30.4.11

Os Matutos trazem Cordeiro à orla de Copacabana, neste sábado, pela série Choros de Outono




Repasso, abaixo,  texto da amiga jornalista Monica Ramalho sobre a etapa de hoje da série Choros de Outono, na orla de Copacabana -  quiosque 17, em frente à Rua Siqueira Campos -, ás 18h. A rapaziada de Cordeiro (município fluminense) formadora do conjunto Os Matutos é uma ótima atração, ao alcance de qualquer interessado ou transeunte. Acima, fotos deles e do referido lugar de origem. Abaixo os seguintes "links": 1) Os Matutos tocando "Viva o Formicida Guanabara", de Enrico Borgongino; 2) eles, de novo, com "Pendura Saia", de Marlon Júlio, o sete-cordas do grupo. 
         Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
         Um  abraço,
 
         Gerdal
 
             http://www.youtube.com/watch?v=ALprvz9z73Y&feature=related ("Viva o Formicida Guanabara") 
 
             http://www.youtube.com/watch?v=29bBqvgFyj8&feature=related ("Pendura Saia")
 
                           

CCBB na Orla:
Os Matutos se apresentam neste 30 de abril

A programação dos Choros de Outono continua e o CCBB na Orla apresenta neste sábado, dia 30 de abril, Os Matutos. Além de ser um grupo voltado para o choro e gêneros próximos, como a polca, o maxixe e a valsa, o conjunto – que tem como padrinho Álvaro Carrilho, flautista – também se dedica a pesquisa e ao estudo de um repertório inédito, obtido nos arquivos das bandas do interior e nas fazendas da região de Cordeiro, onde moram os integrantes. 

No repertório do show no CCBB na Orla, estão previstos os temas instrumentais “Zanzando em Copacabana” (Radamés Gnatalli), “Intrigas no boteco do Padilha” (Luís Americano), “Diabólica” (Pixinguinha), “Abandonado” (Sebastião dos Santos), “Mariazinha” (Ernesto Nazareth), “A gata borralheira” (Henrique Alves de Mesquita), “Língua de preto” (Horondino Lopes) e “Alô bateria!” (de Marlon Júlio, percussionista do grupo).

Essa garotada tem realizado, gratuitamente, apresentações em escolas públicas e particulares, como objetivo de chamar a atenção dos jovens para a educação musical e para a valorização da genuína música brasileira. Em 2004, lançaram o álbum 'Meninos de Cordeiro', com autorais e choros de compositores cordeirenses, como Agenor Bens, Bernardo Van Erven e Ginha Miranda, sem esquecer da peça “Matuto”, obra-prima de Ernesto Nazareth que deu nome ao grupo.

Os Matutos são: Tadeu Santinho na flauta, Aquiles Moraes no trompete, Everson Moraes no trombone, Maycon Júlio no bandolim, Lucas Oliveira no cavaquinho, Pablo Carrilho e Marlon Júlio nos violões, Magno Júlio no pandeiro e na percussão, Marcus Thadeu na bateria e na percussão.

Mais Choros de Outono
Em todos os sábados do mês, às 18h, o CCBB na Orla trouxe veteranos e a nova geração do choro, advinda do ambiente rico da Escola Portátil de Música (EPM). Essa programação compõe os Choros de Outono. No dia 30, teremos Os Matutos. Em maio, haverá mais grupos e solistas de choro! 

Aos domingos, o legendário Jorginho do Pandeiro tem se unido ao filho, Celsinho Silva, e ao neto, Eduardo Silva, para ministrar as oficinas, chamadas 'Pandeiradas'. São 30 vagas, a serem preenchidas por ordem de chegada. É necessário levar pandeiro, mas qualquer um pode participar como ouvinte.

Em iniciativa inédita, o Banco do Brasil está fazendo uma ocupação criativa do quiosque 17, localizado em frente à Rua Siqueira Campos, em Copacabana, durante os finais de semana. Com shows e oficinas gratuitas, o CCBB NA ORLA vai até fevereiro de 2012. Em seguida aos Choros de Outono, vamos apresentar o Aqui Jazz o Inverno. Aguarde!

Um blogue para você meditar


É um blogue de música indiana do grande flautista, meu amigo, Jean Cristophe Aveline. Clique no seguinte link e visite o nirvana (mas vá com um bilhete de volta!)
http://jchristaveline.blogspot.com/

29.4.11

Sábado:Rui de Carvalho e Grupo Samba na Cabeça Tocando pra você


(clique na imagem para ampliar e ver melhor)

Danny Reis mostra, nesta sexta, no Catete, as canções de "Todo Dia": da comunidade virtual ao giro no CD




Prezados amigos,
 
       De um manancial virtual - a lista de discussão M-Música, na qual os parceiros nas canções, inéditas, se comunicaram - provêm todas as canções de "Todo Dia", que a cantora carioca Danny Reis lança nesta sexta-feira, 29 de abril, no Espaço Correia Lima, no Catete ("flyer" e capa acima), às 20h30. Ela própria, desde 2001, participante da referida rede sociocultural, materializa, enfim, em produção independente, um CD que dá gosto ouvir, juntando, entre os compositores polirregionais, o finado Zé Rodrix e Alexandre Lemos (conhecido por "Novamente", gravação de Ney Matogrosso para música sua) a outros não tão "midializados" quanto deveriam, os inspirados Guilherme Rondon, Gilvandro Filho, Zé Edu Camargo e Tony Pelosi, por exemplo, este último também o violonista e "luthier" boa-praça encarregado dos arranjos, da mixagem e da masterização.do disco. A propósito, como um aperitivo do show de Danny, recomendo a audição de uma das faixas, "Fim de Carnaval", no "link" abaixo, um samba primoroso do paulistano Sonekka - de "olhos bem abertos" no gênero - com o letrista e jornalista recifense Gilvandro Filho.
       Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
     
 
           http://www.youtube.com/watch?v=lBfHRJGakvc ("Fim de Carnaval")
 
           http://www.myspace.com/dannyreismpb

Luiz Guimarães e Fernando Moraes, nesta sexta, no Salsa e Cebolinha: uma gaita e um teclado em visita atemporal à boa música



Prezados amigos,

       Em 1958, o sopro do amigo Luiz Manoel Guimarães já se entrosava com os de Rildo Hora e Sérgio Leite no trio Os Malabaristas da Gaita, pouco após se ter feito notar, individualmente, no "Festival de Gaitas", da Rádio Globo, e no "Pescando Estrelas", da Rádio Mayrink Veiga. Figura bastante presente na noite carioca, com o seu indefectível boné, além da harmônica, ele, em registro documental no primeiro "link" abaixo, fala, com brevidade, em francês impecável (idioma natal da avó materna), da importância desse instrumento "inséparable" na sua vida - "mon moyen d`expression, c`est une façon de mon âme par la musique". Aliás, o apreço galófilo ligado à música popular tornou-o um apreciador e até mesmo cantor do repertório de Tino Rossi, Jean Sablon, Gilbert Bécaud e Charles Trenet, entre outros, trazendo da "douce France" deste último, ainda no primeiro "link", a lembrança da belíssima "Que Reste-t-il de Nos Amours". No segundo "link", pelo entendimento universal da música instrumental, toca "Samba de uma Nota Só", de Tom Jobim e Newton Mendonça, numa praça de Laranjeiras, juntamente com instrumentistas de um clube de bossa-jazz desse bairro do Rio.           
       Luiz Guimarães (também conhecido como Luiz Manoel), que costuma mesmerizar plateias com sua interpretação fora do comum para "O Trenzinho do Caipira", de Heitor Villa-Lobos, apresenta-se neste 29 de abril, a partir das 19h, com outro músico talentoso e tarimbado, o pianista Fernando Moraes. Mais uma sexta-feira de temporada bem-sucedida no Salsa e Cebolinha ("flyer" acima), no Centro, em que conduzem o frequentador da casa ao mundo fabuloso da canção inscrita na pauta de todos os tempos.
       Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
        



        http://www.youtube.com/watch?v=DM5kI4adZS0 ("Que Reste-t-il de Nos Amours")      
 
       http://www.youtube.com/watch?v=C2-KB8kgca0&feature=related ("Samba de uma Nota Só")

28.4.11

Maíra Martins canta nesta quinta em Copacabana: bela voz e boa música em proximidade constante (grátis)


