Joe Pass e Chet Baker, é visto, no primeiro "link" abaixo, dando umas "quebradinhas" de efeito em envolvente execução de "Samba de uma Nota Só", de Tom Jobim e Newton Mendonça; no segundo, em colagem de imagens, é ouvido na gravação que fez com Roberto Menescal de "Wave ", de Tom Jobim; por último, no terceiro, com Toninho Horta em Nápoles: cordas "high speed" para "Só Danço Samba", de Tom e Vinicius.
       Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal
   
 
          http://www.youtube.com/watch?v=3PVwui-XD3s ("Samba de uma Nota Só")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=rE1pMpo5-pU&NR=1 ("Wave")
 
        http://www.youtube.com/watch?v=Q1G08Ka5cAM&feature=related ("Só Danço Samba")

16.5.11

Verequete: um certo senhor Brasil, mestre do carimbó de pau e corda



  
"Eu gostava de uma moça. Então, ela me convidou para ir ao batuque que eu nunca tinha visto. Umas certas horas da madrugada, o pai de santo cantou: "Chama Verequete." Eu era capataz da Base Aérea de Belém, na época da construção, cheguei na hora do almoço e contei a história do batuque. Quando acabei de contar, me chamaram de Verequete." E assim, com esse pseudônimo artístico, tornou-se conhecido como o rei do carimbó o paraense Augusto Gomes Rodrigues (foto acima), homenageado, com outros dois expoentes do gênero, Pinduca (este na linha da modernidade) e Cupijó, pelo compositor conterrâneo Ivan Cardoso em "Rodopiou", que mereceu expressivo registro em disco de Nazaré Pereira. A cantora, acreana, foi criada em Icoaraci, distrito de Belém, onde morou e trabalhou Verequete por muitos anos (lá chegado em 1940, ainda Vila de Pinheiro), como dono de bar e venda e funcionário de matadouro, vindo do interior do estado, primeiramente da Bragança natal e, depois, de Ourém. Apesar de provir de família de cantadores e tocadores, só em Icoaraci, já rapaz nos seus vinte e poucos anos, é que Verequete tomou contato com o afro-indígena carimbó (nome associado a instrumento - tambor -, ritmo e dança) e passou, acompanhado do grupo Uiarapuri da  Amazônia, a encarná-lo na sua autenticidade ou nos seus "pontos cantados", com instrumentação característica de pau e corda, em oposição à variante posterior, eletrônica, com uso de "bate-estacas" e guitarra. 
         A esse homem simples, icônico, também vendedor de churrasquinho para sobreviver em certa fase da vida, que sempre teve a escassez e a pobreza à sua volta e reclamava nunca ter recebido direitos autorais, presto esta pequena homenagem, valorizada abaixo pelo documentário "Chama Verequete" (18 min), realizado por Luiz Arnaldo Campos e Rogério Parreira e lançado em 2002 - exibido nos dois primeiros "links". No terceiro, gravação com carimbó de sua lavra em "Mandei Fazer uma Camisa"; no quarto, lembrado, no Teatro da Paz, em Belém, pelo cantor Edias; no quinto, nova lembrança do mestre, com o vigor dos tambores do Trio Manari e do internacional pernambucano Naná Vasconcelos. Todos chamando Verequete, falecido, aos 93 anos, em 3 de novembro de 2009, cuja obra, aos interessados, é significativamente apresentada por ele mesmo e coro no CD "Verequete É o Rei" (Projeto Cultura Pará), de 2007.(capa acima).  
        Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal
  
 
             http://www.youtube.com/watch?v=qV4a4JJNZPw ("Chama Verequete", primeira parte)
 
             http://www.youtube.com/watch?v=iXfjfxeBqSE&feature=related ("Chama Verequete", segunda parte)
 
             http://www.youtube.com/watch?v=azaOEsCPC6M&feature=related ("Mandei Fazer uma Camisa")
 
             http://www.youtube.com/watch?v=hE3GX7EznDo&feature=related (Edias canta Verequete) 
 
 
             http://www.youtube.com/watch?v=nL4iEB2dkuY (Trio Manari e Naná Vasconcelos)

15.5.11

Não vejo nada


Caros amigos do blogue, o sistema blogger teve um problema de manutenção, ficou fora do ar por algum tempo e depois retornou. Ocorre que voltou sem elementos que compunham o lay-out onde constavam dados do blogueiro, seguidores e lista de blogues preferidos. Não sei até quando vai acontecer isso, mas por enquanto não vejo nada no horizonte e nem sei se esse problema ficou só no meu computador ou se em outros - o de vocês, por exemplo, esses elementos do blogue são vistos.
Bola pra frente!

