31.3.10

Mariana Baltar em pocket show na FNAC nesta quarta


Mariana Baltar se apresenta num pocket show nesta quarta-feira dia 31 de março às 19 horas, fechando o verão e apresentando seu novo CD - A entrada é risonha e franca e o evento vai rolar na FNAC no Barrashopping - na Avenida das Américas , nº 4666 - Barra da Tijuca.

Do fundo do baú: mais um cartum científico


(Clique na imagem para ampliar e ler melhor o que está escrito nos balões)

30.3.10

Do fundo do baú: um cartum científico

Dica do Gerdal: Pedro Amorim, Caio Cezar e Alessandro Valente evocam Canhoto da Paraíba, nesta terça, em rebuscado de saudade encantada





Como que às canhas na aparência, mas com exatidão de toque distanciada do alcance de muitos destros, o violão do saudoso Chico Soares, o Canhoto da Paraíba (foto acima), trouxe encantamento a tantos quantos o viram tocar, em 1959, em famoso encontro na casa de Jacob do Bandolim, em Jacarepaguá. Nessa ocasião, o próprio Jacob, Radamés Gnattali, Dilermando Reis e Tia Amélia, entre outros, constataram a excelência de dedilhado desse filho de Princesa Isabel, cidade situada no sertão paraibano, com jeito peculiar de portar o seu instrumento para execução, invertido, com as graves embaixo e as agudas levantadas. Em especial exibido, em 1980, pela TV Globo, no qual se apresentou com Canhoto, Paulinho da Viola revelou a injeção de ânimo que recebeu do convidado, sem que este a princípio soubesse, para que perseverasse no caminho do choro, apenas por vê-lo tocar na sua modéstia e mestria. Três anos antes, pela Discos Marcus Pereira, por sua iniciativa e produção, possibilitara a Canhoto a gravação de "O Violão Brasileiro Tocado pelo Avesso", um dos poucos discos reservados à posteridade por esse seu colega de palcos nacionais pelo Projeto Pixinguinha. 
        De  modo distinto ao das flores em vida que o saudoso isabelense colheu, pela Deck Disk, em belo e expressivo CD de Fernando Caneca, em 2004 - "Visitando Canhoto da Paraíba", com cordas de sonoridade percussiva realçando a nordestinidade do choro do homenageado -, o bandolinista Pedro Amorim, o violonista Caio Cezar e o cavaquinhista Alessandro Valente, compondo o Trio de Câmara Brasileiro, fazem, em outro e primoroso CD, "Saudades de Princesa", ora lançado pela Crioula Records, o seu "rebuscado" de um artista brasileiro, morto há dois anos, "dos mais regionais e universais", como o aprecia Caio, também o arranjador e diretor musical da obra. Um doutor de alpercatas em seu universo fantástico de sons e significados, observou ainda no encarte do disco, de faixas hoje, 30 de março, apresentadas em show realizado, a partir das 19h, na Modern Sound - Rua Barata Ribeiro, 502 - Copacabana.        
        No primeiro dos "links" abaixo, um trecho de documentário (8 minutos) sobre Princesa Isabel (PE) e depoimentos sobre Canhoto; no segundo, Canhoto, em 1994, tocando "Mulher Rendeira"; "Disparada", de outro paraibano (da capital), Geraldo Vandré, e Theo de Barros, e "Procurando Tu", de mais um paraibano bem conhecido, Antônio Barros (de Queimadas, perto de Campina Grande), em parceria com J. Luna. 
        
http://www.youtube.com/watch?v=MDQhoO2zPxI
 
http://www.youtube.com/watch?v=SAHuz0iWu9k&feature=related

29.3.10

Todos contra a Dengue!


Comecem hoje, não deixem para amanhã. Limpem seus quintais, evitem plantas que ficam com água depositada- esvaziem garrafas, pneus e outros recipientes que podem armazenar a água da chuva. Todos temos responsabilidade diante desta doença. O que fazemos em nossa casa pode evitar que nosso vizinho fique doente. A dengue, mais do que as outras, é uma doença "social". Devemos ser solidários nessa luta. Eu pergunto:- um mosquito vai nos derrotar? Esse mosquito tem que ser combatido de todas as formas.

Caricaturas que eu fiz: Chuck Berry e Little Richard


O desenho é muito grande e não coube no escaner, daí tive que fazer umas emendas que acho, sairam piores que o soneto. Viva Chuck Berry, o verdadeiro pai do rock!
(Desenho feito com pastel seco e lápis de cor sobre papel Schoeler Hammer rústico - Clique na imagem para ampliar e ver melhor)

Dica do Gerdal: Paulinho de Castro é atração de documentário na UTV- o bom samba carioca feito por quem tem a cabeça no lugar



"Perdi na linha do trem/a minha cabeça decepada/e compreendi, meu amor/que a minha cabeça não valia nada/
         minha cabeça gritava, rolava/meu Deus, que horror/desesperada, ela gritava "me chame o doutor"/ao lado, o corpo
         morria de rir/"ninguém se mete/porque está tudo legal/esta cabeça é que sempre foi o meu mal
"
 
