24.12.12

Recebi um presentão neste Natal: A revista CONTINENTE

Quero registrar aqui, que recebi um presentão agora pouquinho. Na minha caixa de correio tinha um envolope contendo três exemplares de Continente (sendo que um deles é uma edição especial em homenagem a Álvaro Lins), uma excelente revista cultural brasileira, produzida por um pessoal de alta qualidade de Pernambuco. É uma publicação da Cepe Editora (Companhia Editora de Pernambuco). E não foi só isso não, de brinde recebi dois CDs: um do Quinteto Violado cantando Gonzagão, o que é o máximo! E também um outro de Geraldo Maia, intitulado Estrada. Além da alta qualidade editorial e gráfica, a revista é antenadíssima - show de bola! Tudo isto pode ser conferido no site da revista, clicando no seguinte link: www.revistacontinente.com.br Obs: Tem mais, o meu presente se completa futuramente, pois terei a honra de ilustrar uma matéria da revista Continente, projetada para sair em janeiro. Quero agradecer aqui a Luiz Arrais pela gentileza. Valeu, meu irmão, parabéns!!!

22.12.12

Saudação de fim de ano de Gerdal

(Gerdal, nosso amigo que nos honra com suas dicas e textos sensacionais, escreve aqui umas linhas de saudação do fim e do começo de um novo ano, que sem dúvida, vai ser cheio de alegrias e muita música. Aumenta o som!!!)
Prezados amigos,          Por mais um ano, pude levar adiante o propósito de, como mero aficionado, prestigiar regularmente a nossa boa música popular, do "passado" e do presente, tão fértil em talentos, por meio de dicas e homenagens. Um procedimento ditado pelo coração e voltado, em particular, para o incentivo aos novatos (afinal, quem hoje é famoso já precisou de apoio no início da carreira) e para aqueles artistas que - a meu juízo e observação -, falecidos ou não, tendem a ficar injustamente esquecidos com o tempo, sem reconhecimento na nossa "grande mídia". Portanto, só tenho a agradecer a vocês a generosa atenção aos recados musicais, desejando a todos um feliz Natal e um 2013 muito bem-sucedido, em sentido amplo.        Faço o meu reencontro com a MPB, por esta via, na segunda semana de janeiro próximo. Saúde, paz e boa sorte!          Um abraço musical,          Gerdal   Pós-escrito: a) endereço, especialmente, votos de boas festas e um feliz 2013 ao amigo Bruno Liberati, por postagens de dicas em seu blogue, e ao jornalista Oswaldo Faustino, por sua sensibilidade e excelente matéria feita com o ex-arregimentador da Copacabana Discos e ritmista Geraldo Barbosa (em foto abaixo, clicada por Eraldo Platz), hoje com 91 anos, para a edição atual, recém-saída nas bancas, da revista "Raça Brasil" (aos interessados, edição de número 173, com o alagoano Djavan na capa);                    b) para a ilustração musical de praxe, selecionei os cinco registros seguintes, com canções pouco conhecidas ou lembradas: 1) "Antigamente", de Vadico e Jarbas Mello, com a cantora recifense Maria Helena Raposo em gravação de 1958; 2)  "Saxofone, Por Que Choras?", do paraibano Severino Rangel e com o sopro do próprio autor, mais conhecido como Ratinho (da eterna dupla humorístico-musical com Jararaca), em gravação original de 1930. Ele faleceu em Duque de Caxias (RJ) em 8 de setembro de 1972, aos 76 anos; 3) "Canção em Tom Maior", de Ary Barroso, em gravação de 1960 feita por Ted Moreno. Um ótimo cantor e compositor surgido nos anos 50 e que, pupilo de Radamés Gnattali, se tornaria maestro da TV Globo, na década seguinte, e, mais adiante, de orquestra em Brasília, onde passaria a residir; 4) de um elepê gravado por ambos, em 1959, para pares enamorados, Tito Madi e Nelly Martins (também atriz e ex-esposa de Radamés Gnatalli) cantam "Encontro no Sábado", de Tito Madi e Georges Henry; 5) "last but not least", lembrando os 75 anos que Baden Powell teria completado em 6 de agosto passado, vê-se, em trecho do programa "Ensaio", o genial varre-saiense em "O Astronauta", da sua parceria com Vinicius de Moraes. Baden "lambe a cria" tocando e... cantando.               http://www.youtube.com/watch?v=d-o-uTqCPSw ("Antigamente")           http://www.youtube.com/watch?v=gvYwPGXUqWg ("Saxofone, Por Que Choras?")          http://www.youtube.com/watch?v=oqvhWstQ2AI ("Canção em Tom Maior")         http://www.youtube.com/watch?v=de3-YcPwH7E ("Encontro no Sábado")          http://www.youtube.com/watch?v=Dyk_7owKi1w ("O Astronauta")

21.12.12

O dia (muito antigo) em que o mundo quase acabou comigo

Esta é uma anacrônica (ou croniqueta) muito antiga, nem me lembro onde publiquei e nem sei se as vírgulas estão nos devidos lugares. - Lá vai ela, republico aqui e agora)
No final dos anos 50 os únicos cometas que sacudiam a terra eram os de Bill Halley com um roquenrol de salão, que na época provocava furor, era coisa de “jovens transviados” que quebravam cadeiras de cinema e entravam na rua Augusta a 120 por hora, se não me engano. Mas, no meu bairro, muito longe das boutiques da moda, correu um boato de que o mundo iria acabar naquele dia, justamente ao cair da tarde.Não me perguntem que dia era esse, que não vou lembrar. Acho que alguém se equivocou ao ouvir uma notícia no rádio de que algum asteróide iria provavelmente passar perto da terra e como quem conta um conto aumenta um ponto , tratou de espalhar o pânico: o mundo definitivamente iria acabar. Passei o dia preocupado com a nossa extinção: então nunca mais bola de gude, pipa no ar, estilingue, filme de caubói, nunca mais raspadinha gelada, quebra-queixo.??? Lembro que naquele dia que prometia ser fatítico não teve aula, depois de um almoço em que quase não comi nada, fiquei vagando pelas matas do bairro a procura de passarinhos e munição que brotava em grandes cachos de mamona. A tarde avançava e como sempre fazia nos dias de folga, rumei para o nosso campinho onde praticávamos um futebol que prometia ser campeão do mundo, um mundo que naquele dia iria acabar. Lá estavam as feras: Quinho, Durva, Portuguesinho, Tonho, Dirso, Nardo, Bacalhau, Macarrão e outros que , me perdoem, esqueci na poeira do tempo. O campo, na verdade era um descampado, sem grama, numa espécie de vale de um bairro em contrução. O gol não tinha travessão, só dois tocos plantados de cada lado. A bola era de “capotão. Usava-se, nessa época heróica sebo para ajudar a conservar as costuras e esticar o seu couro: era uma pedra inflada. Jogava-se democraticamente, todos descalços.Os times eram escolhidos no par ou ímpar disputado por dois craques que eram líderes naturais, tinham adquirido uma autoridade no pé, driblando e fazendo muitos gols. Tratavam de escolher primeiro os mais hábeis, os “grossos” (que eram ruins de bola) e os menores ficavam para o final. Aí distribuiam aqueles que sobravam de forma a nenhum dos times ficar mais forte. Eu estava entre os menores,era magrinho mas enjoado, capaz de grandes jogadas e imensos vacilos. O jogo começou ou melhor dizendo uma renhida batalha do tipo “arraca toco” X quebra dedão” teve início. Foi nesse dia , que numa dividida Tonho quase quebrou meu pé, foi desleal, ele era pelo menos uns 10 anos mais velho do que eu. Mas , pulando feito um Saci fiquei até o final da partida, que aconteceu na hora do crepúsculo, quando tudo fica meio que violeta e já não se divisa mais os limites das coisas- uma quase noite quando não foi mais possível ver a bola. Nesse momento me toquei que o mundo àquela hora já devia ter acabado. Uma felicidade oceânica daquelas que só sente na infãncia tomou conta de mim que fiquei rindo à-toa apesar da dor que tomava conta do tornozelo, já que o sangue começava a esfriar. Mais tarde percebi que o mundo na verdade chega ao seu fim todo dia, é o tal de movimento que fundiu a cuca dos gregos desde o começo da nossa vã filosofia. Da mesma forma um outro mundo nasce a todo tempo e cada segundo deve ser encarado como um milagre nessa bola azul que Gagárin teve o privilégio de ver pela primeira vez lá de cima. Lágrimas , por favor!

14.12.12

niemeyer em tipogrampo

Aqui rola uma colaboração composta em tipogrampo  ( tipografia inventada na oficina poética de Guilherme Mansur, com um grampeador  na mão e um pente de grampos dentro dele ) A obra pode ser descrita como "niemeyer – grampo sobre latão"