Fred Falcão lança disco neste domingo na Sala Baden Powell: um voo autoral e certeiro com destino à canção de qualidade






   "...As imagens num instante se transformam em quase nada/eu volto no tempo e no espaço/e aperto você num abraço/e penso que tudo está perto de mim/choro e nada eu encontro/sofro, o passado está morto/abro os olhos e vejo você"
 
          Prezados amigos,
 
          Linda essa "Regressiva", dos versos em destaque, composta por Fred Falcão (foto acima) e cantada pelos Cariocas. Título e interpretação, aliás, em comunhão plena e, não por acaso, retrospectiva, já que, no afastado 1965, por meio do quarteto, então formado por Severino Filho, Luís Roberto, Badeco e Quartera, esse recifense emotivo e detalhista teve a sua primeira música gravada, "Vem Cá, Menina". A bossa "Regressiva" faz parte de CD cuja etapa final de desenvolvimento, sendo vizinho de bairro do compositor, em Laranjeiras, tive oportunidade de acompanhar e, por duas vezes, no apartamento dele e a seu convite, de ouvir, com satisfação, da primeira à última faixas - numa delas, numa tarde de sábado, com o publicitário e letrista Marcello Silva, parceiro dele na maior parte das canções do disco; na outra, saindo de lá às três da madrugada (hora maior que faz lembrar bela composição de Torquato Neto) com o prematuramente falecido Marco Versiani, logo após um dos costumeiros saraus promovidos por Fred, a que vão vários artistas e nos quais não raro se saboreia um delicioso estrogonofe, generosamente servido pela companheira dele, Vera. Fato consumado, "Voando na Canção" - o título do disco - tem lançamento neste domingo, 15 de maio, às 19h, na Sala Baden Powell (Av. Nossa Senhora de Copacabana, 360 - tels.:2548-0421/2255-1067), e, além dos prestigiados arranjadores César Camargo Mariano, Gilson Peranzzetta e Luiz Avellar, conta com um "dream team" de intérpretes e músicos, como Pery Ribeiro, Maurício Einhorn (parceiro de Fred e de Alberto Chimelli em "Ainda Te Amando), Chiquito Braga, Leny Andrade, Clarisse Grova, Rildo Hora, Cláudia, Jorge Helder, Dirceu Leite, Alceu Maia, Zé Luiz Mazziotti, Mauro Senise, Cláudio Jorge, Zeca Assumpção, João Cortez e Boca Livre, reforçado pelo talento de novos valores, como Sanny Alves, Kay Lyra e Marcos Sacramento (cantores),  Rogério Caetano (violão sete-cordas), Rafael Barata, Cassius Theperson e Erivelton Silva (bateristas), Bernardo Bosisio e Carlos Bernardo (guitarristas), Zé Luiz Maia, Rômulo Duarte e Bruno Aguilar (contrabaixistas, Misael da Hora (pianista) e Pretinho da Serrinha (percussionista).
          Procurador de Justiça aposentado, Fred Falcão também revela em sua trajetória musical um grande número de parceiros, em parte diversos entre si em centelha, transpiração e estilo, como Paulinho Tapajós (nas primeiras composições), Walter Queiroz (baiano, primo dele), Nonato Buzar, Carlos Colla, Aldir Blanc, Tibério Gaspar, Délcio Carvalho, Nelson Welington, Paulo César Feital, Elton Medeiros, William Prado, Euclides Amaral, Ivan Wrigg, o saudoso Klecius Caldas e, mais recentemente, Carlos Henrique Costa (poeta, bacharel e licenciado em Letras pela Uerj, também cantor, com quem Fred gravou, em 2007, o CD independente "Ímparceria"). De todos, o mais frequente e o mais marcante - quanto ao chamado "hit parade" - mora há muitos anos nos EUA, também advogado e, em 1972, gravou, pela RCA Victor, o elepê "O Homem, O Poeta": Arnoldo Medeiros. "Voando na Canção" faz escalas em diversos gêneros e coroa o longo empenho, de muitos anos, do "clínico geral" Fred Falcão - "uma odisseia quase bíblica", observa, meio hiperbólico - pela realização do seu biscoito fino de sabor independente (com faixa-bônus do samba lento "Tia Ciata", gravado em fevereiro de 2000, pouco antes de falecer, por João Nogueira), finalmente abraçado pelo selo Sala de Som, de André Agra, para distribuição. Fico feliz por vê-lo pronto, com ótimo resultado, à disposição dos interessados logo mais, após o show. Sempre que me lembro do amigo Fred, também desenvolto no trocadilho, duas constatações imediatamente me ocorrem: como fala o cidadão! E como faz música boa! 
          Um bom domingo a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
         Um abraço,
 
