10.4.11

Sidney Lumet foi para o andar de cima. Ficou o Homem do Prego


O genial cineasta Sidney Lumet filmou de tudo um pouco.Afinal foram 50 anos de cinema. Era um dos meus diretores preferidos e entre seus filmes,faz algum tempo que estou para escrever sobre o O Homem do Prego(The Pawnbroker, 1964)- que acho uma de suas obras primas. Parece um filme que foi feito para Rod Steiger. Pode-se dizer que o filme é ele que com seu imenso talento encara o difícil , complexo e ambíguo papel de um sobrevivente do Holocausto. Um homem que traz a desgraça na alma e entende o mundo pelo lado mais sombrio do ser humano - não fala por aqueles que foram vitimados pela fúria da besta tecnizada nazista, ele carrega a marca daqueles tempos e não distingue o terror do campo do cenário cinza de um dos bairros degradados de Nova York, onde continua preso em sua loja de penhores.
É um filme difícil de encarar. Fico a pensar, como Lumet era um cara corajoso. Enfrentar o sistema estelar de Hollywood com um filme tão cru, doloroso, seco e incômodo de assistir.
Para lembrar do mestre, botei aqui um trecho de O Homem do Prego.
NR: Desculpem, mas não conseguir me livrar do irritante anúncio que aparece como um "spam" no vídeo que captei do Youtube.

2 comentários:

TS disse...

Tardia e um pouquinho na contramão, revi "PARIS TEXAS", de outro cineasta favorito seu - W. Winders. (foi para um txt sb filmes q tratam da incomunicabilidade e consequente dissolução - e reatamento - da família); procurei um filme nacional q tratasse do tema (s/ cenas violentas explícitas)e nada achei.

Lumet tem nome d quem só podia trabalhar c/ cinema, assim como os irmãos "Lumière" na fotografia, né?

Passei p/ matar saudades do seu blog, ao menos um pouquinho só, bjj, T.

LIBERATI disse...

Querida Tinê, que saudades docê!
Paris Texas é um lindo filme - a trilha sonora é do Ry Cooder, um cobra que nos presenteou com a redescoberta do pessoal do Buena Vista Social Clube (junto com o W Wenders - brilhante cineasta que acabou com o casamento de um amigo meu)
Lumet era um cineasta fantástico, fez obra heterogêna (uns críticos que nasceram ontem dizem que irregular) . Enquanto esses críticos catam coquinhos, ele foi para o segundo andar e deixou essa obra para a gente rememorar. Você tem razão, Lumet remete aos Lumière - Lume, vagalume, cinema...Que bom que você passou por aqui, ganhei meu dia.
bjs