30.9.09

Dica do Gerdal: Sandra Duailibe solta a voz, nesta quarta, no Centro Cultural Carioca - uma presença bem-vinda ao sem-fim da melhor MPB


Ainda anteontem, curti no YouTube uma bonita interpretação de "Epitáfio" ("O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído"...), sensível balada do roqueiro Sérgio Britto, dos Titãs, por Sandra Duailibe. Com a decisão desta dentista de largar a profissão, após alguns anos de consultório, em favor de novo horizonte profissional, ganhou a MPB uma cantora muito interessante, de timbre igualmente grave e aveludado, dessas que, de primeira, sabem prender a atenção do ouvinte de bom gosto ao soltar a voz. Nesta e nas inflexões lembrando, não muito vagamente, a bossa-novista Wanda Sá, a são-luisense Sandra, de grande parte da infância e a adolescência vividas em Belém do Pará, revela-se, para além da referida semelhança, uma artista de "punch" próprio, encantadora, com repertório muito bem qualificado nos dois CDs já lançados, afora demos. Para o segundo dos CDs, o ótimo "A Bossa no Tempo", lançado no ano passado, ela, já morando em Brasília, encontrou curiosamente uma quase gêmea vocal, Cely Curado, também muito interessante e que consegue dividir com Sandra, nessa produção, por uma interação assentada na afinidade canora, um resultado de surpreendente atrativo - o que ainda se pode observar em outras imagens no YouTube, com as duas cantando "Onda do Ar", um gostoso balanço de Sandra em parceria com a irmã Márcia Forte.      
      "Epitáfio" é composição que integra o rol de músicas do primeiro CD, "Do Princípio ao Sem-Fim", com o qual Sandra Duailibe concorreu ao Grammy Latino de 2007 em três categorias (melhor álbum do ano, melhor álbum de MPB e melhor artista-revelação), a cuja faixa-título, composta pelo maestro Zé Américo Bastos com letra de Salgado Maranhão, juntam-se ainda, por exemplo, "Fruta Mulher", do baiano Vevé Calazans, "Verdadeira Estrada", da paulista Simone Guimarães com mais um maranhense, o diplomata Antenor Bogéa, e deliciosas regravações de "Lua Brasileira", de Fátima Guedes" e "Meiga Presença", de Paulo Valdez (filho de Elizeth Cardoso) e Otávio de Moraes. Recentemente, Sandra Duailibe teve aprovado um projeto de gravação de um CD só com autores paraenses por uma lei denominada Semear. Cantando como ela canta e com tanta gente inspirada e credenciada nesse torrão do Norte, só pode dar coisa muito boa, um disco e tanto. Sandra o merece, e o Brasil mais ainda.        
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
A tempo: Sandra Duailibe apresenta-se, hoje, 30 de setembro, às 20h30, no Centro Cultural Carioca ("flyer" acima). Participação especial: Áurea Martins e Márcio Lott.
Quem quiser saber mais de Sandra Duailibe, veja no site www.sandraduailibe.com.br

2 comentários:

Biratan Porto disse...

A Sandra Duailibi canta muito bem e sabe escolher um repertório. Sem dúvidas ,vai ser um bom show. Ela tem raízes aqui em Belém do Pará, minha terra.
Abs.Biratan

LIBERATI disse...

Grande Biratan, que bom você ter passado por aqui. Toda força à Sandra Duailibi! E viva Belém do Pará, terra boa e generosa.
grande abraço companheiro!