31.8.08

Vote em tudo On Line!


Se você tem carência democrática ou está com vontade de "zoar", entre no site Vote Online que uma turma da pesada resolveu botar no ar. O site foi bolado e está no ar graças aos esforços de Kiko, Ique, João e Marquinho. Você vota num assunto e o alvo de seu voto é informado se a barra dele está limpa ou se está devendo na praça.
O endereço é http://voteonline.com.br/

Ilustração: "Sem título"

29.8.08

Livro organizado por Rosa Artigas concorre ao Jabuti


O livro organizado por Rosa Artigas foi indicado ao Prêmio Jabuti como melhor livro de arte. Trata-se da obra "Paulo Mendes da Rocha - Projetos 1999-2006"
editado pela CosacNaify. Rosa é amiga deste blogueiro que vos fala e até já publicou um artigo iluminando este blogue. Sorte nossa.

Crônica da Tinê - Sol de Quase Meio-Dia


O Ruivo de Beagá publicou "A Louca de Aracaju" que reclamava do carro que nunca teve. Zuretas diferem de nós porque vivem fora dos nós comuns. É fácil perder a cabeça, virar as barbatanas, perder-se em males de amor ou em crises de humor, sair dos eixos com os pés acima dos seixos. Qualquer um pode ter o seu momento tantã. Maluquices inofensivas viram moda. Como a mulher que foi ao casamento toda chique em preto e branco, calçava um sapato preto e o outro, branco.

"Olha o sapo!" As moças pularam de susto. Eu só via um mar de cabeças. Nenhuma coaxava. Riam. Ouvi sobre os matusquelas que perambulam pelas Minas. Alguns famosos, como a louca de Ouro Preto em seus trapos coloridos. "Cuidado, atrás de sapo vem cobra!" A vendedora enfia os dedos nas guelras, avisa que a cabeça dará bom pirão. O piramutaba sobre a bancada tem olhos vidrados nas bundas femininas. Eu ri: peixe morto leva para o céu bela imagem antes de pirar na panela.
Dizem que o miolo mole veio dos portugueses despachados para a colônia, misturados à endogamia somada a cachaça e doenças várias. Achava exagero de quem gosta de fiar caso para juntar gente em torno de malucos e peixes. Nunca soube de alguém ter nascido com rabo por ter pais primos de primeiro grau. Ou serão girinos nos neurônios? Para mim, era café com açúcar tomado em demasia pelas crianças que viravam adultos fermentados em pinga de Salinas até se embolarem e rirem ou se matarem como celerados. "Olha a faca!" Da lâmina só lembro do brilho que cortou a mão - mas isso foi antes do agora, hoje olho a cicatriz na palma enquanto relembro o pai a contar dos que padecem da bilha.

Quando cheguei às terras barrentas descobri na insanidade uma meia-verdade, mais que um simples gene tresloucado. "Olha por onde anda, dona!" Senti o corpo nos ares. Tropecei numa saca de rapacuia e só não fui de cara nas papaias porque no momento exato uma mulher empacou o carrinho e me serviu de anteparo. O barraqueiro esbravejava "É cega?!" Pipoquei. Com dor nos pés torcidos, vi peixes a nadar nas nuvens. Desanuviada a tempo, carreguei nos xis do meu sotaque e rebati "Por que não põe as sacas nos seus fundos? Se quiser ficar nas vistas, então faça um cartaz, ora. Cego é você!" Controlei a raiva. Eu não sou biruta de cair em cismas ciganas. Basta o caminho atravancado por galinhas que esticam as cabeças das gaiolas para ciscar grãos caídos das sacas. Então vejo um facão afiado a passar rente pela grade e vupt!, cabeças chutadas a esmo... Larga de besteira, mulher. Sacudi a cabeça e segui em frente.

Meninos pedem para levar minhas sacolas. Mulheres pedem para ler minhas mãos. Anéis de pedra de vidro em cor diferente para cada dedo. Tabuleiros de pimenta: malagueta, menina e dedinhos. Mordi uma. Na moenda de Seu Gabriel tomei caldo de cana e retirei o gelo para os tornozelos. "Quem pragueja contra cigano precisa ficar em copas." Uma mulher em túnica grega reclina e despeja devagar um cântaro de água na terra de onde afloram cabeças de peixes sedentos - divago, do coração aos pés.

Zás! "Sapo pega mosquito com a língua em chicote!" Tapetes de fuxico estendidos na calçada são Adelaides, Zildinhas e Suelis de línguas dadas em rede fraternal. Aqui, uma bacia em que Inês soca a massa do biscoito de polvilho. Adiante, João expõe seus premiados inhames. Olho para o contorno branco do relógio de pulso que deixei de usar. Para quê? Quando criança, eu desenhava relógios sem ponteiros.
Dondoido se aproxima. Ele vem da estrada que recebeu nome de avenida mas continua estrada. Ligeiro, cabeça erguida, peito nu, ele traz a camisa embolada num ombro e um sorriso bobo na cara. De gênio e de louco, todos temos um pouco. Ou oco. O oco é vácuo. No vácuo as esquisitices são imponderáveis. Os que seguem tudo à risca, não entendem e julgam "É doido!" - depois tomam banho, rezam, jantam e morrem.
Em loja com espelho, Dondoido alucina. Ele entra e vai direto se postar diante do próprio reflexo para ajeitar os cachos louros, põe-se de lado para ver atrás, sussurra palavras, repete os movimentos. Ele conversa com sua imagem em cumplicidade. Não sei se as vozes que ele ouve são pensamentos recuperados apenas por instantes ou ecos do outro lado que ninguém conhece. Quem sabe, também eu tenha ficado presa num relógio sem ponteiros cujo desvario secreto é pensar nas moscas como ideias que sobrevoam cabeças na esperança de que apenas uma possa me levar de volta no tempo? No espelho das semelhanças, vejo uma rã condenada à solidão dos brejos. Sem maluco-beleza. Beijo-quebranto, nem de sapo cururu.

Tinê Soares - 21/8/2008

Do fundo do baú - Caricatura : Michael Jackson


Esta também é do fundo do fundo do baú. É uma caricatura de 1988 quando Michael Jackson já havia iniciado seu processo de mutação.
Não se pode esquecer que fora das salas de cirurgia e tribunais é um grande artista. Canta e dança como poucos. Que tem sucessos que serão eternos como Billie Jean, Thriller, Human Nature, Man In the Mirror, Black or White e muitos outros. 5O anos esta noite, quem diria, ainda ontem era um garotinho dos Jackson's Five!!!

Caricaturas que eu fiz: Antonin Artaud

28.8.08

26.8.08

Recauchutagem.

Este blogue ficará inativo durante dois dias, devido a problemas técnicos, redacionais e uma alergia pós-olímpica que está me matando. Retornará prontamente, assim que aquele que fica entre o teclado e a tela se recupere.
Sem mais para o momento, vou até alí e já volto.

Cartum: Perguntas difíceis, respostas idem...

