31.7.09

Ilustracão : O homem das rosas do Leblon


Esta ilustrou uma bela crônica de Heloisa Seixas. Nos anos 80, muitas vezes vi este homem das rosas no Leblon. Sempre com um sorriso nos lábios ele vendia suas rosas em restaurantes. Tinha uma frase que ele usava no seu comércio florido que me esqueci...acho que era mais ou menos assim : - Uma rosa para uma bela dama...

Dica do Gerdal: Kiko Continentino no Santo Scenarium: pianista entra hoje na casa dos "enta" com show comemorativo


Repasso, abaixo, informação sobre show de aniversário do talentoso pianista, compositor e arranjador Kiko Continentino nesta sexta-feira, 31 de julho, às 20h30, no Santo Scenarium. Tocando na banda de Milton Nascimento, com outros músicos ou voltado para projetos pessoais, Kiko sempre imprime uma marca de excelência no que faz, já admirado como músico de músicos. A esse, também pela pessoa que é, continental Continentino os meus votos de saúde, inspiração e prosperidade.
Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.

KIKO CONTINENTINO 40 anos > LAPA > Sto. Scenarium > 31 de Julho > sexta-feira > 20:30hs
Pianista, arranjador e compositor mineiro (integrante da banda de Milton Nascimento há mais de 12 anos), KIKO CONTINENTINO comemora seus 40 anos de idade - quase 25 como músico profissional.
Liderando um trio composto por Jefferson Lescovich (contrabaixo) e Victor Bertrami (bateria), Continentino recebe amigos ilustres numa noite que promete canjas especiais.
DATA: 31 de Julho de 2009, sexta-feira
HORÁRIO: 20:30hs
LOCAL: Santo Scenarium - Rua do Lavradio, 36 - Lapa
QUANTO: COUVERT a R$8,00
INFORMAÇÕES: (21) 3147-9007


Recomenda-se ligar com antecedência para reservar um bom lugar.

Algumas presenças confirmadas: Mauro Senise, Leo Amuedo, Paulo Russo, Milton Nascimento, Jane Duboc, Lucynha, Marco Lobo, Paulinho Guitarra, Jessé Sadoc, Mark Lambert, Joca Perpignan, Gastão Villeroy, Roberto Alemão e Juliano Cândido.

Participações inusitadas também podem acontecer, num clima festivo de jam session, mesmo que o pianista dê ênfase a composições autorais. Por questão de espaço, recomenda-se que as reservas sejam feitas antecipadamente.

SANTO SCENARIUM: LAPA, Rio de Janeiro - R. do Lavradio, 36 - Rio Antigo
Quarteirão cultural e gastronômico
COUVERT: 8,00
RESERVAS: 3147-9007

30.7.09

Boletim Técnico do Senac volume 35 de Janeiro/Abril



Com capa do artista gráfico Luiz Agner, está na praça uma revista com textos fundamentais sobre educação profissional.
Este blogueiro que vos fala tem uma ilustração nessa revista - a que está ao lado da capa.

19.7.09

Aviso aos Navegantes


Queridos amigos navegantes, este blogue vai entrar num (espero) pequeno recesso técnico.
Vou aproveitar que os amigos estão gozando suas merecidas férias e vou resolver uns problemas inadiáveis. Mas não esqueçam desse micro espaço da vasta web, se der posto alguma coisa logo logo. Vai depender da lei da gravidade.
Muito grato pela atenção dispensada e boa sorte para todos.
(NR: enquanto vou ali e volto, escutem a versão de Billie Jean interpretada por Chris Cornell clicando no link que vou postar aqui http://www.digestivocultural.com/blog/post.asp?codigo=2421)

Caricaturas que eu fiz: Camões, ora pois, pois...

18.7.09

Dica do Gerdal : Billy Blanco, neste sábado, no Leblon - um viva ao nosso samba com uma figura patrimonial da MPB


"Lá vem ela num sorriso lindo, lindo/perguntar o que eu preciso/como vou indo/serve um lanche/e ainda pergunta se estou satisfeito/estou, mas quero tudo a que tenho direito/tanta graça, tanta arte/isso é miragem/pena que não faça parte da passagem/com essa flor a bordo/eu confesso então/que é bobagem medo de avião/é bobagem medo de avião..." Tema de um comercial da Vasp (disponível pelo YouTube) veiculado em 1976, na voz do cantor Dick Farney, que fora casado com uma dessas profissionais do ar, o "sambossa" "Aeromoça", de Billy Blanco, é, no conjunto da obra homogeneamente expressiva desse paraense, assim como "Camelô", "Nouveau-Riche", "A Banca do Distinto" e "Feiura Não É Nada", reflexo da capacidade notável que ele tem de descrever tipos urbanos e fotografar ambientes e situações - "Estatuto de Boate" e "Estatuto de Gafieira" - em letras a que não faltam pitadas de ironia e mordacidade. Hábil no uso a um só tempo crítico e gracioso da palavra, a serviço da sua aguda percepção de fatos, William Blanco Abrunhosa Trindade, na certidão de nascimento, também bebeu da fonte romântica para criar, por exemplo, com Nilo Queiroz ("Encontro com a Saudade"), Baden Powell ("Samba Triste") e Tom Jobim ("Correnteza") joias lapidares. Arquiteto diplomado pela mesma faculdade onde quase teria um desistente Tom Jobim, futuro parceiro na música, como colega de especialização, faria ainda com o nosso maestro soberano, por exemplo, o samba "Teresa da Praia" e a "Sinfonia do Rio de Janeiro", gravada originalmente em 1954. Aparentemente sisudo no palco, entretendo, à maneira do pioneiro Buster Keaton no cinema americano - isto é, sem sorrir - plateias com suas tiradas e histórias engraçadas, o patrimonial Billy estará logo mais, no bar São Roque, no finalzinho do Leblon ("flyer" acima), às 21h, fazendo um show, com produção da cantora Amanda Bravo, o qual, no caso dele, é sempre um reencontro especular da MPB com uma fração exemplar da sua melhor produção, especialmente no que ela tem de observação inteligente e irreverente da realidade macro do país. Aos 85 anos, ainda de pé, cantando e levando a carreira avante até onde, como diz, em outra de suas "boutades", a bengala o ajudar. Viva nosso samba!
Um bom fim de semana a todos. Muito grato pela atenção à dica.

Cartum: Até o gênio!!!


(Clique em cima da imagem para ampliar e ver melhor)

17.7.09

Homenagem : Billie Holiday - Hoje faz 50 anos que ela morreu



(Publiquei esse post em 22 de setembro de 2007 no começo deste blogue. Nunca imaginaria que os EUA elegeriam um homem negro para a Presidência. Foi uma lição para o mundo, uma lição de esperança. Billie Holiday, uma maravilha que viveu nesse planetinha azul um dia cantou contra o racismo e Stange Fruit é sua composição mais forte - um declarado grito contra a intolerância -vale a pena ler de novo o antigo post que a homenageia nesse dia em que se relembra os 50 anos de sua morte -e ler a letra de Strange Fruit)

Lady Day conta como essa música terrível e maravilhosa nasceu em "Lady Sings the Blues- uma autobiografia"(Editora Brasiliense):
"Foi durante a minha passagem pelo Café Society que uma canção nasceu, tornando-se o meu protesto pessoal-"Strange Fruit". O embrião da canção estava num poema escrito por Lewis Allen. Eu o conheci no Café Society. Quando ele me mostrou o poema, fiquei logo impressionada. Parecia falar das coisas que mataram meu pai. (N.R: O pai de Billie Holiday , Clarence , morreu depois de sofrer o diabo por causa de sua cor na cidade de Dallas, Texas. Ele tinha uma espécie rara de pneumonia e perambulou de hospital em hospital sem que nenhum deles o aceitasse. Encontrou um lugar no hospital de veteranos do Exército, mas aí já era tarde e ele viveu seus últimos momentos numa enfermaria especial para os negros(Jim crwow ward),onde morreu depois de uma hemorragia).
Allen também tinha ouvido falar sobre como meu pai morrera e, naturalmente, estava interessado na minha voz. Ele sugeriu que Sonny White, que já tinha tocado comigo, e eu mesma, transformássemos aquilo em música. Então nós três nos juntamos e fizemos o trabalho em três semanas. Tive também a ajuda de Danny Mendelsohn, outro compositor que havia feito alguns arranjos para mim. Ele me ajudou a arranjar a canção e a ensaiá-la pacientemente. Trabalhei pra diabo naquilo, pois nunca tinha certeza se conseguiria transmitir tudo o que sentia, muito menos para uma platéia chique de night club.
Morria de medo que as pessoas a detestassem. A primeira vez que a cantei, achei que tinha sido um erro e que tinha razão em ter medo. Não se ouviu um único aplauso quando terminei. Então uma pessoa começou a bater palmas timidamente. E, de repente, todos aplaudiram.
Depois de algum tempo a canção pegou e as pessoas começaram a pedí-la. A versão que gravei para a Commodore tornou-se meu disco mais vendido. Acho que ela ainda me deprime toda vez que canto. Me lembra como meu pai morreu. Mas tenho que continuar a cantá-la, não só porque as pessoas pedem, mas porque vinte anos depois da morte de papai, as coisas que o mataram continuam a acontecer no Sul.
Com o passar dos anos, tive uma série de experiências horríveis por causa dessa canção. Era uma forma de separar as pessoas normais das quadradas, e das estropiadas. Numa noite em Los Angeles, uma vagabunda levantou-se no clube onde eu estava cantando e disse:- "Billie, por que você não canta aquela canção sexy que te fez famosa? Você sabe, aquela sobre corpos nus balançando nas árvores".
A canção fala de uma estranha forma de tratar os homens negros no Sul, de corpos nus de homens negros pendurados em árvores, as frutas estranhas do ódio racista. E esse ódio voltou a se manifestar recentemente nos EUA. É a chaga aberta pela infame escravidão , tantas vidas perdidas pela estupidez de tentar impor a idéia de uma raça e além dela, uma raça superior. Em Baltimore, cidade de Billie, em 1984 uns cães ferozes impediram que uma estátua de Lady Day figurasse numa praça.
Bem , chega! Vamos à letra:

Strange Fruit
Southern trees bear strange fruit,
Blood on the leaves and blood at the root,
Black bodies swinging in the southern breeze,
Strange fruit hanging from the poplar trees.
Pastoral scene of the gallant south,
The bulging eyes and the twisted mouth,
Scent of magnolias, sweet and fresh,
Then the sudden smell of burning flesh.
Here is fruit for the crows to pluck,
For the rain to gather, for the wind to suck,
For the sun to rot, for the trees to drop,
Here is a strange and bitter crop.