Prezados amigos,
 
        Filha da poetisa Glória Horta e do contrabaixista Jorge Sá Martins, um dos fundadores do Garganta Profunda, a carioca Maíra Martins, desde menina, está familiarizada com o encanto da palavra, especialmente aquela envolta e manifesta em bem cuidados arranjos vocais. Embora tenha lançado em 2006 um apreciável CD solo, "Processo de Feitura", sua carreira tem encontrado em grupos vocais, como o Equale - que, dois anos antes, lançara "Um Gosto de Sol", apenas com canções da discografia de Milton Nascimento -, um outro selo de qualidade. Integrando ultimamente Os Ordinários, participou, em outubro passado, no Lapinha, de uma mostra dedicada a formações vocais, em que ainda cintilaram, por exemplo, igualmente cativantes, Os Men The Sá e o Bebossa.  
       Com graduação em música popular brasileira pela UNIRIO, Maíra é professora de canto, monitora do coral da Fiocruz e atua com frequência como preparadora vocal em peças de teatro. Nesta quinta, 28 de abril, às 19h, no Ibeu (Av. Nossa Senhora de Copacabana, 690/décimo primeiro andar - tel.: 3816-9400), em show, "Outro Céu", com participação na produção do amigo José Augusto Cunha e entrada franca, Maíra exercita a sua versatilidade na interpretação, cantando, por exemplo, "Baião de Quatro Toques", de José Miguel Wisnik e Luiz Tatit; "Estrada Branca", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; "Romance", de Yuri Popoff e Fernando Brant; e até um "standard" norte-americano marcante em elepê de Earl Grant, "The Nearness of You". Para quem ouve Maíra, esse "you" é o da bem-vinda proximidade da cantora, trazendo sempre na bela voz um repertório de qualidade. 
       Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal 
 
Pós-escrito: 1) nesse show no IBEU - com distribuição de senhas, na portaria da instituição, a partir das 18h15 -, acompanham Maíra o guitarrista André Siqueira, o baixista Leandro Vasques, o baterista Kléberson Caetano e o pianista Paulo Malaguti; 2) nos "links" seguintes, a) Maíra canta "Escurinho", de Geraldo Pereira; b) retorna em "Samba de um Minuto", de Rodrigo Maranhão; c) com os colegas do grupo Os Ordinários em "Ladeira da Preguiça", de Gilberto Gil; d) em mais um solo, com "Baião de Quatro Toques".     
 
 
       http://www.youtube.com/watch?v=rwy0vD5CXQQ&feature=related ("Escurinho")
 
       http://www.youtube.com/watch?v=kvqimlP2dFw&feature=related ("Samba de um Minuto')     
 
      http://www.youtube.com/watch?v=R09SvnOf_J8&feature=related ("Ladeira da Preguiça")
 
       http://www.youtube.com/watch?v=UcIjn4RaGDQ ("Baião de Quatro Toques")

27.4.11

Programe-se: dia 3 de maio, lançamento de livro de Marina Colasanti com ilustrações de Rubem Grilo


Vai rolar numa terça-feira, dia 3, a partir das 19 horas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. O evento imperdível é o lançamento de um livro de poemas "Classificados e nem tanto" de Marina Colasanti com as xilogravuras fantásticas de Rubem Grilo. Tem estacionamento no local.
(clique na imagem para ampliar, se maravilhar e ler melhor)

Enfim, mais um presente de João Zero- um cartum: O tatuador

26.4.11

Anaí Rosa faz show nesta terça no Bourbon Street, em Sampa, para nova apresentação do recente "Samba Comigo"



Prezados amigos,
 
        Seis anos após lançar o primeiro CD, "Influências" (do qual se ouve, em belo registro, no segundo "link" abaixo, a faixa "Ventos do Norte", da autoria de Djavan), Anaí Rosa chega ao segundo, "Samba Comigo" (capa acima), no qual, além de inéditos, relembra sambas marcantes de compositores do porte de Geraldo Filme - "Garoto de Pobre" - e Billy Blanco - "Pano Legal", neste com um elogiado solo de trombone de um internacional carioca de Bangu, Raul de Souza, um solo que, de tão bonito, ocupou o espaço no arranjo que o criador deste e diretor musical do disco, Nailor Proveta, outro sopro de respeito, reservara para si mesmo. 
        Anaí vem de Apiaí, no interior paulista, mas, aos 10 anos de idade, já morando com a família em Piracicaba e integrando o coral na escola de música local, é que despertou para a magia do canto. Mais adiante, graduada na Unicamp em viola de arco e violino, participou por algum tempo da Orquestra Sinfônica de Campinas sob a regência de Benito Juarez, paralelamente à atividade na seara popular como cantora do Grupo Soma, bem conhecido em bares e clubes dessa região. Gostando mais de cantar que tocar, tornou-se, ao migrar para a capital paulista, uma artista bastante atuante na noite, sobretudo em shows dançantes, como se vê no primeiro dos "links" seguintes, em que, com mescla instrumental de "Na Cadência do Samba", de Luiz Bandeira, recorda o Herivelto Martins  de"Nega Manhosa", lançado com sucesso, em 1957, por Nelson Gonçalves e recentemente regravado por Zélia Duncan. No último "link", Anaí exercita o seu borogodó servindo-se de Chico Buarque em "Feijoada Completa".
        Para os que estão em Sampa, especialmente, neste 26 de abril, ela faz show no Bourbon Street (Rua dos Chanés, 127 - Moema), às 21h, em nova apresentação de "Samba Comigo", com participação, entre outros, da destacada pandeirista e jornalista Roberta Valente, também conhecida por sua valorosa e regular colaboração informativa na Agenda Samba&Choro. 
        Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal            
 

          http://www.youtube.com/watch?v=glJL4jUkadw&feature=related ("Nega Manhosa")

          http://www.youtube.com/watch?v=5ib3wD7S_1U&NR=1 ("Ventos do Norte")

          http://www.youtube.com/watch?v=GsoVaBDSia8 ("Feijoada Completa")

Zé Carlos Bigorna, seu conjunto e Barbara Mendes, nesta terça, em restaurante na Urca: bossa nova "à la carte"




Prezados amigos,
 
       Brilhante saxofonista, flautista e compositor, Zé Carlos Bigorna, nascido em Porangaba (SP) e ex-integrante do conjunto Samba Choro, em que atuou ao lado do violonista Betinho Maciel e do saudoso cavaquinhista Mestre Zé Paulo, apresenta-se, toda terça, com o seu conjunto - Fernando Moraes (teclado), Rômulo Duarte (baixo) e Eduardo Helborn (bateria) - e a cantora Barbara Mendes (convidada), a partir das 20h, no restaurante Zozô (ao lado da estação do bondinho), na Urca, com um repertório criativamente alimentado pelo "mainstream" da bossa nova, revivendo bons ares da boemia carioca (foto e "flyer" acima).            
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal
 
Pós-escrito: abaixo, no "link", um sopro suave de Bigorna bem entrosado com o violão de Gabriel Improta, o baixo de Rômulo Duarte e o pandeiro de Jovi Joviniano em "Coisa Número 10", de Moacir Santos.  
 
 
         http://www.youtube.com/watch?v=zMTpi0ygKb0 ("Coisa Número 10")

24.4.11

Chico Batera neste domingo no Festival Beco das Garrafas: um faixa-preta na sustentabilidade rítmica da bossa



Prezados amigos,
 
             Chico Batera é, há muitos anos, o "percussionista oficial" de Chico Buarque, certo? Certo. No entanto, embora isso, naturalmente, não seja pouco, está longe de resumir tudo ou quase tudo na carreira dele, pois, nascido em Madureira e iniciado nas manhas do ritmo como componente da bateria do Império Serrano, Chico Batera já atuou ao lado de cantores e músicos de projeção mundial, como Frank Sinatra, Michel Legrand, Quincy Jones, Ella Fitzgerald e Joni Mitchell. Começando na noite carioca em 1960, na boate Night and Day, em show do produtor Carlos Machado, Chico conheceu, sobretudo tocando, no limiar daquela década, o efervescente Beco das Garrafas, em Copacabana, na crista da onda bossa-novista, o que lhe ensejou, na ocasião, uma relevante viagem aos EUA, em missão cultural com chancela do Itamaraty, acompanhando o grupo do pianista niteroiense Sérgio Mendes. Residiu algum tempo por lá, numa comunidade de "hermanos" cubanos e porto-riquenhos, convívio que lhe aguçou o gosto pelos ritmos latinos - como se observa no seu CD "Salsa com Alma", lançado em 1997 - e a interseção deles com o jazz e a MPB. Parceiro de Carlos Dafé em "A Ilha", faixa do primeiro elepê, "Ritmo", que o também vibrafonista Chico Batera gravou, em 1979, tornou-se o nosso mais requisitado percussionista nos anos 70 e 80, acompanhando Antonio Carlos Jobim, Elis Regina, João Gilberto, Johnny Alf, Fagner, Djavan, Gilberto Gil e Mílton Nascimento, entre outros luminosos cartazes da nossa música popular. Há dois anos, no extinto Mistura Fina, em Ipanema, pôde reviver com Antonio Adolfo e Sérgio Barrozo o bossa-novista Trio 3-D, lá daqueles afastados anos 60 e assim batizado por Carlos Lyra, no qual, como costuma afirmar em tom de blague, ele e os seus colegas de conjunto já tocavam como "faixas-pretas", cheios de experiência e virtude antes da experiência propriamente dita e do certificado de qualidade expedido, com louvor, pelo tempo. Debutavam, portanto, à vera, como mestres do ofício instrumental, já conhecendo plenamente o que faziam. 
             Chico Batera apresenta-se, hoje, 24 de abril, às 18h, no Teatro Municipal Café Pequeno (Av. Ataulfo de Paiva, 269 - Leblon - tel.: 2294-4480).
 