O canibalismo amoroso visto por Affonso Romano de Sant’Anna

(Segue aqui um texto, sempre saboroso de Jorge Sanglard sobre o sempre poeta, Affonso Romano de Sant'Anna)
Aos 75 anos, o ensaísta, cronista, poeta e jornalista brasileiro, Affonso Romano de Sant’Anna, lança o livro “O canibalismo amoroso” (Rocco), um mergulho fundo na história do desejo masculino e da representação do feminino, tendo a poesia brasileira como guia. Um dos intelectuais mais influentes no Brasil contemporâneo e sempre antenado com as lutas de seu tempo, o escritor denunciou a ditadura militar, entre meados das décadas de 1960 e 1980, se colocando como uma voz indignada contra a opressão e a favor da liberdade. Sua geração viveu a utopia e o seu avesso, e Affonso Romano tem declarado enfaticamente que é necessário rever o século XX, com todos os sonhos e equívocos, caso contrário o país não entrará no século XXI. A função do intelectual, para ele, é interferir na história e no cotidiano. O mundo tornou-se mais complexo e a cultura da pós-modernidade, na sua visão, é o culto do superficial, da cópia, do marketing, da fragmentação e dos falsos valores. Incisivo, afirma: literatura é vida. E, assim, a literatura tem sido seu compromisso de vida.    Fruto de ampla e rigorosa pesquisa iniciada em 1974 e que durou uma década de estudos, este novo livro de Affonso Romano é um convite à reflexão sobre as fantasias eróticas do homem comum. Afinal, argumenta o autor, se a história do homem é a história de sua repressão, estudar o desejo e a interdição é uma maneira de penetrar melhor nessa mesma história e de revelá-la. Os títulos de cada capítulo do livro sintetizam bem a empreitada assumida pelo autor: “A mulher de cor e o canibalismo erótico na sociedade escravocrata”; “Da mulher-esfinge como estátua devoradora ao striptease na alcova”; “Do canibalismo melancólico sobre o corpo da amada morta à eroticidade de Lúcifer”; “Manuel Bandeira: do amor místico e perverso pela santa e a prostituta à família mítica permissiva e incestuosa”; “Vinicius de Moraes: a fragmentação dionisíaca e órfica da carne entre o amor da mulher única e o amor por todas as mulheres”.    O escritor declara que este é um livro de história, em que o personagem principal é o Poeta-Édipo diante da Mulher-Esfinge. E dá uma pista: “adianto que este não é um estudo psicanalítico de autores, mas de obras e textos”. Na verdade, Romano de Sant’Anna revela que está preocupado em localizar, nestes textos, os sintomas que revelam o inconsciente da escrita. Assim, ele está interessado no inconsciente dos textos em questão. E esclarece que esse inconsciente surge como sinônimo de ideologia. Portanto, entender o inconsciente dos poemas estudados no livro é entender o inconsciente de uma comunidade e sua ideologia amorosa.    Para Affonso Romano, o poeta é o xamã que, ao invocar suas alucinações, faz com que, através delas, toda a coletividade reviva seus fantasmas. Com isso, o livro é também “a história da representação do corpo nos (des)encontros amorosos. O corpo feminino ocupa grande parte do discurso no livro, enquanto o corpo masculino é silenciado. E, segundo o autor, “reveladoramente, embora o corpo masculino esteja ausente, a voz que fala pela mulher é a voz masculina”. Essa constatação aparentemente simples, na opinião do escritor, provoca “conseqüências graves”.    Affonso Romano enfatiza: “os poetas não inventaram nada. A análise desses textos, sob a ótica psicanalítica, revela um desajustamento entre o real e o imaginário, que confirma a afirmativa de Platão de que desejo é indigência”. A rigor, o autor esclarece, a literatura, como produto cultural, foi sempre o lugar das grandes confissões, porque nela o desejo sempre expôs sua ânsia de realização. Escrever é desejar”, sentencia.    Ainda segundo o escritor, “é espantoso ver (com a ajuda da antropologia, da sociologia e da história) como o medo das mulheres (a misoginia) é uma praga, das tribos mais primitivas às sociedades mais industrializadas. É aterrador como o mito da mulher castradora, o mito da vagina dentada, da mulher-aranha e da serpente venenosa vêm da Antiguidade aos textos mais modernos”. Romano de Sant’Anna afirma que “a história da metáfora amorosa é, em grande parte, a história do medo de amar e da incapacidade de vencer fantasmas arcaicos e modernos. É claro que essa história é a história contada por homens. E, posto que o homem se elegeu como redator da história, escolheu para a mulher o papel do outro, colocando nela a imagem do mal e da desagregação”.    Declarando-se fascinado ao descobrir, nesse período de estudo e articulação do livro, como cada época organiza literariamente seu imaginário erótico, Affonso Romano assegura que preferiu trabalhar apenas com a poesia, por questão de método, mas se poderia desenvolver igual estudo sobre a ficção. E ressalta: “este estudo é interdisciplinar por natureza. A psicanálise é o fio condutor em torno do qual se armam os conhecimentos antropológicos, sociológicos, históricos e literários”. O escritor utilizou tanto de Freud e Jung quanto de Melanie Klein ou Lacan quando julgou necessário e na busca de um discurso de coerência que atravessasse o discurso deles e de outros ligados a essas escolas.    O canibalismo, adverte Affonso Romano, é um traço em nossa cultura muito mais significativo do que se pensa, tendo gerado até movimentos estéticos vanguardistas na Europa e no Brasil no princípio do século XX. Não é à toa, afirma o escritor, que o cristianismo é tido como o representante, no Ocidente, da ordem canibal ancestral. “A ideia do ágape cristão (ceia do amor) e o ritual da hóstia (palavra que significa ‘vítima sacrificial’) são uma atualização de um rito intemporal, no qual deuses comem homens, homens comem deuses ou, então, são dramatizados no sangue dos animais mediadores”.       Uma vida dedicada ao livro e à leitura      Durante os seis anos em que presidiu a Fundação Biblioteca Nacional, entre 1990 e 1996, tendo como atribuição a política do livro e a leitura, Affonso Romano de Sant’Anna assegura ter feito tudo o que se podia para unir o Brasil a Portugal e aos demais países de língua portuguesa. Na Biblioteca Nacional, iniciou a informatização do acervo, criou o Sistema Nacional de Bibliotecas e o Programa de Promoção da Leitura (Proler), espalhando mais de 30 mil voluntários em cerca de 300 cidades brasileiras, e passou a editar a revista “Poesia Sempre”. De 1993 a 1995, presidiu o Conselho do Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e no Caribe (Cerlalc), e assumiu a secretaria geral da Associação das Bibliotecas Nacionais  Ibero-Americanas, entre 1995/1996.     Nascido em Belo Horizonte, em 1937, e criado em Juiz de Fora, a partir dos três anos de idade, teve uma infância de menino pobre, trabalhando desde cedo como carregador de marmitas e de trouxas de roupas para lavadeiras, além de vender balas no colégio e no cinema para pagar seus estudos. No Grupo Escolar Fernando Lobo e no Granbery, iniciou a paixão pelos livros, que encontrava nas bibliotecas do Serviço Social da Indústria (Sesi) e do restaurante popular do Saps, em Juiz de Fora.      Como filho de pais protestantes, foi criado para ser pastor e, aos 17 anos, já pregava  o evangelho em várias cidades do interior de Minas Gerais. Mas o jornalismo e a literatura falaram mais alto. No entanto, essa experiência foi decisiva para impregnar de forte conteúdo social sua prosa e sua poesia e, já em seu primeiro livro, “O Desemprego da Poesia”, um ensaio lançado em 1962, apontava o rumo da indignação. Seu primeiro livro de poesias, “Canto e Palavra”, foi editado em 1965. Durante dois anos, lecionou Literatura Brasileira na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e em 1968 voltaria aos Estados Unidos como bolsista do International Writing Program, em Iowa, onde permaneceria por dois anos e vivenciaria as transformações de comportamento que marcaram o século XX. Ao retornar ao Brasil, em 1969, defendeu a tese de doutorado “Carlos Drummond de Andrade, o Poeta ‘Gauche’, no Tempo e Espaço”, na Universidade Federal de Minas Gerais. Editada em 1972, esta tese deu projeção ao escritor, que conquistou importantes prêmios literários brasileiros.      Intensificou na década de 1970 sua atuação como professor na Pontifícia Universidade Católica (PUC) e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, em 1976, articulou a vinda ao Brasil de renomados conferencistas internacionais, em plena ditadura militar, com destaque para o sociólogo francês Michel Foucault. Ainda nesse ano, voltaria novamente aos Estados Unidos e lecionaria Literatura Brasileira na Universidade do Texas. Dois anos mais tarde, já na Alemanha, lecionou Literatura na Universidade de Colônia, e lançou o livro “A grande fala do índio guarani”. Em 1980, lançou o livro de poesias “Que país é este?”, que ganhou repercussão após o “Jornal do Brasil” publicar o poema homônimo. Na França, como professor visitante, lecionou durante dois anos, na Universidade Aix-en-Provence. E, a partir de 1984, passaria a escrever no “Jornal do Brasil” a coluna anteriormente assinada por Carlos Drummond de Andrade. Em 1986, saiu publicado seu primeiro livro de crônicas, “A Mulher Madura”.      Desde o final dos anos 1990, o escritor vem doando parte de seu acervo de livros para a Biblioteca Municipal Murilo Mendes, em Juiz de Fora, Minas Gerais, e atualmente negocia com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) a transferência do conjunto de sua biblioteca para a cidade mineira. Affonso Romano escreve uma coluna de crônicas, aos domingos, no caderno “Em Cultura” do jornal Estado de Minas. (Jorge Sanglard é jornalista e pesquisador)

20.11.12

Mulheres Negras no Brasil Escravista e do Pós-Emancipação, dia 21 na Folha Seca Livraria

Mulheres Negras no Brasil Escravista e do Pós-Emancipação - livro organizado por Giovana Xavier, Juliana Barreto Farias e Flavio Gomes, será lançado no dia 21 de novembro, quarta-feira, a partir das 19 horas, na Folha Seca Livraria, Rua do Ouvidor, 37 Todos lá!!! (Clique na imagem para AMPLIAR e tentar ver melhor)

Teoria Geral do Esquecimento, Hoje, dia 20, na Livraria Travessa-Leblon

Não esqueça! Hoje,lançamento do livro de José Eduardo Agualusa - Teoria Geral do Esquecimento- publicado pela Editora Foz dia 20 - terça-feira, dia 20 a partir das 19 horas na Livraria da Travessa - Leblon Vai rolar um debate muito interessante Todo mundo lá

9.11.12

Jorge Amado (em caricatura) no SESC Madureira

A esposição de caricaturas homenageando Jorge Amado está no SESC Madureira até o dia 16 de dezembro. Visitação de terça-feira a sexta-feira das 13 às 21 horas e nos sábados, domingos e feriados, das 9.30 às 17.30 horas Artistas que homenageiam, com suas caricaturas, o mestre Jorge: Agner, Cavalcante, Cida Calu, Chico Caruso, Dil Márcio, Dounê, Ferreth, Flávio de Almeida, Guidacci, Ique, Liberati, Liliana Ostrovsky, Cássio Loredano, Lula, Nei Lima, Zé Andrade. SESC-Madureira - Rua Ewbanck da Câmara, nº90 Clique no link para ver matéria que saiu no jornal O Dia: http://catracalivre.folha.uol.com.br/2012/11/jorge-amado-recebe-exposicao-com-16-de-suas-diferentes-facetas/