Dica do Gerdal : O pianista Ricardo Leão lança CD com temas clássicos de filmes- e a "Cinematecla do MAN" está em cartaz, hoje, na Sala Baden Powell


Nascido e criado no Rio de Janeiro, dirijo-me, vez por outra, a requietas paragens interioranas para um tão necessário "unplugged" do dia a dia agitado e estressante que um cidadão comum - assalariado, no meu caso - experimenta numa megalópole como a carioca. Nelas, à luz do sol ou à sombra dos laranjais, sem o sobressalto amiudado do "perdeu!", gosto de exercitar o prazer do descompromisso, da caminhada errática, sem o jugo da hora marcada, admirando a paisagem - uma montanha, um rio, um voo de pássaro, uma ponte...-, por vezes acomodado naquele acolhedor banco de praça perto da matriz e sempre acompanhado da boa música popular produzida por talentos de todos os quadrantes deste país. Escrevo isso para destacar uma dessas minhas horas de "flâneur", quando, percorrendo ruas tranquilas da paulista Bananal, berço do saudoso e admirável compositor Pedro Caetano, pude experimentar uma emoção estética, de beleza e significado intimamente intensos, ao ouvir o disco autoral "Idas e Vindas", do pianista e arranjador Ricardo Leão - que ainda não conheço pessoalmente -, sobretudo a faixa de abertura, o belíssimo baião "Macambira". Embora a boa música, sobretudo a nossa, que considero a mais atraente e rica do mundo, sempre me sensibilize, canceriano que sou, e me leve a estar de bem com a vida, ouvir "Macambira" foi um desses momentos que temos a sós, mesmo eventualmente rodeado de gente, que ficam conosco, na nossa lembrança e na nossa alma, como um tesouro imaterial bem guardado. Um tipo de emoção que, nesse particular, até mesmo se renova, de outros modos, em audições posteriores.
Sobre o goianiense Ricardo Leão, compositor de assinatura associada à feitura de trilhas laureadas para o teatro, o cinema e a tevê, repasso, acima o "flyer" e abaixo a informação recebida acerca do show que fará hoje, 17 de julho, às 20h30, na Sala Baden Powell, para divulgar o recém-lançado CD "Cinematecla", no qual o histórico bossa-novista Roberto Menescal marcará presença em participação especial. Certamente um disco produzido com o mesmo esmero, sensibilidade e competência do anterior, que, na simplicidade e serenidade daquele sábado à tarde vivido em Bananal, me provocou um encantamento "à la Satchmo". "And I said to myself: What a wonderful world."
Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
***
RICARDO LEÃO - CINEMATECLA
Ricardo Leão (piano) / Zé Canuto (sax e flauta) / André Rodrigues (baixo
acústico) / Cacá Colón (bateria)
Participações Especiais: ROBERTO MENESCAL e DANIEL BOAVENTURA
SALA BADEN POWELL
Av. N. Sra. Copacabana , 360 - Copacabana - (21) 2548-0421
DATA: 17 de Julho - Sexta-Feira `as 20h30 . Ingressos: R$ 20

www.deliramusica.com
***
O cinema absorveu a música, assim como a escrita e a fotografia, e
transformou seus quadros em poesia sublime. Pelas mãos de Fellini e Nino
Rota, Jewison e Michel Legrand, Wise e Rodgers, Cacá Diegues e Chico
Buarque, Tornatore e Morricone, contou a história inesquecível da
existência do homem de forma absolutamente única e eterna.
Cinematecla, o projeto do premiado pianista, arranjador e compositor
Ricardo Leão, traz, mais do que brilhante música, o olhar do músico sobre
a música produzida pelo cinema; um olhar e uma leitura que transformam a
cena em canção e a história em poema.
Com participações dos solistas Ricardo Silveira, Roberto Menescal, Wagner
Tiso, Nivaldo Ornelas, Marcelo Caldi e Zé Canuto, Ricardo constrói a sua
cinemateca pelas teclas do piano e atravessa os séculos de cinema
homenageando seus compositores, dirigindo um filme épico para nossos
ouvidos.


"O cinema, entre todas as qualidades artísticas, tem uma que eu acho
fundamental que é a presença da música. Nada como tê-la como companhia em
uma sala escura embalando belas histórias. Ao longo do tempo, o cinema
criou um enorme arquivo de composições e orquestrações desenvolvidas por
grandes músicos em todo o mundo que pautaram e pautam todos nós. Este belo
CD do meu amigo Ricardo Leão, que eu tive o prazer de participar, é a
prova de que continuamos este legado tão importante de criação. Ouçam, se
emocionem, se divirtam e curtam a memória dos bons momentos que estas
músicas nos trazem
."
(Wagner Tiso)

Ricardo Leão, com "Cinematecla" chega ao seu sétimo trabalho solo.
Participam do disco também André Vasconcelos (baixo), Cacá Colón (bateria)
e André Siqueira (percussão).
Ricardo é produtor musical da TV Globo e compõe trilhas para teatro e cinema.
Atualmente é Produtor Musical do programa Som Brasil e TV Xuxa e um dos
Compositores da Trilha Incidental da novela das 7, Caras e Bocas
Faz a direção musical do novo DVD de Margareth Menezes e também dirige o
trabalho do cantor Daniel Boaventura.
É sócio-fundador da Musimagem Brasil - Associação Brasileira de
Compositores de Música para Audiovisual, a quem dedica este disco, também
dedicado a seu mestre Dario Galante.

Do fundo do baú - Ilustração : "Bombadão"

16.7.09

Roberto Piva: a vida iluminada pelo verbo


(Roberto Piva, grande poeta brasiliano foi meu contemporâneo na Escola de Sociologia e Política de São Paulo - Me lembro bem de sua figura agitada falando de Nietzsche, política e poesia, uma figuraça! Quando vi esta entrevista feita por Marco Vasques(*) no bravo site ViaPolítica, editado pelo meu querido amigo Omar L. de Barros Filho e por Sylvia Bojunga, não tive dúvidas, solicitei autorização para republicar aqui)

Roberto Piva é uma das figuras centrais da poesia brasileira. Em torno de 1960 um grupo de poetas amigos (Claudio Willer, Rodrigo de Haro, Bicelli, Sérgio Lima, De Franceschi e Roberto Piva) se reunia para ler poemas, ouvir música… Esse grupo provocou uma releitura do modernismo, a reafirmação do surrealismo e, sobretudo, introduziu a beat generation nas rodas literárias brasileiras. Roberto Piva é uma das figuras centrais desse grupo e acaba de ter sua obra completa reunida e publicada pela editora Globo em três volumes: Um estrangeiro na legião (2005), Mala na mão & asas pretas (2006) e Estranhos sinais de Saturno (2008).
Após uma negociação iniciada pelo amigo e poeta Claudio Willer chego na residência de Roberto Piva, no bairro Santa Cecília, São Paulo, para entrevistá-lo. Já na entrada ele mostra um carimbo com o gavião de penacho. E diz: “O Oswald de Andrade, no Manifesto da poesia pau-brasil, disse que esquecemos o gavião de penacho, eu não esqueci, aqui está o meu”. Fala certeira! Com mais de 70 anos e uma briga árdua contra o mal de Parkinson, Roberto Piva continua um poeta de personalidade e agressiva. Nesta entrevista ele nos fala um pouco sobre sua trajetória, sobre poesia, xamanismo, literatura, política.

P – Fale um pouco sobre o grupo dos anos 1960. Você, Rodrigo de Haro, Claudio Willer...
RP – Nós éramos um grupo de amigos. O nosso grande trunfo era a leitura. Líamos muito. O Oswald de Andrade, no “Manifesto da poesia pau-brasil”, diz que esquecemos o gavião de penachos. Eu não esqueci, fiz um carimbo em que coloco o gavião de penacho. Eu não esqueci. Voltando ao encontro que tivemos naquela década, posso dizer que foi um encontro muito proveitoso, muito rico em farras, em leituras, em trocas de experiências, de bibliografias, de discos. Eu, por exemplo, ouvia muito jazz, ainda ouço. Então trocávamos todo tipo de informação. Aproveitávamos o saber do outro. Esse é um grupo, podemos dizer assim, que enriqueceu pela troca, pelo apreço ao outro e pelo apreço exacerbado à vida. Vivíamos intensamente. Foi uma belíssima junção de pessoas de espírito de escrever diferente, mas que congregaram a partilha da poesia.