                Prezados amigos,
               
                Professor de português e literatura na Faculdade Hélio Alonso (Facha), em Botafogo, onde, no ano passado, no bar Belmiro, esteve à frente, com o seu conjunto, de importante série de encontros com destacados compositores de samba do bairro - como Niltinho Tristeza, Zorba Devagar, Walter Alfaiate e Mical -, Paulinho de Castro, ou Paulinho do Cavaco, é, ele próprio, um compositor notável, de verve popular e até irônica, de que são exemplo os versos acima de "A Cabeça". Gravado tanto pelo finado Nadinho da Ilha quanto pelo conjunto Família Roitman, esse achado musical também pode ser ouvido, na voz de Nelson Sargento, na trilha do curta-metragem "Perdi a Cabeça na Linha do Trem", dirigido em 1992 por Estêvão Pantoja. É samba de lembrança instantânea nas boas rodas cariocas em relação ao Paulinho, cuja linha autoral, embora contemple o veio romântico, tem na observação espirituosa dos fatos o "leitmotiv" da sua inspiração, como ainda, entre muitos, "Reunião de Condomínio" e "Sine Qua Non", em que se vale, naturalmente, do latim para o chiste na letra. 
               Há pouco, pelo canal 11 da NET, tive a satisfação de ver esse amigo num programa em que, além de um registro merecido da sua trajetória de compositor, é, pela sua palavra, uma simpática reverência a Botafogo e seus foliões, cenário e personagens históricos que ora merecem o cuidado retrospectivo da pesquisadora Ivy Zelaya para próximo volume a enriquecer a bibliografia em torno da cultura do samba na topografia da Velhacap. Essa atração da TV Universitária, "Gente de Samba", tem reprises indicadas no "flyer" acima. Parafraseando um baiano monumental, não deve deixar de ser vista por quem é bom da cabeça ou saudável do pé. Em particular, um carioca de fato e bom sujeito.
( NR:Clique no flyer para ampliar e ler melhor. De qualquer forma adiantamos que o programa será reprisado na quinta-feira, dia 1 de abril às 18.30 h e na sexta-feira, dia 2 de abril às 23.30 h)
                          
 
                http://sambadebotafogo.zip.net/arch2009-06-07_2009-06-13.html  (Samba de Botafogo, blogue do Paulinho)
             

28.3.10

Dica do Gerdal: Ruy Quaresma: violonista dá corda ao arranjo musical da Lapa com shows de primeira




Amigo íntimo de um violão que o acompanha na carreira, nada vadio, mas boêmio, e camarada de um cavaquinho chorão pelo qual se fez entender para o sucesso na voz de Beth Carvalho, o carioca Ruy Quaresma (foto acima), também arranjador conceituado nas lides do samba, começou cedo no ramo, estimulado pelo espelho caseiro de pai e avô, músicos amadores, e de Lindaura Rosa, viúva de Noel, a quem, menino ainda, acompanhava em festas familiares. No palco de um clube da mesma Vila Isabel exaltada em "Flor dos Tempos" por Nei Lopes, ex-morador do bairro, sobre melodia nascida em suas cordas, Ruy teve estreia ao violão, com 14 anos de idade, em companhia dos excelentes integrantes do Fórmula 7 (no qual já tocavam, por exemplo, Hélio Delmiro, Luizão Maia, Márcio Montarroyos e Hélio Celso). De Paulinho Nogueira, guarda lembrança significativa de um método do saudoso campineiro que lhe foi presenteado por um tio, com noções fundamentais à sua formação, a qual, tempos depois, ainda se enriqueceria por meio de estreito contato com nomes exponenciais, como K-Ximbinho, Laércio de Freitas, Paulo Moura, Lyrio Panicali e Radamés Gnattali, os dois últimos, em 1969, quando de estágio na Rádio MEC e como arranjador principiante da orquestra da TV Globo. Recentemente, pela sua Fina Flor, é responsável por arranjos, produção musical e lançamento de CDs de ótima realização, como os do Sururu na Roda e solos das expressivas mulheres desse quarteto, Nilze Carvalho e Camila Costa, do Quarteto em Cy, de Sanny Alves e do já citado Nei, seu polissilábico parceiro em outro samba,"Saracuruna-Seropédica". 
        Juntamente com a flautista Tereza Quaresma, o jornalista Hugo Sukman e um querido amigo meu de vários anos, Luís Carlos Pimenta, Ruy Quaresma desbrava um espaço do entretenimento musical na Lapa para uma MPB de qualidade, sem rótulo ou segmentação rígida, antenado com a lira dos novos talentos e com foco ainda dirigido a shows inusitados e surpreendentes. Chama-se Lapinha a bem montada casa noturna de que é proprietário e anfitrião, com piano mesmo no palco - muito bem tratado artisticamente pela competência de Fernando Merlino, do conjunto fixo de lá -, apreciável atendimento e ótimo sistema de som. Como em todas as minhas dicas, por extremo apreço pela boa MPB - "avis rara", ironicamente, na mídia de massa -, faço aqui, de modo espontâneo e desinteressado, a recomendação do lugar, torcendo para que, em outros endereços da nossa cidade, surjam mais casas de objetivos afins e relação respeitosa com o músico, em particular, que saibam valorizá-lo na extensão da sua importância. Boa sorte, Ruy! Que o Lapinha siga o exemplo de longevidade do Village Vanguard em Nova York, há tantos anos emblemático do jazz, no que este tem de melhor na sua inspiração e produção. 
      
*** 
Pós-escrito: na segunda foto - de conjunto, da esquerda para a direita, Marcelo Menezes (Macarrão), Delcio Carvalho, Nei Lopes e Ruy Quaresma.      

Desenho Inédito - Figura 1


Este desenho é da fase em que resolvi entrar no sagrado território das Artes Plásticas.
Quando mostrei para um galerista, ele me disse: Faça isso numa tela grande e eu farei uma exposição de arrebentar a boca do balão!. (Nesta época ainda se imaginava arrebentar a boca do balão com uma exposição). Eu não fiz as telas, insisti no suporte papel e claro que não cheguei a lugar algum. Agora com o blogue posso ir mostrando esse lado de artista plástico ávido por dinheiro. (Como naquele anagrama cunhado, acho que por Buñuel, para e com o nome de Salvador Dali - ou citado por ele no livro "Meu último suspiro" : - "Avidollars").
O desenho foi feito com nanquim (pincel e pena) sobre papel Schoeler Hammer rústico.
(Clique na imagem para amplar e ver melhor os detalhes)