         Gerdal
 
Pós-escrito: a) nas demais fotos abaixo, Fred Falcão aparece, de cima para baixo, abraçado a Rogério Caetano, César Camargo Mariano e João Nogueira;
                     b) no show de hoje na Sala Baden Powell, segundo informação em blogue do jornalista Elias Nogueira, além de vários dos participantes do disco, também marcam presença o Baião de 5, liderado pelo pianista Fernando Merlino; o violonista Hélio Delmiro, os jovens e excelentes cantores João Pinheiro, Thaís Motta e Liz Rosa, o pianista Marvio Ciribelli e o Idriss Boudrioua Trio (além do saxofonista francês, ainda integrado pelo pianista Alberto Chimelli e pelo contrabaixista Sérgio Barrozo);
                     c) nos "links" seguintes, Fred Falcão, voz e violão, mostra seis das suas composições no CD ora lançado: 1) "Tia Ciata", em parceria com Joel Menezes; 2) "Namorada", com Arnoldo Medeiros, originalmente gravada pelo casal Antônio Marcos e Vanusa e finalista, com eles, no V Festival Internacional da Canção, em 1970; 3) "Radamestre", com Carlos Henrique Costa, em intenção de Radamés Gnattali ; 4) "Shirley Sexy", com Arnoldo Medeiros, feita para personagem de Marília Pera na novela "O Cafona", da TV Globo, de 1971 - primeira faixa do lado A de disco respectivo da Som Livre, com gravação da própria atriz; 5) "Lourinha", mais uma com Arnoldo Medeiros, um maxixe originalmente gravado por Vanderlea e pela bandinha de Altamiro Carrilho e mostrado, em 1971, no VI Festival Internacional da Canção; 6) "A Cidade da Seresta", feita, é claro, para Conservatória.        
          
 
        http://www.youtube.com/watch?v=fzPp4dkW6iw&NR=1 ("Tia Ciata")
 
        http://www.youtube.com/watch?v=sLBKodGyHkg&NR=1 ("Namorada")
 
        http://www.youtube.com/watch?v=o1K4kaoKQoA&feature=related ("Radamestre")
     
        http://www.youtube.com/watch?v=8J8EsfV4c0U&NR=1 ("Shirley Sexy") 
 
        http://www.youtube.com/watch?v=dnt7evmd1mw&feature=related ("Lourinha")
 
        http://www.youtube.com/watch?v=pViT3N0ADY8&feature=related ("A Cidade da Seresta")

NR: Erramos, Fred Falcão nunca foi procurador.
Foi funcionário público do Município, onde dirigiu o CRASEM (Conselho de Recursos Administrativos do Município do Rio de Janeiro).
Quanto ao Arnoldo Medeiros, ele não mora mais nos EUA. Voltou para Brasília, onde sempre teve uma casa.

  

14.5.11

Dea Trancoso faz show neste sábado, no Centro do Rio, e lança as canções que fez para "Serendipity"