O centenário do eterno rei do baião

(Recebemos o belo texto do jornalista e pesquisador, Jorge Sanglard, sobre o Gonzagão - ótima leitura!) O Brasil comemora, em 13 de dezembro, o centenário de nascimento do “Rei do Baião”, o velho Lua, o Gonzagão, nascido Luiz Gonzaga do Nascimento, em 1912, num dia de Santa Luzia, na Fazenda Caiçara, depois Araripe, perto de Exu, no sertão pernambucano. Gonzagão cantou como poucos a alegria e a dor da gente de sua terra. Falecido em 2 de agosto de 1989, há 23 anos, mestre Lua merece toda a celebração e toda a festa que o Brasil fizer em sua homenagem. O sanfoneiro do povo de Deus, a voz da seca, deixou como legado uma música viva e forte, impregnada de alma, coração e fé. É o que deixa claro o seu legado musical. Sua obra é eterna e, quase 23 anos após sua morte, permanece como uma força da natureza, um grito de liberdade em nome de um povo que ainda luta por sua cidadania. Mas o que pouca gente conhece é o início da trajetória musical de Luiz Gonzaga em Minas Gerais, mais precisamente em Juiz de Fora, onde serviu o Exército durante cerca de cinco anos a partir de 1932.        Pioneiro da canção de protesto, com “Vozes da Seca”, em parceria de 1953 com Zé Dantas, Luiz Gonzaga simbolizou a voz de quem não tinha nem voz, nem vez. Em “Vozes da Seca” o recado social é direto: “Seu dotô, os nordestinos / Têm muita gratidão / Pelo auxílio dos sulistas / Mais dotô, uma esmola / A um homem qui é são / Ou lhe mata de vergonha / Ou vicia o cidadão”.        A trajetória de Luiz Gonzaga é um símbolo de persistência, obstinação, talento e força criativa popular. Filho do lavrador e sanfoneiro de oito baixos Januário e de Ana Batista de Jesus, a Santana, Gonzagão foi o segundo dos nove filhos do casal. Quatro de seus irmãos também seriam sanfoneiros. Seu pai era respeitado no sertão nordestino como sanfoneiro e consertador de sanfonas e influenciou os filhos. Aos oito anos, Luiz Gonzaga já tocava em festas e mostrava vocação para a música. Aos 17 anos, um namoro frustrado com a jovem Nazarena, filha de um fazendeiro da região, daria início a uma mudança radical na vida do sanfoneiro.        Em 19 de setembro de 1980, em Juiz de Fora, Minas Gerais, antes do esperadíssimo show “A Vida do Viajante”, ao lado do filho adotivo Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior (22/09/1945 – 09/04/1991), o saudoso Gonzaguinha, o velho Lua voltava à cidade que mais marcara a sua vida após sair do Nordeste. Ao conceder um histórico depoimento ao Museu da Imagem e do Som de Juiz de Fora, tendo entre os entrevistadores os amigos Santo Lima, músico que acompanhou seu aprendizado no acordeão, e Romeu Rainho, seu empresário no início dos anos 1950, Luiz Gonzaga lançou um feixe de luz sobre um período pouquíssimo conhecido de sua vida.        Em entrevista emocionada, Gonzagão revelaria detalhes de sua saída de Exu, aos 17 anos, seu alistamento militar com a idade adulterada em um ano, poucos meses antes da eclosão da Revolução de 1930, sua vinda para Juiz de Fora, em 1932, onde viveu por cerca de cinco anos e aprimorou sua musicalidade, a ida para o Rio de Janeiro, em 1939, e o início do sucesso como o porta-voz do sertão, o Rei do Baião.        Gonzagão contou no depoimento ao MIS de Juiz de Fora em detalhes os motivos de ter deixado Exu: “Tudo isso que aconteceu comigo foi por causa de uma surra, uma surra bem dada, aquele castigo que, quando é bem aplicado, na hora exata, dá bons resultados. Foi o que aconteceu comigo. Puxador de sanfoninha, oito baixos, ‘pé de bode’, na companhia de meu pai, Januário, herdei essa vocação de tocador de sanfona. Minha mãe, uma mulher de mão aberta, Dona Santana, coração aberto, chegava a tirar dos filhos para matar um pouco a fome dos pobres. Pois bem, me considero o maior herdeiro, o herdeiro mais bem aquinhoado de meus pais, que nada tinham, mas tinham alma, coração e fé. Eu quis casar muito cedo, em 1930, aos 18 anos incompletos, e o pai da moça disse que eu era um tocadorzinho de merda, que eu não tinha futuro nenhum para sustentar a filha de um homem... E eu achei aquilo um desaforo. Moleque ignorante, raçudo, porque o pirão que mamãe fazia nos dava essa condição de ter bom físico, entendi de tirar a vida do homem. Porque negócio de matar gente no sertão foi mais maneiro, agora é que não é mais. Chamei o homem no canto da feira, assim, ele me enrolou na conversa, me tirou de banda, falou com a minha mãe e ela me expulsou dali da feira, fora da hora, porque ela não tinha vendido sequer as cordas que a gente tinha levado para vender e para poder comprar um quilo de carne e mais umas besteirinhas. Mas ela não quis vender nada, demos no pé e, chegando em casa, ela me cobriu no pau. Uma surra da moléstia. Meu pai me bateu pela primeira vez. Ele nunca havia me batido. Minha mãe tinha mão leve, mas meu pai não. Mas ele achou que eu havia me excedido e entrei no pau também pela mão pesada de meu pai”.        Foi a partir dessa surra de mãe e pai que Luiz Gonzaga resolveu sair de casa, em meados de 1930: “E foi aí que eu arribei, com raiva. Ingressei nas Forças Armadas e, para isso, tive que aumentar a idade, menti, porque eu queria me libertar”. Passou pelo Crato e depois por Fortaleza, no Ceará, onde serviu no 23.º Batalhão de Caçadores. A tensão política que precedia a Revolução de 1930 acabou levando Gonzagão e uma parte de seu batalhão para a cidade de Souza, na Paraíba, onde permaneceram por pouco tempo. Com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, Gonzaga foi deslocado com seus companheiros de farda para o interior do Ceará e também para Teresina, no Piauí. Passado o primeiro período alistado, pediu para ser engajado no Exército com destino ao “Sul” e acabou chegando com seu contingente ao Rio de Janeiro em fins de 1931, onde permaneceria internado no Hospital Geral do Exército, durante alguns meses, por ter adoecido.        
Em agosto de 1932, Luiz Gonzaga foi destacado para Belo Horizonte, Minas Gerais, para o 12.º RI que, segundo Gonzagão, havia se esfacelado na Revolução de 1930 por ter resistido, leal e fiel ao governo, não se entregando e pagando um preço muito caro. Em novembro de 1932, chegaria a Juiz de Fora sendo destacado como corneteiro do Exército, servindo no 10.º RI. O corneteiro «Bico de Aço», como ficou conhecido, foi engajado e reengajado. Segundo Gonzagão, esse tempo de Exército fez com que se tornasse o mais antigo do grupo, com algumas folgas, e começou a fazer umas farrinhas. Como corneteiro, encantava os namorados com seu toque inusitado do ‘Silêncio’: “Eu estava fazendo da corneta um piston. Eu queria ser artista e danei de florear na corneta, mas eu me dei mal. E, um dia, fui em cana porque toquei bem demais. A disciplina me apanhou e eu tive que tocar o ‘Silêncio’ certo. Porque diziam que era tão bonito o ‘Silêncio’ que eu tocava que os namorados ficavam ali por perto para irem pra casa só depois que eu tocasse. E eu ficava por perto do corneteiro destacado para pedir pra me deixar tocar no lugar dele”.        Foi nesse período que conheceu o violonista e cantor Santo Lima e o sanfoneiro Dominguinhos Ambrósio, que faziam bonitas serenatas e Gonzagão gostava de acompanhá-los: “O Santo Lima cantava e tocava tanto um cavaquinho quanto um banjozinho legal. E a gente ia ali por aquelas ruas que têm aquelas caboclas diferentes, vindas de todas as partes do interior do Estado, vindo por aqui numa vida fácil, fácil, fácil. Muito fácil, mas ninguém queria ir para lá, homem nenhum queria ir lá enfrentar aquela vida fácil. Só queria saber de pegar as caboclas e sair vadiando por aí”.         Foi numa dessas noitadas que Luiz Gonzaga pegou um acordeão, pela primeira vez, das mãos do saudoso Dominguinhos Ambrósio: “Eu do Exército e ele da Polícia Militar, lá da Tapera, do famoso Segundo Batalhão de Minas”. E arremata: “Santo Lima me ensinou a cantar samba, me ensinou até a fazer acorde no violão e no cavaquinho. Eu também andei arriscando por aí, no violãozinho, tocando nas grossas e, na sanfona, procurando as pretas”. Segundo Santo Lima revelou na entrevista, como Gonzagão não tinha nada para fazer à noite acabava carregando o violão para ele no caminho das serenatas. E ainda contou uma história inédita: “O Regimento do Exército ordenou que o Dominguinhos Ambrósio, da PM, ensinasse ao Luiz Gonzaga a escala de 120 baixos e eu fui falar com o Dominguinhos, que reagiu e disse que, por ordem, não ensinaria. Só ensinaria por livre e espontânea vontade e porque gostava demais dele. E assim foi feito”. Mas, uma coisa era certa, Gonzagão já tocava a sanfoninha dele como gente grande e muita gente com os 120 baixos de um acordeão não fazia o que ele criava só com oito baixos.        Em 1937, ainda em Juiz de Fora, já estava pensando em pegar outro caminho: “Minha vida sempre foi andar, meu destino era andar, foi andando, foi amando esse terreno sagrado que me tornei Luiz Gonzaga, mas levei de Juiz de Fora o instrumento e essa vivência musical toda. Em Juiz de Fora, foi onde marquei mais a minha vida, após sair do Nordeste. Eu aprendi alguma coisa com o Santo Lima, com o Elias, músico do 10.º RI, a jazz band do 10.º, conheci o banjista famoso que cantava e sapateava, o Otavinho (Otávio Cataldi do Couto), e também o irmão dele o Mozart (Mozart Cataldi do Couto), que era divino tocando cavaquinho e violão. Conheci ainda o Armênio. E o Dominguinhos me levou a uma rádio para ver como funcionava e até dei uma puxadinha de fole por aí. Mas não havia a intenção de documentar nada naquela época. Acho difícil encontrar algum vestígio desse tempo”.        Com a organização de uma companhia que seria criada dentro do 11.º RI, em São João Del Rei, e, depois de formada, ia para Ouro Fino, no Sul de Minas, Luiz Gonzaga deixou Juiz de Fora. Em 1939, depois de uma década no Exército, daria baixa da caserna e rumaria para o Rio de Janeiro, levando sua sanfona branca de 80 baixos. Sua intenção era aguardar num quartel o navio do Lloyd que seguiria para Recife e depois pretendia voltar para Exu. Mas não foi isso que aconteceu. O atraso do navio fez com que Luiz Gonzaga explorasse a noite da zona boêmia do Mangue, no Rio de Janeiro, onde tocava, pelo dinheiro que pintasse, um repertório distante de suas raízes musicais. Por sugestão de um grupo de estudantes nordestinos, radicados no Rio, passou a tocar “os negocinhos do Nordeste”, isto é, forró, xaxado, maracatu e baião. A partir daí, sua vida começaria a mudar novamente.        Ao apresentar o chamego "Vira e Mexe" no programa de rádio de Ary Barroso conquistou a nota máxima, a nota cinco, e uns trocados, vislumbrando um novo caminho ao tocar as músicas do Nordeste brasileiro, aquelas coisas que ouvia, desde criança, ao lado do pai sanfoneiro Januário. Em março de 1941, Luiz Gonzaga com sua sanfona de 80 baixos substituiria um sanfoneiro na gravação da canção “A viagem do Genésio”, de Genésio Arruda e Januário França, deixando registrado seu batismo de fogo musical. Esta gravação abre o primeiro volume da caixa de três CD. Sua trajetória artística tomaria impulso e, graças a um contrato com a Rádio Tupi e com as gravações de seus primeiros discos de 78 rotações, na RCA, em 11 de março de 1941, Gonzaga dava os primeiros passos concretos para tornar seu nome uma legenda da música popular brasileira de todos os tempos. Segundo o pesquisador José Silas Xavier, as primeiras gravações trazendo Luiz Gonzaga cantando só surgiriam em abril de 1945. Daí pra frente, Gonzagão firmaria sua carreira e conquistaria o país com sua voz e sua sanfona.         De sanfona em punho, Gonzagão percorreu o Brasil inteiro e semeou por este imenso chão seu canto de fé e de esperança. Seu destino foi andar por este país afora e encantar o povo com sua música entranhada nas raízes do Brasil. Os anos 1980 marcaram a retomada do reconhecimento nacional da importância cultural e social do canto de Luiz Gonzaga. A turnê “A Vida do Viajante”, ao lado de Gonzaguinha, resgataria o prestígio de Gonzagão e reafirmaria sua contribuição como mestre da canção popular brasileira.        O produtor Leon Barg, falecido aos 79 anos, em 12 de outubro de 2009, no Rio de Janeiro, reeditou em CD pelo selo Revivendo inúmeras preciosidades musicais de Gonzagão. Após uma minuciosa pesquisa, tendo como assistente de produção a filha Lilian Barg, em 2006, Leon lançou um tributo triplo, pela Revivendo, intitulado “Luiz Gonzaga, seu canto, sua sanfona e seus amigos”, numa caixa de CDs em três volumes, que é uma homenagem ao sanfoneiro maior do Brasil e um exemplo do vigor da música de Gonzagão. Barg revelou todo o cuidado em reproduzir faixas históricas extraídas de velhos discos em 78 rpm e de LPs, trazendo 18 canções em cada um dos três CDs e a caixa atesta a importância do mestre Luiz Gonzaga no cenário da música popular brasileira do século XX, além de ser um tributo prestado à preservação da memória musical do Brasil. Constata a força de parceiros como Humberto Teixeira, Zé Dantas e João Silva, entre muitos outros compositores, e ainda revela canções de outros autores, como Walter Santos / Tereza Souza, Dominguinhos / Fausto Nilo, Genésio Arruda / Januário França, Mauro Pires / Messias Garcia, Patativa do Assaré, Rosil Cavalcanti, Onildo Almeida, Raul Sampaio, Luiz Ramalho, Genésio e o “velho” Januário José dos Santos, pai do sanfoneiro.        Entre as raridades reveladas está a gravação de Gonzagão, em 1968, em plena ditadura militar, cantando a emblemática “Prá não dizer que não falei de flores”, de Geraldo Vandré, que gravara, em 1965, a obra-prima “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, também incluída nesta edição histórica. A apresentação desta caixa da Revivendo foi assinada pelo pesquisador José Silas Xavier, uma referência na música popular brasileira, que narrou inúmeras passagens da trajetória do sanfoneiro maior do Brasil e traçou um perfil do compositor e instrumentista, que se tornaria uma das maiores expressões musicais brasileiras de todos os tempos. O referido depoimento de Gonzagão ao MIS de Juiz de Fora serviu de base para parte do texto elaborado por Silas apresentando os CDs. O teor integral da entrevista foi divulgado em primeira-mão, em julho de 1997, pela revista AZ, editada na época pela Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa).