P – Vocês fizeram uma releitura do modernismo brasileiro e trouxeram o surrealismo para o centro da discussão poética.
RP – O surrealismo está presente em toda a minha obra. A linha mestra da minha poesia passa pelo surrealismo, contudo não podemos esquecer do futurismo italiano e do futurismo português, sobretudo Fernando Pessoa, Sá-Carneiro e Almada Negreiros.

P – Seus dois primeiros livros, Paranóia e Piazza, já apontam um poeta maduro. O mesmo ocorre com o Willer de Jardins das provocações e do Rodrigo de Haro de Amigo da labareda. Contudo, nos últimos anos é que vocês vêm recebendo uma melhor acolhida da crítica e das gerações de novos poetas.
RP – Octavio Paz já disse que a poesia é uma arte minoritária. E nesse sentido a força do que escrevíamos atingiu porque tem dinamite própria. Nunca fizemos concessões. Tínhamos como referência, além dos surrealistas que você já apontou, a Beat Generation que nos marcou profundamente tanto pela poesia ácida e voraz quanto pela atitude em relação ao mundo da experiência.

P – No livro Ciclone você diz que “os poetas têm que deixar de ser brocha para ser bruxos”. Qual o real significado desse trocadilho?
RP – É a minha rechaça ao racionalismo absoluto que se instituiu na poesia brasileira. Tem poeta que disputa o título de mais racional, pode? Veja o que o Pasolini nos diz sobre isso:

Grido, nel cielo dove dondolò la mia culla:
Nessuno dei problemi degli anni cinquanta
Mi importa più! Tradisco i lividi
Moralisti che hanno fatto del socialismo um cattolicesimo
Ugualmente noioso! Ah, ah, la provincia impegnata!
Ah, ah, la gara a essere uno più poeta razionale dell’altro!
La droga, per professori poveri, dell’ideologia!
Abiuro dal Ridicolo decennio.


Ou seja:

Grito no céu onde embalou o meu berço:
Nenhum dos problemas dos anos cinqüenta
Me importa mais! Traio os lívidos
Moralistas que fizeram do socialismo um catolicismo
Igualmente tedioso! Ah, ah, a província empenhada!
Ah, ah, a competição para ser o poeta mais racional que o outro!
A droga para os professores pobres da ideologia!
Renego o ridículo do decênio.


Sou aquele que bebeu em Rimbaud, Artaud e Blake. Quero dizer que bebi do delírio do verbo de cada um para estremecer a estrutura da minha própria poesia. George Bataille também alerta sobre o lugar de onde vem a verdadeira poesia: “a verdadeira poesia se encontra fora das leis”.

P – Podemos voltar à questão dos poetas bruxos X brochas?
RP – Nós, por exemplo, somos bruxos e não brochas. Você falava há pouco sobre o nosso grupo. Aquele foi um momento muito forte da poesia e da literatura. Os bruxos estão soltos aí.

P – Embora o misticismo esteja presente em outros livros seus, é em Ciclone que o Piva místico mais se revela.
RP – Ciclone é um livro que me impressionou porque, depois que eu publiquei, começaram a existir ciclones em algumas partes do Brasil. Parece que a poesia se fez profecia e saiu do livro para devastar a terra. Essa desordem chegou mesmo a me apavorar. Mas você tem razão, porque nesse livro está o pacto da minha experiência com o xamanismo. Eu estudei muito o xamanismo e vivenciei experiências xamânicas. Eu fiz parte de grupo junguianos. Eles, inspirados em mim, organizaram a Fundação Paz Geia, da Carminha Levy. Fiz parte de outros grupos também e ainda fundei um grupo só para mim. No meu último livro Estranhos Sinais de Saturno, eu começo com a seguinte epígrafe: “Xamãs de todo o mundo, espalhem-se”.

P – Como você definiria um bom poeta? O que um bom poema tem que ter?
RP – Um bom poema só vai ser bom se aliar emoção à poesia vivida. O Vinícius de Moraes já dizia que “nenhuma concessão à poesia não vivida”. “A poesia é subversão do corpo”, diz Octavio Paz. Então um bom poeta é aquele que ilumina a vida via verbo.

P – Sua poética reflete essa visão da poesia vivida. Há de algum modo a busca por trazer para o poema a primeira pessoa singular, o “eu” poético.
RP – A poesia na primeira pessoa do singular é uma influência do Whitman, do surrealismo e da Beat Generation. Eu tinha uma tia que morava nos Estados Unidos. Então eu mandava uma carta com o nome de alguns livros e ela me enviava. Eu pedia também discos do Miles Davis, do Coltrane. O surrealismo é de uma importância fundamental para o nosso grupo. O surrealismo é tão importante para história da literatura que o Octavio Paz, antes de ganhar o Nobel, declarou na ONU que o século não será conhecido como o século do marxismo, mas como o do surrealismo.

P – Graciliano Ramos disse que todo escritor acaba escrevendo sobre si mesmo. É assim com você?
RP – Claro, essa era a visão do Nietzsche também. Todo mundo no fundo está escrevendo sua própria biografia. Vai e volta e ele acaba caindo no imenso poço que é a existência. Minha obra é, sim, o meu espelho.

P – Por que tanta bronca com o socialismo?
RP – Sou monarquista desde 1958.

P – Mas o que o incomoda tanto no socialismo?
RP – Incomoda o fato de ele ter se transformado num catolicismo tedioso, repetindo Pasolini. Como isso não me atrai nem um pouco, eu pesquiso outras realidades políticas.

P – O que o atrai tanto no monarquismo?
RP – Na monarquia me atrai a extrema hierarquização da cúpula, porque ela permite a maior anarquia das bases.

P – A editora Globo acaba de reunir a sua obra completa em três volumes. Como você recebe a acolhida?
RP – Eu mereço. Afinal de contas estou na batalha, na guerrilha poética, faz muitas décadas. Eu recebo a acolhida como uma consequência natural do meu trabalho.

P – Você ainda se comunica com muitos poetas daquele grupo de 1960?
RP – Eu falo muito com o Claudio Willer e com o conde de Haro, por telefone. Temos muitas lembranças daquela época. Eu conheci pessoas brilhantes naquele período, pessoas excepcionais. Uns morreram. Outros desapareceram. Nós estamos firmes.

P – Se você tivesse que escrever uma carta a um jovem poeta à maneira de Rilke, o que diria a ele?
RP – Tenho muita coisa a dizer, seria necessário muito tempo. Simplificando: leiam Blake, Álvaro de Campos, os futuristas, os surrealistas, Artaud bastante Artaud. Porque Artaud seguiu à risca a proposição do Rimbaud de que um poeta se torna vidente. Ele foi um verdadeiro bruxo, um vidente. Ele fez um longo e sistemático desregramento de todos os sentidos.

P – Quais os novos poetas que você lê e recomenda?
RP – A poesia brasileira é muito promissora e múltipla. Posso falar apenas por aqueles que acompanho. Sérgio Cohn, Danilo Monteiro...

P – Você gostaria de dizer algo mais?
RP – Quero agradecer a tua vinda aqui a São Paulo. O teu Estado vive uns momentos difíceis, catastróficos [enchente de novembro de 2008, em Santa Catarina]. Espero que o povo catarinense possa se reerguer e que depois mergulhe na poesia. Estou grato pelo teu interesse pela minha poesia. Espero que possamos nos encontrar outras vezes. Eu estou fora de forma, pois o mal de Parkinson me afeta mais em alguns dias do que em outros.
28/6/2009
Fonte: ViaPolítica/Revista Agulha
URL: http://www.revista.agulha.nom.br/ag69piva.htm
(*)Marco Vasques (Brasil, 1975). Poeta, crítico de poesia. Autor de Elegias Urbanas (2005) e Diálogos com a literatura brasileira – volumes I e II (entrevistas, 2004/2007).
Contato: vasques@sol.sc.gov.br