27.3.10

Luiz Gonzaga - O eterno Rei do Baião



(Descobertas e texto do meu amigo, o jornalista Jorge Sanglard (*) para o deleite de nossos navegantes)

O “Rei do Baião”, o velho Lua, o Gonzagão, nascido Luiz Gonzaga do Nascimento, em 13 de dezembro de 1912, dia de Santa Luzia, na Fazenda Caiçara, depois Araripe, perto de Exu, no sertão pernambucano, cantou como poucos a alegria e a dor da gente de sua terra. Morto em 2 de agosto de 1989, há 20 anos, o sanfoneiro do povo de Deus, a voz da seca, deixou como legado uma música viva e forte, impregnada de alma, coração e fé. É o que deixa claro o seu legado musical. Sua obra é eterna e, 20 anos após sua morte, permanece como uma força da natureza, um grito de liberdade em nome de um povo que ainda luta por sua cidadania. Mas o que pouca gente conhece é o início da trajetória musical de Luiz Gonzaga em Minas Gerais, mais precisamente em Juiz de Fora, onde serviu o Exército durante cerca de cinco anos a partir de 1932.

Pioneiro da canção de protesto, com “Vozes da Seca”, em parceria de 1953 com Zé Dantas, Luiz Gonzaga simbolizou a voz de quem não tinha nem voz, nem vez. Em «Vozes da Seca» o recado social é direto: “Seu dotô, os nordestinos / Têm muita gratidão / Pelo auxílio dos sulistas / Mais dotô, uma esmola / A um homem qui é são / Ou lhe mata de vergonha / Ou vicia o cidadão”.

A trajetória de Luiz Gonzaga é um símbolo de persistência, obstinação, talento e força criativa popular. Filho do lavrador e sanfoneiro de oito baixos Januário e de Ana Batista de Jesus, a Santana, Gonzagão foi o segundo dos nove filhos do casal. Quatro de seus irmãos também seriam sanfoneiros. Seu pai era respeitado no sertão nordestino como sanfoneiro e consertador de sanfonas e influenciou os filhos. Aos oito anos, Luiz Gonzaga já tocava em festas e mostrava vocação para a música. Aos 17 anos, um namoro frustrado com a jovem Nazarena, filha de um fazendeiro da região, daria início a uma mudança radical na vida do sanfoneiro.

Em 19 de setembro de 1980, em Juiz de Fora, Minas Gerais, antes do esperadíssimo show “A Vida do Viajante”, ao lado do filho adotivo Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior (22/09/1945 – 09/04/1991), o saudoso Gonzaguinha, o velho Lua voltava à cidade que mais marcara a sua vida após sair do Nordeste. Ao conceder um histórico depoimento ao Museu da Imagem e do Som de Juiz de Fora, tendo entre os entrevistadores os amigos Santo Lima, músico que acompanhou seu aprendizado no acordeão, e Romeu Rainho, seu empresário no início dos anos 1950, Luiz Gonzaga lançou um feixe de luz sobre um período pouquíssimo conhecido de sua vida.

Em entrevista emocionada, Gonzagão revelaria detalhes de sua saída de Exu, aos 17 anos, seu alistamento militar com a idade adulterada em um ano, poucos meses antes da eclosão da Revolução de 1930, sua vinda para Juiz de Fora, em 1932, onde viveu por cerca de cinco anos e aprimorou sua musicalidade, a ida para o Rio de Janeiro, em 1939, e o início do sucesso como o porta-voz do sertão, o Rei do Baião.

Gonzagão contou no depoimento ao MIS de Juiz de Fora em detalhes os motivos de ter deixado Exu: “Tudo isso que aconteceu comigo foi por causa de uma surra, uma surra bem dada, aquele castigo que, quando é bem aplicado, na hora exata, dá bons resultados. Foi o que aconteceu comigo. Puxador de sanfoninha, oito baixos, ‘pé de bode’, na companhia de meu pai, Januário, herdei essa vocação de tocador de sanfona. Minha mãe, uma mulher de mão aberta, Dona Santana, coração aberto, chegava a tirar dos filhos para matar um pouco a fome dos pobres. Pois bem, me considero o maior herdeiro, o herdeiro mais bem aquinhoado de meus pais, que nada tinham, mas tinham alma, coração e fé. Eu quis casar muito cedo, em 1930, aos 18 anos incompletos, e o pai da moça disse que eu era um tocadorzinho de merda, que eu não tinha futuro nenhum para sustentar a filha de um homem... E eu achei aquilo um desaforo. Moleque ignorante, raçudo, porque o pirão que mamãe fazia nos dava essa condição de ter bom físico, entendi de tirar a vida do homem. Porque negócio de matar gente no sertão foi mais maneiro, agora é que não é mais. Chamei o homem no canto da feira, assim, ele me enrolou na conversa, me tirou de banda, falou com a minha mãe e ela me expulsou dali da feira, fora da hora, porque ela não tinha vendido sequer as cordas que a gente tinha levado para vender e para poder comprar um quilo de carne e mais umas besteirinhas. Mas ela não quis vender nada, demos no pé e, chegando em casa, ela me cobriu no pau. Uma surra da moléstia. Meu pai me bateu pela primeira vez. Ele nunca havia me batido. Minha mãe tinha mão leve, mas meu pai não. Mas ele achou que eu havia me excedido e entrei no pau também pela mão pesada de meu pai”.