8.11.12

Vinheta que minha filha dirigiu com um time incrível

http://vimeo.com/52705918 Time: Daniel Tumati, Flavia Castro, Bel Alverga-Wyler De Nonno e a atuação da incrível Julia Parucker A. Penna e fotografia de Vitor Peixoto (Clique no link para ver)

2.11.12

Ivon Curi: um saudoso ator da canção e "chansonnier" tropical, de passo elegante pela via do entretenimento

"J`attendrai le jour et la nuit/j`attendrai toujours ton retour/j`attendrai car l`oiseau qui s`enfuit vient chercher l`oubli dans son nid/le temps passe et court/ en battant, tristement, dans mon coeur si lourd/et pourtant j`attendrai ton retour..."                Prezados amigos,             Como um Jean Sablon em miniatura e cantando, em 1939, do repertório do galante francês o nascente clássico "J`Attendrai", Ivo José Curi, caxambuense, ganhou, em sua cidade, um concurso de calouros. Contava, então, 11 anos de idade, revelando inequivocamente a veia artística que, do Circuito das Águas ao Rio de Janeiro (onde se fixou a partir de 1946), levá-lo-ia, já Ivon Curi (fotos abaixo) na antiga capital federal, à fama, que também pegaria pela palavra dois irmãos seus, mais velhos: os locutores Alberto Curi (noticiarista) e Jorge Curi (esportivo - antes dentista). Na Velhacap, inicialmente, após defender o próprio sustento no Laboratório Silva Araújo e na Panair do Brasil (nesta como vendedor de passagens), apresentou-se, pela primeira vez, às luzes da ribalta, em 1947, como "crooner", contratado por Caribé da Rocha para shows no Copacabana Palace, acompanhado pela orquestra do maestro Zaccarias. Um período em que, também no rádio - cantando na Nacional como convidado de programas em que cintilavam Marlene e Emilinha Borba, entre outras vozes do agrado popular -, a canção francesa de sucesso e verniz romântico ainda o amparava, destacando-se na interpretação aveludada da valsa "Pigalle" e do fox "C`est Si Bon". Um "chansonnier" tropical que, no entanto, na década seguinte, daria largas à sua comunicação com o público por outras vias de expressão: atuando em cinema e, na Atlântida, marcando um tipo na fase áurea da chanchada - janota, de ar aristocrático e chegado a trejeitos interpretativos -, além de, em sintonia de ondas curtas, dar uma guinada radical no repertório, redestinado, sobretudo, a ritmos nordestinos amplamente divulgados, como o xote e o baião.           No exterior, aonde, consequentemente, os bem-sucedidos passos artísticos em solo pátrio o conduziriam, teve especial acolhida em Lisboa, com casas cheias que lhe renderiam elepês, em 1957 e 1959, pela RCA Victor - "Eu em Portugal" (vols. 1 e 2), quando já se exercitava também como um "entertainer", fazendo mímica e contando piadas. Na Odeon, em 1963, esse quê chistoso daria um gás à produção de "Um Espetáculo À Parte" (capa abaixo), ao qual, naturalmente, não faltaria humor a músicas como "Amor Naquela Base", de Moura Jr. e Zé Araújo, e "O Felizardo", esta de um surpreendente Vicente Celestino. Parceiro do autor teatral Meira Guimarães em "Casar É Bom" e do discotecário Paulo Gesta em "O Chato" -, Ivon explorou o veio como um compositor de valor. A sós, no entanto, em outra vertente da inspiração, faria o seu "amendoim torradinho" - o belo samba-canção "Escuta" -, bem provado por Angela Maria e por ela bem servido em gravação sensível e de ampla difusão. Faleceu, em 24 de junho de 1995, aos 67 anos, tendo alegrado, por alguns anos, na década de 70, as noites cariocas com concorridos shows em casa própria, o restaurante-boate Sambão e Sinhá - na Rua Constante Ramos, em Copacabana -, no qual, além de atuar, recebia artistas convidados. Se chique despontou para o palco, chique também dele, em 1993, o inconfundível Ivon se despediu, em espetáculo intitulado "A França e 15 Saudades". Todas melodiosas, "bien sûr", e uma delas, em particular, vinda da centelha nostálgica de outro de seus ulalás "bleu, blanc, rouge",  o monumental Charles Trenet: "Douce France/cher pays de mon enfance/bercée de tendre insouciance/je t´ai gardée dans mon coeur/mon village au clocher aux maisons sages/où les enfants de mon âge on partagé mon bonheur..."           Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.             Um abraço,             Gerdal          Pós-escrito: do primeiro ao quarto "links", o mineiro "mineralizado" Ivon Curi é ouvido em: 1) "Sob o Céu de Paris", versão de Oswaldo Quirino para a valsa "Sous le Ciel de Paris"; 2) "Sai, Menina!", xote dele em imagem da comédia "Garota Enxuta", de J. B. Tanko, em cartaz em 1959; 3) "Farinhada", do médico Zé Dantas, na regravação que fez, em 1987, desse sucesso de carreira; 4) "João Bobo", outro de seus sucessos, uma valsa que fez e a que dava, como nesta gravação, inflexões dramáticas. No quinto "link", "Escuta" na voz da referida Sapoti, em cena do filme "O Rei do Movimento", de 1955, dirigido por Vítor Lima. No sexto e no sétimo "links", respectivamente, Ivon, de volta, em "Delicadeza" (joia irônica de Pedro Rogério e Lombardi Filho que Ivon canta em sequência de "Depois Eu Conto", longa-metragem de 1956, dirigido por dois bambambãs da chanchada, José Carlos Burle e Watson Macedo) e "Não Bula Comigo", de Chico Anysio e Hianto de Almeida. Em "links" extras: 8) "J´Attendrai", com Jean Sablon, em registro original de 1939; 9) "Douce France", por Trenet, "en personne", em imagem de show do já longínquo 1963.                         http://www.youtube.com/watch?v=DTcRIyvpaww ("Sob o Céu de Paris")             http://www.youtube.com/watch?v=jEdG30PQVbY&feature=related ("Sai, Menina!")             http://www.youtube.com/watch?v=LjPBWoHtPr8 ("Farinhada")             http://www.youtube.com/watch?v=XRDy6_1VO8A&feature=related ("João Bobo")             http://www.youtube.com/watch?v=V98-lCjNLcQ ("Escuta")             http://www.youtube.com/watch?v=qQMWPduun0Y ("Delicadeza")             http://www.youtube.com/watch?v=Pf5jZtLRIyQ ("Não Bula Comigo")                      http://www.youtube.com/watch?v=VKXq_030_uQ ("J`Attendrai")             http://www.youtube.com/watch?v=kbQ5e5wt60s&feature=related ("Douce France")
     