Caricaturas que eu fiz: Orson Welles

15.7.09

Minha vizinha chavista detona tudo


Minha vizinha chavista que andava meio sumida, voltou de Honduras faz alguns dias. E retornou com a corda toda. Disse que esteve lá infiltrada , como agente do movimento bolivariano, depois que foi aplicado o tal do golpe de Estado, que até agora não se resolveu.
- Eu estava em missão secreta.
Ela me confidenciou que na verdade, o golpe era igual a uísque paraguaio, falso que ele só! Andou conversando intimamente com cabos , sargentos e alguns oficiais e se inteirou de que nenhum deles sabia muito bem que golpe tinha dado.
- Uns afirmavam que era de direita, outros de esquerda, teve graduado que disse até que o golpe era de centro. Uma bagunça danada! Faltou um manual, meu filho. Eles tinham a receita pela metade. O golpe solou!
- Não existem mais golpes como antigamente. Bote lá nos seus "grogues
".(ela quer dizer blogues).
- Como o companheiro Zelaya contou muita bravata, mas demorou demais para voltar, caí fora antes que fosse descoberta.
Pensei em dar uma passadinha na Argentina, para aprender os segredos da "chapinha" que faz o cabelo da Cristina (Kirchner) ficar lisinho e solto daquele jeito e aproveitar o câmbio para compar a calle Florida, mas fiquei com medo de pegar uma gripe suína pelos focinhos, então baixei direto na linha vermelha, que para variar estava interditada devido a um forte tiroteio, segundo fontes oficiais - isto é dois simpáticos PMs que mandaram a gente se arrancar de ré mesmo. O motorista tava tão acostumado que, calmamente me contou o drama do Romário e o tal do problema da pensão alimentícia - enquanto balas procuravam endereços e só não nos atingiram porque não tinham o CEP do táxi.
-Engraçado né,
(ela me disse pelo interfone) um dia é na linha vermelha, outro dia na linha amarela, eu acho é que tá faltando linha nesses tiroteios!? Um fluxograma, um planejamento. A bandidagem precisa urgente de um choque de gestão. Onde já se viu, não pouparam nem Copacabana , nem o Leme. Todo dia tem tiro no cartão postal do Rio! Onde é que vamos parar?
Falou que o taxista, que também era expert em desastres aéreos e segurança privada contou a ela que na rua Coelho Neto, no Flamengo, tem um prédio que instalou uma sirene, que toca toda madrugada quando algum assaltante ameaça não pagar o condomínio e se apropriar do alheio. Disse que a idéia contaminou o bairro e outros síndicos gostaram tanto do sistema que vão instalar sirenes nos seus respectivos prédios. Pensam até em organizar um festival, com patrocínio da associação dos ladrões do Flamengo e adjacências.
- O pessoal da Tijuca também quer entrar nessa e até estão reivindicando junto ao Google, para essa empresa bolar um "Googlemap-anti- assault", para fornecer aos incautos que por lá trafegam...Vai ser fácil, o usuário pega o computador e consulta o "Googlemap-a- assault" antes de sair de casa para ver como está a Conde de Bonfim, a Praça da Bandeira, a Saenz Pena. Se estiver tudo calmo por lá, sai de casa. Senão, procura outro bairro ou entra debaixo do edredom.
- Sem sacanagem, o movimento de Honduras é pinto perto do que aconteceu aqui na minha ausência foi uma verdadeira Revolução! Até o Vasco está ganhando os jogos que disputa! Obina no Palmeiras fazendo gols! Dunga sendo consagrado como técnico! Rubinho Barrichelo reclamando do pessoal da Brawn!
E começou a enumerar as mudanças:
- Mudou o comandante da PM que é formado em filosofia... o Justus e a Eliana foram para o SBT. O Gugu, que era o herdeiro natural do Sílvio foi para a Record. O SBT contra-atacou e teve até a contratação de roteiristas, entre ele Tiago Santiago que escreveu a inacreditável novela " Os Mutantes" - aquela que tinha até dinossauros e é uma apropriação, digamos antropofágica da série Heroes e do filme X-Men , sem o Wolverine, é claro
. E aí fez uma ressalva: - Aqui não tem um homem como Hugh Jackman! Então, ao final da frase deu um longo e tenebroso suspiro e continuou:
- A Iris também, com seus talentos sobejos, resolveu reescrever mais uma novela- agora remexeu no baú da Janete Clair e descobriu quem está por trás daquela anúncio:"Vende-se Um Véu de Noiva" que é uma novela de rádio.(Íris é a Sra.Abravanel - mulher de Sílvio Santos. Minha vizinha chavista tem por hábito falar de celebridades chamando-as pelo pelo primeiro nome- é bom irem se acostumando).
- Imagine só, até o Luxemburgo, o Muricy e o Parreira perderam seus empregos!
Por que você não vai procurar emprego lá no Palmeiras como técnico, ou na Record? Lá tem vaga para roteirista. O Tiago Santiago também é sociólogo. Tu também não és, meu filho? Tudo a ver! Ou então bota uma gravata e se apresenta para a vaga de diretor de programação. Aproveita e dá uma reformatada naquela "Fazenda". Ela ganhou da Globo no domingo passado durante 30 minutos, quando ocorreu a eliminação da Luciele di Camargo, mas aquilo precisa ficar mais agitado. Dá uma maracujina pro Theo Becker e bota ele de novo no meio da peãozada, o cara é um show. Vi uns vídeos dele andando pelado pela casa grande, falando sozinho, pedindo para a Andressa voltar pra ele. Tem mais: manda aquela menina, a cantora Danni Carlos tomar um banho de vez em quando e mostrar o "corpicho". Os velhinhos brizolistas da Praça do dominó estão curiosíssimos para ver o que ela esconde atrás daquela capa? Ah! E leve uns analgésicos e anti-términcos pra Mirella e pra Sambambaia porque elas, ao contrário da outra, que economiza água, vivem embaixo do chuveiro. Vá gostar de tomar banho na Conchinchina! Essas meninas vão acabar pegando uma gripe ou ficarão com a pele ressecada. Leve muito creme hidratante também e umas Playboys pros meninos que parecem que estão precisados...
Senão arranja um crachá da Record e passa na frente do SBT, o contrato é certo...a grade deles é tão grande! Quem sabe não te botam no lugar daqueles seriados que eles estão cansados de reprisar. Não passe perto do Boninho que ele te tranca num daqueles galpões do Projac e você vai ter que comer barata para arrumar uns trocados para pegar a condução de volta!

Aí mudou de assunto:
- Meu Deus, como o Brasil gosta de ver gente se abraçando, Erasmo abraçando Roberto, Roberto abraçando Erasmo, até o Lula anda abraçando o Collor! O Presidente está tão bem com a vida que resolveu entrar numa de perdoar... O coitado do Sarney, é que tá levando bordoada adoidado. Só porque apoia o nosso grande líder , o sapo barbudo. Esse pessoal do tucanato e do demonato quer mexer com a Petrobrás. Vão acabar se sujando com o petróleo que é nosso e ninguém tasca!
Foi triste ver o FHC comemorar sozinho o aniversário do Real...esqueceu do Itamar. Que topete! E O Mangabeira Unger que saiu do governo e não perdeu o sotaque americano, continua achando que está nos EUA, e foi ministro do Governo Obama? Falando nisso o Yes, We Can deve ter levado uma bela bronca da Michele por causa daquela inocente mirada no derrière da menina brasileira. Agora, quem ficou vidrado mesmo foi o Sarkô, que até dobrou o pescoço, vi tudo na internet.
Sobre o Michael Jackson nem quero falar, acho que você disse tudo nos seus "grogues". Foi de Neverland para o Nevermore junto com o corvo do Alan Poe.
Curto mesmo é o velho Joe e a Latoya. O velho Joe apareceu no Fantástico com um mágico chamado Majestic, arrancaram 5 mil e 500 dólares de um repórter inglês desavisado para agendar uma entrevista e o velho Joe não deu entrevista coisa nenhuma e ainda por cima estava mascando chiclete no funeral do filho. Latoya diz que Jacko foi assassinado e logo em seguida anuncia que vai lançar um CD em sua homenagem. Só faltou anunciar que que quer também vender um Chrysler 1999 e dois terreninhos na praia de Malibu. E a Prefeitura de LA que pagou o mico de mais de 1 milhão de dólares para bancar a cerimônia do funeral. Tá parecendo a Prefeitura do Rio que ainda não fez o ato fúnebre porque parou de enterrar dinheiro na tal da Cidade da Música e o atual Prefeito, que não é bobo e não tá nem aí para Jacarepaguá só pensa no cais do Porto. Vai enterrar dinheiro na água. Peraí, quem pensa em cais é marinheiro de viagem longa, pra pular do navio e correr pros inferninhos da Praça Mauá....Turista quer mesmo ver é Copacabana, Pão de Açúcar, Cristo Redentor, Lagoa Rodrigo de Freitas!!!

-E a novela das 8, digo das 9 ( O Caminho das Índias) ? Perguntei.
-Pra mim, o Bahuan vai acabar casando com o Raj, uma hora dessas vão rolar no carpete e o tal do Dr. Lucas vai adotar também o filho da Maya. Nunca vi um homem tão louco para adotar uma criança. Quase que dispensa a mãe e fica com o pimpolho! Maya vai ficar solteira ( nunca mais vai acreditar em homem) e vai montar um call- center na Barra com sotaque indiano junto com a Yvone para apanhar otários e tirar as calças deles. Opash vai deixar Indira arrastando o sari no mercadão de São Paulo, e vai fugir com a Vera Fischer para o Som & Fúria que está sensacional com o ex dela retornando em grande estilo. Gopal casa com Raul e organizam uma sauna no Rajastão. A propósito: acho que a eletricidade não chegou ao Rajastão, pois eles vivem ainda no tempo das "lamparinas do juízo". O Chacha e aquela velha ranzinza da Lacsmi vão se jogar na fogueira de São João em Varanasi. Shankar vai entrar numa de sair nos Filhos de Gandhi junto com Tarso que na Bahia vai pirar de vez e virar compositor popular de muito sucesso. O Dr. Castanho vai se corresponder com o ator americano que faz o Monk para aprender novidades sobre o TOC. Norminha vai terminar seus dias num convento perto de uma feira, junto com as freiras. O Abel vai virar General na Legião Estrangeira...Essa novela é uma zorra mesmo!
Bem, vou desligar que estou com a língua cansada de falar mal dos outros. Vai por mim, corre lá pra Record e apresenta um roteiro de uma novela que junte ETs de Varginha , mula sem cabeça, coelhinho da Páscoa, Amy Winehouse e Prince que você vai estourar no norte!

E aí desligou na minha cara.


Então, o que fazer? Só sobrou você caro leitor:
Que tal a minha idéia para a abertura da novela. Leia abaixo:

1- Uma nave espacial desce na Urca no meio de uma rave,. Ao mesmo tempo, de um morro do Rio, um narcotraficante da novela "Poder Paralelo" tenta derrubar o OVNI com um lança- míssil coreano quando chega o Bope e o bicho pega com um festival de balas traçantes. Corta e esfola!

