14.4.10

Dica do Gerdal: Pedro Amorim- filme sobre o músico tem pré-estreia nesta quarta em roda de samba no Trapiche Gamboa



"Matilde/que eu encontrava amiúde/num botequim da Saúde/irmã daquela Jurema de triste memória..."
        
      Prezados amigos,
 
      Embora não seja evocado, de imediato, por suas letras, lembro-me de que, assim que ouvi "Matilde", do excelente músico carioca Pedro Amorim, conjugado com outro samba dele, "Jurema", no CD "Os Dois Bicudos", de 2004, revelador dos jovens cantores Alfredo Del-Penho e Pedro Paulo Malta, detive-me no emprego de "amiúde", um advérbio de frequência ironicamente quase desaparecido da boca do povo e ainda rarefeito na moderna canção popular. Tal surpresa, no entanto, com esse uso "sofisticado" de expressão fez-me perceber, no todo dos versos bem azeitados desses sambas benfeitos e interligados, consentâneos na estrutura e no acabamento com a melhor tradição do gênero, o apuro que às palavras também reserva Pedro Amorim, aquele seu quê qualitativo já cabalmente conhecido e muito aplaudido no trato de admiráveis cordas. Formado em Educação Física e atuante na especialidade como professor por alguns anos, Pedro Amorim - "pari passu" com toda a sua competência instrumental e autoral, cintilante no recém-lançado "Brigador", CD de estreia da cantora Ilessi só com inéditas dele na parceria com Paulo César Pinheiro -, é um exemplo de seriedade e de extrema dedicação à sua arte, tocando bandolim, cavaquinho e violão tenor, e de esclarecimento quanto ao papel que lhe cabe na seara diversificada da MPB e na defesa do que esta tem de mais autenticamente colorido e ritmicamente integrador. Mestre da Escola Portátil de Música, na Urca, e com CDs da mais alta significação no universo do choro já lançados (como o do conjunto O Trio, gravado em Paris, em 1994, ao lado de Maurício Carrilho e Paulo Sérgio Santos, e outro, em 1997, na companhia da pianista Maria Teresa Madeira, em intenção de Ernesto Nazareth), o neopaquetaense Pedro Amorim terá a excelência de sua palheta estampada em imagens de um documentário dirigido pelo argentino aqui radicado Carlos E.Martinez e exibido em noite de roda do Samba de Fato nesta quarta-feira, 14 de abril, no Trapiche Gamboa ("flyer" acima). 
      *** 

A tempo: no "link" abaixo, ouve-se "A Ginga do Mané", choro de Jacob do Bandolim. No conjunto executante, além do destacado Pedro Amorim (violão tenor), Luiz Otávio Braga (sete-cordas), Maurício Carrilho (violão de 6) e Jayme Vignoli (cavaquinho). 
 
http://www.youtube.com/watch?v=-T3N7QzDED0

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