             Um bom domingo de Páscoa a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
             Um abraço,
 
             Gerdal      
 
Pós-escrito: nos "links" seguintes, 1) Chico Batera (ao lado da cantora Thaís Motta na foto acima) aparece com a Orquestra Suburbana, em imagens de show, realizado no ano passado, em que se comemoraram 50 anos de atividade do percussionista; 2, 3 e 4) Chico Batera, à bateria e ao vibrafone, com o seu trio, formado ainda pelo contrabaixista Luiz Alves e pelo pianista Kiko Continentino, tocando, em sequência, de acordo com a progressão numérica das músicas escolhidas, "Samba e Amor", de Chico Buarque, "O Morro Não Tem Vez", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, e "Sonho com o Rio", de Kiko Continentino, um tema haurido de contrastes presentes no dia a dia da nossa Velhacap.
 
 
           http://www.youtube.com/watch?v=P5JxYinvPNk (Chico Batera e a Orquestra Suburbana)
 
           http://www.youtube.com/watch?v=Ludv00Wdm18&NR=1 ("Samba e Amor")
 
           http://www.youtube.com/watch?v=XE1okd3xbGM&feature=related ("O Morro Não Tem Vez")
 
           http://www.youtube.com/watch?v=pv_7sNx7MKM&NR=1 ("Sonho com o Rio") 

23.4.11

Paulo Midosi Trio e Olivinha Mansur são o cartaz suingado deste sábado, no Café Pequeno, pelo Festival Beco das Garrafas


 
Prezados amigos,
 
        Excelente pianista surgido na década de 60 - entre outros conjuntos, fez parte, na época, do GB-4, formado ainda por Aldir Blanc, à bateria, Roberto Vasquez, ao baixo, e Sílvio da Silva Jr., ao violão -, mas por muitos anos afastado da cena musical por causa do trabalho como analista financeiro de uma multinacional, o amigo carioca Paulo Midosi, residente em Teresópolis, é a atração de hoje, 23 de abril, com seu trio, às 18h30, no Festival Beco das Garrafas, dedicado à bossa nova e ao samba-jazz e realizado no Teatro Municipal Café Pequeno (Av. Ataulfo de Paiva, 269 - Leblon - tel.: 22440-032). Ao lado dos experientes Haroldo Cazes, contrabaixista, e Rubinho Moreira, baterista, ele receberá, durante o show, como convidada especial, a cantora Olivinha Mansur, de carreira incipiente, ex-aluna de Chris Delanno e levada ao palco pela primeira vez por seu descobridor, Durval Ferreira, no J Club, na Casa Julieta de Serpa.. 
        Nos "links" seguintes, 1) Paulo Midosi toca ao lado de Haroldo Cazes e do saxofonista Tino Jr.; 2) acompanha, com seu trio, a bossa visceral da ótima Rosana Sabença em "Brigas Nunca Mais", de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes; 3) ainda com seu trio e mais o violonista César Ferreira, primo de Durval, acompanha Amanda Bravo e Orlandivo em "Falaram Tanto de Você", deste com Durval; 4) na informalidade de um desjejum em conhecida pousada de Conservatória, Olivinha Mansur canta "Insensatez", de Tom e Vinicius, em companhia do tecladista Sérgio Nader.  
        Um bom sábado a todos. Grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal 
 
A tempo: na foto acima, Paulo Midosi tocando com Júlio Merlino e Ronaldo Diamante. 
 
            http://www.youtube.com/watch?v=U5x-hJToR7c (Paulo Midosi e conjunto)
 
            http://www.youtube.com/watch?v=rLbLcd8AGcg&feature=related ("Brigas Nunca Mais")
 
           http://www.youtube.com/watch?v=NQhvcquNXkk&feature=related ("Falaram Tanto de Você")
 
            http://www.youtube.com/watch?v=ut3_cB33aCA ("Insensatez", com Olivinha Mansur)

22.4.11

Wanda Sá canta nesta sexta e neste sábado no Lapinha: a bossa nova curtida ao pé do ouvido



 
Prezados amigos,
 
         Como o jornalista e escritor Nelson Motta, a também sorridente cantora, compositora e violonista Wanda Sá leva jeito de carioca mas não é, na certidão de nascimento. Veio à luz, como ele, na capital paulista e, ainda como ele, migrou com a família para o Rio ainda em tenra idade, lançando-o, em 1964, como letrista, na faixa "Encontro" do elepê "Vagamente" (capa acima) - uma parceria dela com ele antes que Nelson, ainda naquela década, se salientasse como letrista em belas parcerias com Dori Caymmi, como "O Cantador", "De Onde Vens", O Mar É Meu Chão" e "Saveiros" (de vaia estrepitosa, em festival da canção popular, diametralmente oposta á beleza da composição, defendida por Nana Caymmi). Com produção de Roberto Menescal (seu professor de violão e par constante em show e gravação) e arranjos de Eumir Deodato, então debutante no "métier", "Vagamente" também revelava como compositores os irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle, Francis Hime e Edu Lobo, com o qual, cinco anos depois, ela se casaria e teria três filhos, um deles também voltado para a música popular como cantor e compositor, Bernardo (Bena) Lobo. Apontada por muitos como a melhor cantora da chamada segunda geração da batida diferente, Wanda é a dona da voz daquilo que, a exemplo de Astrud Gilberto e Lisa Ono, como expressão elevada, poderia  ser percebido e até classificado como uma "whispering bossa" nos expositores de "world music" pelas Fnacs afora, realçando um tipo de interpretação - no caso de Wanda, com adicional charme rouco de emissão - intimista e característico dessa onda que se ergueu, há tantos anos, no mar de títulos do mercado do disco daqui e dalhures, uma onda de canção que não morre no ar dos que respiram boa música..
         Muito bem acompanhada no palco pelo baterista João Cortez e pelo contrabaixista Dodo Ferreira - e com ele na foto acima -, Wanda Sá é a agradável atração do Lapinha (Av. Mem de Sá, 82 - sobrado - Lapa - tel.: 2507-3435) nesta sexta e neste sábado, 22 e 23 de abril, ás 22h30. Com eles, aliás, ela apresentou-se há pouco no CCBB em show dedicado à memória de Helvius Vilela, grande pianista e contador de piadas, na bem-vinda continuidade que Wanda, desde fins dos anos 80, após longo período de afastamento da cena artística - cuidando do lar, dos filhos ainda pequenos, quando casada com Edu (até 1982), e dando aulas de violão. A pleno gás, vem, então, na retomada do fino da sua bossa, realizando shows e discos em sequência, estes tanto solo, como "Domingo Azul do Mar", em 2002 , como em companhia de Pery Ribeiro e Osmar Milito ("Brasil Bossa-Nova", em 1992), Célia Vaz (o ótimo "Brasileiras", em 1996), João Donato, em 2003, e Roberto Menescal ("Estrada Tóquio-Rio", em 1998, e "Swingueira", em 2005).  Uma fã de carteirinha da bossa nova (adolescente ainda, na primeira fileira dos shows, sempre de olho no lance dos acordes inovadores ao violão) que, nessa levada internacionalmente envolvente, fez seus fãs, em particular no Japão, para onde já viajou amiúde atendendo a chamado para concorridas temporadas.
         Uma boa Páscoa a todos. Muito grato pela atenção à dica. 
 