Foi a partir dessa surra de mãe e pai que Luiz Gonzaga resolveu sair de casa, em meados de 1930: “E foi aí que eu arribei, com raiva. Ingressei nas Forças Armadas e, para isso, tive que aumentar a idade, menti, porque eu queria me libertar”. Passou pelo Crato e depois por Fortaleza, no Ceará, onde serviu no 23.º Batalhão de Caçadores. A tensão política que precedia a Revolução de 1930 acabou levando Gonzagão e uma parte de seu batalhão para a cidade de Souza, na Paraíba, onde permaneceram por pouco tempo. Com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, Gonzaga foi deslocado com seus companheiros de farda para o interior do Ceará e também para Teresina, no Piauí. Passado o primeiro período alistado, pediu para ser engajado no Exército com destino ao “Sul” e acabou chegando com seu contingente ao Rio de Janeiro em fins de 1931, onde permaneceria internado no Hospital Geral do Exército, durante alguns meses, por ter adoecido.

Em agosto de 1932, Luiz Gonzaga foi destacado para Belo Horizonte, Minas Gerais, para o 12.º RI que, segundo Gonzagão, havia se esfacelado na Revolução de 1930 por ter resistido, leal e fiel ao governo, não se entregando e pagando um preço muito caro. Em novembro de 1932, chegaria a Juiz de Fora sendo destacado como corneteiro do Exército, servindo no 10.º RI. O corneteiro «Bico de Aço», como ficou conhecido, foi engajado e reengajado. Segundo Gonzagão, esse tempo de Exército fez com que se tornasse o mais antigo do grupo, com algumas folgas, e começou a fazer umas farrinhas. Como corneteiro, encantava os namorados com seu toque inusitado do ‘Silêncio’: “Eu estava fazendo da corneta um piston. Eu queria ser artista e danei de florear na corneta, mas eu me dei mal. E, um dia, fui em cana porque toquei bem demais. A disciplina me apanhou e eu tive que tocar o ‘Silêncio’ certo. Porque diziam que era tão bonito o ‘Silêncio’ que eu tocava que os namorados ficavam ali por perto para irem pra casa só depois que eu tocasse. E eu ficava por perto do corneteiro destacado para pedir pra me deixar tocar no lugar dele”.

Foi nesse período que conheceu o violonista e cantor Santo Lima e o sanfoneiro Dominguinhos Ambrósio, que faziam bonitas serenatas e Gonzagão gostava de acompanhá-los: “O Santo Lima cantava e tocava tanto um cavaquinho quanto um banjozinho legal. E a gente ia ali por aquelas ruas que têm aquelas caboclas diferentes, vindas de todas as partes do interior do Estado, vindo por aqui numa vida fácil, fácil, fácil. Muito fácil, mas ninguém queria ir para lá, homem nenhum queria ir lá enfrentar aquela vida fácil. Só queria saber de pegar as caboclas e sair vadiando por aí”.

Foi numa dessas noitadas que Luiz Gonzaga pegou um acordeão, pela primeira vez, das mãos do saudoso Dominguinhos Ambrósio: “Eu do Exército e ele da Polícia Militar, lá da Tapera, do famoso Segundo Batalhão de Minas”. E arremata: “Santo Lima me ensinou a cantar samba, me ensinou até a fazer acorde no violão e no cavaquinho. Eu também andei arriscando por aí, no violãozinho, tocando nas grossas e, na sanfona, procurando as pretas”. Segundo Santo Lima revelou na entrevista, como Gonzagão não tinha nada para fazer à noite acabava carregando o violão para ele no caminho das serenatas. E ainda contou uma história inédita: “O Regimento do Exército ordenou que o Dominguinhos Ambrósio, da PM, ensinasse ao Luiz Gonzaga a escala de 120 baixos e eu fui falar com o Dominguinhos, que reagiu e disse que, por ordem, não ensinaria. Só ensinaria por livre e espontânea vontade e porque gostava demais dele. E assim foi feito”. Mas, uma coisa era certa, Gonzagão já tocava a sanfoninha dele como gente grande e muita gente com os 120 baixos de um acordeão não fazia o que ele criava só com oito baixos.

Em 1937, ainda em Juiz de Fora, já estava pensando em pegar outro caminho: “Minha vida sempre foi andar, meu destino era andar, foi andando, foi amando esse terreno sagrado que me tornei Luiz Gonzaga, mas levei de Juiz de Fora o instrumento e essa vivência musical toda. Em Juiz de Fora, foi onde marquei mais a minha vida, após sair do Nordeste. Eu aprendi alguma coisa com o Santo Lima, com o Elias, músico do 12.º RI, a jazz band do 12.º, conheci o banjista famoso que cantava e sapateava, o Otavinho (Otávio Cataldi do Couto), e também o irmão dele o Mozart (Mozart Cataldi do Couto), que era divino tocando cavaquinho e violão. Conheci ainda o Armênio. E o Dominguinhos me levou a uma rádio para ver como funcionava e até dei uma puxadinha de fole por aí. Mas não havia a intenção de documentar nada naquela época. Acho difícil encontrar algum vestígio desse tempo”.

Com a organização de uma companhia que seria criada dentro do 11.º RI, em São João Del Rei, e, depois de formada, ia para Ouro Fino, no Sul de Minas, Luiz Gonzaga deixou Juiz de Fora. Em 1939, depois de uma década no Exército, daria baixa da caserna e rumaria para o Rio de Janeiro, levando sua sanfona branca de 80 baixos. Sua intenção era aguardar num quartel o navio do Lloyd que seguiria para Recife e depois pretendia voltar para Exu. Mas não foi isso que aconteceu. O atraso do navio fez com que Luiz Gonzaga explorasse a noite da zona boêmia do Mangue, no Rio de Janeiro, onde tocava, pelo dinheiro que pintasse, um repertório distante de suas raízes musicais. Por sugestão de um grupo de estudantes nordestinos, radicados no Rio, passou a tocar “os negocinhos do Nordeste”, isto é, forró, xaxado, maracatu e baião. A partir daí, sua vida começaria a mudar novamente.