25.8.08

Administradores e políticos


(Este artigo foi pulicado no jornal O Estado de S. Paulo no dia 23 de agosto pelo professor Marco Aurélio Nogueira*)
Ainda que se deva reconhecer a persistência das cenas hilárias de sempre, dos personagens improváveis e das promessas surrealistas, invariavelmente presentes em todas as eleições, dá para admitir que melhoraram o perfil e o desempenho dos candidatos a prefeito, ao menos nas grandes cidades do país, como é o caso de São Paulo.

Apoiados por especialistas em marketing e pesquisa de opinião, por estrategistas de comunicação e por um não-desprezível arsenal tecnológico, os candidatos estão se mostrando mais à altura dos cargos que almejam. Apresentam propostas concretas, buscam equacionar problemas, exibem informações e conhecimento específico, parecendo ter nas mãos as cidades que pretendem governar.

Até mesmo os partidos políticos, estes entes tão feridos em sua integridade, tão sem alma e espinha dorsal, saíram a campo em melhor forma. Posicionam-se com cautela diante de um eleitor mais informado e menos disposto a se entregar passivamente a qualquer um que lhe peça o voto. Não despejam palavrório inócuo sobre ele, nem o submetem a uma sobrecarga de pressões ideológicas. Não conseguiram aperfeiçoar substancialmente a seleção dos candidatos que integram suas listas para as Câmaras Municipais, mas esforçaram-se para cumprir este papel no que diz respeito aos que postulam o Executivo. Estão a revelar que algo se passa em seus bastidores, como se estivessem finalmente a sentir os sinais de mudança e insatisfação que há tempo têm sido emitidos pela vida social.

Elogios também para a cobertura jornalística, especialmente a da mídia escrita. Todos os grandes jornais do país estão se superando. Facilitam o contraste entre as candidaturas, mostram as frestas por onde passam as demandas da cidadania, explicam o funcionamento dos poderes políticos e dos órgãos de governo. Além disso, funcionam como excepcionais tribunas de debates, preenchendo o vazio de discussão democrática deixado pelas campanhas mais pirotécnicas dos tempos atuais. Um canal como o que começou a ser disponibilizado pelo portal Estadão.com.br pesa de modo expressivo na elevação da qualidade do processo eleitoral.

No entanto, apesar destes avanços, as eleições transcorrem como se fossem um fardo que os cidadãos precisam carregar. Não despertam paixão cívica ou maior interesse. Ainda que mais bem informado, o eleitor parece distante, indiferente, sem estabelecer empatia com candidatos ou partidos políticos. Numa comparação arriscada, seria possível dizer que se comporta como um condômino frente à necessidade de eleger o próximo síndico.

Sempre haverá quem pondere que as cidades são mesmo condomínios em escala ampliada, que os prefeitos devem cuidar delas como se fossem suas casas mas fazendo escolhas que beneficiem a todos, sem se preocupar em favorecer este ou aquele bairro, este ou aquele partido. Muitos pensam que governar cidades é um exercício mais técnico e administrativo que político, algo que se cumpre com sucesso quanto menos política nele existir.

Não é bem assim.

Primeiro de tudo, porque governar é sempre mais que administrar. Não significa somente cuidar da casa ou pôr os papéis em ordem. É mais que manutenção e empenho para fazer com que os sistemas funcionem, mais que sabedoria para escolher auxiliares ou utilizar as finanças públicas. Prefeitos não deveriam agir como gerentes, sobretudo porque sua tarefa não é simplesmente fazer a máquina andar e sim criar condições para que uma comunidade lute por uma vida melhor.

Gerentes administram, prefeitos governam. Mais que jogo de palavras, a frase sugere que prefeitos existem para coordenar processos abrangentes de tomada de decisões, que envolvem milhares ou milhões de pessoas, muitos interesses e expectativas. Devem lidar com correlações de forças complicadas e situações de alta complexidade, e em muitíssimos casos somente se saem bem se contarem com o apoio da população. Precisam deste apoio, aliás, desde logo, como do ar que respiram. E não podem obtê-lo se agirem como técnicos especializados em gestão e administração, pessoas talentosas em arrumar gavetas mas sem qualquer brilho particular, sem carisma, sem liderança e especialmente sem um projeto que mexa com a comunidade, desperte alguma paixão e facilite engajamentos.

Tudo isto é fazer política, não administrar. Mas é fazer grande política: agir com os olhos no Estado, na comunidade política, não nos próprios interesses ou nos pequenos negócios de intermediação e favor. É ir além da rotina.

Se uma população mantém com as eleições uma relação fria e distante, encarando-as mais como obrigação que como dever, não temos uma situação confortável. Temos na verdade um problema. Podemos examiná-lo lembrando que, no modo de vida atual, o eleitor é dispersivo e flutuante, não tem grupos consistentes de referência ou identidade fixa, nem causas claras ou vínculos coletivos fortes. Não interage com instituições políticas qualificadas para responder a suas demandas e às questões que mexem com sua existência e com sua cabeça. É atacado sem trégua pelo mercado, que o fisga e o enreda num verdadeiro frenesi consumista. Olha a política e o Estado com desconfiança, quem sabe com a mesma postura de compra-e-venda que está habituado a ter no mercado.

Não se trata portanto de culpar o eleitor. Partidos, estrategistas e candidatos deveriam enfrentar esta "despolitização", em vez de se amoldar a ela. Adaptando-se, contribuem para reforçá-la. Quando se apresentam como técnicos e administradores competentes sem acenar com uma proposta de cidade - ou seja, de polis, comunidade política -, somente estão a prolongar uma situação que, no limite, esvaziará a vida de sentido público.

O processo eleitoral em curso fornece excelente oportunidade para que exceções amadureçam e comecem a alçar vôo.

(*) Marco Aurélio Nogueira é professor do Depto. de Política da Universidade Estadual Paulista - UNESP. Ele também edita um blog onde podem ser encontrados seus artigos, dicas e parte de sua produção teórica.
Visite http://marcoanogueira.blogspot.com

Deixem o poeta em paz!


Será o Benedito? Não é o Drummond, o grande poeta que fica sentado naquele banco de concreto no calçadão da praia de Copacabana. É a quinta vez que roubam os óculos dele. Nem sei se roubam. Na verdade, mutilam sua memória, arrancando parte de sua vista. Vandalismo? Que nada, é sacangem mesmo! Gente que não tem o que fazer. Em Cuba tem um vigia que fica tomando conta de uma inacreditável estátua de John Lennon, acho que teremos que adotar esta prática aqui. Só falta achar um candidato a anjo da guarda para aquele que, entre outros tesouros escreveu o seguinte:
"Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida".