         Um abraço, 
 
         Gerdal               
.     
Pós-escrito: nos "links" seguintes, 1) Wanda Sá e Pery Ribeiro cantam "Vagamente", de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, 2) ela e Menescal, duas vozes e dois violões, em imagem do programa "Ensaio", da TV Cultura (SP), lembram, vivamente, "Telefone", também dele com Bôscoli; 3) Wanda e Celia Vaz em uma das melhores gravações de "Samba do Grande Amor", de Chico Burque; 4 e 5) "E Vem o Sol", dos irmãos Valle, e "Tristeza de Amar", de Geraldo Vandré e Luiz Roberto, respectivamente, faixas do primeiro elepê de Wanda. .  
 
   
               http://www.youtube.com/watch?v=8YCZyTUH5Do&feature=related ("Vagamente")
 
               http://www.youtube.com/watch?v=cYVyj61zl2kNR=1&feature=fvwp ("Telefone")
 
               http://www.youtube.com/watch?v=7ksT-jGtWKw ("Samba do Grande Amor")
 
               http://www.youtube.com/watch?v=twex3NUByKg&feature=related ("E Vem o Sol")
 
              http://www.youtube.com/watch?v=WpSsAoH74UE&feature=related ("Tristeza de Amar") 

21.4.11

Programe-se: Lançamento do livro Nietzsche e as Ciências na próxima terça, dia 26


A relação do filósofo bigodudo com as ciências pode ser lida agora num livro que vai ser lançado no dia 26 de abril, a partir das 19,30 horas, na Livraria Blooks, na Praia de Botafogo, 316 - Arteplex - Rio de Janeiro.

Luís Barcelos e Rogério Caetano tocam nesta quinta na Tijuca: cordas novas para a exaltação do velho choro (grátis)





Prezados amigos,
 
         A comemoração do Dia Nacional do Choro, que coincide, todo ano, com o 23 de abril do nascimento de Pixinguinha, começa mais cedo, na Tijuca, no Centro Municipal de Referência da Música Carioca ("flyer" acima), com entrada franca. Neste 21 de abril, feriado de Tiradentes, às 19h, dois jovens e admiráveis instrumentistas  - o bandolinista gaúcho Luís Barcelos e o sete-cordas goianiense Rogério Caetano (fotos acima) -, residentes no Rio, lá se apresentam, mostrando que a fila anda na MPB e a renovação no âmbito do choro - neles, por exemplo, encarnada -, embora não prestigiada como deveria, em larga escala, pelos meios de comunicação, faz-se, apesar dos percalços, com perseverança e engenho. Moços talentosos, com eles o choro - parafraseando o mestre Luís Bandeira em um de seus frevos - "é de fazer sorrir". 
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal
 
Pós-escrito: nos "links" seguintes, 1) Luís Barcelos, entre dois outros gauchaços em cena, o violonista Yamandu Costa e o contrabaixista Guto Wirtti, tocando "Perigoso", do cavaquinhista Esmeraldino Sales e Orlando Silveira, este um saudoso acordeonista rinconense e arranjador da Odeon por vários anos; 2) "Praça São Salvador", de Luís Barcelos, por ele mesmo e conjunto; 3) "De Volta pro Aconchego", de Dominguinhos e Nando Cordel, dois ilustres pernambucanos, numa interpretação emocionada e emocionante de Rogério Caetano. 
 
 
        http://www.youtube.com/watch?v=-lEqtPPjzOE&feature=related ("Perigoso")
 
        http://www.youtube.com/watch?v=XfkV1YEWgIs&feature=related ("Praça São Salvador")
 
        http://www.youtube.com/watch?v=hDibIje2BWE ("De Volta pro Aconchego")

19.4.11

Show Kanimambo de Emiliano Castro quinta-feira em Sampa



Uma boa dica para o pessoal ficar em Sampa:
Mais um show de lançamento do magnífico CD Kanimambo de Emiliano Castro no palco da Casa de Francisca (com seu cardápio e atendimento transcendentes).
Desta vez com o desafio de tocar sem sax e flauta.
Violão e voz com todos os temas!
Serviço:
KANIMAMBO
Emiliano Castro . violão de 7, voz e direção
Marcos Paiva . contrabaixo acústico
Douglas Alonso . bateria e percussão
5a feira, 21 de abril de 2011
na Casa de Francisca
r. José Maria Lisboa, 190 - tel. 3052 0547
R$ 26,00

Noel Rosa no 13º Festival do Cinema Brasieiro de Paris


Olhaí o filme do meu amigo Dácio Malta brilhando nas telas parisienses.
Para maiores informações em francês é só clicar no link
http://www.festivaldecinemabresilienparis.com/2011/semaine2/noelrosa.htm

Cartum novo


Este cartum eu fiz para ilustrar a abertura de um power point que montei ( o primeiro da minha vida), para um debate sobre alguns capítulos do livro "Modernidade e Identidade" do sociólogo inglês Anthony Giddens.

18.4.11

Geraldo Flach: o silêncio definitivo das teclas de um perfeccionista logo após belo disco em companhia de Virgínia Rosa




 
Prezados amigos,
 
       Ouvi neste último domingo o recente CD sobre o qual escreve, linhas abaixo, em apreciação detalhada e de muita sensibilidade, Aquiles Rique Reis, colunista e cantor do MPB4. Uma maravilha reunindo o piano e os arranjos de Geraldo Flach e a voz linda e cristalina de Virgínia Rosa. Faço minhas as palavras de Aquiles e, com elas, presto a minha homenagem a esse músico porto-alegrense (foto acima), gremista apaixonado, por cuja obra sempre nutri especial apreço, infelizmente falecido, aos 65 anos, no início deste 2011, no dia 3 de janeiro, por causa de um câncer intestinal.
       Parceiro do carioca Arthur Verocai em "Um Novo Rumo" - que Elis Regina defendeu, em 1968, no Festival Universitário do Rio de Janeiro -, Geraldo, apesar da sólida formação erudita, começou na profissão já aos 14 anos animando bailes populares, acompanhou estrelas da MPB, como Nana Caymmi, e teve por muito tempo, na capital gaúcha, uma produtora de "jingles", a Plug, e, nos anos 60, programas na Rádio Difusora ("Um Piano em Destaque") e na TV Piratini ("Programa Geraldo Flach", com muita bossa nova), musicando ainda, além de filmes - como o premiado curta "Ilha das Flores", do conterrâneo Jorge Furtado -, festival (o tema-prefixo do de Gramado) e até casamento, como o do amigo e parceiro Ivan Lins (ambos em foto acima) com Lucinha Lins (uma canção feita por ele especialmente para a ocasião, à qual Ivan responderia com outra, sua, anos depois, quando do segundo casamento de Geraldo, em 1988). Em suma, também um excelente compositor, de inclinação jazzística (uma beleza, em intenção de Pixinguinha, a sua "Mestre Pizindim", com gravação feita em Nova York para o elepê "Piano", da RGE, de 1990), e um dos nomes exponenciais da seara instrumental no sul do país.    
       Nos "links" seguintes, 1) Geraldo Flach e Virgínia Rosa em "Dindi", de Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira, faixa do CD infradestacado (capa abaixo) por Aquiles Rique Reis em texto publicado em vários jornais em fins de outubro de 2010; 2) um "slideshow" com imagens de Elis Regina, ela cantando "Um Novo Rumo"; 3) Geraldo Flach, ao piano, tocando o hino do Grêmio ("Até a pé nós iremos/para o que der e vier/mas o certo é que nós estaremos/com o Grêmio onde o Grêmio estiver..."), feito em 1953 por outro torcedor fervoroso do clube, Lupicínio Rodrigues, motivado inicialmente por uma greve de ônibus na capital gaúcha.
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal 
          
 
       http://www.youtube.com/watch?v=UGC36EgpdPM ("Dindi")
 
       http://www.youtube.com/watch?v=yNWT6sM8y1M&feature=related ("Um Novo Rumo")
 
       http://www.youtube.com/watch?v=Pm5yFG5vj60&feature=related (hino do Grêmio Futebol Porto-Alegrense)
 