Ao apresentar o chamego «Vira e Mexe» no programa de rádio de Ary Barroso conquistou a nota máxima, a nota cinco, e uns trocados, vislumbrando um novo caminho ao tocar as músicas do Nordeste brasileiro, aquelas coisas que ouvia, desde criança, ao lado do pai sanfoneiro Januário. Em março de 1941, Luiz Gonzaga com sua sanfona de 80 baixos substituiria um sanfoneiro na gravação da canção “A viagem do Genésio”, de Genésio Arruda e Januário França, deixando registrado seu batismo de fogo musical. Esta gravação abre o primeiro volume da caixa de três CD. Sua trajetória artística tomaria impulso e, graças a um contrato com a Rádio Tupi e com as gravações de seus primeiros discos de 78 rotações, na RCA, em 11 de março de 1941, Gonzaga dava os primeiros passos concretos para tornar seu nome uma legenda da música popular brasileira de todos os tempos. Segundo o pesquisador José Silas Xavier, as primeiras gravações trazendo Luiz Gonzaga cantando só surgiriam em abril de 1945. Daí pra frente, Gonzagão firmaria sua carreira e conquistaria o país com sua voz e sua sanfona.

De sanfona em punho, Gonzagão percorreu o Brasil inteiro e semeou por este imenso chão seu canto de fé e de esperança. Seu destino foi andar por este país afora e encantar o povo com sua música entranhada nas raízes do Brasil. Os anos 1980 marcaram a retomada do reconhecimento nacional da importância cultural e social do canto de Luiz Gonzaga. A turnê “A Vida do Viajante”, ao lado de Gonzaguinha, resgataria o prestígio de Gonzagão e reafirmaria sua contribuição como mestre da canção popular brasileira.

O produtor Leon Barg, falecido aos 79 anos, no último dia 12 de outubro, no Rio de Janeiro, reeditou em CD pelo selo Revivendo inúmeras preciosidades musicais de Gonzagão. Após uma minuciosa pesquisa, tendo como assistente de produção a filha Lilian Barg, em 2006, Leon lançou um tributo triplo, pela Revivendo, intitulado “Luiz Gonzaga, seu canto, sua sanfona e seus amigos”, numa caixa de CDs em três volumes, que é uma homenagem ao sanfoneiro maior do Brasil e um exemplo do vigor da música de Gonzagão. Barg revelou todo o cuidado em reproduzir faixas históricas extraídas de velhos discos em 78 rpm e de LPs, trazendo 18 canções em cada um dos três CDs e a caixa atesta a importância do mestre Luiz Gonzaga no cenário da música popular brasileira do século XX, além de ser um tributo prestado à preservação da memória musical do Brasil. Constata a força de parceiros como Humberto Teixeira, Zé Dantas e João Silva, entre muitos outros compositores, e ainda revela canções de outros autores, como Walter Santos / Tereza Souza, Dominguinhos / Fausto Nilo, Genésio Arruda / Januário França, Mauro Pires / Messias Garcia, Patativa do Assaré, Rosil Cavalcanti, Onildo Almeida, Raul Sampaio, Luiz Ramalho, Genésio e o “velho” Januário José dos Santos, pai do sanfoneiro.

Entre as raridades reveladas está a gravação de Gonzagão, em 1968, em plena ditadura militar, cantando a emblemática “Prá não dizer que não falei de flores”, de Geraldo Vandré, que gravara, em 1965, a obra-prima “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, também incluída nesta edição histórica. A apresentação desta caixa da Revivendo foi assinada pelo pesquisador José Silas Xavier, uma referência na música popular brasileira, que narrou inúmeras passagens da trajetória do sanfoneiro maior do Brasil e traçou um perfil do compositor e instrumentista, que se tornaria uma das maiores expressões musicais brasileiras de todos os tempos. O referido depoimento de Gonzagão ao MIS de Juiz de Fora serviu de base para parte do texto elaborado por Silas apresentando os CDs. O teor integral da entrevista foi divulgado em primeira-mão, em julho de 1997, pela revista AZ, editada na época pela Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa).

(*)Jorge Sanglard é jornalista, pesquisador e produtor cultural. Escreve em jornais de Portugal e do Brasil.

Dica do Gerdal: Paulo Sérgio Santos toca neste sábado na Sala Baden Powell - um clarinetista mágico que ninguém segura


Destino Bocaiuva, no itinerário guinguianamente sinuoso da música, é destino de grande músico e, em particular, do memorável choro a que o nome desse grande músico está associado. Carioca da Piedade, mas criado em Quintino, Paulo Sérgio Santos, de noviciado no sopro feito, em tenra idade, pela gaita, é por muita gente abalizada, entre os quais colegas de profissão, considerado simplesmente o maior clarinetista brasileiro de todos os tempos. Até mesmo uma sumidade como o saudoso Abel Ferreira, que dele mereceu uma homenagem em disco, fazia coro na consideração, mais que lisonjeira, consagradora. Aos 18 anos de idade, Paulo Sérgio já era o primeiro clarinetista da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde atuou, por outros 18 anos, em vaga deixada por José Botelho, seu mestre. Integra o Quinteto Villa-Lobos e, juntamente com o violonista Maurício Carrilho e o bandolinista Pedro Amorim, gravou um cultuado CD de choro - o choro do Trio, triângulo equilátero na combinação de apuro, aplicação e eficiência entre seus vértices, detentores de dois Prêmios Sharp - o de melhor disco e o de melhor grupo instrumental - de 1995. Idos risonhos para Paulo Sérgio, nos quais, sozinho, ainda abiscoitou outro Sharp, o de revelação como solista instrumental, motivado pelo CD "Segura Ele". E quem o segurava? "Gargalhada", de título igualmente inspirado em Pixinguinha, lançado em 2002, foi CD ainda mais calorosamente recebido pela crítica, o que se repetiu, em 2002, com "Saudade do Cordão", de inspiração em Villa-Lobos e "a gravação mais ensaiada na história  da fonografia", de acordo com blague do próprio soprista, ao recordar os muitos anos de amizade e parceria com Guinga, autor de todas as músicas desse disco, enfim, a dois. 
        Neste sábado, 27 de março, Paulo Sérgio Santos e seu virtuosismo marcam presença, às 20h, na Sala Baden Powell ("flyer" acima), em show de que também tomarão parte Caio Márcio (ambos no "link" também abaixo), seu filho, e o violão que este já toca admiravelmente. Caíram do céu. E quem os segura?