Cartum :"Perguntas dífíceis, respostas simples"

24.8.08

Primeiro Festival Internacional de Humor do Rio de Janeiro


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Mais um brinde - Um cartum de João Zero

Ilustração: "Arcos da Lapa e o Bonde"

23.8.08

Caricaturas que eu fiz: Torquato Neto


Eu, brasileiro, confesso
Minha culpa, meu pecado
Meu sonho desesperado
Meu bem guardado segredo
Minha aflição...
O poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia.... Torquato Neto, poeta maior brasileiro, mito, fruto estranho do Tropicalismo, no meio das bananas ao vento, mal-estar da nossa incivilização, figura trágica, dor da brasil-idade.
Só para se ter idéia de sua importância, as músicas principais do surto tropicalista tiveram sua participação:
Louvação (Gilberto Gil - Torquato Neto) , Pra dizer adeus (Edu Lobo - Torquato Neto), A rua (Gilberto Gil - Torquato Neto, Vento de maio , (Gilberto Gil - Torquato Neto), Zabelê (Gilberto Gil - Torquato Neto, Marginália II (Gilberto Gil - Torquato Neto), Geléia geral (Gilberto Gil - Torquato Neto), Ai de mim Copacabana (Caetano Veloso - Torquato Neto), Mamãe coragem (Caetano Veloso - Torquato Neto), Deus vos salve a casa santa (Caetano Veloso - Torquato Neto), Let's play that (Jards Macalé - Torquato Neto), Três da madrugada (Carlos Pinto - Torquato Neto)
Temos da sua obra os livros "Últimos dias de Paupéria" e "Torquato Neto - Torquatália", este último publicado pela Rocco em 2004.

22.8.08

Síndrome da China - Minha vizinha chavista ataca geral!


Eu já não sei quando é noite e quando é dia. Troquei o fuso. Deveria ter trocado parafuso e não ficaria madrugadas diante da TV vendo saques, saltos com vara e sem vara, 100 metros rasos, fundos, cavalos dopados, esgrimistas , menininhas que deveriam estar brincando de boneca, dando piruetas, o time bronzeado do Dunga dando vexame e essa coisa toda que acontece na China e que não vai fazer diferença nenhuma na minha vida de cidadão latinoamericano sem um tostão furado no bolso (como dizia mais ou menos a antiquíssima música do grande Belchior).
Numa manhã destas, estava a caminho da padaria para comprar uns pãezinhos, depois de uma noite em claro em frente à TV, e eis que encontro minha vizinha chavista no corredor.
-Como vai a senhora? Perguntei entre bocejos dignos de um tigre de zoológico.
-Vou para o playground pegar um sol . Sabe que quase arrumei um namorado? Ele segurou a tocha na Olimpíada de Roma de 1960, um gato! É italiano, foi do PCI. Ele está lá em casa tirando uma soneca, depois te explico... Fez uma cara marota. Imaginei um gato de armazém...
-E a pracinha vermelha, o dominó bolchevique, os camaradas brizolistas? O projeto de tomar a Globo e transformá-la em uma fábrica de novelas para alimentar a moral dos companheiros cubanos? Tornei a indagar, quase dormindo em pé .
-Larguei um pouco os companheiros, mas a luta continua. Adiamos o projeto de tomar a Globo. Estamos numa fase de revisão, afinal a Record tá ficando forte com esse trash de Mutantes em transe e o Silvio (ela sempre fala de personagens públicos chamando-os pelo primeiro nome, como se fossem íntimos dela) atolou o SBT no Pantanal...18 anos de jacaré e mulhé pelada! Além disso a mulher dele escreveu uma novela e parece que ele botou o dedo e mandou refazer tudo e está ficando uma coisa.... É muito para minha pobre cabeça... Tô fora dessa bambino, tirei férias, estou vivendo o momento olímpico. Depois tem o tal de horário eleitoral, muita ficha suja na tela...Não queremos complicações com o TSE. Eles estão falando até em usar tropas federais aqui no Rio...Vamos dar um tempo. Ademais, o comandante Chávez também anda meio devagar quase parando...A Ingrid pegou ele de calças curtas, botou o coitado no bolsinho do colete americano que arranjaram para ela naquele helicóptero cenográfico que botaram naquela selva cenográfica. Essa mulher é da pá virada, ela é igual ao Papa, ela é pop! Já está em campanha e com o Sarkozy de papagaio de pirata.Ô homem insaciável, já não basta a La Bruni?
E tem mais, não vejo mais novela, se é pra chorar, prefiro as olimpíadas. É muito melhor:- choro com todos os nossos patrícios que não conseguiram medalhas, com os que só pegaram a de bronze,com os raríssimos que pegaram o ouro, com o Galvão e suas pérolas olímpicas, com os parentes que a Globo mostra ao vivo...Depois choro um pouquino na Band, para não dar força ao monopólio. Sem bem que lá não se chora muito, mas mostra o chororô geral, o Jadel Gregógio falando na terceira pessoa e chorando na primeira, a Marta chorando pelos cotovelos...enfim, isso é melhor que novela mexicana e locação de presídio. Eu choro largado, igual aquele personagem do Moacir Franco.Mas a Band anda muito maluca, outro dia quase no final de duas partidas importantes ela interrompeu a transmissão e meteu um programa pré-pago.
Voltando ao nosso papo de novela. Quero te dizer que tô com o saco cheio dessas intriguinhas de Projac, assassinos de novela que são revelados no meio da trama. A tal da "boa" que vai morrer para entrar para o elenco de uma outra novela que vai se passar na Índia.
Imagine, vai ser um Oh, Calcutá! Só posso dizer que gosto desse menino, Emanuel Carneiro, mas agora estou como o governo do Rio: nada sincronizado. Bota isso no seu "grogue" ( para quem está lendo pela primeira vez as tiradas da minha vizinha chavista, adianto que ela nunca consegue entender que eu faço um blogue, para ela é um "grogue" e ponto final, e não é que ela tem razão!?)
Fiz que gostei do trocadilho, e muito zonzo, antes que caísse alí mesmo, morto de exaustão ( meu amigo neurocientista cognitivo comportamental me disse que ao ver o movimento, em certos casos você se imagina nele e seu corpo de certa forma recebe uma ordem maluca do seu cérebro para correr, jogar, acertar o chute etc e você acumula uma energia brutal que não se dissipa em movimento já que você é um sedentário de carteirinha e então você fica cansado no sofá mesmo- multiplique isso por todos as provas que você assistiu e veja que usina de desperdício que você virou) me arremessei nos 400 metros sem barreiras rumo à padaria...
Desculpe qualquer erro ou omissão...ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ
Atualização:No sábado, depois da vitória das meninas do vôlei, minha vizinha chavista me ligou pelo interfone aos prantos para dizer que chorou barbaridade o jogo todo e aí cantou o hino nacional inteiro. Confesso que chorei também.Buááá!

Caricaturas que eu fiz: Rubem Fonseca

20.8.08

Duplociclismo

19.8.08

Charge da Selecinha

Almanaque Armorial de Suassuna no CCBB


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Qualidade Brasileira e Festa 68


Aproveito este pequeno espaço no oceano da WEB para divulgar duas coisas: primeiro o site Qualidade Brasileira onde minha querida amiga Diana Aragão escreve sobre música, cinema e artes afins. O endereço é www.qualidadebrasileira.com.br
A segunda coisa é o evento Festa 68 que é notícia do referido site. A Festa reviverá os 40 anos de 1968. Lá vai o texto da festa...