2- O míssil coreano bate na nave e cai no mar e explode fazendo uma chuva de peixes invadir a pista da rave

3- Cena interna da Nave: Um ET fala para o outro: É ruim hein!!! (em linguagem marciana)

3- Cena externa: Na rave, todo mundo louco. O pessoal acha que a nave extraterrestre faz parte da produção e todo mundo começa a girar seguindo aqueles ruídos do filme do Spilberg. Pim pó pó pó...Pim, pó pó póo póooo...

4- Um ET desce da nave e é aplaudido de pé, ele não se aguenta e começa a dançar e faz os passos do "moonwalker"... O DJ tasca uma música do Prince e um sósia dele cai com uma moto no meio da multidão em exctasy...
Bem, vou parar por aqui senão alguém pode copiar minha idéia.
Bispo, me aguarde, que eu tô chegando! Faltam só 20 laudas...

Dica do Gerdal: "Niver" de Marianna Leporace é motivo de agradável festa-show, hoje, no Espaço Rio Carioca


Seja participando do Folia de Três - com Cacala Carvalho e Eliane Tassis -; dividindo discos e palcos com o saudoso violonista Willians Pereira, a pianista Sheila Zagury ou o craque Celso Viáfora, um dos maiores compositores do asfalto paulistano na atualidade, por exemplo, ou fazendo um caprichado tributo a Baden Powell em CD solo, a cantora Marianna Leporace é sempre motivo de grata audição da nossa música popular, uma dama que, ademais, tem elevado astral e esbanja simpatia e comunicabilidade por onde passa. Desde pequenina, aliás, predestinada ao exercício musical feito com brilho e desembaraço, já que filha caçula de Sebastião Leporace e sobrinha de Vicente Leporace, dois grandes nomes da história do nosso rádio e também compositores, além de irmã do baixista e compositor Fernando Leporace e da cantora Gracinha Leporace, esta casada com o pianista bossa-novista Sérgio Mendes.
É da amiga Marianna o recado que repasso abaixo, relativo ao show, hoje, 15 de julho, no Espaço Rio Carioca, em Laranjeiras, em que, na companhia de muitos artistas de valor, comemorará o seu aniversário. Parabéns, canceriana! Saúde e boa sorte!

Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção

"Amigos,

Dia 15 de Julho é meu aniversário e vou comemorar em grande estilo!
O projeto "Marianna Leporace Convida" está completando oito meses e resolvi fazer uma edição especial, cantando músicas de meus primeiros convidados.
Alguns já confirmaram presença e me darão a honra de participar dessa "festa-show".
São eles: Alexandre Lemos, Cacala Carvalho, Célia Vaz, Claudio Lins, Edu Krieger, Felipe Radicetti, Fernando Leporace, Paulo Malaguti, Rodrigo Lessa e Tony Pelosi. E algumas surpresas ainda podem acontecer!

Depois do show, subo para o agradabilíssimo restaurante da casa pra comemorar.
Vou adorar a presença de vcs!!"

MARIANNA LEPORACE CONVIDA - ESPECIAL
Nas Casas Casadas de Laranjeiras (Espaço Rio Carioca)
20 horas
R$ 15,00 - convite amigo 10,00 pra quem ligar ou mandar mensagem pra Sandra no 8872-3675
Endereço e reservas no flyer de divulgação!!!

Um beijo e até lá
Marianna


Visite e Ouça:
www.myspace.com/mariannaleporace
www.clubecaiubi.ning.com/profile/MariannaLeporace
www.myspace.com/foliade3
www.mariannaleporace.blogger.com.br
www.cafeclube.com.br.

Mais um brinde: um cartum de João Zero

Do fundo do baú - Caricatura de Betinho na revista Democracia Viva


Não tenho idéia muito clara da história desta caricatura do Betinho. Só sei que foi parar na capa da revista "Democracia Viva" do Ibase. Foi feita com pastel seco e lápis de cor. A publicação é de novembro de 1997.
Dentro da revista tem uma matéria cujo título é "Betinho na ponta do lápis" que é uma homenagem de vários artistas de desenho gráfico ao grande brasileiro,o sociologo engajado que mostrou que era mais do que apenas irmão do saudoso Henfil.
Betinho mostrou o tamanho da nossa fome e mais, criou as condições para políticas que impediram muita gente de morrer.

Dica do Gerdal : A alma cabocla de Hekel Tavares na varanda musical de Ana Salvagni - encanto e singeleza, nesta quarta, em Sampa


Oxalá os cariocas tenhamos a mesma sorte dos paulistanos que, nesta quarta, 15 de julho, e na seguinte, 22 de julho, poderão ouvir, num bar de Pinheiros, o canto mavioso e embalador de Ana Salvagni, uma das principais intérpretes surgidas na cena musical de São Paulo dos anos 90 para cá. Ainda no final da década passada, após participar do Duo Anagrama com o saudoso violinista, rabequista e compositor José Eduardo Gramani, essa paulista de Taquaritinga entrava com o pé direito no terreno fonográfico, lançando um CD autoproduzido em que a músicas feitas por compositores intelectuais, como o "sui-generis" professor de linguística Luiz Tatit, juntavam-se outras, como modinhas e cantos de trabalho, de inspiração rural. Em 2005, com o segundo CD, "Avarandado", cujo título vem da belíssima toada de Caetano Veloso, Ana acentuava o pendor interiorano da sua expressão vocal, reencontrando-se, quem sabe, no plano simbólico, com aquela menina criada com liberdade na cidade natal, na fazenda do pai, o qual compunha e tocava piano e sanfona; ela acostumada a ouvir cantoria das boas em reuniões caseiras, nas quais prevaleciam a singeleza e o encanto de canções marcantes do passado e bijus da tradição oral. Uma reminiscência familiar da qual surgiria o mote para o excepcional CD atual, "Alma Cabocla", lançado há pouco e altamente elogiado pela crítica especializada do Rio e de Sampa, em que se homenageia o maestro e compositor Hekel Tavares, morto há 40 anos. "Favela", "Guacyra" e "Sussuarana" são canções desse insigne alagoano que fazem parte da memória afetiva de Ana, também conhecidas desde a infância pela voz bem colocada da mãe, uma professora. Viabilizado com recursos da Petrobras, "Alma Cabocla" resulta do aprofundamento da pesquisa que Ana empreendeu sobre a obra de Hekel - ora popular, ora erudita -, uma lembrança de brasilidade solar que norteia os shows noturnos que fará, nos dias citados, na capital paulista ("flyer" acima). Casada com o ás da viola caipira Paulo Freire, residente em Campinas e formada em regência pela Unicamp, Ana, entre outras atividades, ainda desenvolve um importante trabalho, nessa área, à frente do Coral Municipal Em Canto, de Morungaba, após ter orientado vários outros de municípios diversos de São Paulo.

Ana Salvagni é uma cantora de voz doce e cristalina. Alagoano de Satuba, Hekel Tavares foi compositor refinado, situado entre a música popular e a erudita. No CD Alma Cabocla, em interpretações e arranjos de beleza ímpar, a cantora valoriza as preciosidades do mestre e traz à tona temas menos conhecidos, feitos na medida para sua voz. “
Lauro Lisboa Garcia - Jornal O Estado de São Paulo, 22/04/2009

14.7.09

Ilustração : Enchente na Escola de Samba


Esta ilustração foi feita com ecoline e lápis de cor sobre papel Schoeler Hammer.
(Clique na imagem para ampliar e ver melhor)

Dica do Gerdal : Malu Garcez canta nesta terça no Flamengo - um encontro feliz da boa música com a informalidade social


Dona de casa que descobriu o prazer de cantar após os 40 anos de idade, a carioca Malu Garcez, moradora de Copacabana, aluna de Lúcia Joppert e, mais recentemente, de Wladimir Cabanas, integrante do coro do Teatro Municipal, é uma figura conhecida da noite do Rio, que abrilhanta com suas apresentações. Com carreira iniciada em 1996, passou por diversos redutos boêmios da cidade, sempre acompanhada por bons músicos, como o pianista Haroldo Goldfarb, o violonista Antenor Luz e o baixista Fernando Leporace, e, em 2006, lançou um CD comemorativo de carreira em que homenageia Edu Lobo da primeira à última faixa, produção muito valorizada pelo piano, pelos arranjos e pela direção musical do grande Fernando Costa. Nesta terça-feira, 14 de julho, a partir das 19h, ela estará presente, na Casa de Cultura Julieta de Serpa, no Flamengo, cantando em mais um bom programa (tanto para os que gostam de ouvir boa música, em particular clássicos da MPB, como para os que gostam de dançar) em que se tem especializado: o "happy hour". É dessa amiga de bela voz e sensível interpretação que repasso, com prazer, o recado abaixo, no qual, em clima de descontração, aos corações e mentes socialmente motivados alia-se o apelo sublime e irrecusável da canção
Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.

" Oi, amigos queridos
Espero vocês no meu próximo Happy Hour dançante.
Será no dia 14 de Julho(terça-feira), a partir de 19h,
na Casa de Cultura Julieta de Serpa (Praia do Flamengo 340). Reservas: 2552-9693
A programação é informal. A idéia é confraternizar, matar a saudade dos amigos, conversar, contar as últimas novidades e dançar, enquanto eu canto. Temos quatro dançarinos profissionais à disposição .
Tudo isso num ambiente bonito e acolhedor."
PS: maiores de 60 anos pagam somente R$10,00.