30.10.12

Cadernos de Samba - lançamento na Travessa - Leblon dia 31 de outubro

Corra que dá tempo! Vai ser na Livraria da Travessa - Leblon , dia 31 de outubro, a partir das 19 horas - é o lançamento dos Cadernos de Samba (uma coleção) de uma turma que entende do assunto. Segue abaixo o convite do lançamento do livro de João Pimentel (o Janjão). Os Cadernos de Samba foram editados pela Editora Verso Brasil. O livro de João trata de cinco escolas que fá foram grandes, tiveram grandes sambas e sambistas e hoje lutam para sobreviver... Na data, serão lançados também os livros sobre a Portela, do Luiz Antonio Simas, e sobre a Beija-Flor, do Aydano André Motta. Todo mundo lá!
(Clique na imagem para poder AMPLIAR e VER melhor)

28.10.12

Mais um cartum do genial João Zero para alegrar o fim de semana

(Clique na imagem para amliar e VER melhor)

23.10.12

Lançamento do livro "Potências e práticas do acaso"

O livro "Potências e práticas do acaso", que trata da questão interessantísima do acaso na filosofia, na cultura e nas artes, organizado por Maria Cristina Franco Ferraz e Lia Baron, será lançado no dia 24 de outubro, às 19h30, no Campus Gragoatá, na UFF. Rua Prof. Marcos Waldemar de Freitas Reis s/nº, bloco A. - Niterói.   O coquetel de lançamento ocorrerá durante o CONECO (Congresso de Estudantes de Pós-graduação em Comunicação) e será após a palestra de abertura "O que é ser pesquisador em comunicação hoje", que terá como participantes Maria Cristina Franco Ferraz, Marcio Tavares d'Amaral e Massimo Canevacci. Todo mundo lá!

14.10.12

Lançamento da revista PICLES- humor ardido -Argh!

Recebi essa notícia do meu querido amigo, o fabuloso cartunista João Zero. O texto segue abaixo: Aguardamos todos para o lançamento da revista PICLES nº2 com o tema “Fim do Mundo em 2012” Será realizado no FestComix, dia 21/10, domingo, a partir das 13h no Centro de Eventos São Luiz, Rua Luis Coelho, 323, Metrô Paulista, com a presença dos autores para uma tarde de autógrafos. A revista com 52 páginas, conta com o trabalho de mais de 20 cartunistas: Floreal, Eder Santos, Paulo Cesar Cid, Alex Guenther, Paulo Alves, Wanderley Felipe, Xalberto, Sergio Morettini, Vasqs, Daniel Linhares, William MR, Juliano, João Zero, Airon, Rice Araujo, Mário Mastrotti, Fernando dos Santos, Harry Guilherme Garrido, Edvaldo Rodrigues, Novaes, Bira Dantas, Diego Jourdan Pereira, Wellington Santos e Sergio Mas. Revista: PICLES 02 - R$12,00 Data: 21 de Outubro de 2012 Local: Centro de Eventos São Luiz Endereço: Rua Luis Coelho 323 – Cerqueira César – São Paulo-SP Horário: A partir das 13hs

20.9.12

Aninha Portal retorna ao palco do Rio Scenarium, nesta quinta, para show levado na alegria do samba

               Cantora e compositora revelada no conjunto de samba Sol Maior, em 1993, na capital paraense, onde nasceu e foi criada, Ana Lúcia Ferreira Portal Bittencourt veio para o Rio de Janeiro dois anos depois, tornando-se a bem conhecida e apreciada Aninha Portal do circuito da Lapa, onde se apresenta com frequência. Identificada com a extração mais popular do samba, Aninha Portal também o canta em shows e eventos festivos em quadras das mais importantes escolas de samba do Rio. Por um ano, comandou concorridas rodas do Clube do Samba, e, entre outras diversas rodas, marcou presença na que o saudoso Paulinho Soares - compositor de "O Patrão Mandou" e outro "carioca" de Belém - levava avante todos os domingos, em Laranjeiras, no Severyna. Ela, que já representou o Brasil em destacado Festival Gastronômico-Cultural em Lima, no Peru, em 2002, conquistando a atenção da imprensa local para o seu trabalho, tem um bom CD, "Feitio de Oração", já lançado e, nesta quinta, 20 de setembro, a partir das 21h30, com a sua proverbial simpatia, retorna ao Rio Scenarium para transmitir alegria ao recinto com a sua voz, uma voz timbrada na informalidade do samba (foto-flyer abaixo),                Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica,                Um abraço,                  Gerdal   Pós=escrito: Aninha Portal dá o seu plá em tempo de samba nos seguintes "links": 1) "Axé de um Malandro"; 2) "A Ordem É Samba", de Jackson do Pandeiro e Severino Ramos; 3) "Feitio de Oração", de Noel Rosa e Vadico; 4) "Eu Canto Samba", de Paulinho da Viola"; 5) "Andança", de Paulinho Tapajós, Edmundo Souto e Danilo Caymmi.                       http://www.youtube.com/watch?v=hkRphTMHoDY ("Axé de um Malandro")              http://www.youtube.com/watch?v=WESCjALIKWY&noredirect=1 ("A Ordem É Samba")              http://www.youtube.com/watch?v=nqd9Qd1aG1M ("Feitio de Oração")              http://www.youtube.com/watch?v=xD7z9Tgj7DA&feature=relmfu ("Eu Canto Samba")              http://www.youtube.com/watch?v=J4LDaHWwXeI&feature=relmfu ("Andança") Foto abaixo: Aninha Portal  e grupo Portal de Bambas   - ( Nesta quinta-feira dia 20 / 09 no Rio Scenarium a partir das 21:30h. Rua do Lavradio, 20- Centro Antigo -   Reservas e informações: ( 21 ) 3147-9005

Atenção! Mudança de endereço do show do Rui de Carvalho

O negócio é o seguinte: o show deste sábado, dia 22, que seria no Morro da Conceição mudou de endereço. Pois é, agora vai rolar no no Largo de de São Francisco da Prainha. Isso mesmo, na Praça Mauá! Alí onde o pessoal bloco Escravos da Mauá se reúne para tirar um som do couro do gato e do cavaco. O cantor e compositor, Rui de Carvalho, pede desculpas antecipadamente, e diz que vai caprichar no repertório. Todo mundo lá! Vejam o novo flyer...
(cliquem na imagem para ampliar e VER melhor)

18.9.12

Galo Preto é a grande atração do Sete em Ponto, no Teatro Carlos Gomes, nesta terça: ele é o choro, ele é o rei do terreiro