O emblemático ano de 1968 continua gerando frutos e festas ao longo do ano. Depois de vários livros, suplementos especiais, documentários e muito mais é chegada a hora da comemoração Festa 68, mistura de shows/festas que acontecerá no próximo dia 23 no Centro Cultural da Ação da Cidadania contando com o apoio de várias entidades civis como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ABI (Associação Brasileira de Imprensa).
Para animar a festa, foram contratadas a Orquestra Republicana, a Rio Babilônia além da roda-de-samba que relembrará as noitadas de samba do Teatro Opinião formada por Nelson Sargento, Luiz Carlos da Vila, Serginho Meriti, Toninho Geraes e Zé Luis do Império.
Os três andares do prédio foram divididos em vários ambientes com direito a dança, mostra de fotografias de época além de vídeos do período como o do grupo Secos e Molhados cantando “Sangue latino” e “Vira”. Ou Chico Buarque e Milton Nascimento em “Cálice” vetada pela censura da época. Além de João Gilberto e Tom Jobim interpretando “Desafinado” e Geraldo Vandré em “Aroeira” ao lado de Hermeto Paschoal, Heraldo do Monte, Zé Ramalho e Quarteto Novo.
O ano de 1968 também será internacional pois um vídeo exibirá várias capitais do mundo dentro do referido contexto principalmente Paris e seu “maio de 68”. Ano que tornou-se mais que uma data, transformado em símbolo de liberdade, uma virada da História e um desejo de transformação. Os movimentos políticos, sociais e culturais que ocorreram há 40 anos serão celebrados na FESTA 68 na reafirmação da utopia e de uma atitude participativa em todos os setores da vida. Festa 68 contará com a presença de artistas, intelectuais e personalidades que viveram aquele intenso período.
Tão forte quanto as reivindicações políticas, foram as modificações nas idéias e no comportamento que ocorreram naquele ano. Bastando citar a contracultura, o movimento hippie, a revolução sexual e os movimentos civis.
O Centro Cultural da Ação da Cidadania foi escolhido para abrigar a festa por sua história, beleza e amplitude. Com 14 mil metros quadrados, 168 metros de comprimento e 38 de largura, o antigo galpão foi o primeiro Cais do Porto do Rio de Janeiro.
FESTA 68
Dia 23 de agosto, a partir das 20h.
Ingressos a R$ 35,00 (cadeira/mesa) e R$ 25,00 (pista)
Local: Centro Cultural da Ação da Cidadania
Av. Barão de Tefé 75, Gamboa, tel. (21) 2233-7460 / 2253-8177.
APOIOS: UFRJ/OAB/ABI/UERJ
CÂMARA COMUNITÁRIA DOS BAIRROS DO CENTRO DO RIO
SATED RJ
AÇÃO DA CIDADANIA
www.festa68.com.br

Em busca do Outro


(Esta matéria de Jorge Sanglard (*) foi publicada no Caderno Pensar do jornal Estado de Minas - Trata do livro "Ver e Imaginar O Outro"(Editora Horizonte), organizado por Regina Dalcastagnè)
Em 10 ensaios reunidos por Regina Dalcastagnè, professora de literatura da Universidade de Brasília (UnB), a questão da alteridade, desigualdade e violência na literatura brasileira contemporânea é desnudada no livro Ver e imaginar o outro (Editora Horizonte). O conjunto das obras literárias analisadas por pesquisadores de diversas instituições no Brasil e no exterior tem como referência a recusa à injustiça e à intolerância e uma reação contra estas nefastas práticas. O diálogo, a coexistência, a possibilidade do encontro e o convívio com a diferença marcam os ensaios, tendo como pano de fundo a violência que permeia nossa sociedade.

O escritor Luiz Ruffato ressalta o empenho da organizadora do livro na criação, em 1999, da revista Estudos de Literatura Brasileira, editada pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da Universidade de Brasília, “um espaço democrático destinado a discutir a recente produção literária nacional”. Os textos integrantes de Ver e imaginar o outro são fruto da revista e refletem, segundo Ruffato, sobre a complexa realidade brasileira, tendo a literatura como fonte de expressão e de compreensão, além de encarada em seus fundamentos estéticos, éticos e políticos. E Ruffato assegura que o papel desenvolvido pela revista, num meio absolutamente avesso ao debate e à controvérsia, representou uma opção para os que acreditam no papel do intelectual como um produtor da história, e não como um mero comentador dela.

Na apresentação, a autora lança mão de uma frase síntese do Manifesto da antropofagia periférica: “A arte que liberta não pode vir da mão que escraviza”. E enfatiza: “O problema de idealizar a literatura é o que essa idealização acaba escondendo”. Segundo Regina Dalcastagnè, das teorias que afirmam a literatura como um espaço aberto à diversidade até aqueles que a prescrevem como remédio para as mais variadas mazelas sociais (da desinformação à ausência de cidadania), podemos acompanhar o processo de idealização de um meio expressivo que é tão contaminado ideologicamente quanto qualquer outro, pelo simples fato de ser construído, avaliado e legitimado em meio a disputas por reconhecimento de poder.

Direitos Civis
No Brasil, hoje, afirma Regina, os autores são, em sua quase totalidade, homens, brancos e de classe média. Eles reclamam das dificuldades enfrentadas para publicar, ser lidos e, obviamente, sobreviver. Mas adverte: “Reconhecer essas dificuldades no campo literário não pode equivaler a entendê-las como as únicas existentes, nem como as mais sérias”. Regina Dalcastagnè afirma ainda que os tempos mudaram, que algumas lutas por direitos civis desembocaram também na literatura, “fazendo com que mulheres, negros, homossexuais, índios começassem, timidamente, a escrever”.

No entanto, destaca que eles ainda não foram incorporados de fato. E promover o rompimento com a estrutura dominante de pensamento é muito mais difícil quando não se percebe, ou não se assume, que nosso olhar é construído, que nossa relação com o mundo é intermediada pela história, pela política, pelas estruturas sociais.

Negar isso, garante Regina Dalcastagnè, é insistir na perpetuação de uma forma de violência, que elimina da literatura tudo o que traz as marcas da diferença social e expulsa para os guetos tantas vozes criadoras. A autora destaca a importância da discussão sobre o modo como a narrativa atual engendra o olhar em seu interior, especialmente o olhar que incide sobre aqueles que a sociedade brasileira não quer ver: estranhamento, exotismo, crueldade, melancolia, cinismo, testemunho são termos que reaparecem aqui e ali, seja como centro da análise, seja como uma tentativa de discernir o que se passa do lado de dentro da obra, ou mesmo nas suas cercanias, quando se analisa a maneira como representantes de determinados grupos sociais são recebidos, ou não, no campo literário brasileiro.

Olhar e Violência
Um bloco de textos agrupados no livro tem como fonte o olhar. Um segundo bloco abrange artigos voltados para a questão da violência. O terceiro bloco trata do problema da exclusão. A temática da fronteira entre a loucura e a razão também marca presença no livro.