http://www.youtube.com/watch?v=ORrZ0xXLtwk

Desenho inédito - Abstrato nº1


Quando resolvi entrar no campo sagrado das Artes Plásticas depois de gramar muitos anos no Desenho de Imprensa - Ecoline e lápis cera sobre papel Shoeler Hammer rústico. Um dia eu chego lá. "Se segura Matisse"!
(clique na imagem para ampliar e ver melhor o resultado)

Dica do Gerdal:Adryana BB e João Lyra neste sábado, juntos, no Humaitá - do barro ao ouro na progressão natural do talento


No palco da vida, Adryana Barbosa Bezerra; na vida do palco, Adryana BB. E, assim, com a consoante dobrada no cognome artístico, entramos em contato com uma moça admirável pelo talento e pela fibra de que é dotada para expressar, no seu canto, todo o sortilégio rítmico de Pernambuco e da sua região de origem. Ainda na Recife natal, participou com êxito de festivais universitários e também de noites em bares cantando uma MPB mais sofisticada e até mesmo com glacê pop, mas, curiosamente, em 1998, ao chegar ao Rio de Janeiro com a cara, a coragem e vinte reais no bolso, hospedando-se em casa de parente, é que Adryana se redescobriu visceralmente ligada à tradição musical da sua terra. O momento era de ebulição do forró, tocado e chamegado em vários pontos da cidade, e, já em contato com instrumentistas locais, encontrou, como a saudosa Marinês, a "sua gente", ou seja, aqueles com os quais se evidenciaria na nova ambiência sociocultural, desfraldando inicialmente a bandeira do maracatu.
        Pioneira aqui na expressão articulada e contínua dessa manifestação cultural do Leão do Norte, por meio do Rio Maracatu, Adryana BB volta a mostrar neste sábado, 27 de março, às 21h, no Drink Café, no Humaitá ("flyer" acima), com a ilustre presença do violonista alagoano João Lyra, as faixas do seu primeiro e arrebatador CD, "Do Barro ao Ouro". Com título que, de certo modo, reflete a própria mutação por que tem passado na carreira, ela impressiona ao entoar, por exemplo, o sacudido da canção nordestina com incrível energia e fulgor. E, assim, não há como não se encantar ao ouvi-la em "Minha Flor", da sua autoria, "Coco da Canoa", que João Lyra compôs com Paulo César Pinheiro, e, especialmente, "Tiriê Pintassilgo", uma delícia de baião da lavra desta tão discreta quanto notável violonista, compositora e arranjadora que é a carioca Irinéa Maria.
        ***   
 
Pós-escrito: 1) nos "links" abaixo, vemos Adryana BB interpretando dois sucessos da carreira de Jackson do Pandeiro - "Coco Social", de 1956, da autoria do mesmo e ótimo Rosil Cavalcanti de "Sebastiana", compositor pernambucano que foi jogador de futebol até ser adotado, por muitos anos da sua vida, por Campina Grande, onde, também conhecido como Zé Lagoa, tornou-se um radialista de grande popularidade; e "Coco de Improviso", de 1957, do próprio Jackson em parceria com Édson Menezes e Alventino Cavalcante. Em seguida, no segundo "link", a beleza de "Lamento Sertanejo", de Dominguinhos e Gilberto Gil, cantada por Adryana (também ao triângulo) e tocada por uma rapaziada da pesada: Nicolas Krassik (violino), Marcelo Caldi (acordeão), Edu Krieger (violão), Durval Pereira (zabumba) e Jade Perrone (pandeiro);
                  2) "Coco da Canoa" e "Tiriê Pintassilgo" podem ser ouvidos em outro "link" abaixo: o do MySpace da cantora..
http://www.youtube.com/watch?v=rXZHS-rpVLU&feature=related
 
http://www.youtube.com/watch?v=uorOBNWw2ao
 
Adryana BB
cantora e compositora
MySpace:www.myspace.com/adryanabb
Blog:http://adryanabb.blogspot.com
Twitter: http://twitter.com/adryanabb

26.3.10

Caricaturas que eu fiz: Goethe


(Cliquem na imagem para ampliar a caricatura, pois ela é grande e tem detalhes que a ferramenta do blog reduz na postagem e eu não sei como resolver essa encrenca- desta forma vocês poderão sacar o meu exagero em cima do grande cabeção Johann Wolfgang von Goethe)

Turma do Sul lança livros no Sábado lá em Porto Alegre


Recebi por e-mail o convite (acima) do Leonardo Brasiliense e sua torma de escrita - Luis Dill, do Caio Riter e da Eliana Martins que lançam seus livros neste sábado no Absoluto Café - rua São Manoel nº 341 em Porto Alegre. Mais detalhes do evento é só clicar na imagem do flyer acima e ampliar para ler melhor.
Sucesso pra essa gurizada!