13.7.09

Do fundo do baú - Capa de olhos


Esta ilustração foi feita para a capa do Caderno Idéias do Jornal do Brasil com o auxílio luxuoso de um pandeiro do diagramador( e grande designer) Toninho do Paula.
Este trabalho, que brinca com o "olhar" foi tema de vestibular aqui o Rio de Janeiro na época em que foi produzido. Fiquei muito contente com a escolha que inverteu a função do desenho, ele que serviu para ilustrar um texto escrito, virou um tema para uma redação. Pena que não fiquei sabendo o que os vestibulandos escreveram sobre esse meu trabalho. Devem ter quebrado as cucas.

12.7.09

Dica do Gerdal : "Um Rei em Paquetá", neste domingo, na Sala Baden Powell -um musical infantil indicado para todas as idades


Repasso abaixo um recado do amigo José Lavrador Kevorkian, diretor da Casa de Artes de Paquetá, sobre uma apresentação muito simpática, na Sala Baden Powell, voltada para o público infantil, mas que pode ser apreciada por gente de todas as idades. Mais um espetáculo levado a efeito no âmbito do projeto Bem Me Quer Paquetá, que, como os anteriores, conta com a presença, no palco, da petizada da ilha já seduzida pelo encantamento da arte. Maravilha!
Um bom domingo a todos. Muito grato pela atenção.

"Neste domingo, 12 de julho, às 16h, o projeto Bem Me Quer Paquetá apresenta o espetáculo UM REI EM PAQUETÁ na Sala Baden Powell em Copacabana.
Um musical infantil de João Guilherme Ripper composto especialmente para o projeto, com libreto de Conceição Campos.
Saudações paquetaenses
"
José Lavrador Kevorkian

Caricaturas que eu fiz: Pete Townshend do The Who no dia do rock


Acho que hoje é dia do Rock. Acho isso meio "antiquado", mas o rock já tem pré-história, então vale tudo. Vai aqui uma homenagem ao gênio de Pete Townshend da banda The Who. A caricatura foi feita com nanquim sobre papel Schoeler Hammer.

11.7.09

Jorginho é o cara no Palmeiras e o Botafogo tá reagindo na casa do adversário



Olha, não estava com vontade de falar de Muricy , mas foi melhor ele esticar suas férias. Prefiro o Jorginho. O homem tá de interino, está funcionando e o time gosta dele. O Palmeiras precisa disso, um cara identificado com o time e o torcedor. O Muricy é torcedor do São Paulo, foi bobagem da diretoria do time paulista dispensar o cara. A filha dele torce pelo Palmeiras e hoje deve estar contente com os 4 a 1 pra cima do Náutico ( e olhe que foi no Parque Antártica - onde há uma estatística que diz que é difícil vencer em casa)
O Botafogo suou a camisa e conseguiu uma vitória. Até que enfim. O feito foi na casa do adversário. A luta continua. Bate coração!

Dica do Gerdal: Tuninho Galante e Marceu Vieira, neste sábado, no CMRMC - mão e luva na inspiração e criação cariocas do samba


Embora tivessem pontos de contato em suas histórias de vida, como a mesma faculdade em que estudaram e o longo período em que viveram em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, somente em Copacabana, há nove anos, no minúsculo boteco do Alfredinho, o Bip Bip, Tuninho Galante e Marceu Vieira conheceram-se pessoalmente. Miúdo no cabimento físico, mas graúdo na dimensão cultural, reduto que é de afirmação permanente da nobreza do samba, lá o jornalista Marceu (colaborador de Ancelmo Gois em prestigiada seção do jornal "O Globo") e o violonista e produtor Tuninho (responsável por um belo disco evocativo de Candeia, nos dez anos do seu passamento, em 1988, pela Funarte), ambos compositores, iniciaram uma bem ajustada parceria que já soma mais de cem músicas, com sabor não raro de crônica ou observação de costumes, que tem o Rio de Janeiro, em geral, e o carioca, em particular, além dessa interface natural entre o cidadão e a cidade, como fontes recorrentes de inspiração e criação. No show que tornam a apresentar hoje, 11 de julho, às 19h, no Centro Municipal de Referência da Música Carioca ("flyer" acima), na Tijuca, antecipador do CD da dupla, já em preparo, contam com a participação especial de uma grata revelação de cantora, com ótimo CD já lançado: Mariana Baltar. Entre os jovens e eficientes instrumentistas da função - o próprio Marceu, no palco, também "arranhando" um tamborim -, uma menção especial para a pandeirista Clarice Magalhães, integrante do conjunto Choro na Feira, de Laranjeiras, a qual, também brevemente, em produção de Tuninho Galante pelo selo dele, Cedro Rosa, debutará como cantora e compositora, fazendo o "seu saravá" fonográfico.
Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.

A maldição de Wim Wenders


(Esta crônica, conto, não sei bem o que é, só pode ser lida por quem ama ou odeia o cineasta alemão acima citado)


Maldito Wim Wenders ! Ele resmungava e socava a mesa de bar, cheia de garrafas de cerveja vazias que tremiam e faziam um ruído irritante.
- Ô Zaca, desce mais uma !
E lá vinha o dono do estabelecimento com uma Antártica geladinha, casco escuro, senão ele mandava de volta, dizia que era mijo invertido...
- Pois é, eu imaginei que tudo tinha começado com aquele filme... (Ele falava para um ouvinte invisível , talvez aquele da literatura, pois o Zaca nem estava aí para o que ele estava falando, de olho fixo na TV , admirava uma mulata rebolativa que fazia o coro de um cantor de pagode da moda)
- Sempre achei que o veneno estava ali. Que foi com ele que matei aos poucos nosso casamento. Também, tinha que botar ela pra assistir três vezes "O medo do goleiro diante do pênalti"?
É preciso ser macho para aturar aquilo, e não foi só isso: inventei de levar ela pra ver "O Estado das Coisas" que estava passando numa sessão da meia noite do Cinema 1, coitada ...Aquilo deve ter sido dose, mas não foi gota d'água, ainda não foi esse filme o que terminou com as coisas entre nós.
O rapaz estava de fato muito bêbado e parece que indeciso se botava ou não a culpa no cineasta pelo fracasso do seu casamento.
- Deve ser porque um dia eu falei pra ela que essa história de sujeito não existe. O sujeito da relação sujeito, objeto, entende? Falei mais, disse que a gente é uma indeterminação, um fluxo de vários discursos. Mandei na cara dela um papo de que somos produtos da linguagem. Que o autor morreu...E aí, Zaca, tá entendendo alguma coisa desse papo?
- Tudo, meu amigo, tô entendendo tudo.
-Não, você não está entendendo porra nenhuma, Zaca. Não vou ficar aqui citando autores. Basta dizer que é tudo francês e lembra "Quantrô", que se escreve C-o-i-n-t-r-e-a-u, sacou? Falando nisso, desce um "Quantrô" aí, Zaca !
-Esse daí não tem não. Falou o homem, passando em revista as bebidas atrás do balcão.
- Então manda um Steinhaeger mesmo, que eu vou de submarino!
Zaca disse que esse também não tinha.
Então manda um "Fogo Paulista " , que desta vez eu me acabo.
Zaca botou a bebida num copinho e o rapaz tomou num só gole. Em seguida arrematou com cerveja. Uma mistura explosiva, sem dúvida, mas que dava para avaliar o desespero do cara. Ele nem fez cara feia quando aquela química dos diabos invadiu seu estômago, continuou seu discurso encharcado.
-"Paris, Texas" ela até que achou legal. Caramba, tinha o roteiro do Sam Shepard , a trilha era do Ry Cooder em cima do "Dark Was the Night" do Blind Willie Johnson, aquela guitarra riffando bacana com as cordas soltas sob o dedo, presas num anel de aço como fazem os bluseiros. E tinha aquela coisinha maravilhosa que é Nastassja Kinskie. Ah, e para variar tinha o Wilson Grey deles, o tal de Harry Dean Stanton. O bicho estava em todos os filmes "cults" que fizeram naquela época....Porra, acho foram esses filmes que acabaram com tudo... maneira de dizer, mas no fundo creio que fui eu que devo ter virado um ser estranho naquela casa. Mas ela gostou de "Paris, Texas", Zaca! Também pudera, Paris, Texas é um puta filme! E não é um filme cabeça...deve ser isso...acho que ela não curtia filme cabeça, Zaca!
Mas tinha a questão teórica, e eu era uma besta. Nem percebi que ela me olhava perplexa, enquando eu desconstruia as coisas que ela dizia, e me metia a falar de simulacros e simulações. Me lembro de um dia em que eu comentava que a realidade era uma ficção e ela estava falando alguma coisa sobre o supermercado. Aí eu acho que empombei e disse que esse sim era um grande exemplo do da sociedade se rendendo ao consumo , o supermercado como o templo do consumo. Puta clichê, Zaca! Como eu me afundei nessa... Olhe que nem falei dos shoppings, falei do grande fator diluidor que reside no núcleo dos supermercados - alcachofras ao lado de pasta dental e camisinhas. Produtos iguais na desigualdade, gôndolas, caixas registradoras, seguranças, uma prisão de prazer, uma prisão do consumo. E as meninas diante das caixas registradoras, todas naqueles uniformes de colégio interno...No fundo mais uma prisão. Ah! meu Deus, ela só queria que eu comprasse umas fraldas descartáveis e um pote de Hellmann's! E eu cheio de conceitos.
Mas aí veio "Asas do Desejo" , depois "O Céu de Lisboa" , e teve também "Até o fim do mundo"....
Cacete, eu devia ter levado ela pra ver filmes da Meg Ryan!
Quando entrei numa de explicar o pós-moderno, ela aguentou firme . Só chiou um pouco quando eu disse que era o fim das grandes narrativas. Mas acho que o bicho pegou mesmo quando apareci com o vídeo "O fim da violência" para a gente assistir depois do Fantástico. Ela , eu creio, dormiu durante o filme. De qualquer forma, não entendeu o final e ficou me olhando com uma cara de bunda. Eu tentei explicar, e quanto mais eu explicava, mais ela se irritava, o caçula começou a chorar lá no quarto, eu acendi um cigarro, na chama do fogão que esquentava a mamadeira, ela mandou eu apagar, eu mandei ela para aquele lugar e acho que aí foi o fim. Cacete, e eu nem percebi... Muito tempo depois a gente resolveu dar um tempo. Sabe como é, desgaste da relação, coisas de casal...Em uma semana as coisas estariam consertadas. Passaram 3 anos...
Ontem, por acaso encontrei com ela no Estação Botafogo, tava com seu novo marido na fila de "Cada Um Com Seu Cinema" que é uma coletânea de 34 curtas de vários diretores. Cada um deles filmou 3 minutos- coisa muito avançada.Mas ela fez questão de me dizer que veio mesmo para ver a parte feita pelo Wim Wenders, os 3 minutos de "War in Peace". Foi aí que eu pirei, "mermão"!
Zaca disse que não era bem assim, que certas coisas não se explicam. Sem que o rapaz pedisse ele abriu mais uma cerveja e desta vez botou um copo pra ele também. Como era o nome do cara mesmo?
- Que cara, Zaca?
- O que acabou com seu casamento?
- Tavinho, eu mesmo, seu criado...
E assim trincaram os copos num brinde melancólico.
Corta!