O problema de idealizar a literatura é o que essa idealização acaba escondendo
No texto “Uma sociedade do olhar: reflexões sobre a ficção brasileira”, de Lucia Helena, a sociedade do olhar é revirada de cabeça para baixo. Para a ensaísta, na sociedade do olhar, todos espiam, mesmo que não voluntariamente, o que não quer dizer que enxerguemos melhor. O ensaio “Cenas da crueldade: ficção e experiência urbana”, de Ângela Maria Dias, traça um painel da estreita relação da literatura brasileira contemporânea com a vida urbana e ressalta que essa perspectiva vem configurando uma recorrente perplexidade diante da experiência histórica, ficcionalizada como absurda e inverossímil.

No ensaio “Vozes nas sombras: representação e legitimidade na narrativa contemporânea”, a ensaísta e organizadora do livro, Regina Dalcastagnè, afirma que o silêncio dos marginalizados é coberto por vozes que se sobrepõem a ele, vozes que buscam falar em nome deles, mas também, por vezes, é quebrado pela produção literária de seus próprios integrantes. Enfim, o livro é um convite à reflexão sobre as relações entre a violência, a exclusão, a desigualdade e a cultura no Brasil de nossos dias.
*Jorge Sanglard é jornalista e pesquisador

Charge - Putin's Song

18.8.08

Cartum da Série Gurus

16.8.08

Mais um brinde - Um cartum de João Zero - "Tortura"

Caricatura: Homenagem a Dorival Caymmi


Ele morreu hoje perto das 6 horas, aqui no Rio. Os pescadores acrescentaram suas lágrimas ao grande mar que foi doce na sua maravilhosa música. Caymmi é um patrimônio da humanidade.

Do fundo do baú - Cartum : "Expulsão do Paraíso"


Um dos meus primeiros cartuns. Nanquim sobre papel Schoeller

15.8.08

A cigarra e a Formiga , quem diria?


Esopo e Jean de la Fontaine vão se revirar nos seus túmulos, mas não consegui fugir de uma idéia de jerico que brotou na minha idéia: adaptar , para os tempos de hoje, com minhas mal traçadas linhas, uma fábula que é atribuida a um e foi recontada por outro...Seria mais ou menos assim...
...Era uma vez uma Cigarra e uma Formiga que eram vizinhas. Não se pode falar que fossem amigas, eram apenas conhecidas. As duas se situavam na classe C, que neste momento se encontra numa boa, mas nem sempre foi assim e não vem ao caso recordar suas agruras.
No último verão, enquanto a Cigarra se esbaldava cantando nas árvores, a formiguinha tabalhava como uma louca. Carregava para seu lar, desde enormes folhas, restos de comida, insetos, frutinhas, sementes ... enfim abastecia de provisões sua despensa de tudo que fosse comestível. Pensava no inverno rigoroso, no tempo chuvoso que tudo arrastaria e dificultaria a tarefa de obter alimentos.
Dna. Formiga, sempre que encontrava sua vizinha cantora avisava: - Olha lá, senhora Cigarra, o inverno vem aí, tome alguma medida para ter o que comer quando o tempo ficar ruim.
A Cigarra respondia: Eu não estou nem aí. É ruim, hein!
De fato, a Cigarra nem pensava nisso, ia dormir quando o dia estava nascendo e mesmo assim, dava uma canja antes de apagar, para acordar somente no final da tarde e encher o ar com seu canto inconfundível. Comia o que pintava, bebia muito, fumava e prativa sexo todos as noites.
Um dia, sem avisar, veio o inverno. A formiguinha toda contente se trancou na sua casinha, acendeu a lareira, preparou um "fundue" , tomou um chocolate quente com conhaque e comeu uma asa de mosca crocante. Lá fora, no frio e na chuva a cigarra se escondeu sob uma marquise tremendo toda. Lembrou do aviso da sua conhecida Dona Formiga e lamentou: -Pois é , eu devia ter seguido os conselhos daquela "workaholic", mas não vou chorar sobre o leite derramado, mesmo porque não tenho nem leite derramado para chorar. Daí lhe ocorreu uma idéia: - Vou dar uma chegada na casa da formiguinha e ver se faço uma boquinha.
Bateu, bateu na porta e nada de Dona Formiga responder. Lá fora o frio cresceu como um monstro gelado fazendo tudo ficar duro.- Quem sabe endureceu também o coração da formiguinha.Pensou Dona Cigarra. E ainda mais vieram os grossos pingos de chuva que molhavam a pobre cantora e adensavam uma enchente que ameaçava afogar aquela voz tão poderosa em tempos de sol. De repente eis que a porta se abre um pouquinho, era Dona Formiga que ao ver a senhora Cigarra toda molhada disse : - Sujou! E nisso se trancou de novo. Lá de dentro a cigarra ouviu uma cantiga que não gostou: - Eu não falei para se preparar para os tempos ruins, agora se dane!
A cigarra ficou p... da vida, e não adiantou suas súplicas que ia se emendar, que no próximo verão iria trabalhar duro, acumular provisões, oscambáus. Disse ainda que a profissão de cantora era uma coisa nobre também, só que muito instável, que dependia de empresários, e ela era uma amadora, cantava porque amava a música. Não pensava nela própria, mas nos ouvintes que adoravam seu canto e mais do que isso, aquilo que ele anunciava: um tempo bom. Nada disso deu certo, a formiga não abriu a porta, e sem muitas esperanças, a cigarra tratou de arranjar um esconderijo para passar a noite, antes que pegasse uma pneumonia galopante. Foi aí que se lembrou de um amigo, um grilo falante muito esperto que tinha feito uma ponta no filme do Pinóquio. Pegou o celular, gastou seus últimos créditos e conseguiu que o malandro agendasse a sua aparição num desses programas de TV em que celebridades que estão procurando um lugar ao sol no submundo pop costumam pontificar. Foi lá , deu uma entrevista lacrimosa em que confessou seu gosto por cantar e viver numa boa - modo de vida que a levou àquela situação de penúria. Como ela era cheinha de corpo e não era de jogar fora, recebeu no ar , convites para fazer ensaios sensuais, filmes pornô etc. Escolheu, escolheu, e no fim topou um ensaio sensual tímido para uma revista de empresários onanistas. Logo em seguida pintou um ensaio mais pesado, pra galera. Finalmente fez um filme pornô artítico, mais de acordo com sua formação estética. Não vamos entrar em detalhes. Só importa saber que se deu bem, o filme bateu o recorde de vendas, e ela quase ganhou o Oscar do "porno movie". Fez também um bom pé de meia; com a grana, comprou um apê na Barra e uma baita geladeira cheia de comida e bebida. Hoje vive dando entrevistas, entre outras coisas, e num dia desses foi vista pela sua ex-vizinha na TV contando muitíssimas novidades: anunciou a nova produção em que estava envolvida- um filme erótico, só que agora com roteiro, coisa chique. Falou mais, que ia desfilar na Sapucaí, que tinha sido convidada para um camarote especial na avenida, que estava cantando numa boite da moda, onde além do bel canto fazia strip no "queijo Camembert" , que ia lançar um CD de funk, que estava trocando de namorado, pois o antigo tinha ficado surdo de ela tanto cantar no ouvido dele, que tinha turbinado os seios com silicone e outras maravilhas da vida de emergente. Foi aí que Dna. Formiga morreu de raiva literalmente e virou comida de uma outra formiguinha que guardava provisões para o próximo inverno.
A moral da história nem precisa ser dita - pois não há.
Definitivamente as fábulas não poderão ser como antigamente.