      
Boa música embalada em elegância e refinamento
            Virginia Rosa & Geraldo Flach – Voz e Piano (Lua Music) traz a competência e a sensibilidade da cantora paulistana e do pianista, compositor e arranjador gaúcho. Assim nasceu um CD de alta qualidade.
            A voz de Virginia e o piano de Geraldo fluem por treze faixas selecionadas com o rigor que precede momentos de grande eloquência musical. Há ainda duas faixas bônus: “Ta-Hi – Pra Você Gostar de Mim” (Joubert de Carvalho), com participação especial do pianista Ogair Jr., e “Prenda Minha” (domínio público), com a também distinta presença de Lucinha Lins.
Virginia Rosa abre o álbum cantando à capella “O Meu Amor Chorou” (Luiz Marçal Neto), grande sucesso na voz de Paulo Diniz. E a sua voz firme, potente, afinada e sentida derrete-se, sorvendo cada nota, cada sílaba.
           Em “Amor de Índio” (Beto Guedes e Ronaldo Bastos), a introdução tocada por Geraldo já dá pinta de que a levada será diferente da que todos já conhecemos pela gravação de Beto. E assim é em todos os arranjos de Flach: ele busca trilhar caminho próprio, buscar sutilezas que engrandeçam as obras interpretadas.
            Na obra-prima de Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho, “Pressentimento”, a voz de Virginia ganha ainda mais força graças às modulações propostas pelo arranjo e conduzidas com vigor pelo piano. Os vocalises feitos ao final dão mostras de quanto o belo e o antológico podem ainda ser revigorados. Para encerrar, um pequeno trecho de “O Morro Não Tem Vez” (Tom e Vinícius), com direito a novos e agudos vocalises, feito os de uma lamentosa porém refinada cuíca.
            Dedilhado no piano, “Que Nem Jiló” (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) deixa de lado na primeira parte a marcação do baião. Mas quando o piano balança, o suingue atiça nordestinidade ao arranjo. Com novos vocalises temperados com agudos, Virginia encerra.
            “A Flor”, bela canção de Fernando Figueiredo, é um dos mais belos momentos do CD. Líricos, os versos dão luz a uma melodia de impacto comovedor. “A Voz do Coração” (Celso Fonseca e Ronaldo Bastos) é outro instante emocionante.
            “Kalu” (Humberto Teixeira), “Dindi” (Tom e Aloysio de Oliveira) e “Cacilda” (José Miguel Wisnik) arrebatam pela forma como Virginia as canta. Que voz! O piano de Geraldo faz com que as gravações originais se reflitam em seu tocar suave, mas sem, entretanto, copiar-lhes as intenções harmônicas e melódicas. Sensibilidade!
            “Maria, Maria” (Milton Nascimento e Fernando Brant) e “Upa, Neguinho” (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri) têm a força multiplicada pela capacidade de síntese de Virginia e Geraldo. E o chamamé (ritmo folclórico argentino, com grande força no Rio Grande do Sul) “Mercedita” (Ramón Sixto Rios) demonstra o quanto os dois têm visão musical aberta, sem parti pris.
            Para fechar, Geraldo Flach sola o seu “Choro Amoroso”. Momento musical de intensa brasilidade, a atestar que música sem fronteiras é a que tem o gosto da terra em que nasceu, mas todo o mundo ama saboreá-la.
Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4.

16.4.11

Marcos Sacramento no dia 16 na novela Insensato Coração


Enquanto minha vizinha chavista está num SPA em Cuba. Marcos Sacramento se apresenta num evento virtual, ou seja num simulacro de boteco dentro da novela Insensato Coração - -"Toda novela da Globo tem um boteco que é o máximo!" - diria minha crítica vizinha- (Por favor não me venham com piadinhas dizendo que Cuba já é um Spa principalmente hoje que teve uma comemoração bacana lá na Praça da Revolução, com um simulacro do iate Gramna e tudo)

14.4.11

Ronaldo Diamante faz show instrumental com diferentes trios nesta quinta na Sala Baden Powell




Prezados amigos,
 
        Repasso abaixo informação recebida acerca de show de um contrabaixista carioca experiente e muito bem conceituado, Ronaldo Diamante (foto acima), nesta quinta, 14 de abril, na Sala Baden Powell, às 20h, em que haverá um rodízio de pianistas, todos do melhor gabarito, em distintos trios ao longo da apresentação. Ronaldo é figura bem conhecida em Teresópolis, onde, com o amigo Paulo Midosi, outra fera do teclado, tem relevante atuação na área musical, levando avante, por nove anos, o Clube de Jazz e da Bossa Nova, que criaram, e, há dois, também com Midosi, tocando e participando da arregimentação do Terê Bossa - Festival de Jazz e Bossa Nova, que este ano contou com Manassés, Fernando Merlino, Victor Biglione, Gilson Peranzzetta e Mauro Senise, entre outros. Uma bela iniciativa da Prefeitura de lá. 
       Também compositor, arranjador e professor do seu instrumento, Ronaldo Diamante faz parte do grupo Pindorama, com dois CDs já gravados, e, solo, gravou outros dois, "Jaix" e "Charanga". Em todos, naturalmente, brilhante 
       Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal
 
Pós-escrito: no "link" abaixo, Ronaldo Diamante com o seu conjunto mostrando uma atraente execução de "Inútil Paisagem", de Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira. Em outra foto (acima), Ronaldo aparece tocando com Júlio Merlino e Paulo Midosi. 
            


        http://www.youtube.com/watch?v=sxg3wh3CeEA ("Inútil Paisagem") 


Serviço:Show
Ronaldo Diamante e Trios
Standarts e Originais

Piano                                            
Adriano Souza                               
Ana Azevedo
Fernando Moura
Marco Tomaso                              
Tomás Improta                               
***
Bateria
Elcio Cafaro
***
Contrabaixo
Ronaldo Diamante
14 de Abril Quinta-Feira 20hs/Sala Baden Powell/ Av Copacabana 360


                                                     
                                                     

13.4.11

Alan Rocha revive Candeia nesta quarta no Sesi Jacarepaguá: samba de mestre, que mora na filosofia (grátis)




 
Prezados amigos,
 
        Antônio Candeia Filho, o Candeia, legou à posteridade uma obra de alto relevo - hoje curtida especialmente pela rapaziada ligada no chamado samba de raiz e animadora de rodas de samba espalhadas pela cidade - e, movido pelo seu espírito crítico, criou, em 1975, o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo, como consequência do seu desagrado com a descaracterização do desfile principal das escolas de samba, já então "assim" de sambeiros da alta e "paraquedistas" da classe média. Filho de um tipógrafo flautista, cidadão muito considerado em Oswaldo Cruz e Madureira, amigo de Luperce Miranda, Zé da Zilda e Claudionor Cruz, entre outros nomes de realce na MPB, Candeia, desde menino, familiarizou-se com as rodas de samba, estendendo mais tarde tal proximidade à capoeira e ao candomblé, e com 14 anos já saía na Portela fantasiado de mecânico. Três anos depois, em 1957, integrando a ala de compositores da escola, ganhou o seu primeiro samba-enredo, "Seis Datas Magnas", em parceria com Altair Prego, que embalou um desfile histórico e campeão da Portela, "dez, nota dez" de ponta a ponta na apuração. No início dos anos 60, dirigiu o conjunto Mensageiros do Samba (ainda Picolino, Casquinha, Jorge do Violão, Bubu, Casemiro, Arlindo e Davi do Pandeiro), e, entre seus discos, na companhia de outros bambas, além de Casquinha, como Luíz Grande, Joãozinho da Pecadora, Wilson Moreira,  Velha da Portela e Anézio do Cavaco, participou de elepês de uma ótima série, Partido em 5. Ingressou na polícia civil em 1961, mas, quatro anos depois, com fama de "marrento", meteu-se em entrevero de trânsito e foi alvo de disparo de arma de fogo que lhe atingiu a espinha dorsal, o que, infelizmente, o prenderia a uma cadeira de rodas pelos últimos 13 anos da sua vida.     
        "Amor Não É Brinquedo" (com Martinho da Vila), "Pintura sem Arte", "Minhas Madrugadas" (com Paulinho da Viola), "Filosofia do Samba", "Dia da Graça", "Preciso Me Encontrar", "De Qualquer Maneira", "Peixeiro Grã-fino" e "O Mar Serenou" são daquelas páginas belas, como observaria Monarco, no livro de ouro da criação de Candeia, parte delas relida  nesta quarta, 13 de abril, a partir das 20h, com entrada franca, por Alan Rocha no show-homenagem "Luz Que Clareia no Samba", no Teatro Sesi Jacarepaguá ("flyer" acima). Cantor, cavaquinhista e ator, Alan faz parte da simpática e atraente formação da Orquestra Popular Céu na Terra, na qual faz ainda direção musical. Karla da Silva (foto acima), nascida para cantar e encantar, será uma presença e tanto no palco, em participação especial, para a qual Alan destinou a sua belíssima "Senhora dos Encantos", faixa de disco dela, o primeiro, a ser lançado em breve. Axé!
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal
 
Pós-escrito: no "link" abaixo, 1) imagens de Candeia, de 1969, entre outros sambistas, cantando partido-alto e dando, informalmente, uma aula magna sobre o assunto; 2) Karla da Silva canta "Fubá", de Raphael Gemal e Isaac Chuenk, outra faixa do seu primeiro disco; 3) Alan Rocha canta "Mora na Filosofia", de Candeia, em prévia do show de logo mais à noite.
 