De um lado, a precisão de recursos materiais; do outro, a exuberância da cultura popular: nesse contraste do Vale do Jequitinhonha, nasceu e cresceu Dea Trancoso (foto acima), mineira de Almenara e moradora há muito fixada em Belo Horizonte. Formada  em Comunicação, é filha de pais seresteiros, sob cuja influência, na infância, ouvia ainda no rádio de casa cantores de prestígio nacional, como Orlando Silva e Nelson Gonçalves. Também ouvia o casal Cascatinha e Inhana, o que a aproximava dos violeiros e cantadores  da sua região, além daquele universo rítmico-melódico bem conhecido à sua porta, de fundamento religioso - rezas, folias e congados, ajuntados à vibração de sembas e batuques. Há quatro anos, com elogio substantivo de jornalistas e músicos - para o compositor Tavinho Moura, por exemplo, "o CD nasceu eterno, de repertório singular, universal, revelador de beleza e essência" -, ela lançou "Tum Tum Tum", fruto de pesquisa de anos a fio sobre a nossa música popular, mormente a da sonoridade vária do Jequitinhonha, presente na produção em nove faixas de domínio público. O primeiro disco solo, após o bem-sucedido "O Violeiro e a Cantora", de 2005, em companhia de Chico Lobo, grande compositor e instrumentista nascido em São João del-Rei, e vitórias em festivais, como o X Festivale - Festa da Cultura Popular do Jequitinhonha.
       Neste sábado, 14 de maio, às 19h30, Dea Trancoso lança o autoral "Serendipity" (palavra do idioma inglês encontrada em "Tutameia", de Guimarães Rosa, significando algo como descoberta casual e feliz)  na Caixa Cultural - Teatro de Arena, na Av. Almirante Barroso,  25 - Centro - tel.: 2544-7666 ("flyer" acima). Neste, com sonoridade naturalmente mais pessoal, ela valoriza o uso de cordas diversas, como as do ukulele, do banjo e do sitar (inspirada por um velho violão paterno de cordas de aço reencontrado em férias recentes passadas na casa de Almenara), em produção assinada por um multi-instrumentista do ramo, Rogério Delayon, outro mineiro, de Ipatinga, também responsável pelos arranjos. Também multi-instrumentista, Badi Assad, esta paulista de São João da Boa Vista, tem participação especial em faixa do CD, " Meu Colo, Tua Casa", feita em parceria com Dea e dedicada a filho desta.
       ***
Pós-escrito: nos "links" seguintes, 1) uma gravação de "Grande`Poder", por Dea Trancoso; 2) ela, "a cappella", canta música sua com Chico César, atual secretário de Cultura da Paraíba,  intitulada "Bordado"; 3) no programa "Sr. Brasil", de Rolandro Boldrin, Dea canta, "Diolinda", de Wison Dias, em duo com ele, outro mineiro do Vale. 
       
 
         http://www.youtube.com/watch?v=jveKZhIHXII&feature=related ("Grande Poder")
     
         http://www.youtube.com/watch?v=ce5O8l5IP6c ("Bordado")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=Xe0gbwnw8oQ&NR=1 ("Diolinda")

13.5.11

Programe-se: Lançamento de Dinho e seus dedinhos de Mariângela Guadagnin e Ferreth


No dia 21, num belo sábado de maio, Mariângela Guadagnin e Ferreth lançam o livro "
(Abaixo vão as informações sobre os shows de apresentação do CD Kanimambo do amigo Emiliano Castro que começa correr mundo para mostrar sua bela música)

Hoje, 6a feira, 13 de maio, o show Kanimambo rola em Araraquara e domingo vai rolar em Piracicaba.
Em Araraquara a apresentação de Kanimambo contará com:
Douglas Alonso . bateria e percussão
Emiliano Castro . composições, violão de 7 e voz
João Poleto . sax soprano, sax tenor e flauta
Marcos Paiva . contrabaixo.
Anotem- o show vai ser hoje ser 6a feira, 13 de maio, às 20h na comedoria do Sesc- Araraquara - entrada livre.
****
Já no domingo ,15 de maio, na Virada Cultural Paulista,às 15h, no Parque Engenho
AV. Maurice Allain, 454- Centro de Piracicaba
com:
Arnaldo Nardo . bateria
Emiliano Castro . composições, violão de 7 e voz
João Poleto . sax soprano, sax tenor e flauta
Marcos Paiva . contrabaixo

Normando Santos é grande atração desta sexta no Festival Beco das Garrafas: a bossa nova com balanço de primeira hora