14.8.08

Marceu Vieira e Tuninho Galante no CCC


A dupla Marceu Vieira e Tuninho Galante, depois de extraordinário sucesso na noite do Rio de Janeiro volta, agora no Centro Cultural Carioca. O evento luminoso vai rolar às 21 horas no dia 19 de agosto, uma terça-feira que vai entrar para a história. Desta vez a dupla conta com a participação de Alice Passos, que tem animado como nunca as noites da Lapa com seus shows.
Agora,umas informações do release:O Salão abre às 19h00
Tuninho Galante e Marceu Vieira compõem juntos desde 2000. Em oito anos, fizeram mais de 100 músicas. Foram gravados, entre outros, por Nilze Carvalho, Ana Costa, Mariana Baltar e Luciane Menezes. Mas a imensa maioria de suas músicas permanece inédita. Nasceu daí a razão desta série de shows. Como não são cantores, mas apenas intérpretes da própria obra, Tuninho e Marceu decidiram chamar convidados para participações especiais. Já passaram pelo CCC, em apresentações da dupla, Nilze, Ana Costa, Luciane, Mariana Baltar, Pedro Paulo Malta, Nuno Neto e Mariana Bernardes. Desta vez, a convidada é Alice Passos, que tem arrebatado as noites da Lapa. Por falar em Lapa, apesar da intimidade com o bairro boêmio, e até de sua inspiração, Tuninho e Marceu advertem: não são sambistas. São músicos que também fazem samba. O show deles já foi assistido por mais de 700 pessoas, desde setembro do ano passado. As composições da dupla já atraíram e arrancaram elogios de gente como Rosa Maria Araújo, autora do musical "Sassaricando", do diretor teatral Antônio De Bonis e de Ricardo Cravo Albin, o pesquisador de música. O show de Marceu e Tuninho é uma das apostas da programação do CCC.
As reservas podem ser feitas de segunda à sexta das 11h às 20h pelo telefone 2252-6468 exceto sábados domingos e feriados.
Centro Cultural Carioca - Rua do Teatro, 37 - Centro - Rio de Janeiro/RJ - (21) 2252-6468 - (21)2242-9642
Todos lá!

Charge s/ Michael Phelps

13.8.08

Do fundo do baú - Primeira Ilustração em Versus


Já que comecei a tirar desenhos do fundo da mapoteca,(como fiz com as ilustrações das crônicas do Veríssimo) resolvi criar uma rubrica chamada Do fundo do baú, desta forma vou escavando as camadas geológicas do meu desenho. Este que foi publicado no número 2 de Versus, é do fim da década de 70 do século passado e foi feito a lápis (grafite) sobre papel texturado.Foi um grande amigo ( um verdadiro irmão) de Sampa que me mandou num envelope cheirando a naftalina Acho que comecei bem, pois fui logo ilustrando um texto do Gabriel Garcia Marquez.

Muita coisa boa na Web - Vá lá!


Você quer ver grandes pinturas de Leonardo Da Vinci, escutar músicas em MP3 de alta qualidade, ler obras de Machado de Assis ou mesmo a Divina Comédia de Dante ou as obras de William Shakespeare em português.
Quer ter acesso às melhores historinhas infantis e vídeos da TV Escola e muito mais...Só de literatura portuguesa são 732 obras! Basta acessar o Portal Domínio Público do Ministério da Educação.
O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso,basta acessar o site:
www.dominiopublico.gov.br
Tudo grátis, um belo patrimônio disponível na Web. Blogueiros, divulguem esta informação.

Ilustração: "Mergulho na Internet"

12.8.08

Mais um brinde - Um cartum de João Zero: "Dinastias"

Prezado Mário de Andrade


O site está ainda em construção. Trata-se de um sítio dedicado ao grande Mário de Andrade. O pessoal que está envolvido nesta obra é lá de Londrina. Tutto bouna gente! Um deles é Carlos Okawati, um cara com grandes idéias e ideiais.
O desenho que aparece aí nesta imagem do site é do cartunista Beto, cujo site está entre os meus preferidos. Este blogue deseja todo sucesso ao pessoal da terra do Arrigo Barnabé. O endereço do site em construção é : www.prezadomariodeandrade.com.br

Ilustração: "Bola fora"


Esta ilustração também achei no fundo da minha mapoteca, é da época em que ilustrava as crônicas de Veríssimo. Falando nisso, como já disse em outro "post", pesquisando no Google, achei um um site que uma blogueira fez em homenagem ao grande humorista Luis Fernando Veríssimo. Ela colecionou crônicas desta época que também tem como ilustrador o cartunista Miguel Paiva. O endereço da página da web é http://iau1960.spaces.live.com/
O bacana é que tem os textos inteiros e as ilustras.
Esta ilustração foi feita com caneta de fluxo contínuo 0.1 e lápis de cor sobre papel Schoeller rústico. O legal é que também tinha uma inocência, uma imensa confiança nas possibilidades do lápis de cor. Um gosto pelo desenho feito sem a interferência da máquina, um gosto quase artesanal...
N.R: Clique em cima da imagem para ampliar.

11.8.08

Agenda VivaMúsica! de Agosto


está circulando a Agenda VivaMúsica!de agosto. A ilustração da capa, modestamente foi feita por este blogueiro.
Clique em cima da imagem para ampliar e ver melhor

Liberdade de Expressão -2-

Em agosto a memória do Jornalismo entra em debate na Casa de Rui Barbosa


Clique na imagem para ampliar e ler melhor

Caricaturas que eu fiz: Federico Fellini

Mais um brinde - Um cartum de João Zero - "Olimpíadas"


Nota da redação: Com todo respeito, fazendo um trocadilho, o título deveria ser Olim-piadas.