       http://www.youtube.com/watch?v=-eQ4qDfl_zY&feature=related (Candeia e o partido-alto)
 
      http://www.youtube.com/watch?v=_QHkwU8PiMg ("Fubá", com Karla da Silva)
 
      http://www.youtube.com/watch?v=g2G2fhkU42M  ("Mora na Filosofia", com Alan Rocha)
 

12.4.11

Seresta Moderna lança seu primeiro CD nesta terça no Rival: tradição e atualidade em encontro marcado na canção



Prezados amigos,
 
      Como um aperitivo, nos "links" abaixo, o Seresta Moderna apresenta 1) "Wave", de Tom Jobim; 2) "O Trem Atrasou", de Paquito, E. Silva e A. Vilarinho; "Se Você Jurar", de Ismael Silva e Nílton Bastos; e "Trem das Onze", de Adoniram Barbosa; e 3) um "vídeo-release" resumidor da sua atividade musical. Essa "abrideira" refere-se ao show, nesta terça, 12 de abril, no Rival ("flyer" acima), que o conjunto fará, lançando o primeiro CD da carreira, após muitos shows, até mesmo com um  fundo didático, em que a motivação maior é cantar a maravilha que é a nossa música popular por meio da obra de destacados compositores. 
      Se a querida Manu Santos, vista nos dois primeiros "links" e vencedora em concurso do Carioca da Gema, na Lapa, não está mais no Seresta Moderna - cuidando agora do lançamento em data próxima do seu também primeiro disco -, a amiga Juli Mariano, revelada ainda na Turma da Bossa, nele prossegue com o seu brilho, assim como, entre outros,  o cantor, compositor e violonista João Francisco Neves - também do Cambada Mineira -, que puxa o fio condutor dos espetáculos do grupo. É desse outro amigo que repasso a informação abaixo do show de logo mais, às 19h30, com muito gosto.     
       Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
       Um abraço,
 
      Gerdal
 
 
      http://www.youtube.com/watch?v=-eQ4qDfl_zY&feature=related ("Wave")
 
       http://www.youtube.com/watch?v=MPqIdFhKBY4 ("O Trem Atrasou"; "Se Você Jurar"; "Trem das Onze")
 
       http://www.youtube.com/watch?v=iJBGCP3Uzzo&NR=1 ("vídeo-release" do Seresta Moderna) 
 

 Grupo Seresta Moderna

Criado em 1981 pelo músico – compositor e arranjador João Francisco Neves, o show “A HISTÓRIA DA MPB DE 1916 AOS DIAS DE HOJE” ficou guardado até o ano de 2003 quando João Francisco formou o grupo SERESTA MODERNA, juntamente com a cantora Juli Mariano e a compositora-jornalista Flavia Ventura.
A princípio, seria uma temporada de quatro meses no Teatro Gláucio Gil em Copacabana, mas, devido ao sucesso, o grupo pegou a estrada e viajou pelo país, apresentando-se em teatros, auditórios, casas de espetáculo, clubes e praças. 
O show “A HISTÓRIA DA MPB DE 1916 AOS DIAS DE HOJE” tem um repertorio imbatível, com os melhores momentos da nossa música. O espetáculo traça o caminho dos grandes sucessos com muita história e “causos” deliciosamente contados pelo grupo.
Agora em 2011, o grupo lança seu primeiro CD, no Teatro Rival.
Misturando belíssimas releituras com surpreendentes canções de sua autoria, o SERESTA MODERNA apresenta arranjos que valorizam as vozes e rejuvenescem as obras do século passado. A mescla de músicos jovens traz um novo vigor à essas obras e uma sonoridade totalmente atual. Uma perfeita integração entre os vocais, instrumentos acústicos e o sampler.
O espetáculo tem roteiro, arranjos e direção musical de João Francisco Neves e pesquisa de Juli Mariano.
Com esse adorável encontro de saudosismo e modernidade nas suas composições, o SERESTA MODERNA cresce mais a cada dia e conquista seu espaço. O espaço de um grupo maduro e pronto para cantar sua bela música.
Participações especiais de Luiza Dionizio e Cláudia Telles
Serviço:
Teatro Rival Petrobras
Dia 12/04 – terça-feira - 19h30
Rua Álvaro Alvim, 33/37 – Cinelândia
Preços:
R$ 40,00(inteira)
R$ 30,00 (os 200 primeiros pagantes)
R$ 20,00(meia)
Classificação: 16 anos

Ilustração para Veja-Rio



Tive o prazer de ilustrar a crônica de Manuel Carlos publicada na semana passada na Veja-Rio. Aqui estão a ilustração e a página.

11.4.11

Luiz Bonfá: dez anos de silêncio de um violão brasileiro de amplitude internacional





Prezados amigos,
 
           Manhã, tão bonita manhã a brasileira a cujos primeiros raios de sol se juntam, na nossa percepção musical, as cordas do violão de Luiz Bonfá (fotos acima), numa delas com Tom Jobim) e tão clara e magnânima quanto o som delas característico. Uma manhã de carnaval iluminada em si mesma de todas as belas manhãs do planeta, de todas as estações do ano, já que o clássico desse carioca com letra de um pernambucano, Antônio Maria, inicialmente gravada por um paulista, Agostinho dos Santos, e feita para um longa, "Orfeu Negro", dirigido por um francês, Marcel Camus, em 1958, ganhou trânsito internacional, apreciada em tantas outras vozes de prestígio, como as de Frank Sinatra, Sarah Vaughan, Tony Bennett, Diana Krall e Perry Como. Também na trilha do filme, com letra de Maria, outra de Bonfá teria grande relevo, "Samba de Orfeu", em momento em que para este representaria um divisor de águas a partir do qual seus acordes, seu requinte técnico e sua harmonia refinada, aprimorada no convívio com Garoto ("Costumávamos ir para a casa dele, em Copacabana, e tocar durante horas, só nós dois", dizia Bonfá ), dotavam o seu instrumento de qualidade do tipo exportação. Autodidata a princípio, mas depois aluno de música clássica, já adolescente, do uruguaio Isaías Sávio, que nele vislumbrava um concertista para o calor do aplauso universal, em Luiz Bonfá tocou mais alto o apelo da canção popular, ouvida na infância, particularmente nas reuniões em que o pai, italiano, violonista e seresteiro, recebia em casa amigos como Pixinguinha e Bororó. Nascido em 1922, nos anos 40 já atuava na Rádio Nacional como componente do Quitandinha Serenaders (conjunto que gravou com sucesso "Felicidade", de Lupicínio Rodrigues, e foi batizado pelo produtor Carlos Machado quando de shows que este promoveu no Hotel Quitandinha, em Petrópolis) e, em 1946, realizou a sua primeira incursão no disco, pela Continental, com duas músicas de sua lira: "Uma Prece" e "Pescaria em Paquetá". Em 1953, com o desfazimento do conjunto, de que também tomou parte o ator gaúcho Alberto Ruschel - do premiado longa "O Cangaceiro" -, Bonfá deu asas próprias à criação e execução, tornando-se, pelo dedilhado "avant la lettre", muito melodioso e bem suprido de lirismo, uma ponte entre o samba-canção e a bossa nova, à qual se integraria, participando, em 1962, da famosa apresentação no Carnegie Hall, em Nova York. Foi o único compositor brasileiro gravado por um deus do rock, Elvis Presley, com a canção "Almost in Love", que, em 1996, intitulou um CD da bem conceituada internacionalmente Ithamara Koorax, todo dedicado a Bonfá - que tocou em várias faixas -, após  ele ter morado por longos anos nos Estados Unidos, onde trabalhou com Eumir Deodato e deu expansão mais jazzística à expressão da sua arte. Uma arte "non stop" de "master classes" de violão, "bonfabulosa".    
           Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção. 
 