Rui Carvalho, Zé Arnaldo Guima e Grupo Samba na Cabeça esquenta "festa julhina"


Pois é, desta vez meu amigo Rui de Carvalho até esqueceu de mandar o release, mas eu achei no blog do
nosso amigo Alfredo, Portal da Lapa. Vamos ao que interessa, Rui e sua turma boa de samba se apresentam numa festa "julhina" na rua Julina da Emilia Sampaio (acho que tem algum erro nesse endereço- vou tentar confirmar ainda hoje), neste sábado, dia 11 às 19 horass. Vão rolar 23 sambas. A festa é na rua, ao ar livre. A rua fica entre o Grajaú e Vila Isabel
***
Olha, é o seguinte, escrevi pro Rui, telefonei pra casa dele e o endereço da festa continua o mesmo: Rua Julina da Emilia Sampaio. Continuo achando que está errado. Na verdade acho que é "Festa Julina na Rua Emilia Sampaio", de qualquer forma ela fica ali entre Grajaú e Vila Isabel. Acho que vai ser fácil de achar, sabe como é que é, fogos, bandeirinhas, danças e o som, o som do bom samba de Rui e seu pessoal.
***
Pra você ter uma idéia da produção do Rui, vou botar os endereços eletrônicos onde tem a música dele pra ouvir , vídeos, fotos e informações sobre sua trajetória.
http://ruid1949.musicblog.com.br/
http://www.flickr.com/photos
/13601090@N06/

http://www.myspace.com/ruidecarvalho
NR: A imagem que ilustra esse post é capa do primeiro LP (na época da vitrola) de Rui, cujo título é "Enfieira".

10.7.09

Dica do Gerdal: Paulo Freire traz "Nuá" ao Rio de Janeiro, em shows hoje e amanhã, ao som da sua viola fantástica


Filho de Roberto Freire, psiquiatra criador da somaterapia, escritor e diretor cinematográfico - em 1970, realizou o longa dramático "Cleo e Daniel", baseado em obra sua de sucesso -, Paulo Freire é um artista excepcional em rara visita ao Rio de Janeiro, apresentando-se nesta sexta, 10 de julho, às 20h, e amanhã, na mesma hora, na Sala Baden Powell, para o lançamento do recentíssimo "Nuá" ("flyer" acima e informação abaixo sobre o disco). Embora tenha herdado do pai um apreciável pendor literário - com alguns romances já publicados, uma biografia conjunta, "Eu Nasci Naquela Serra", de Angelino de Oliveira, Raul Torres e Serrinha, ícones da canção sertaneja, e até incursão na seara infantil, com "O Céu das Crianças" -, é, sobretudo, no toque encantado e acendrado da viola que a sua chispa criativa e expressão artística se agigantam, sendo um dos maiores instrumentistas desse ramal da cultura popular no país, até mesmo pelos dedos de "contação de causos", a exemplo de um outro mestre do ofício - tanto nas cordas amatutadas quanto nos relatos extravagantes -, o saudoso Renato Andrade. Pela palavra igualmente encantada e inovadora do Guimarães Rosa de "Grande Sertão: Veredas", o paulistano Paulo Freire despertou para o atrativo da sonoridade interiorana, pondo a viola no saco de viagem para, com a faculdade de jornalismo atrás de si, embrenhar-se no sertão mineiro do Urucuia, morando por dois anos no pequenino Porto da Manga, disposto a banhar-se de toda uma ambiência nova, desafiadora e estimulante e moldar, a partir daí, "rio abaixo e rio acima", um rico universo de referências para o seu empenho autoral. A 3 km de lá, ele até pegou em enxada, suando no plantio do arroz, para ajudar a lida na roça de Manoel de Oliveira, o seu Manelim, o mestre violeiro de lições fundamentais, em cuja casa passou, nesse período, uma ou outra temporada. Primeiras estórias no estradão musical de um "caboclo urbano" cheio delas, morador de Campinas, por cuja viola "esbrangente", como costuma dizer (a um só tempo caipira e caiçara, rural e litorânea, no sentido mais amplamente brasileiro dessa abrangência peculiar), empreendeu há pouco o seu contato com seres do nosso fabulário, 12 mitos brasileiros. Novas estórias, portanto, em dedilhado e prosa, postas a nu em "Nuá".

Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.


NUÁ
, as músicas dos mitos brasileiros
10 e 11 de julho – Rio de Janeiro – Sala Baden Powell – 20h.
Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 360, Copacabana
Informações: (21) 2548-0421
www.paulofreire.com.br
***
Neste novo trabalho, o violeiro Paulo Freire mostra – em doze temas instrumentais – seus encontros com os seres que povoam nossas matas e o imaginário brasileiro.

As músicas foram criadas com base na região onde ocorreram esses encontros. Assim, surgiu a ciranda dos tangarás, o coco da serpente emplumada, o caboclinho do curupira, a milonga do teiú do Jarau, o lundu do capeta, a guarânia do lobisomem, a toada das veredas e a música indígena da cabeça voadora.

Os arranjadores reviveram o acontecido e deram sua versão para os fatos. Foram convocados grandes músicos para contar o causo, cada um com seu precioso palpite, todos provocados pelos mitos.

NUÁ – as músicas dos mitos brasileiros tem arranjos de Léa Freire, Proveta, Bocato, Paulo Braga, Nenê, Ronaldo Saggiorato, Toninho Ferragutti, Valéria Bittar e Luiz Fiaminghi (grupo Ânima), Tuco Freire, Paulo Freire; e apresenta também a música experimental feita com esculturas sonoras e instrumentos inusitados do grupo Sonax.

Para complementar, o álbum traz um encarte-livreto, em que o violeiro conta os doze causos envolvendo os mitos brasileiros.

“Paulo é um contador nato e escreve tão bem como conta. Tenho cá para mim que, logo, seus textos – tão criativos, embebidos na fonte antiga de várias tradições orais que ficamos com vontade de investigar – vão virar lendas, mitos, dogmas citados e invocados por especialistas a afirmar que ‘essa história é assim mesmo, porque o violeiro Paulo Freire já dizia’ ", escreve a antropóloga Betty Mindlin no encarte do CD, que traz ainda ilustrações de Kiko Farkas, também responsável pelo projeto gráfico.

O CD foi produzido por Paulo Freire e Tuco Freire. Gravado, mixado e masterizado por Homero Lotito.

Nuá – as músicas dos mitos brasileiros conta com patrocínio da Petrobras.

Caricatura: Roberto Carlos - 50 anos de canções


Não sei se o rei vai gostar da homenagem, afinal, é uma caricatura. E caricatura é a arte da exageração. Esta é inédita e foi feita com lápis de cor e ecoline sobre papel Canson creme.( Se Canson fosse Canção estaria tudo no lugar he he he)
(Clique na imagem para ampliar e ver melhor o desenho)

Marcos Sacramento/Show de lançamento do CD "Na Cabeça" no Rio de Janeiro


Este flyer chegou por e-mail. Não é dica do Gerdal, mas tenho certeza que ele aprovaria.
Show de lançamento do CD "Na Cabeça" de Marcos Sacramento
com os violões de Rogerio Caetano, Luiz Flávio Alcofra e Zé Paulo Becker
participação especial de Netinho Albuquerque
Dias 10 e 11 de julho ãs 19:30h
Caixa Cultural - Teatro de Arena
Av. Almirante Barroso, 25 - Centro - RJ

9.7.09

Honditaduras?