10.8.08

Em nome do pai


(Aproveito o dia dos pais para homenagear o meu, que se foi no ano de 1996, aos 76 anos de idade. Republico então uma crônica, que escrevi não me lembro quando, na qual recordo alguns poucos aspectos dessa pessoa fabulosa que era meu velho. Ele gostava de contar causos, acho que se eu conseguisse lembrar deles, faria um bom livro)
Encontrei meu pai na esquina de Ouvidor com Rio Branco. Vestia um terno azul marinho,estava com barba feita, cheirando a “Aqcua velva”, cabelos alinhados, bigode aparado de Errol Flynn. Disse que estava com saudades, que nos últimos tempos aparecera na casa de minhã mãe, só para dar uma olhada em como andavam as coisas.
-Ela continua muito ativa, xinga os politicos na hora do Jornal Nacional. Reza muito ainda pelo bem estar dos netos, católica fervorosa e ainda lê jornais aos domingos. Que figura! Disse isso em meio a uma tosse que sempre o acompanhou .Perguntou seu eu tinha cigarros. Decerto esqueceu que eu não fumo há anos e que só tive uma recaída logo depois que ele tomou o rumo da longa estrada, mas larguei de sopetão e nunca mais. Fomos a um bar e ele pediu um maço de Continental sem filtro. O rapaz do balcão irformou que não fabricavam mais essa marca. Escolheu outra, ao acaso. Arrancou o filtro, acendeu e soltou uma bela baforada. Perguntei se queria beber alguma coisa. - Uma cerveja bem gelada iria bem. Disse com aquele sorriso de menino levado.
- E você? Indagou.
Eu disse que iria de Coca-Cola.
-Isso vai acabar fazendo um buraco no seu estômago… “L’acqua nera dell’ imperialismo” Resmungou em italiano como fazia de vez em quando…
Após um silêncio de ouvir o ruído de uma pena ao cair no chão, confessei a ele que tinha muitas perguntas para fazer, mas que no momento estava meio perplexo e tinha me dado um branco. Ele concordou que em certas situações a gente fica mesmo perdido. – São as emoções. Garantiu.
– Muitas vezes eu também queria te falar de tantas coisas e perdia oportunidade, estava muito cansado.
De chofre, falei que quando o perdi de vista naquele horizonte poluído da nossa cidade, fiquei de tal modo traumatizado que algum tempo depois, eu não me lembrava o ano em que aquela fatalidade aconteceu. Só conseguia recordar a hora e o dia , mas o ano se apagou na minha memória, virou poeira. É esquisito, mesmo depois que alguém me informou do ano em que ele havia partido , eu não consegui fixar, como uma espécie de teimosia em não aceitar esta viagem que ele fizera. Ele me disse que estava muito bem instalado. Que de vez enquando visitava amigos que ficaram no inferno.
–Sabe que não é como a gente imagina? Segredou, que lá o ar-condicionado não funcionava muito bem. Mas nada de enxofre, fogo, chororô, ou gritos de dor. De chato só a insistência com que tocavam um rock pesado.
-É que o senhor não conhece a tal de música eletrônica, pai.
-No que chamam de Paraíso, encontrei tio João, que só lamenta não poder mais acompanhar “Jerônimo, o herói do Sertão:” na radio Nacional, enquanto fazia seus cigarros de palha. Tia Nica quando chegou lembrou dos tempos da tecelagem. Ela que andava tão esquecida ultimamente, lembrou de tudo, inclusive do dia em que você perturbou tanto o bezerro que ele, mesmo sem chifres investiu contra você no pasto como um touro de arena. Ela chegou a recordar a cena de você lá em cima da goiabeira, o dia inteiro esperando o trem passar na linha…lembrou dos carrapatos que você trazia grudados no corpo todo quando voltava da mata…que coceira, hein?
Não sei por que, acabei trazendo para nossa conversa aquele dia em que eu era pequeno e tínhamos ido de ônibus para Americana, no interior de São Paulo (a terra natal dele) visitar nossos parentes. A gente estava num ônibus cujo motorista acho que tinha esquecido o pé no acelerador e num movimento brusco, fechou um carro na Estrada. O chofer do ônibus botou a cara fora da janela e gritou: - Bar- bei - ro!
Quando chegamos à estação rodoviária, assim que abriu a porta para a gente descer, o tal carro que tinha sido “fechado” estacionou com muito ruído e dele saltou um “armário” vermelho de raiva e perguntou aos berros:- Quem que é barbeiro? Quem que é barbeiro?
Claro que ele se dirigia ao motorista do ônibus no qual , provavelmente iria tascar uns sopapos. Acontece que essa era a profissão de meu pai. E que diante daquela insistente pergunta do “armário” já ia dizer que barbeiro era ele, no que minha mãe sacou , no ato o vacilo do velho e o puxou pela manga do paletó.- Não se mete nisso Fredo!
Creio que ela salvou sua vida nesse dia.
Outro episódio engraçado aconteceu comigo. Uma roubada que o senhor me envolveu. Lembra do teste que o senhor teve que fazer para tirar diploma de barbeiro. Aquela exigência do deptartamento do Trabalho para te dar o registro, mesmo depois de mais de quarto décadas de profissão? O senhor começou a cortar cabelo quando?
-Comecei aos nove anos , em cima de um banquinho para alcançar a juba do freguês.
-Pois é, pai, naquele dia em que o senhor me pediu para ser a cobaia do exame final do curso de barbeiro, quando sua turma aplicou todos o seu conhecimento na minha cabeça. O método que impunha lavar os cabelos com xampu, escorrer, cortar com vários instrumentos: tesouras de fio e serrilhadas, navalha. Depois veio o secador, o acerto do penteado, o cabelo levado de um lado para o outro e por fim o laquê. Eu acompanhando tudo de olho no espelho, aquele bolo de noiva na minha cabeça. Sai do curso parecendo uma boneca, e ainda por cima todo perfumado. Teve até aquele talco desgramado no final quando “fizeram o pé”. Eu me lembro que entrei no ônibus no horário que o operariado estava indo para casa, e eu naquela armadura ridícula…Sei que o senhor ficou triste quando cheguei em casa e desmanchei aquela obra de arte debaixo da torneira do tanque.
Ele riu a valer, enquanto a tarde derretia lá fora do bar.

Meu pai, acho que era o verdadeiro humorista da família. Sua filosofia era simples: Achava que nesta vida o homem tem que ter sorte. Se não tem está prejudicado. Não levava nada a sério, até com a morte ele tinha uma relação para lá de irônica.
Talvez por isso era considerado a alegria dos velórios. Adorava contar anedotas, (nenhuma de salão). Bastava ter um velório (antigamente os velórios levavam a noite toda) e lá estava ele a contar piadas numa rodinha de insones que gargalhavam enquanto o defunto, louco para participar daquela alegria, tinha que ficar alí imóvel dentro do caixão para cumprir seu papel. Mas o que ele gostava mesmo era de fazer a barba do morto. Em geral conversava com ele. Dava tapinhas na face cadavérica, enquanto esgrimia sua navalha e o pincel cheio de espuma. Dizia: -Como você vai embora assim, seu canalha!
Até viuva acabava saindo do seu vale lágrimas e principiava a rir timidamente. E assim, meu velho ajudava a driblar a dor.
Uma vez, no cemitério do Araçá, ele descobriu um crânio no meio de uma cova que provavelmente estava sendo escavada para retirar os ossos e botar na caixa da parede. Levantou o crânio e chamou a atenção de todos os que seguiam um enterro:
- Este é o nosso fim, não adianta querer fugir. Um dia a gente vai ficar assim, sem cabeça! Até as carpideiras rolavam de rir.
Disse a ele que tinha uma imagem que não me saia da cabeça: a de nós dois embaixo da Ponte-Grande pescando no rio Tietê.
-Pois é, o Tietê era líquido naquele tempo e dava peixe.
-Te falei que eu cheguei a ser atleta do clube Tietê? Eu fui remador, remava no rio que beirava o clube. Isso foi antes da guerra.
Voltei a falar de nossas pescarias do rio Bonito, na represa de Guarapiranga, no rio Atibaia… Lembramos de Carioba, do bambuzal que dava sombre a um longo caminho.
-Lá tinha cobra, bambu serve de ninho para elas.
-Você continua fazendo aqueles rabiscos? Vive disso? Não era para menos, desenhava em tudo que aparecesse pela frente. Era caderno da escola, atrás das folhinhas (calendários), no papel de embrulhar pão…
-É pai,bem que eu tentei ser químico, cheguei até o relatório final do curso. Fiz estágio, trabalhei na fábrica, peguei turno da noite, mas era alérgico e um dia encontrei um livro de sociologia e fiquei maluco em saber que se podia explicar a sociedade, o movimento das pessoas…Mas o desenho me encantou anos depois e não consegui mais me livrar dele…É pai, o filho é a diferença enquanto esperamos a continuidade.
-E eu que não consigo traçar nem um burro em pé?
- Mas o senhor tem sua arte. Até hoje admiro sua habilidade, mesmo quando suas mãos entortaram com aquela artrite. Mas uma coisa que ainda hoje não consigo entender, é como conseguia com aqueles dedos tortos manejar o taco de bilhar e se transformar no leão da sinuca, o famoso “Genaro” que desafiava os bambas do bairro e encaçapava todas naquelas mesas sem prumo?
-Bem , já vou indo. Espero te encontrar de novo, meu filho.
-Está bom, pai eu aguardo.
-Bonito!
E assim lá se foi ele, mais uma vez depois de pronunciar a sua palavra preferida. Ela pertencia a uma anedota em que um sujeito dizia que a mulher dele o admirava muito, pois quando entrava em casa , depois da farra, na ponta dos pés, a mulher dele dizia:-Bonito!