           Um abraço,
 
           Gerdal
 
Pós-escrito: 1) Luiz Bonfá faleceu em 12 de janeiro de 2001 e dedico estas linhas de recordação ao seu sobrinho, compositor e também violonista dos bons, Tavynho Bonfá;
                      2) na sequência dos "links" abaixo: a) Luiz Bonfá, ao violão, e Fafá Lemos, ao violino, tocam "As`Pastorinhas", de Noel Rosa e Braguinha, faixa do elepê "Bonfafá" (foto de capa abaixo), de 1958, da Odeon; b) Bonfá em programa de Mike Douglas, na tevê norte-americana, em emissão em preto e branco dos anos 60, tocando "Menina Flor", composta com Maria Helena Toledo e mostrando uma batucada ao violão; c) o violonista-compositor lembrado por sua belíssima "Non Stop to Brazil"; d) um excepcional intérprete de Bonfá, o carioca Dick Farney, canta "Samba de Duas Notas";  e) outra gema de Bonfá, "Gentle Rain", pela dulcíssima Astrud Gilberto; f) Antonio Carlos Jobim, ao piano, com a banda que o acompanhou nos anos finais da vida dele, canta "Correnteza", maravilha da sua parceria com Bonfá; g) Bonfá canta, de sua autoria", "Perdido de Amor", acompanhando-se ao violão, expressão do seu marcante lirismo e muito bem reinterpretada, em 1995, em faixa-título de elepê da Som Livre, por Emílio Santiago.  
 
 
            http://www.youtube.com/watch?v=i9h8q8pp2Xs&feature=related ("As Pastorinhas")

 
             http://www.youtube.com/watch?v=CXT9M9eSG6k (Bonfá na tevê americana)
 
             http://www.youtube.com/watch?v=4bFT8iMfcaE&feature=related ("Non Stop to Brazil")
 
             http://www.youtube.com/watch?v=R8VpEJNspjs ("Samba de Duas Notas")
 
             http://www.youtube.com/watch?v=s6ndU7GKpjI&feature=fvwrel ("Gentle Rain')
 
              http://www.youtube.com/watch?v=8ZxxEf3hWXc&feature=related ("Correnteza")
 
             http://www.youtube.com/watch?v=NM_VUHoIlaQ ("Perdido de Amor")

Ouçam Criolo: "Não Existe Amor em SP"


Fui assistir ontem de noite no Teatro Oi-Ipanema ao belo show de Lurdez da Luz, nele Criolo deu uma canja - o cara é dos bons. Querem confirmar, cliquem no link que vou "postar" http://soundcloud.com/danielganjaman/n-o-existe-amor-em-sp

10.4.11

Sidney Lumet foi para o andar de cima. Ficou o Homem do Prego


O genial cineasta Sidney Lumet filmou de tudo um pouco.Afinal foram 50 anos de cinema. Era um dos meus diretores preferidos e entre seus filmes,faz algum tempo que estou para escrever sobre o O Homem do Prego(The Pawnbroker, 1964)- que acho uma de suas obras primas. Parece um filme que foi feito para Rod Steiger. Pode-se dizer que o filme é ele que com seu imenso talento encara o difícil , complexo e ambíguo papel de um sobrevivente do Holocausto. Um homem que traz a desgraça na alma e entende o mundo pelo lado mais sombrio do ser humano - não fala por aqueles que foram vitimados pela fúria da besta tecnizada nazista, ele carrega a marca daqueles tempos e não distingue o terror do campo do cenário cinza de um dos bairros degradados de Nova York, onde continua preso em sua loja de penhores.
É um filme difícil de encarar. Fico a pensar, como Lumet era um cara corajoso. Enfrentar o sistema estelar de Hollywood com um filme tão cru, doloroso, seco e incômodo de assistir.
Para lembrar do mestre, botei aqui um trecho de O Homem do Prego.
NR: Desculpem, mas não conseguir me livrar do irritante anúncio que aparece como um "spam" no vídeo que captei do Youtube.

9.4.11

Ainda dá tempo de ir: Festival Índia - Brasil pela Paz Mundial neste final de semana


Clique na imagem para ampliar e ler melhor.

Macunaíma - (ilustrações)


Este desenho faz parte do livro "Astronomia do Macunaíma" que Ronaldo Rogério de Freitas Mourão publicou. Eu tive o prazer e a honra de ilustrar.
NR: O livro foi para as estantes das livrarias em 1984.
Li recentemente, pela quinta vez com imenso prazer o livro de Mário de Andrade, apesar de ser leitura obrigatória para acompanhar um curso muito rico que tem como tema a questão do "Esgotamento do Modernismo". É uma viagem pelo pensamento que procura saber que bicho deu no Modernismo - de 1922 até o ano de 1980 -, mais ou menos quando o "espírito de porco modernista" dá seu último suspiro. Interessante, como em cada leitura você descobre um mundo novo no mesmo livro. Recordei, por alguma razão oculta, daquele aquele personagem de Borges, o teimoso Pierre Menard, que entrou numas de escrever o Quixote tal qual Cervantes havia escrito. Notem beem, ele não queria reescrever o texto do Quixote, não queria fazer uma cópia, ele queria "escrever" linha por linha o livro que o espanhol nos deu de presente, antecipando o que seria romance moderno. Caramba, acho que escorreguei na maionese!

Pery Ribeiro canta neste sábado no Café Pequeno: a primeira atração de série de shows dedicados à bossa nova


 
Prezados amigos,
 
        Onda que vai, onda que vem na nossa música popular, e Pery Ribeiro, como intérprete, atravessa décadas fiel ao seu dom natural de mostrar bonito tudo que se faz canção, no embalo do ritmo e da divisão. Da coisa mais linda que a bossa nova viu passar - e pôde cantar -, uma moça da praia de doce e internacional balanço, foi a primeira voz no disco, como também seria, entre outras joias do "violão gago", de "Rio", "Ah! Se Eu Pudesse" e do lado B do histórico 78 rotações com "Garota de Ipanema", a memorável "Vagamente", esta pouco depois associada em definitivo ao trinado diferente - rouco e sussurrado - de Wanda Sá. Se Pery foi todo bossa, em 1963, no seu segundo elepê - e muito mais bossa, dois anos depois, na sedutora companhia de Leny Andrade e do Bossa Três em temporadas memoráveis na boate Porão 73 e, pertinho dela, no Teatro Princesa Isabel, em Copacabana -, também traria, ao longo da carreira, para o seu mundo de canções romãnticas, sempre com bom gosto, o verso vigoroso de um baladista chegado ao samba (e neste terreiro, por exemplo, tecendo belas loas à sua amada Santa Teresa), o uruguaio verde-amarelo Taiguara, com a composição "Coisas", e o estro abolerado de um português criado em subúrbio do Rio, Adelino Moreira, a ambos dedicando - um pra cada um - dois CDs. Fiel à bossa e sob a influência do jazz, mas também cantando outras vertentes da nossa rica motivação musical, Pery viajou por vários países, neles conquistando admiradores cativos e arrancando aplausos de pé, como na longínqua Lituânia;  apresentou-se em cultuados endereços do jazz, como o Blue Note, em Nova York, e, caminho do mar, animou rotas turísticas em navios de luxo, como o "Splendour of the Seas". Inteligente, franco, risonho, sensível, bem informado e  de pensamento claro e respostas bem articuladas em entrevistas, assim também se revela o Pery, grande no palco, no exercício do seu ofício, especialmente na levada da bossa. E, além do mais, ele é carioca. 
        Um bom dia a todos.  Grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal
 
Pós-escrito: 1) Pery Ribeiro, neste sábado, 9 de abril, às 19h, é atração bem-vinda e oportuna do I Festival Beco das Garrafas, no Teatro Municipal Café Pequeno ("flyer" acima), no Leblon, que, em apresentações semanais, até o final do próximo mês, reunirá artistas identificados com a bossa nova, como Os Cariocas, Bebeto Castilho (ex-Tamba Trio), as cantoras Waleska, Fátima Regina, Cláudia Telles (filha de Sylvia Telles e do violonista e compositor Candinho)  e Amanda Bravo (filha de Durval Ferreira) e o compositor e violonista Normando Santos, este um personagem do comecinho dessa história na MPB e há muito residente em Paris; 
                     2) nos "links" seguintes, a) Pery canta "Samba de Orfeu", de Luiz Bonfá e Antonio Maria; 2) canta "Giramundo", de 1965, feita por Luiz Carlos Sá, então um constante participante de festivais de MPB e, mais recentemente, conhecido pela dupla de sucesso com Gutemberg Guarabyra;  3) da lavra de Pery com Geraldo Cunha, "Bossa na Praia", com Sylvia Telles.       
 
 
         http://www.youtube.com/watch?v=iZ7H8v-71D8 ("Samba de Orfeu")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=4sMYiCooGcU&feature=related ("Giramundo")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=__4imL3pnpM&feature=related ("Bossa na Praia")

8.4.11

Fatima Guedes e Rafael Vernet, nesta sexta, na Sala Baden Powell, apresentam o show "Dois Amores"



Prezados amigos,
 
        Insuperável na interpretação de verso próprio, Fatima Guedes é o cartaz luminoso desta sexta-feira, 8 de abril, às 20h, na Sala Baden Powell, em Copacabana, acompanhada no palco pelo pianista Rafael Vernet ("flyer" acima). É ela quem ouvimos, no "link" seguinte, na canção "Muito Intensa", de sua autoria, um título, aliás, muito representativo da sua inspiração, ao longo de todos os anos de carreira, no conjunto da obra.
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal 
 
       http://www.youtube.com/watch?v=YseQumrDJZM ("Muito Intensa")    

7.4.11

Shows da Lurdez da Luz no Teatro Oi Futuro Ipanema - dias 8, 9 e 10 de abril


Vale a pena assistir. Lurdez da Luz é um grande talento, na letra afiada, no ritmo, na performance. Faz e canta algo que tento definir como música brasileira contemporânea- urbana popular- internacional - uma mistura danada de boa! Creio vai além do hip hop.
Na sexta-feira dia 8 de abril ela abre uma série de três apresentações no Teatro Oi Futuro Ipanema.