Conheci o amigo Normando Santos, cantor, compositor e violonista, há uns dois anos, no "playground" de um edifício da Rua Coelho Neto, em festa com a presença de vários artistas, comemorativa de aniversário de Fred Falcão, procurador de Justiça aposentado e especialmente conhecido como um compositor de sucesso.  Recifense como Fred, Normando, que chegou ladeado pela cantora Carmélia Alves, participou da festa com quatro ou cinco canções de sua autoria, no bojo de prazerosa série de números musicais iniciada pelo conjunto Os Cariocas e terminada com Sílvio da Silva Jr., engenheiro da Petrobras, ao violão, lembrando, entre outras, a sua manjada "Amigo É pra Essas Coisas", da parceria com Aldir Blanc, gravada pelo MPB4 e hoje um "hit" de toda "happy hour" nacional. Com satisfação renovada, pouco depois, em Copacabana, em visita ao apê onde morava a grande Rainha do Baião, encontrei outra vez o histórico bossa-novista Normando, lá hospedado, ora diante do seu "laptop" - internauta contumaz -, ora de violão em punho, evocando Dolores Duran (responsável por seu primeiro emprego na noite carioca, como cantor da boate do Hotel Regente) e, em particular, a meu pedido, a bela toada "Dentro da Noite" ("Dentro da noite eu fiquei/pois perdi você/folhas pisadas no chão, resto de você/ficou lá dentro de mim o que eu quis dizer..."), feita com o publicitário Édson Borges. Esta um composição dele que ouço desde a infância, a qual Normando canta em cena do segundo episódio de um filme nacional de 1963, "Esse Rio Que Eu Amo", de matriz infelizmente desaparecida num incêndio. Juntamente com sambas primorosos de Luiz Antônio, como "Levanta, Mangueira" e "Quero Morrer no Carnaval", "Dentro da Noite" faz parte do elepê com a trilha desse título da filmografia do saudoso argentino Carlos Hugo Christensen, um vinil "mosca branca" que o meu pai, sonoplasta atuante nessa produção, conserva com muito zelo desde o lançamento.    
        Dois anos depois de participar do famoso concerto no Carnegie Hall, em Nova York, mostrando a sua "Amor em Samba" em companhia do quarteto de Oscar Castro Neves, Normando pegou um avião no Rio para Paris, com o intuito de substituir Baden Powell na Feijoada, uma das primeiras casas de música brasileira na Cidade Luz. Havia um ano e meio que Baden lá se apresentava, chamado pelo parceiro e diplomata Vinicius de Moraes, então adido cultural na França. O que para Normando seria apenas o cumprimento de um contrato de seis meses de trabalho foi, na verdade, o início de uma longa estada "chez" Paris, onde reside há 47 anos, sempre requisitado para shows em bares e clubes de jazz. Afinal, de bossa nova, em particular, ele é sobejo conhecedor e praticante, versado no balanço do "dim-dom-dom", como Carlos Lyra e Roberto Menescal (seus ex-colegas de colégio no Mallet Soares, em Copacabana), desde a primeira hora, e, como eles, um dos mais procurados professores de violão da batida diferente, tendo como discípulos, entre outros, Jards Macalé, Nelson Motta e até uma curiosa Betty Faria. Com Menescal, Ronaldo Boscoli, Chico Feitosa e Luiz Carlos Vinhas, ainda no início dos anos 60, dedicava-se a outra paixão, a pesca submarina, que os levava, nos fins de semana, ao azul do mar do litoral fluminense.
        Fazendo desta sexta-feira 13 um dia de sorte para o aficionado da MPB, sobretudo o bossa-novista, Normando é o cartaz da vez no Teatro Municipal Café Pequeno, no Leblon ("flyer" acima), às 19h, dentro da programação do Festival Beco das Garrafas, que prossegue amanhã, às 18h30, com a ótima cantora Fátima Regina, apresentando seu recente CD "Minha Praia É a Bossa", e, depois de amanhã, 15 de maio, às 18h, com simpática atração reunindo Amanda Bravo, também cantora, e trio formado por Paulo Midosi (teclado), Haroldo Cazes (baixo) e Rubinho Moreira (bateria) em memória de Durval Ferreira, pai de Amanda. Normando, que, agora, tem passado uma longa temporada no Rio, lança, finalmente, neste show, o primeiro disco "efetivo" da sua carreira, "Balanço com Bossa", ao qual, além da faixa-título e de outras inéditas, como "Lamento do Adeus" e "Aconteceu" (com Vinicius de Moraes), "Deixa Que Meu Amor Te Aqueça" e "Choro e Saudade" - uma declaração de amor e de saudade ao ninho natal -, juntam-se as já conhecidas "Castelinho", feita com Billy Blanco", "Deixa o Nosso Amor" e "Depois do Amor", estas com Ronaldo Boscoli, que conheceu no mais citado apê-referência da bossa, o do advogado Jairo Leão, pai daquela musa de joelhos bem torneados do movimento, a saudosa Nara Leão.  "Balanço com Bossa", bem mais sacudida no balanço do que de costume, é uma bossa a pleno gás e categoricamente revelada por quem também produziu e propagou o encanto da batida diferente, já na primeira hora.                  
        