Ilustração: "Crimes da Internet"

9.8.08

Crônica da Tinê: Ying e Yang - Entre a Andorinha e o Dragão


Por causa das críticas que correram na Internet desde o ano passado, somadas à posterior perseguição aos tibetanos, incluindo a logomarca dos Jogos de Pequim adulterada para um paredão de fuzilamento, tive desinteresse pelo evento. Refleti. Apesar das sugestões de boicote de organizações estrangeiras, não achava justo barrar atletas que se prepararam para irem mostrar o seu valor, até uma pequena participação de um único atleta para júbilo de seu país de origem, só por questões políticas que não lhes diziam respeito. Solidariedade não é isto. Não foi a compaixão pela tragédia em Sichuam a dois meses do “Beijing 2008”, um dragão inesperado que rugiu do interior da terra amarela, e fez com que os chineses trabalhassem dobrado, desfalcados em sua energia pois, ainda assim, mantiveram o cronograma para a festa. Foi o ideal grego original, corpos sãos e mentes sãs plugados em sintonia entre os povos, aliado à perseverança chinesa. Irmandade, trégua nas picuinhas! As duzentas e cinco nações representadas nestes jogos que o digam (ou dirão, espero).

Ao assistir a abertura da primeira Olimpíada na China, imaginei todos os clichês ocidentais para o que poderia acontecer: de um dragão dourado a ondular pelas pistas com mil pezinhos em “lig-lig-lé, lá vem o ‘china’ na ponta do pé” aos malabaristas circenses, uns sobre os ombros dos outros, os últimos a girar pratos sobre longas varetas ao som de vozes agudas de mulheres com pés deformados desde a infância para calçarem graciosos sapatinhos bordados em fios de seda. Tudo à frente de um cenário de silhuetas laboriosamente recortadas em papel vermelho e sob foguetórios, como convém ao povo que inventou a pólvora.

Nada disso. Rufar de tambores, réplicas dos originais de bronze. Dezenas em sincronia. Um poema de sons e luzes a contar que "O Mundo é Um Sonho" através do papel, da tinta, da escrita, num desenho feito por gestos corporais - a dança da vida vira uma pintura sobre o desenrolar da história sobre o simbólico papel de arroz (locutor, pergaminho é feito de couro de cabra!). Monges com chapéus-pincéis transmitem a filosofia de Confúcio em ideogramas que surgem do chão em sobe e desce contínuo (locutor, não é a Grande Muralha, é o movimento da Terra sintonizado à Harmonia Universal!). Após aquilo que pareceu-me ser um gigantesco painel sismográfico, flores de cerejeira transformaram-se em humanos. A tradicional Ópera Chinesa vira mambembe - o homem movimenta fantoches. A percussão dá o ritmo para a Rota da Seda e o Poema de Tang. A bússola norteia os navegantes, seus remos formam leques pintados à mão. A relação da água primordial com a vida. Como nos movimentos do Tai-Chi-Chuan, mulheres cantam a sucessão das dinastias até o antigo encontrar-se com o moderno, em meio aos elementos principais da vida. Sabedoria. O mítico Dragão sobre os trinta e dois pilares. A pomba. A pipa. A pompa. Conquistas. O primeiro astronauta chinês. Esperança. Crianças em sala de aula sobre um céu azulzíssimo, sem poluição atmosférica alguma, pintam e entoam "Você e Eu", em chamamento coletivo à ação conjunta. Pássaros de luz revoam no topo do estádio. A grande folha de papel feita de luzes e homens enrola e desenrola, rolos para contar a saga chinesa com seus maravilhosos inventos. Um casal canta algo semelhante à "Música da Noite" durante a mutação do nosso conturbado planeta em gigante lanterna vermelha - a sugerir "Boa Sorte!", ou "Aqui é o lugar onde todas as nações em comunhão devem esquecer as mazelas, respeitar os anfitriões e prestigiar os atletas do mundo".

Chineses, parabéns. Até no desfile das delegações estrangeiras foram perspicazes: nada de ordem alfabética; foi visível a sutileza em contrastar os países entre si, tal como determinamos o lugar de convidados conflitantes à mesa de um banquete em que almejamos uma confraternização harmoniosa e pacífica.

Quando penso na China, mentalizo areias, cores, gafanhotos, vales montanhosos, árvores que espiam precipícios, rio largo com barco de junco guiado por lanternas em meio à neblina, paisagens esfumadas sobre papel-seda, pandas e bambus, instrumentos de cordas dissonantes, mineradores cobertos de carvão, grutas profundas onde recolhem o ninho das andorinhas para fazer sopa - um quitute milenar e antiecológico da culinária chinesa. Deste ninho veio o apelido para o Estádio Nacional de onde, visto de cima, parece projetar-se para o céu o grande olho... do Dragão!

Mas a grande surpresa fora reservada para o fim. Após discursos e bandeiras hasteadas, no abre e fecha rolo luminoso, todos se perguntavam - "Cadê a pira?" A chama olímpica já na oitava e última mão - "Onde estará a pira?!" Então o atleta-acrobata foi suspenso no ar, correu espaço acima, atrás de suas pegadas aéreas vimos pessoas de todas as etnias e crenças que formaram uma nação, todas as descobertas registradas no último rolo do papel-luz da grande história chinesa para alcançar a até então camuflada estrutura da boca... do Dragão!
Tinê Soares – 08/08/2008

Affonso Romano de Sant'Anna na OAB-MG


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Ilustração: "Arma com rolha"

8.8.08

A volta do filósofo Sandaum


Para quem não sabe ou esqueceu, o filósofo Sandaum é nosso trocadilhista, vive na praia, onde fiscaliza atentamente a natureza. Sabe sempre qual é a onda. Falou?