"Eu sou o choro, a voz do choro sou eu mesmo, sim, senhor..." Assim, sem falsa modéstia, parafraseando Zé Kéti na clássica autoexaltação do samba, o Galo Preto (foto abaixo) poderia gabar-se da posição de supremacia que ocupa no tradicional e hospitaleiro quintal do choro, sendo referência para tantos conjuntos, congêneres especialmente, surgidos nos últimos 37 anos. Essa, aliás, a idade desse "galo de rinha", como já observou o letrista Aldir Blanc, espantado, certa feita, com a valentia demonstrada, ao longo dessa trajetória, ante "tanta raposa entrando e saindo feito cometa do galinheiro, afanando as galinhas que, em última análise, são a razão de ser do canto dele". Uma disposição notável, portanto, que, mesmo em face dos diversos embaraços encontrados para a atuação do músico no país, estampa-se na longevidade musical do conjunto, formado inicialmente por ex-peladeiros com proximidade domiciliar uns dos outros, que se reuniam, após o futebol, na casa do violonista Raul Machado, pai de um deles, Afonso Machado, onde começaram a lidar com música. O interesse pelo choro adveio, em 1973, após verem o Época de Ouro, Copinha, Paulinho da Viola e Elton Medeiros no show "Sarau", o que se fortaleceu quando conheceram o compositor e violonista Claudionor Cruz, que lhes forneceu régua e compasso, como noções iniciais de arranjo, para o noviciado profissional.             Formado por Afonso Machado (bandolim e arranjos), Alexandre Paiva (cavaquinho), Alexandre de la Peña (sete-cordas), José Maria Braga (flauta), Tiago Machado (filho de Afonso, ao violão) e Diego Zangado (percussão), o Galo Preto pode ser visto, nos dois últimos "links" abaixo, tocando dois dos mais inspirados, entre tantos, momentos de Paulinho da Viola: "Só o Tempo" e "Tudo Se Transformou". Do consagrado sambista, o conjunto pinçou-lhe a essência chorona da sua formação (filho que é do saudoso César Faria, violonista do citado grupo de Jacob do Bandolim) para homenageá-lo - como faria depois com Cartola e Nelson Cavaquinho - num magnífico disco, de 1994, em que, entre as composições de Paulinho, se inseriu um mimo autoral deste para a ocasião, o "Maxixe do Galo". "Galo grisalho", torna Aldir à sua observação, "que continua cantando de teimoso, tinhoso, com os pés fincados no subúrbio feito um galo de cata-vento, rindo das aves de arribação". Galo não só da "resistência", mas também da inovação e do exemplo para jovens instrumentistas seduzidos pelo fascínio atemporal do choro. Galo Preto: o rei do terreiro nessa seara da MPB.               Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.               Um abraço,                 Gerdal             Pós-escrito: a) o Galo Preto, conforme "flyer" abaixo, é a grande atração desta vez, 18 de setembro, do Sete em Ponto, no Teatro Carlos Gomes, na Praça Tiradentes. Excelência musical quase de graça, ao alcance de qualquer mortal: ingresso a apenas R$ 1 (um real);.                     b) na foto, aparece um outro violonista, Bartolomeu Wiese, de longa permanência no Galo;                      c) nos "links" seguintes, com a rapaziada do conjunto: 1) "Sarambeque", de Ernesto Nazareth; 2) "Clássico Vovô", de Alexandre de la Peña e Afonso Machado; 3) "Só o Tempo", de Paulinho da Viola; 4) "Tudo Se Transformou", de Paulinho da Viola.                    http://www.youtube.com/watch?v=OXYUZMopI10&noredirect=1 ("Sarambeque")             http://www.youtube.com/watch?v=9916NYAIoQg ("Clássico Vovô")             http://www.youtube.com/watch?v=IPaPZ3_oYGU&feature=related ("Só o Tempo")             http://www.youtube.com/watch?v=ZTRYk5sL82Y&feature=relmfu ("Tudo Se Transformou")

6.9.12

Samba da Independência no Le Petit, com Rui de Carvalho

Nesta sexta-feira, dia 7 de setembro,a partir das 19 horas, o compositor e cantor Rui de Carvalho faz um show realmente "independente", no Le Petit. O bar e casa de show fica na Rua Barão de Iguatemi, 408, próximo à Praça da Bandeira. Nesse evento, Rui vai receber, como convidado, a figura ilustre do poeta e compositor Euclides Amaral, com seu CD, Quintal Brasil, saindo do forno! Acho que vai rolar uma canja. Todos lá!

Para quem gosta de música da Índia: Grupo "Raga" vai se apresentar no dia 7 de Setembro

O grupo RAGA estará se apresentando no dia 7 de setembro, sexta-feira, às 19,30 horas no Centro Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola. Rua Conde de Bonfim, nº 824 - Tijuca.  Pessoal do grupo "Raga" Susane (violino e dança indiana) Nitai (Harmônio, canto, percussão, bansuri) Julio Gopala (Tabla) J. Christophe (Bansuri) Mais informações no blog de Jean-Christophe Aveline  http://jchristaveline.blogspot.com/

29.8.12

Denis Brean: um compositor eterno do tempo em que já se escrevia Bahia com H

  Prezados amigos,         Cunhando para si epíteto artístico marcante na história da MPB, já que o próprio nome, Augusto Duarte Ribeiro - pensava -, era mais condizente com um balcão de secos e molhados, Denis Brean completou, em 16 de agosto último, 43 anos de desaparecimento. Campineiro de 1917, da mesma cidade do maestro Carlos Gomes e dos violonistas Paulinho Nogueira e Armandinho Neves, mudou-se, 17 anos depois, com a família, para a capital paulista, onde se iniciou no batente como escriturário. Largando a faculdade de Direito para se dedicar ao jornalismo, passou por várias redações de jornal, mormente a da "Gazeta Esportiva" - da qual foi diretor nos anos derradeiros de vida -, e, no rádio de São Paulo, também teve participação de destaque, atuando como um "DJ do bem", por muitos anos, em programa na Rádio Record, prestigiando a nossa boa canção popular e talentos emergentes do mundo do disco. Foi sócio-fundador da Sbacem do Brasil, vice-presidente da Acresp (Associação dos Cronistas de Rádio do Estado de São Paulo) e, ainda, como produtor fonográfico, lançou Hebe Camargo como cantora e o acordeonista Mario Gennari Filho, entre outros, além de dois importantes registros apenas com músicas suas: o dez-polegadas "Roda de Samba", em 1958, com a orquestra do italiano Henrique (Enrico) Simonetti, diretor artístico da Mocambo, e foto da então modelo Norma Benguell na capa (com o corpo, de lado, quase todo coberto por um grande chapéu); e, em 1965, o 12-polegadas "Convite ao Samba", com a orquestra do queluzense Lyrio Panicali.       Coube a um carioca, Cyro Monteiro, dar o pontapé inicial como intérprete dos sucessos de Denis Brean, gravando a sátira "Boogie-Woogie na Favela", em 1945, regravada dois anos depois pelos Anjos do Inferno. Ainda em 1947, Joel e Gaúcho caíam no agrado popular com outra pérola de mesmo verniz irônico, "Boogie-Woogie do Rato", a que Linda Batista se juntaria, lançando a jocosa "Baiana no Harlem", em 1950, um ano antes de Dircinha Batista gravar "La Vie en Samba", feita em francês em parceria com Blota Júnior. Ainda entre as composições com letra e música exclusivamente suas, avultam "Melancolia" e "Bahia com H", uma linda exaltação ao estado natal de João Gilberto sem que Denis, como o mentor da batida diferente já revelou em show, a tivesse visitado "sur place". Nos anos 40, conhecendo outro jornalista campineiro, Oswaldo Guilherme, dividiu com ele diversos sucessos, especialmente no compasso analgésico do samba-canção, como "Conselho" , por Nora Ney, e "Franqueza", por Maysa, clássicos da fossa gravados em fins dos anos 50. Uma exceção a isso, por exemplo, foi a marcha "Como É Burro o Meu Cavalo", que, com a graça habitual, o nosso saudoso "cowboy" Bob Nelson, mais um campineiro, desfilante histórico do Império Serrano, legou à posteridade com a marca inalienável do seu "tiroleite".       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.         Um abraço,         Gerdal   Pós-escrito: a) entre as fotos abaixo, a de Denis Brean com Oswaldo Guilherme foi clicada em 1964 na cidade paulista de Itanhaém, aonde ambos iam com frequência, sobretudo em dias de folga ou férias. Aquela em que João Gilberto segura um berimbau foi tirada, em julho de 1965, na casa de Denis, então morador no bairro paulistano de Indianápolis;                        b) nos "links" seguintes, naturalmente, composições de Denis Brean: 1) "Baiana no Harlem", por Roberta Sá; 2) "Boogie-Woogie na Favela", pelo conjunto campineiro Gato com Fome; 3) "La Vie en Samba" (com Blota Jr.), por Lana Bittencourt; 4) "Bahia com H", por João Gilberto; 5) "Franqueza" (com Oswaldo Guilherme), por Maysa; 6) "Malandro em Paris" (outra com Blota Jr.), por Roberta Sá e Zé Renato; 7) " Tá Difícil de Escolher", pelos Vagalumes do Luar; 8) "Como É Burro o Meu Cavalo" (com Oswaldo Guilherme), por Bob Nelson (em cena, com irmãos Chiozzo  - Adelaide e Afonso -, na chanchada "É com Este Que Eu Vou", de 1948, dirigida por José Carlos Burle).             http://www.youtube.com/watch?v=QRU4JPIJpe4&noredirect=1 ("Baiana no Harlem")           http://www.youtube.com/watch?v=c113vadADDM&feature=player_detailpage ("Boogie-Woogie na Favela")           http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=vnBAUKR0Uno ("La Vie en Samba")           http://www.youtube.com/watch?v=Q7qyizoeYpg&feature=related ("Bahia com H")           http://www.youtube.com/watch?v=I4PseRAEZ48&feature=related ("Franqueza")           http://www.youtube.com/watch?v=QRU4JPIJpe4&noredirect=1 ("Malandro em Paris")           http://www.youtube.com/watch?v=XL9X3JXwFOc&feature=player_detailpage ("Tá Difícil de Escolher")                  http://www.youtube.com/watch?v=Mqzjtb7BgXk&feature=player_detailpage ("Como É Burro o Meu Cavalo") Nota da Redação: Por favor, procurem localizar estas músicas no YouTube, por absoluta falta de tempo não fizemos a operação de link. Faremos noutra oportunidade)

Mais um cartum inspirado de João Zero para fazer pensar e rir

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27.8.12

  Altamiro Carrilho: pequena recordação do grande paduano que se imortalizou no choro ao som de uma flauta mágica