 
Pós-escrito: a) a antiga foto acima, tirada em 1959 no Arpoador, traz Normando Santos, em pé, com seu violão, ao centro, rodeado, entre outros, por Luiz Eça, Roberto Menescal, Ronaldo Boscoli, Hélcio Milito, Bebeto (Tamba Trio), Luiz Carlos Vinhas e Chico Feitosa;
                      b) nos "links" seguintes, 1) Clara Moreno, filha de Joyce e Nelson Angelo, dá um recado bonito e envolvente em "Mais Valia Não Chorar", uma das músicas feitas por Normando com Ronaldo Boscoli; 2) Normando Santos em clipe com vários momentos da sua vida e fotos interessantes, tendo ao fundo a própria voz cantando "É o Fim", dele e de Xisto Vieira; 3) "Choro e Saudade", que Normando compôs para homenagear seu inesquecível Recife; 4) de um fôlego só, lembra ao violão "Saudade Fez um Samba", de Carlos Lyra e Ronaldo Boscoli; 5) "Balanço com Bossa", de Normando, "par lui-même", em gravação feita no TribOz. 
 

         http://www.youtube.com/watch?v=wIqYbuktW7g ("Mais Valia Não Chorar")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=d-3u8KwI6PI ("É o Fim")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=k8R_DtdcwC8&feature=related ("Choro e Saudade")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=de20OeZtqVw&feature=related ("Saudade Fez um Samba")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=DuV0gWn4GrU ("Balanço com Bossa")    

12.5.11

Sérgio Santos canta, nesta quinta, em raro show no Rio, contrastes nacionais entre o litoral e o interior (grátis)



Nascido em Varginha, mas há muito radicado em Belo Horizonte, Sérgio Santos é um artista notável que vem das Gerais para rara aparição em palco carioca, nesta quinta, 12 de maio, às 19h, no auditório do BNDES ("flyer" acima), com entrada franca. Trata-se de um cantor, compositor, violonista e arranjador de expressão refinada e inflada de brasilidade, naturalmente estampada em sua rica discografia. Nela, a composição inspirada no marcante congado e seus tambores, em seu estado natal, como expressão de música e fé  - CD "Iô Sô", de 2002 -, tem expansão culturalmente matizada no veio ora explorado dos contrastes observados no caminho de ida e volta entre o litoral e o interior, permeado pela montanha. Gravado, entre outros, por Joyce, Leila Pinheiro e Fátima  Guedes, Sérgio começou a carreira cantando, em 1982, no espetáculo "Missa dos Quilombos", com música de Milton Nascimento, e, também naquela década, pelo condão do talento, amealhou conquistas em diversos festivais de música popular. Ainda sobre o CD, no segundo dos "links" seguintes, uma interessante minientrevista em que se atém, sobretudo, à motivação desse biscoito fino de produção bem recente, "Litoral e Interior". No primeiro "link", Sérgio canta "Artigo de Luxo", que também mereceu vibrante registro de Fátima Guedes, uma das duas centenas de músicas que ele compôs com o poeta carioca Paulo César Pinheiro, e, no terceiro, apenas do mineiro, "Litoral e Interior".              
        Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal
         
 
         http://www.youtube.com/watch?v=7Sw3Q-hfPoI&NR=1 ("Artigo de Luxo")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=wMJnTP6eOcI&NR=1 (entrevista com Sérgio Santos - 7 min - sobre o CD recém-lançado)
 
         http://www.youtube.com/watch?v=DHazFgTNdFg&feature=related ("Litoral e Interior")        

Sidney Mattos recorda Luiz Gonzaga Jr., nesta quinta, no Centro, e revive um MAU que veio pra bem na MPB



F
ilho daquele cuja vida era andar por este país, seguindo o roteiro nordesteado pela majestade candente do baião, o carioca Luiz Gonzaga Jr., a meu ver e ouvir, se tivesse feito ao longo da carreira apenas uma música, "Espere por Mim, Morena", já teria mostrado cabalmente o seu valor e conquistado o merecido lugar de destaque que ocupa nos escaninhos da memória da MPB. Item do porta-joias sentimental da expressão popular na canção, essa primorosa toada salienta-se na veia autoral de um compositor que, ainda amoroso em "Começaria Tudo Outra Vez" e até mesmo arrebatado em "Sangrando", é particularmente lembrado pelo seu lado MAU, manifesto na palavra também cortante e desabrida do seu verso, assestado, nos anos 70, contra o livre-arbítrio da ditadura militar - .certa vez, teve 54 entre 72 músicas suas vetadas pela Censura Federal, entre as quais a irônica e já lançada, com sucesso, "Comportamento Geral",
         Infelizmente, em 29 de abril de 1991, saindo de Pato Branco, cidade do sudoeste paranaense onde se apresentara, morreria em logradouro próximo, na estrada, vítima de um acidente de carro. Vinte anos, portanto, de ausência de Gonzaguinha, homenageado, nesta quinta-feira, 12 de maio, às 20h30, em teatro a que dá nome, na Praça Onze ("flyer" acima), pelo cantor, compositor e multi-instrumentista Sidney Mattos, outro carioca que bem exerceu o seu lado MAU, fazendo e mostrando a sua música e frequentando, como outros talentos revelados pelo Movimento Artístico Universitário -  Ivan Lins, Aldir Blanc, Márcio Proença, César Costa Filho e Paulo Emílio, por exemplo -, as reuniões no famoso endereço do psiquiatra Aluízio Porto Carrero, na Tijuca. Foi na Rua Jaceguai, 27, que Sidney e Gonzaguinha se conheceram, em 1970, e deste Sidney, a partir de então, por quatro anos, foi diretor musical.  
            Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
            Um abraço,
 