25.3.10

Dica do Gerdal: Vilani Silva canta nesta quinta em Botafogo - jararaca deita e rola no Sabor da Morena


Depois que mataram a jiboia, jararaca deita e rola..."
 Em 1985, em pleno "boom" do pagode - aquele mesmo do "isso é fundo de quintal, é pagode pra valer", como o subscrevia e a ele dava fé, com procedente exaltação, a briosa e talentosa filha da dona Lecy -, Almir Guineto, nascido e criado no Morro do Salgueiro, sobressaía e gravava, pela RGE, o elepê "Sorriso Novo", fazendo a diferença gutural no seu canto, então revelado individualmente, para incrementar a festa do samba com a primeira faixa do disco, "Jiboia". Também conhecido por Bombril, Vilani Silva, autor desse samba de sucesso, ainda criança, aos quatro anos, já participava do desfile da Floresta do Andaraí, em 1954, transformada ao longo dos anos no bloco de enredo e, em seguida, como ainda hoje, na escola de samba Flor da Mina do Andaraí. No entanto, foi na Unidos de Vila Isabel que logrou ainda reconhecimento como compositor, criando para a escola, em companhia de Rodolfo, Jaiminho e Saberás, um hino bastante lembrado, "Sou da Vila, Não Tem Jeito", e, em 1994, juntamente com Evandro Bocão e André Diniz, conquistou o prestigiado Estandarte de Ouro, do jornal "O Globo", pelo samba-enredo "Muito Prazer! Izabel de Bragança e Drumond Rosa da Silva, Mas Pode Me Chamar de Vila Isabel", considerado o melhor do gênero no carnaval desse ano. 
        Contando com a companhia de Rosangela Soares, cantora e compositora, Vilani faz pré-lançamento, nesta quinta, 25 de abril,  às 19h, do CD "Dose Dupla", num simpático bar de Botafogo, o Sabor da Morena ("flyer" acima"), próximo da Praça Mauro Duarte. Nos "links" seguintes, podemos ouvir "Jiboia" pelo próprio autor, primeiramente, e, no segundo, em registro do final do ano passado, num dos sábados de O Samba Une - memorável roda de samba realizada no Flamengo, no terreno do prédio demolido da União Nacional dos Estudantes -, Vilani canta "Na Ponta do Laço", feita com o parceiro Tomás de Aquino e gravada por Antônio Gílson Porfírio, o prematuramente desaparecido Agepê.             
    http://www.youtube.com/watch?v=ONND0En0ykg
 
   http://www.youtube.com/watch?v=5uYY0cgP8uc
 

Hasta la vista, Palmeiras...


Imito a decisão de um amigo meu que decidiu deixar de acompanhar o futebol do time dele, o Vasco e só voltar a ver o viril esporte bretão quando o Barcelona jogar, mesmo de forma regular e tacanha, com Messi pouco inspirado. Este meu amigo vai ligar as turbinas mesmo quando começar a Copa do Mundo. Eu nem isso, não verei esse time do Dunga na Copa. Verei outros jogos, ou melhor, vou ao cinema, que deve estar vazio.
Mas o que eu queria dizer mesmo, é que não assisto mais aos jogos do Palmeiras, não quero nem saber dos resultados. Com esse "grupo" de jogadores que empatou com o lanterninha do Paulistinha, o Palestra não vai a lugar nenhum. Na hora em que o Palmeiras resolver montar um time, eu volto a torcer.
Não que não torça para tudo se acertar. Porém é necessário antes de tudo uma profunda mudança no Parque Antártica. Hasta la vista, Palestra!

Do fundo do baú- Ilustração - Colagem

24.3.10

A Companhia Estadual de Jazz volta com tudo ao TribOz


A *CEJ -* *Companhia Estadual de Jazz , grupo que às vezes também é chamado
de Samba-Jazzificator System, está de volta ao TribOz, local muito
apropriado para o tipo de som que eles fazem. O quarteto é: *Sergio
Fayne no piano,
Fernando Clark na guitarra,Chico Pessanha na bateria e
Reinaldo(aquele cara do Casseta & Planeta) no contrabaixo. Esta
formação tem um
repertório basicamente brasileiro (que até pode incluir algo de John
Coltrane, mas desde que tenha um jeitão de João Donato).

Sexta-feira, 26 de março, no TribOz.

Abertura da casa: 20h30
Horário: 21h a 1h
Couvert artístico R$ 20,00.

TribOz - Centro Cultural Brasil-Austrália
www.triboz-rio.com
Rua Conde de Lages 19, Lapa
Estacionamento rotativo na Conde de Lages 44 – R$ 5,00 (20h30 às 1h)
Informações e reservas: 2210 0366 / 9291 5942
Quer ver o que o pessoal faz, clique neste endereço:
http://mysapace.com/companhiaestadualdejazz

Do fundo do baú - Ilustração "Ego"

Dica do Gerdal:Tributo de Eduardo Neves a Copinha, nesta quarta, no CCC, realça MPB muito bem levada na flauta