Dica do Gerdal : Marcê Porena - cantora mineira presta tributo a Dolores Duran nesta quinta na Sala Baden Powell


Na mesma Sala Baden Powell (Av. Nossa Sra. de Copacabana, 360), onde a carioca Juli Mariano fez há poucos meses um belo espetáculo em intenção de Dolores Duran, outra cantora, Marcê Porena, acompanhada pelo expressivo piano de Leandro Braga e movida pelo mesmo propósito, também homenageia a autora de "A Noite do Meu Bem" ("flyer" acima) neste 2009 dos cinquenta anos de passamento dela. Também atriz, a mineira Marcê, vinda de uma família de músicos e criada em Cataguases, onde estudou no conservatório local, partiu dos bares de sua iniciação profissional como cantora, ainda nessa cidade da Zona da Mata, para se radicar na capital do Rio de Janeiro, em 1993. Desde então, vem atuando em teatro, com destaque, em diversos musicais, como o "Na Era do Rádio", um sobre Elis e um sobre Cartola, além de outro, mais recente, em 2006, "João do Vale, O Poeta do Povo", inspirado na biografia do compositor maranhense escrita pelo jornalista Márcio Paschoal. Ela pode ser vista, ademais, nas imagens de um documentário argentino sobre a nossa música popular, "Música para el Tercer Milenio", e - recomendo -, pelo YouTube, juntamente com outro grande pianista, João Carlos Coutinho, na apresentação de "Por Causa de Você", um registro visualmente atraente gravado no estúdio sinfônico da Rádio MEC (RJ). Show nesta quinta, 9 de julho, às 20h.

8.7.09

Dica do Gerdal : Ruivão lança, hoje, o seu CD no CCC - uma musicada de samba no ato contínuo da criação


Considerado pelo tarimbado produtor de tevê Fernando Faro, criador do imprescindível "Ensaio", na TV Cultura (SP), uma das maiores revelações do samba na atualidade, Eloy Guellf, mais conhecido como Ruivão, faz em CD, nesta quarta-feira, 8 de julho, às 20h, com repeteco no seguinte dia 15, no mesmo Centro Cultural Carioca ("flyer" acima), a sua primeira incursão solo nesse terreiro grande da MPB. O seu disco de estreia, "Musicada de Samba", ratifica plenamente a impressão de Faro, o que pode ser ainda comprovado preliminarmente pela audição das faixas disponíveis de Ruivão na sua página do MySpace. Dando o seu recado inteligente, crítico e bem articulado num trabalho integralmente autoral, dividindo apenas uma ou outra faixa com algum parceiro, Ruivão mostra desenvoltura na lida - da gênese à expressão - com formas distintas do samba, como num "pot-pourri" de partido-alto e no ótimo sincopado com breque de "O Jogo Termina aos 90", que o finado Moreira da Silva e o ainda serelepe Germano Mathias não hesitariam em gravar. "Criação É um Ato Contínuo" e "Não Me Encarregue de Enviar Fax" são outras das mais destacadas no "playlist", a última, bem-humorada, cantada em duo com o co-autor, o pernambucano Otto, a qual também chama a atenção por uma "cozinha" incrementada, com uso realçado e variado da cuíca, típica de registros dos anos 60 e 70, como os da extinta Tapecar na série Partido em 5, com Candeia e outros bambas da raiz. Experiente no acompanhamento de artistas na noite, em shows e como músico de estúdio, tocando violão, cavaquinho e diferentes instrumentos de percussão, o paulista Ruivão mora há dois anos na antiga capital da República, onde atua como professor de música da Casa de Cultura Laura Alvim, órgão da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Faro tem razão: vale a pena ouvir o samba do rapaz. Muito bom, de fato.

Ilustracão : Capa para revista - tema Jazz


Esta ilustração, na verdade uma pintura, foi utilizada na capa de uma revista cujo tema era um festival de Jazz. Acrílico sobre tela ou papel, isso eu não me lembro mais.
(Clique sobre a imagem para ampliar e ver melhor)

7.7.09

Dica do Gerdal: Leandro Fregonesi no Rio Scenarium, hoje e amanhã - samba bom de cantar, bom de curtir


Enquanto prepara com cuidado o terceiro CD de carreira, Leandro Fregonesi, compositor de garra e talento, faz shows - hoje, 7 de julho, e amanhã, no horário nobre do concorrido Rio Scenarium, no Centro do Rio - em que mostra belos sambas de sua centelha mesclados com músicas de compositores consagrados da MPB ("flyer"acima e informação abaixo). Com Leandro, a meu ver, o saudoso canceriano Luiz Carlos da Vila teve um dos momentos mais inspirados do seu veio autoral, complementando, com a filosófica segunda, uma primeira parte já muito bem encaminhada pelo jovem parceiro em "Retemperar" (no "myspace" de Leandro). Um biscoito-fino em forma de samba que pode ser ouvido no CD anterior de Leandro, "Festa das Manhãs", um disco redondo também figuradamente, do ponto de vista do resultado qualitativo obtido. Dá gosto ouvir.
Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica,
Leandro Fregonesi
Rio Scenarium
07 e 08 de julho
O artista faz dois shows, terça e quarta, mostrando seus sambas já gravados e outros grandes sucessos. No repertório, compositores como Geraldo Pereira, Ismael Silva, Mauro Duarte e Pixinguinha estarão junto de releituras de Ivan Lins, Milton Nascimento e Carlinhos Vergueiro.
Músicos: Felipe Barros: violão 7 cordas / Guilherme Sá: cavaquinho / Denize Rodrigues: sopros / Daniel Félix, Adílson Fumaça, Guilherme Oliveira e Daniel Karin: percussões
Serviço:
Leandro Fregonesi
Rio Scenarium – Rio de Janeiro
Rua do Lavradio, 20 – Centro
Dias 07 e 08 de julho (terça e quarta) - 21h
Reservas: (21) 3147-9000

Ilustracão : Polaquinha


Ilustração para uma resenha que falava de Polaquinha, personagem de um livro de Dalton Trevisan - nanquim sobre papel Schoeler Hammer liso.
(Clique na imagem para ampliar, pois ficou muito pequena. Não descobri ainda a ferramenta que faça a imagem ficar maior no blogue).

6.7.09

Homenagem do Gerdal -Bené Nunes - uma lembrança solidária ao pianista boa-pinta da chanchada e anfitrião da bossa nova



"Coroné Antônio Bento/no dia do casamento/de sua filha Juliana/ele não quis sanfoneiro/foi pro Rio de Janeiro/convidou o Bené Nunes pra tocar..." E, de fato, nos anos 60, por exemplo, endossando o verso desse sucesso de João do Vale e Luiz Wanderley, o simpático virtuose carioca do piano, um autodidata professor de Luizinho Eça e de nome quilométrico na carteira de identidade (Benedito Francisco José de Sousa da Penha Nunes da Silva), tocava muito na noite do Rio, à frente de um dos mais solicitados conjuntos dançantes de então. Uma experiência que já vinha de meados da década anterior, quando se apresentava, também com seus "sidemen", em festas de "gente bem" na Sociedade Hípica Brasileira, introduzindo um novato Carlinhos Lyra como músico, que se virava com uma guitarra elétrica emprestada. O próprio Lyra, aliás, costuma frisar o amplo apartamento da Rua Osório Duque Estrada, na Gávea, do casal Bené e Dulce Nunes - ela, mais tarde, casada com Egberto Gismonti -, em fins dos anos 50, como o imóvel número um em importância na história da bossa nova - para ele não um movimento, mas um "surto de cultura musical" -, pois todos a ela ligados passaram por lá. Bené acolhia-os nesse seu endereço da Zona Sul do Rio com muita satisfação, sendo deles um destacado incentivador, além de fazer, com a sua aptidão de bom cozinheiro, uma "macarronada salvadora", com molho de tomate, presunto e queijo, para matar a fome de todos quando essas reuniões, aos domingos, não raro se tornavam longas jornadas musicais noite adentro. Em dezembro de 1959, lá foi feita, com fotos de toda a turma da bossa nova, uma reportagem de dez páginas para a prestigiada revista "O Cruzeiro", da qual até Ari Barroso participou, para dar apoio àqueles jovens artistas "emergentes" - num sentido ainda apreciável da expressão -, de uma sonoridade nova na MPB.
Amicíssimo de JK (do qual foi mensageiro de um pedido a Tom e Vinicius para que compusessem "Brasília, Sinfonia da Alvorada", com a visita de ambos ao Catetinho para sentir, "in loco", o clima da Novacap em formação) e aposentado como delegado fiscal do governo, Bené Nunes, ainda nos anos 50, notabilizou-se como o pianista galã de produções cinematográficas de robustos borderôs, como "Aí Vem o Barão", de 1951, e "É Fogo na Roupa", de 1952", ambas com direção de Watson Macedo, e "Barnabé, Tu És Meu", também de 1952, realizada por José Carlos Burle. No filme "Carnaval no Fogo", de 1949, emplacou um sucesso de sua autoria, em parceria com o ator e cineasta Anselmo Duarte, a polca "Pedalando", gravada no ano seguinte por Adelaide Chiozzo, e, em 1952, como protagonista, encarnava, curiosamente, o compositor Sinhô em "O Rei do Samba", um longa assinado por Luís de Barros. Aliás, foi tocando "Pé de Anjo", de Sinhô, na Rádio Cajuti, com apenas sete anos de idade, que o seu teclado fantástico já se fizera notar no meio artístico, logrando nessa época, na mesma emissora, o primeiro contrato, o que se repetiria, já adolescente, animando bailes em gafieiras. Em 1984, ao lado da pianista clássica Laís de Souza Brasil, fez sua última apresentação remunerada, na Sala Cecília Meireles, atuando, depois disso, até a morte, em 1997, aos 76 anos, apenas em eventos beneficentes.
Escrevo estas linhas em solidariedade à memória de Bené Nunes e para refrescar a memória da mídia.
NR: as fotos de Bené foram capturadas em imagens de capas de discos disponíveis na internet