            Gerdal
 
Pós-escrito: Sidney Mattos, que promete contar histórias dos tempos do MAU e do seu convívio com Gonzaguinha no show desta quinta, aparece nos dois primeiros "links" abaixo: no primeiro, em dos seus momentos autorais mais inspirados, com a belíssima "Maison du Brésil"; no segundo, com a sacudida "Salsamba", recomendada especialmente a quem nasceu para bailar. No terceiro e quarto "links", respectivamente, "Espere por Mim, Morena", em gravação de Gonzaguinha, e "Geraldinos e Arquibaldos", no programa "Sr. Brasil", com as Chicas, quarteto de que participam duas filhas do saudoso compositor, Amora Pera e Fernanda Gonzaga.  
 
 
         http://www.youtube.com/watch?v=ZBa8ubmfRFE ("Maison du Brésil")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=vrGGG_GaRKA ("Salsamba")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=_qfOrmOYI8A ("Espere por Mim, Morena")
 
          http://www.youtube.com/watch?v=AkrPJMX1a70 ("Geraldinos e Arquibaldos")

Comentário de Emiliano Castro sobre CD de Daniel Murray ,"Tom Jobim para violão solo"


(Recebi um e-mail de meu amigo Emiliano Castro, no qual ele faz uma apresentação do CD de Daniel Murray com músicas de Tom Jobim - publico o texto no nosso boteco virtual conforme veio, em boa prosa)
Mês passado finalmente recebi do Daniel Murray o seu CD recém lançado "Tom Jobim para violão solo".

O título já dá a sinopse do projeto, mas não revela que este segundo álbum do intérprete firma-o num outro patamar. Já não podemos falar de um "jovem violonista".
Trata-se de um disco histórico, feito por um dos maiores violonistas do Brasil e acho que o maior número de interessados merece saber disso.

O produtor do disco, Paulo Bellinati, é um mestre de todos nós, violonistas brasileiros e estrangeiros simpatizantes.
Bellinati, que não é mestre por acaso, conhece as muitas dimensões profissionais e artísticas da carreira e é talvez o principal responsável pela idealização deste disco tal como veio ao mundo.
Me parece evidente que seu trabalho como produtor imprimiu no CD intenções e pretensões antigas de sua trajetória como arranjador e instrumentista. (A maioria dos arranjos do disco são dele, Bellinati.)
Isto por si só já é um monumento.

Mas o mestre é também, até onde posso perceber, o padrinho musical mais importante de Daniel Murray.
Aos dezesseis anos Daniel já tocava quase toda a obra de Bellinati para violão solo e a convivência entre os dois sempre foi intensa.

Isso quer dizer que o fundamento estético do violão do Daniel é um território quase virgem na história do nosso instrumento.
Me explico: todos querem juntar os universos popular e erudito. Eu quero, muitos colegas famosos e desconhecidos querem, a torcida do Timão quer fazer música "com referencias do clássico e do popular".

Mas a excelência técnica do concertista Paulo Bellinati associada à profundidade que ele atingiu como arranjador e compositor popular (e segurando o suingue!) foi inédita quando apareceu, é ponto de partida no violão brasileiro e, como a música brasileira é o que é no mundo, Bellinati é um mito fundador na história do violão mundial e ponto!

O "território quase virgem" a que me referia é esse domínio extremo da sonoridade do violão de concerto aliado à capacidade de improvisar bem e ao suinge que caracterizam a música popular.

E o meu assunto aqui é usar esses adjetivos para qualificar o violonista Daniel Murray.