Serviço:
O Teatro Oi Ipanema fica na Visconde de Pirajá, nº 54
Rio de Janeiro, Brasil
Dias 08, 09 e 10 de abril : Show da Lurdez da Luz com:
Marcelo Cabral - contra baixo acústico e elétrico | Tony Gordin - bateria | DJ Mako - pickup's
+ os convidados:
Thiago França - sax, flauta e EWI e o MC e cantor Criolo.
Sexta e sábado às 21h
Domingo às 20h
$15

Ainda dá tempo: Denise Pinaud evoca Dolores Duran, nesta quinta, em show no Bistrô MAC-ternura antiga ainda no frescor da saudade




amigos,
 
        "Um amor assim, um ciúme assim/parece incrível/nós nos amamos, vivemos brigando/cada qual pro seu lado/um amor assim, um ciúme assim/é melhor separado..." Esse belo samba-canção, "Um Amor Assim", composto por Dora Lopes em momento de suave "spleen", bem que poderia ter sido assinado por outra amiga íntima da madrugada, Dolores Duran (foto acima), que, por sinal, dele tem registro no elepê "Estrada da Saudade". Embora Adilea da Silva Rocha - no registro civil -, carioca da Saúde, tenha feito sucesso, em 1956, com o baião "A Fia de Chico Brito", de Chico Anísio - padrinho do turbulento casamento dela com o ator e compositor Macedo Neto - e emprestado graça à gravação de sambas satíricos de Billy Blanco, como "Pano Legal" e "Estatuto de Boate" ("Gafieira de gente bem é boate/onde a noite esconde a bobagem que acontece/onde o uísque lava qualquer disparate/amanhã um sal de fruta/e a gente esquece.."), foi, no entanto, no domínio do samba-canção romântico, de verso cabisbaixo ou desventurado, que ela se distinguiu como intérprete e compositora. Tanto os de lavra alheia - como "Bom É Querer Bem", de Fernando Lobo , e "Onde Estará o Meu Amor?", de Lina Pesce - quanto os de lavra própria, como "Solidão"  e "Fim de Caso".
        Revelada na Rádio Tupi, em 1940, aos dez anos de idade, com o primeiro lugar obtido no programa "Calouros em Desfile", e adotando, seis anos depois, o pseudônimo artístico "abolerado" que lhe traria fama - afinal, foi cantando "Vereda Tropical" que ela se destacara no programa de Ary Barroso -, teve Dolores Duran, como Sylvia Telles, por exemplo, para citar outra voz feminina romântica, curta existência, porém intensa e de funda impressão na história da canção brasileira. Letrando melodia que Tom Jobim pouco antes lhe mostrara ao piano e a empolgara, conseguiu subtrair de Vinicius de Morais, com a concordância dele, que rasgou a própria letra, a parceria em "Por Causa de Você". Além de Tom - com quem ainda comporia as joias "Se É por Falta de Adeus" e "Estrada do Sol" -, o pianista Ribamar - em "Ternura Antiga" e "Pela Rua" -, o publicitário Édson Borges, o "Passarinho" - em "Tome Continha de Você - e, já postumamente, Carlinhos Lyra - em "O Negócio É Amar" - são, por exemplo, outros parceiros de relevo. Dolores morreu em 23 de outubro de 1959, após ter cantado num "night club" de Copacabana e "esticado" com amigos em outro, além do Clube da Aeronáutica. Dias depois, em sua coluna, Madrugada, no extinto "Diário Carioca", o jornalista Eustórgio de Carvalho, o já então bem conhecido Mister Eco, sempre preocupado com a saúde frágil da amiga "Bochecha", como Dolores era conhecida na intimidade por causa do rosto de lua cheia - e ambos torcedores do Flamengo -, lamentava que o "beque" (comprimido) da cantora, com o qual ela lhe dizia defender-se, "fizera uma falseta, furando espetacularmente". O resultado: a MPB estava derrotada, "uma derrota amarga".
        E, como entre as "manias" que eu tenho, uma é gostar de MPB, recomendo o show, hoje, 7 de abril, às 21h, da niteroiense Denise Pinaud (foto acima) no Bistrô MAC, localizado no subsolo do Museu de Arte Contemporânea, na Cidade Sorriso, na Praia da Boa Viagem. No acompanhamento da excelente cantora, Kuko Moura, ao piano, e Francisco Falcon, ao baixo.
        Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal            
 
Pós-escrito: na sequência dos três primeiros "links", Dolores canta "Escurinho", de Geraldo Pereira, "Bom É Querer Bem", de autor supracitado,  e "Canção da Volta", de Ismael Neto e Antonio Maria. No quarto "link", em ambiente informal, Denise Pinaud canta "O Negócio é Amar", com versos de Dolores musicados por Carlos Lyra após a morte dela.
    
               http://www.youtube.com/watch?v=OiAJi_u0pog ("Escurinho")
 
               http://www.youtube.com/watch?v=wT8Uqmso6RY&NR=1 ("Bom É Querer Bem")
 
               http://www.youtube.com/watch?v=-5yqBh8QdHc ("Canção da Volta")
 
               http://www.youtube.com/watch?v=o53HULZGxz4&feature=related ("O Negócio É Amar")

6.4.11

Aviso aos navegantes


Caríssimos, isso aqui tá parecendo blogue do meu amigo Gerdal, pois ele, fiel à Música, continua escrevendo sobre os shows que andam pintando por aí, e envia religiosamente suas preciosas colaborações para o nosso boteco virtual. Eu, nos últimos tempos publico e me escondo atrás deste monte de livros que estão aí em cima, onde tento tirar algum saber que não seja um "saber doutor" alvo de ataque dos modernistas dos Campos de Piratininga e outros soltos por aí a infernizar os tradicionais.
Uma hora dessas eu vou parar essa maratona "mestranda" e escrever alguma coisa, ou achar algum desenho no meio das camadas geológicas da minha produção "hecho a mano", que estimo esteja na casa de uns 6 mil desenhos, vinhetas e outras calungas.
Vamos nessa!
Um abraço e desculpas...

Jussara Silveira faz show, nesta quarta, no Solar de Botafogo: a canção manifesta sem disfarce e com sensibilidade


Prezados amigos, 

         Com régua e compasso dados pela Bahia, em cujo solo soteropolitano viveu seus anos de criação e formação, a cantora Jussara Silveira, mineira de Nanuque, é grande atração desta quarta-feira, 6 de abril, às 22h, no Solar de Botafogo, onde conduzirá o show "Ame ou Se Mande" ("flyer" acima), acompanhada de Sasha Amback (teclado) e Marcelo Costa (percussão). Com seu jeito ameno, sincero e sedutor de soltar a voz, Jussara, que já fez em seus discos gravações irretocáveis de Caymmi e Batatinha, foi, em 2008, uma escolha acertada para fazer, numa das apresentações do Interseções, projeto levado a efeito pelo poeta Sérgio Natureza, uma ponte entre o clássico e o popular, na qual a palavra e a melodia ajustavam-se como mão e luva para a irradiação e fruição de múltiplos sentidos e percepções. Para isso, ela contou, na ocasião, no palco da Sala Cecília Meireles, com a companhia de dois músicos e intelectuais bem conhecidos em São Paulo e parceiros bem adequados a um fino trato da canção: Zé Miguel Wisnik e Arthur Nestrovski. Um ano depois, sob a direção musical do mineiro Jaime Alem e ao lado de duas outras cantoras, Teresa Cristina e Rita Ribeiro, seria destaque em "Três Meninas do Brasil", show bem acolhido pela crítica e com atraente desdobramento em CD e DVD. Ouvir Jussara cantar é sempre um deleite para os ouvidos de qualquer plateia de sensibilidade e bom gosto, e, naturalmente, na noite de hoje, essa satisfação especial se renova.
        Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal
 
Pós-escrito: nos "links" abaixo, 1) Jussara canta "La Vem a Baiana", de Dorival Caymmi, e 2) "Caravela", de Maurício Pacheco.

 
        http://www.youtube.com/watch?v=YmzWZ8m0EmE ("La Vem a Baiana")
 
        http://www.youtube.com/watch?v=YRMrsumKepc&NR=1 ("Caravela")