"Existem flautistas e existe Altamiro Carrilho" (Jean-Pierre Rampal, flautista francês)               Prezados amigos,               Nos anos 90, quando de seu show-depoimento pelo Brahma Extra - O Som do Meio-Dia, em teatro do Centro do Rio, tive a satisfação de, cessada a função, cumprimentar Altamiro Carrilho (fotos abaixo), a mim apresentado pelo meu pai, amigo dele desde os tempos da Rádio Tupi, quatro décadas antes. Vez por outra, após essa ocasião, eles "se esbarravam" em algum logradouro público, também no Centro, encontros que sempre eram motivo de alegria para ambos, sobretudo por recordar, como que embalados pelo famoso maxixe do flautista, aqueles idos da bandinha, empolgando o auditório da emissora. Na minha infância, no Bairro de Fátima, Altamiro foi uma influência marcante na minha inclinação musical mais aflorada pela nossa música popular, de tanto que, além de vê-lo na tevê, ouvi seus discos na vitrola doméstica, ao lado do meu velho. Especialmente um elepê em que Altamiro está uniformizado na capa, um da bandinha (formação em que João Donato, ao acordeão, principiou no "métier"), criada por inspiração paduana, no interior fluminense, cenário gerador do sopro magistral do artista, em incipiente flautinha de bambu, aos cinco anos de idade. Criado em contato permanente com a "furiosa" local, a Lira de Árion, regida por um tio, desabrochou, ao tarol, aos 11 anos, para a atividade musical em conjunto e, seis anos mais tarde, em 1941, já morando com a família em São Gonçalo, e trabalhando em farmácia, teve em um carteiro, flautista amador, Joaquim Fernandes, um professor dedicado e grande incentivador, vencendo, então, vários concursos de calouros no rádio, sobretudo o do rigoroso Ary Barroso. Daí em diante, profissionalizando-se no meio, a conhecida e bem-sucedida trajetória, entre outros fatos de relevo: a amizade com Benedicto Lacerda, o qual substituiria no regional que passaria a ser de Canhoto; a estreia em disco, na Odeon, em 78 rpm de Moreira da Silva, em 1943, e, em 1949, pelo selo Star, o primeiro disco solo, com a faixa "Flauteando na Chacrinha", dele e de Ari Duarte; cerca de 200 composições, mais de cem discos gravados e shows em cerca de 40 países; o gosto pela improvisação e o amplo domínio técnico, que o levou ainda a enveredar pelo universo erudito, gravando Mozart, Vivaldi e Chopin, por exemplo, e tocando com orquestras sinfônicas; os prêmios e as honrarias recebidos, como uma comenda especial, a Ordem do Mérito Cultural, entregue pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pela trajetória e pela incansável luta em prol da MPB.                          Lamentando, em desgosto de agosto, o do último dia 15, o passamento, aos 87 anos, desse orgulho nacional, chistoso (afiado no trocadilho) e carismático, músico de músicos e também admirado por colegas no exterior, aproveito o momento, com o meu agradecimento a Simone Guimarães, essa cantora, compositora e violonista tão talentosa, para redirecionar a vocês o que, entre outros destinatários, recebi dela, assim que se soube da triste notícia: "É sondada a alma da Música Brasileira, em sua essência, nesse momento de perda. Altamiro Carrilho, que acaba de nos deixar, faz parte de uma classe operária da música brasileira que nunca deixou, pelo talento, dom e amor, que fossem obscurecidas as suas raízes ou esmagadas as suas flores. Erga-se um macroscópio elegíaco sobre a terra nesse instante para a observação grandiosa, pois este Homem foi grande. Lanço meu grito de dor ao mais alto grifo de estrela cunhado por ele agora com notas musicais. Vá em Paz. Nosso adeus e nosso até breve nesse mundo que nunca há de se prescrever por seu imenso legado. Altamiro. Alto, miro-te com as estrelas."               Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.                Um abraço,                Gerdal   Pós-escrito: a) numa das fotos abaixo, de 1956 e tirada no quinto andar da Rádio Tupi, meu pai, então contrarregra da emissora (portando um instrumento que lhe possibilitava reproduzir o apito de um trem), ao lado de Altamiro Carrilho. O ruído do trem foi usado, na ocasião, na gravação que Altamiro fez, com a bandinha, de "O Trem Atrasou", de Paquito, Artur Vilarinho e Estanislau Silva. Ainda em gravação da bandinha, meu pai, mais adiante, colaboraria com Altamiro, valendo-se de ruídos de tiroteio e trotar de cavalos, em "Bat Masterson", canção até hoje lembrada por causa da versão famosa do compositor e publicitário Édson Borges, também conhecido como Passarinho;                     b) dedico esta pequena recordação de Altamiro ao violonista Maurício Carrilho, ao seu pai, o flautista Álvaro Carrilho, e ao Franklin da Flauta, este com CD recém-lançado, certamente da melhor qualidade, feito em duo com o violonista Luiz Cláudio Ramos. Também pela amizade de longa data com Altamiro, dedico-a ao meu pai, aniversariante de ontem, 26 de agosto, quando completou 83 anos;                     c) no primeiro "link", outro flautista de nomeada, o colatinense Carlos Poyares, toca "Deixa o Breque pra Mim", de Altamiro, na ótima companhia de Izaías e Seus Chorões. Nos demais "links", o próprio Altamiro e sua flauta são ouvidos em: 2) "Rio Antigo", dele; 3) "Humoresque", de Dvorak; 4) "Primeiro Amor", valsa célebre de Patápio Silva, executada em duo com o pianista Luiz Eça; 5) "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso; 6) "Menina Feia", de Oscar Castro Neves e Luvercy Fiorini, uma incursão bossa-novista, de 1963, com coro; 7) "Aconteceu no Grajaú" (1955), do pianista gaúcho Britinho, bastante atuante na noite carioca dos anos 50; 8) "Flamengo", choro que o paulista Bonfiglio de Oiveira compôs em intenção do bairro carioca onde morou. 8) "Aeroporto do Galeão", dele, choro composto durante um voo do flautista e, nas imagens do anexo, tocado em duo com a colega de sopro Paula Robinson, entre outros instrumentistas.      .          http://www.youtube.com/watch?v=jC2VdMCDfmc&feature=player_detailpage ("Deixa o Breque pra Mim")            http://www.youtube.com/watch?v=pVSrLHIAGMM ("Rio Antigo")            http://www.youtube.com/watch?v=BksbWm-eRmE ("Humoresque")            http://www.youtube.com/watch?v=Y-deyXe5QG0&feature=related ("Primeiro Amor")            http://www.youtube.com/watch?v=9eLUbdL5Xps ("Aquarela do Brasil")            http://www.youtube.com/watch?v=9V46BHMrysI ("Menina Feia")            http://www.youtube.com/watch?v=n25LpkQ0o7Y&feature=player_detailpage ("Aconteceu no Grajaú")           http://www.youtube.com/watch?v=HoG-O4Ocatc ("Flamengo")
          http://www.youtube.com/watch?v=o_jnbhyBlgk ("Aeroporto do Galeão")   

26.8.12

Luiz Bandeira ("in memoriam"): do samba de gente bem ao skindô no terreiro, tomando umas e outras e caindo no passo do frevo