As interpretações do homem erguem de vida cada um dos arranjos e parecem sinfonia de orquestra grande, parecem a voz do Tom, parecem banda tocando samba chique, tudo respeitando as maneiras do compositor.
Somado o arsenal técnico e sensível do intérprete que conhece muito violão e muita música. E deve conhecer muita vida também (vai saber o tanto de dor e de amor que aquele coração é capaz de sentir...)

Pra voltar aos parâmetros objetivos, procurando outros nomes que tenham alcançado ser tão populares mantendo tão absolutamente o domínio da sonoridade do violão clássico, me lembro do próprio Bellinati, me lembro do Ralph Towner... e daí vai escasseando.
Tem o Marcus Tardelli, que fez há pouco um disco homólogo abordando a obra do Guinga. Mas esse disco está em outra chave. É mais endiabrado que chique. É mais batuque que sinfonia. Os arranjos pretendem outra coisa e desde o repertório até a masterização retumbante mostram um produto emoldurado noutro contexto.
A este propósito, pra não esconder nada, não gostei da masterização do disco do Daniel. Nas audições, faça-se o esforço de chegar logo ao seu violão e viver o que há de maravilhoso alí.
E me lembrei do Tardelli aqui porque seu disco também é histórico e também é de um violonista sem tamanho, desses da familia "popular de concerto".

... daí não me lembrei de mais ninguém. Quem lembrar que me ajude. Pelo bem da nossa música, pelo bem do violão brasileiro.

Pra terminar, faço público o comentário que outro mestre, Mauricio Carrilho, fez sobre o Daniel Murray interpretando Tom Jobim. Sem me lembrar exatamente das palavras, Mauricio escreveu que este é melhor disco de Tom Jobim que ele já ouviu na vida, incluindo os do próprio Tom (!!!!!!!!!!!!)

Resta-me desejar que a aliança dessas forças todas projete esse "jovem mestre" (assim dá pra falar) tão longe quanto já alcançou a música do Tom.

Porque trata-se, na minha opinião, de um dos discos para violão solo mais importantes do mundo, de todos os tempos.

Um abraço e boa audição!
Emiliano

9.5.11

Gabriel Geszti lança "Confluência", sua estreia em CD solo, nesta segunda no Lapinha



No último domingo de Páscoa, embarcando, à tarde, no coletivo da integração do metrô Largo do Machado-Cosme Velho, quem eu encontro, um pouco atrás de mim na fila, passando pouco depois pela roleta? Gabriel Geszti, também morador de Laranjeiras. Excelente pianista, que herdou do avô húngaro o gosto pelas pretas e brancas do instrumento, tem destacada atuação como músico em teatro, e assim pude vê-lo em ação pela primeira vez, em 2003, na Sala Baden Powell, em "Vamos Brincar de Amor em Cabo Frio", juntamente com o baixista Dodo Ferreira e o percussionista Oscar Bolão, tocando as músicas que João Roberto Kelly compusera para uma peça escrita pelo finado Sergio Viotti e originalmente encenada em 1965. Mais tarde, também se exercitando ao acordeom, revi-o, na noite carioca, em shows diversos, como um do talentoso compositor e percussionista Joca Perpignan no Centro Cultural Carioca, e, com o Geszti-Alvim - também formado pelo clarinetista e saxofonista luso-carioca Rui Alvim -, constituiu um duo que se apresentou com alto desempenho e qualidade por bons endereços musicais do Rio.
          De outro talento da atualidade, o compositor Edu Kneip - que há pouco,  também por acaso, reencontrei em outro ônibus (este vindo do Cosme Velho com destino ao Grajaú) e vai lançar um grande CD, "Herói", em junho -, recebo e repasso, com satisfação, o "flyer" abaixo. Trata-se da estreia de Gabriel Geszti (colega do Edu no conjunto Manto Sagrado) em disco solo, "Confluência", cujo lançamento ocorre, nesta segunda,  9 de maio, a partir das 21h30, no Lapinha ("flyer"acima). "Bénin", a segunda dos "links" seguintes, é uma composição de Geszti que está no disco; no primeiro "link", muito à vontade no piano caseiro, ele lembra Wayne Shorter em "Ana Maria", que o influente saxofonista norte-americano compôs em intenção de sua primeira esposa, tragicamente desaparecida em acidente aéreo, em 1996, quando viajava para encontrá-lo na Itália.
          Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
           
 
 
            http://www.youtube.com/watch?v=XziLokl92Kg ("Ana Maria")
 
            http://www.youtube.com/watch?v=muYNGTORu4Y (Bénin")