Minha querida amiga, Diana Aragão lança o livro Marlene, a Incomparável no dia 6 de março, na Livraria da Travessa- Shopping Leblon, a partir das 19 horas.
Aqui vai o recado de Diana sobre o livro:
Victoria de Martino Bonaiute somente na pia batismal porque o Brasil
inteiro a conheceu – gritando Incomparável ou É a maior – como Marlene.
Foi Marlene desde que chegou ao Rio de Janeiro e atravessou a baía rumo a
Niterói como contratada do Cassino Icaraí, passando em seguida para os
palcos do Cassino da Urca, Boate Casablanca e Copacabana Palace. Para
depois aportar, gloriosamente, no palco-auditório mais famoso do País: o
da Rádio Nacional.
Do seu palco e plateia de 570 lugares, sentados, Aquela que não perde
a majestade dividiu com sua arqui-inimiga Emilinha, em público, por
mais de dez anos, o reinado da MPB. Reinado partilhado entre rumbas
escandalosas e marchinhas, falando do coitadinho do papai. Reinado
dividido somente quando cantavam juntas no programa de Paulo
Gracindo. Aonde? Ao microfone da Nacional.
A mesma rádio ouvida do Oiapoque ao Chuí, unificando o Brasil e
transformando a rivalidade Marlene versus Emilinha em fato histórico
e nacional. Até mesmo quando desciam do avião que as levava País
afora, eram separadas por causa dos fãs mais afoitos, mesmo na hora do
desembarque.
Toda desavença provocada pela eleição da Rainha do Rádio de 1949 que
Emilinha dava como certa. Mas Marlene, bancada pela Companhia
Antarctica Paulista – que queria um rosto inédito para associar ao Guaraná
Caçula, seu novo lançamento –, ganhou disparado a eleição. Explica-se:
os votos eram vendidos para a construção do Hospital dos Radialistas, e
a companhia deu um cheque em branco garantindo a vitória de Marlene
e o começo da real rivalidade entre as duas cantoras. Enfim, histórias de
bastidores da nossa MPB desfiadas ao longo do depoimento de Marlene, a
que canta diferente.
Foram muitos os encontros iniciados em meados de outubro de 2009 em
seu amplo apartamento de Copacabana, trocado depois por um menor,
mas na mesma Copacabana. Entrevistas regadas a suco de uva integral e
água de coco para amenizar os efeitos do calor do pior verão no Rio de
Janeiro nos últimos anos. Encontros interrompidos apenas pelas festas de
fim de ano e pela mudança de endereço, além da festa de aniversário de
seus 87 anos promovida por seus eternos admiradores. Entrevistas que
tiveram em Cezar Sepulveda, pesquisador, admirador de Marlene desde
os 10 anos de idade quando fugia de casa para vê-la na Nacional nem que
fosse somente na calçada da Praça Mauá (endereço da rádio até hoje),
valioso colaborador.
Amigo de Marlene há 50 anos, pois foi seu maquiador nos anos 1960, ele
é, além de fiel amigo e escudeiro, guardião do acervo da cantora como
diretor da Amar (Associação Marlenista) ao lado de outra amiga e
colaboradora, Antonieta Carvalho, a Nieta, presidente da associação.
Esse depoimento é uma viagem pela MPB detalhada por quem viveu suas
entranhas, de uma cantora que completou 70 anos de carreira querendo
mais. De uma cantora que foi a primeira a se apresentar no Olympia, de
Paris, convidada pela própria Edith Piaf, encantada pela mulher
elegante e exótica. Dona de uma beleza realmente diferente, ela sempre
esteve entre as 10 mais elegantes, seja de Jacinto de Thormes ou Ibrahim
Sued, além da lista da Revista do Rádio, claro. Ao ponto de assinar uma
coluna sobre moda e participar de concurso para revelar novos talentos.
Pois o vencedor de tal concurso foi Clodovil, conhecido de todos, falecido
em 2009.
Marlene ainda exibe outras faces como a de compositora de A Grande
Verdade, em parceria com Luís Bittencourt, gravada com sucesso pela
amiga Dalva de Oliveira, em 1951. Ou de atriz premiada ao lado do
primeiro marido, o ator Luíz Delfino, na década de 1950 ou em Botequim,
na década de 1970. Ou de shows antológicos como Carnavália e É a
Maior, além da série Carnavalesca.E que pode ser vista no seu primeiro DVD/CD lançado no ano passado,o Marlene, a Rainha e os Artistas do Rádio.
Espero que todos gostem de viajar com Marlene, A Maior ou a Incomparável como era anunciada na Nacional no programa Manoel Barcelos, dando título ao seu depoimento.
Pois é, como ela própria admite: “o rádio foi uma das minhas faculdades”.
FICHA COMPLETA:
DATA: 6 DE MARÇO
HORÁRIO: A PARTIR DAS 19 HORAS
LOCAL: LIVRARIA DA TRAVESSA DO SHOPPING LEBLON
ENDEREÇO: RUA AFRÂNIO DE MELO FRANCO, 290 – loja 205-A-
EDITORA: IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
PREÇO: 30,00
Todos lá!