   "Eu sou um portador do amor/vem cá, menina, dê-me a sua mão/garanto, você vai gostar de passear pelo meu coração..."                  Prezados amigos,                  De tão associadas entre si, o que seria das imagens do cinejornal "Canal 100", nos lances espetaculares do futebol, se exibidas sem aquela música de fundo tocada pelo pianista Waldir Calmon? Algo, presumo, como as imagens para a tevê, nos anos 60 e 70, das mensagens natalinas da Varig (como a do Urashima Taro, em 1968, cantada por Rosa Miyaque), sem os "jingles" do paulistano Archimedes Messina. Tanto num caso quanto noutro, composições que, em relação aos seus autores, tomaram a dianteira na identificação popular: elas muito conhecidas, eles nem tanto. Embora feita sem motivação no velho e rude esporte bretão, "Na cadência do Samba" ("Que Bonito É!"), de 1955, tornou-se o maior tento do craque Luiz Bandeira (foto abaixo), um compositor show de bola no gramado da MPB. Nascido num dia de Natal, em 1923, e falecido num domingo de carnaval, em 1998, esse recifense de infância parcialmente vivida em Maceió teve em toda a sua longevidade domiciliar no Rio de Janeiro os anos mais risonhos e frutíferos da carreira - iniciada, ainda na Veneza Brasileira, como cantor e ator, na Rádio Clube de Pernambuco, logo após aprovação em concurso de calouros nessa emissora. Em 1951, um ano após sua chegada à Velhacap, já dizia musicalmente a que vinha com um sucesso, de reflexo carnavalesco, gravado pelo embolador Manezinho Araújo, "Torei o Pau". Nessa década, a convite de Caribé da Rocha, cantou na boate Meia-Noite, do Copacabana Palace, também na boate Drink, do pianista Djalma Ferreira - seu parceiro no samba "Volta", gravado por Miltinho -, e, mais tarde, em 1960, como integrante do sexteto de Radamés Gnattali, viajou com a Terceira Caravana Oficial da Música Brasileira, prevista em lei aprovada do então deputado Humberto Teixeira - outro parceiro, em "Baião Sacudido" -, divulgando maravilhas do nosso repertório em universidades europeias, como a Sorbonne, em Paris.          Luiz Bandeira teve ainda outras músicas bastante executadas, entre sambas, frevos, marchas e baiões, numa festa de ritmos: "Cafundó", por Edu da Gaita e Carmélia Alves (com esta em gravação com letra de outro pernambucano, Luiz Vieira), "O Apito no Samba" (com letra de Luiz Antônio"), por Marlene,  e "É de Fazer Chorar" ("Quarta-Feira Ingrata") e "Voltei, Recife!", regravadas por Alcymar Monteiro e Alceu Valença, respectivamente. Para Clara Nunes, forneceu o sucesso de "Viola de Penedo" e, na parceria com Renato Araújo, seria cantado no carnaval de 1958, por causa do samba "Madeira de Lei", de belo registro na voz de Heleninha Costa. Em 1984, trazido pelo braço da saudade, estava de volta a Recife esse "defensor sem limites" da nossa cultura popular, tão bem retratada na sua obra. "Do samba, do frevo, da seresta, do chorinho e do baião, da peixada, da cabidela, da feijoada, do futebol e da batucada", como ele sempre foi e transpareceu em versos e notas musicais. Luiz Bandeira, em suma: um homem de bem, um cidadão correto, um grande brasileiro. Nunca é demais lembrá-lo..          Um bom domingo a todos. Muito grato pela atenção.            Um abraço,            Gerdal Pós-escrito: a) com as minhas condolências aos filhos, em particular a Marius Bandeira, destinatário habitual das minhas dicas de MPB, dedico este singelo tributo à dona Iracema Bandeira, viúva do compositor, recentemente falecida, aos 89 anos;                     b) além de duas fotos, abaixo, de capas de discos de Luiz Bandeira, há uma, muito especial, clicada em 1987, que recebi há tempos do amigo Marius, com o pai dele muito bem acompanhado (sendo o José Menezes que aparece não o Zé Menezes, multi-instrumentista cearense, mas o não menos importante maestro pernambucano, compositor de frevos, que fez parte da orquestra de Nelson Ferreira). Uma foto que vale por mil canções;                     c) nos "links seguintes, um desfile de preciosidades da lavra de mestre Bandeira; 1) "Viola de Penedo", com Clara Nunes; 2) "Mistura Fina", com Sivuca; 3) "Fulô da Maravilha", com Luiz Gonzaga; 4) "Portador do Amor" (dos versos acima, em parceria com Julinho), também com Gonzagão, que, a certa altura da audição da ciranda, chama Luiz Bandeira para cantar, em participação especial; 5, 6 e 7) "O Apito no Samba", por, respectivamente, Marlene (em registro ao vivo no programa do famoso animador Manoel Barcelos, na Rádio Nacional, em fins dos anos 50), Luiz Arruda Paes e sua orquestra e Milton Banana, baterista, com o conjunto de Oscar Castro Neves; 8 e 9) "Na Cadência do Samba", por, respectivamente, Waldir Calmon e Luiz Bandeira (este, em fotos raras no vídeo - numa delas ao lado de Orlando Silva - acompanhado por orquestra regida por Radamés Gnattali); 10) "Cafundó", baião ouvido com arranjo de Radamés Gnattali; 11) "Confissão" (em parceria com Djalma Ferreira), com Orlandivo (este dos tempos de Bandeira e de Djalma no Drink); 12) "Madeira de Lei" em sua versão francesa, "Carioca, Mon Ami", gravada pelo conjunto Les Compagnons de la Chanson; 13) "Voltei, Recife!", com Alceu Valença.                                       http://www.youtube.com/watch?v=4B69t1xk1Ys ("Viola de Penedo')                 http://www.youtube.com/watch?v=ebZTiziLG5k ("Mistura Fina")                 http://www.youtube.com/watch?v=ZWe5lmu3NHE ("Fulô da Maravilha")                           http://www.youtube.com/watch?v=ELFlin6G26w ("Portador do Amor")                 http://www.youtube.com/watch?v=TjO6F4Dksws ("O Apito no Samba", com Marlene)                 http://www.youtube.com/watch?v=lG6jb6LipJI ("O Apito no Samba", com Luiz Arruda Paes, orquestra e coro)                 http://www.youtube.com/watch?v=Tidquhy5HuM ("O Apito no Samba", com Milton Banana e conjunto de Oscar Castro Neves)                  http://www.youtube.com/watch?v=IZRl9zgGX_s ("Na Cadência do Samba")                 http://www.youtube.com/watch?v=Tx7mvzKKwTU ("Na Cadência do Samba" - com Luiz Bandeira, Radamés e orquestra)                 http://www.youtube.com/watch?v=jevlNEEplFE&feature=related (Cafundó")                 http://www.youtube.com/watch?v=C-8L_yJgBrM ("Confissão")                          http://www.youtube.com/watch?v=Pe8pcf24Vvg ("Madeira de Lei" - "Carioca, Mon Ami", na versão francesa)                 http://www.youtube.com/watch?v=VlVctBDu324 ("Voltei, Recife")        

24.8.12

Exposição Rubem Grilo - Museu do Trabalho, em Porto Alegre - 28 de agosto

Rubem Grilo, um dos maiores artistas da xilogravura do país, expõe seu trabalho em Porto Alegre, no dia 28 de agosto, no Museu do Trabalho. O nome da exposição é Rubem Grilo- xilogravuras: Ferramentas, Objetos Imaturos, Aparelhos de Precisão e Outras Inutilidades. A mostra vai de 29 de agosto até 7 de outubro de 2012 - A sala vai estar aberta nas terças e sábados, das 13.30 às 18.30 horas. Nos domingos e feriados, das 14 às 18.30 horas. Durante o evento vai haver um encontro com debate sobre o tema A Imagem Reproduzida: Artesania e/ou Tecnologia com a presença do artista e convidados. Esse evento vai rolar no auditório do Atelier Livre, nos dias 29,30 e 31 de agosto, às 18 horas. Endereço:Rua dos Andradas, 230. Centro Histórico.Porto Alegre. RS- (51) 9982 0313 Todo mundo lá!!! (Clique na imagem para, possivelmente, ampliar e VER melhor)

19.8.12

Mais um cartum de João Zero para alegrar nossa semana que está quase começando

(clique na imagem para ampliar e VER melhor)

Mauro Senise, 40 anos de carreira: show especial de lançamento de "Afetivo" em CD e DVD nesta terça no Casarão Ameno Resedá

  Prezados amigos,             No primeiro dos "links" seguintes, Mauro Senise (foto abaixo), à flauta e em duo com o pianista Gilson Peranzzetta, toca, deste, "Mestre Sivuca"; no segundo, ao sax e em companhia do pianista Itamar Assiere e do contrabaixista Paulo Russo, toca "Ponteio", composição de Edu Lobo que tem letra de José Carlos Capinam; no último "link", ouve-se "Melodia Sentimental", de Villa-Lobos, em que o soprista houve-se muito bem ao fazer linda gravação com Gilson Peranzzetta e Sílvia Braga, harpista. Mauro chega ao quadragésimo ano na carreira, o que motiva show especial e com ilustres convidados, nesta terça, no Casarão Ameno Resedá, de acordo com recado recebido da amiga Nani Santoro e ora repassado, abaixo.           Um bom domingo a todos. Grato pela atenção à dica.             Um abraço,             Gerdal      
http://www.youtube.com/watch?v=OqswGGSyfgw&feature=related ("Mestre Sivuca")   http://www.youtube.com/watch?v=G7_ofx5c0M0  ("Ponteio")   http://www.youtube.com/watch?v=qcd_f43PnTE (Melodia Sentimental")          MAURO SENISE lança CD e DVD “AFETIVO”
no CASARÃO AMENO RESEDÁ - dia 21/8 (terça) 

Participações especiais de EDU LOBO, WAGNER TISO, SUELI COSTA, GILSON PERANZZETTA, entre outros artistas   No dia 21 de agosto, a partir das 20h, o renomado flautista e saxofonista Mauro Senise se apresenta no Casarão Ameno Resedá lançando oficialmente seu novo CD e DVD “Afetivo”.   O disco com selo da Gravadora  Biscoito Fino, marca os 40 anos de carreira do músico e traz a  cada faixa, a participação especial de um ou mais amigos que foram fundamentais ao longo destas quatro décadas , são mais de 35 músicos, entre eles: Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Edu Lobo, Wagner Tiso, , Gilson Peranzzetta, Cama de Gato e  Sueli Costa que o presenteou com a faixa título. O trabalho é dedicado ao seu grande mestre Paulo Moura.   O SHOW de lançamento Num clima afetuoso Mauro Senise receberá as participações especiais de Edu Lobo (em “Choro Bandido”), Sueli Costa (em “Afetivo”, música inédita dela que dá nome ao projeto), Wagner Tiso (em “Olinda Guanabara”), Gilson Peranzzetta (em “Mauro e Ana” e “Choro sim porque não”), o grupo Cama de Gato (com a inédita “Tiê Sangue”, de Jota Moraes),Quinteto Pixinguinha, Odette Ernest Dias, Robertinho Silva e Luiz Alves, entre outros convidados.   No palco com Senise estará ainda o trio formado pelo pianista Gabriel Geszti, o contrabaixista Rodrigo Villa e o baterista Ricardo Costa.   Sobre o Casarão Ameno Resedá O Casarão Ameno Resedá é um espaço dedicado a shows com o objetivo de ser um ponto de referência cultural na cidade e reúne três conceitos básicos: alegria, música e gastronomia. O nome do espaço é uma homenagem a um dos mais importantes ranchos de carnaval do início do século passado e tem espaço para shows de até 250 lugares. O objetivo da casa é ser um espaço para a ótima música brasileira, inclusive instrumental, além de atuar como um ponto de referência cultural do Rio de Janeiro. A programação do espaço tem, ainda, mostras de fotografia e eventos de poesia, além do tradicional restaurante Sobrenatural.   Serviço: Onde: Casarão Ameno Resedá Artista: Mauro Senise – lançamento “Afetivo”
Data: 21 de agosto – terça-feira Capacidade de público: 250 lugares Classificação etária: 16 anos Endereço: Rua Bento Lisboa, 4 – Catete Telefones: (21) 2556-2427 Dia e hora do show: 21 de agosto, terça-feira, às 20h Abertura do Casarão: 19h Ingresso: Mesa/Lugar – R$ 60,00 (meia ou 1 kg de alimento não perecível ou cadastro no site) // Pista invertida - R$ 40,00 (meia ou 1 kg de alimento não perecível ou cadastro no site) Cartões de crédito: Diners, Mastercard e Visa Cartões de débito: todos Estacionamento? Sim Venda de Ingresso por site www.ingressorapido.com.br Bilheteria (térreo) - de quinta a terça, das 14h às 22h www.casaraoamenoreseda.com.br