Amando sempre a arte excepcional da nossa gente na música popular, não se pode, é claro, deixar de realçar, na melhor reminiscência instrumental do país, o senhor sopro de um paulistano filho de imigrantes italianos, Nicolino Copia, que teria completado, no último dia 3 de março, o seu centenário de nascimento. Tornado Copinha por apelido recebido do locutor César Ladeira, teve em um irmão mais velho, Vicente, o seu primeiro instrutor na flauta e, já aos nove anos, assombrava com o seu sopro outro descendente de "oriundi", Americo Jacomino, o Canhoto (autor do clássico "Abismo de Rosas"), com o qual, embora menino, já participava de serenatas. Após estudar clarineta e sax no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, Copinha deu início a longa vida profissional animando cenas mudas de filmes exibidos em Sampa e também tocando em transmissões radiofônicas, percurso que ganhou novo impulso na antiga Capital Federal, para onde veio juntamente com o também saudoso Odmar Amaral Gurgel, o anagramático maestro Gaó, sob cuja batuta atuara, ainda em Sampa, na Orquestra Columbia, na primeira metade dos anos 30. No Rio, Copinha transitou por boates, clubes, cabarés (tocou com Pixinguinha no Dancing Eldorado), integrou a orquestra de Simon Boutman, no Cassino do Copacabana Palace, e, no Cassino da Urca, trabalhou com um histórico produtor de espetáculos no "showbiz" carioca, Carlos Machado. Teve orquestra própria por quase 20 anos, criada já na década de 40, que acompanhou ícones da voz brasileira na canção, como Sílvio Caldas, Francisco Alves, Mário Reis e Dircinha Batista, e, em 1958, acolheu ao acordeom um mago do som, o alagoano Hermeto Pascoal, e um usineiro de harmonias avançadas, o acreano João Donato. 
       Com "boarding pass" naturalmente autoemitido pela reconhecida competência, Copinha atendeu a diversos convites para tocar no exterior, acompanhando, por exemplo, em 1967, com a sua orquestra, outro músico que não mais se encontra entre nós, o pianista gaúcho Primo Jr., numa noite de gala que reuniu a monarquia europeia no baile do Le Petit Blanc, na Riviera Francesa, no qual resplandecia a beleza de Grace Kelly. Imprimindo a sua marca no patrimonial sopro de introdução em "Chega de Saudade", que, em 1959, enfeitou exemplarmente o inspirado arranjo de Tom Jobim para a gravação de João Gilberto, Copinha, a partir do decênio seguinte, sem afastar-se do palco, passou a dedicar-se intensamente à atividade em estúdio, para a qual também era muito requisitado. Como arranjador, é sempre lembrado por seu trabalho em discos de Paulinho da Viola, como o "Memórias Cantando" e o Memórias Chorando", além de infundir modernidade no essencial preservado da tradição em outro disco formidável, de 1979, do MIS (Museu da Imagem e do Som), sobre a obra do trompetista guaratinguetaense Bonfliglio de Oliveira.
       Discípulo de Copinha e um dos mais capacitados flautistas da atualidade nacional, Eduardo Neves, rodeado por colegas igualmente capazes (nomes citados no "flyer" acima), homenageia o inesquecível mestre em apresentação nesta quarta, 24 de março, às 21h, no Centro Cultural Carioca - Rua do Teatro, 37, nas imediações da Praça Tiradentes. Ao lado do sete-cordas Rogério Caetano e do percussionista Amoy Ribas, Eduardo executa de Copinha o choro "Amando Sempre", no segundo dos "links" seguintes; no anterior, vemos o próprio Copinha acompanhando Paulinho da Viola numa composição deste, "Sarau para Radamés", em especial da TV Globo, de 1980, dedicado a esse Gnatalli também referencial. 
  http://www.youtube.com/watch?v=P0lHM5Cp0CY
 
  http://www.youtube.com/watch?v=Kakqx-riMxU 


    

23.3.10

Do fundo do baú - Colagem "Stars uai com celbro psicodélico"

Dica do Gerdal: Jean Charnaux faz show solo nesta terça em Copacabana - cordas bem dedilhadas para o encanto da música


Acabo de chegar, nesta madrugada de segunda, de um dos aprazíveis saraus que o amigo "sui-generis" Fred Falcão, compositor de longo voo na MPB e vizinho de bairro em Laranjeiras, regularmente, promove no seu apê, na Rua Coelho Neto, perto do campo do Fluminense e do Palácio Guanabara. Em breve, será lançado dele um CD, com várias músicas inéditas, muito bem preparado e gravado, tendo, entre os intérpretes das faixas de sua inspiração, Leny Andrade, Sanny Alves, Clarisse Grova e Pery Ribeiro, e, como arranjadores, por exemplo, Gilson Peranzzetta, César Camargo Mariano, Maurício Maestro e Luiz Avellar, este domiciliado há alguns anos em Lisboa. No encontro dessa recém-finda noite de domingo, a boa música foi, mais uma vez, o traço de união a agregar a grandeza das cordas de Hélio Delmiro e Célia Vaz - que deram uma verdadeira aula de violão jazzístico, em duo, ao lembrar "standards" como "Our Day Will Come" e o Errol Garner de "Misty" - e ainda o talento do baixista Fernando Leporace e do pianista Maurício Gueiros - também compositores, que, em 1986, lançaram um ótimo elepê, "Aldeia", hoje raro -, das jovens cantoras Liz Rosa e Amanda Bravo, além do produtor e "showman" Luís Carlos Miele - de memorável dobradinha com Ronaldo Boscoli no nosso "showbiz", como em "Primeiro Tempo 5x0", com Claudette Soares, Taiguara e Jongo Trio, em 1966 -, do também veterano produtor Ricardo Cravo Albin e de um parceiro do anfitrião, Carlos Costa, letrista apreciável e hábil, especialmente, em costura de citações. 
        Com 22 anos de idade, principiando com destaque essa reunião musical na casa do Fred, Jean Charnaux é um trunfo do violão brasileiro na nova cena instrumental do Sudeste, um moço que, aliás, pôde mostrar cabalmente o que aprendeu a um de seus professores e forte incentivador, Hélio Delmiro, sentado à sua frente. Aluno ainda de Guinga e Nelson Faria, esse novato notável, que em boa hora trocou a faculdade de engenharia pela música e tem sobrenome francês herdado de um bisavô, acompanhou Amanda Bravo em joias esquecidas do pai dela, Durval Ferreira, com Pedro Camargo e Newton Chaves e, nesta terça-feira, 23 de março, a partir das 21h, no bar do Hotel Ouro Verde - Av. Atlântica, 1.456 -, no Lido ("flyer" acima), fará o seu primeiro show solo, pouco antes de pegar o avião em direção a outros shows pelo Nordeste. Entre os "links" abaixo, toca "Só Danço Samba" com Haroldo Cazes - irmão de Henrique e Beto Cazes - e, ainda, em outras imagens, "Samba de uma Nota Só", com o pianista Marcos Ariel. Mais informações sobre ele são encontradas num breve histórico, abaixo, também "linkado".
www.myspace.com/jeancharnaux 
www.amandabravo.com
www.myspace.com
http://www.nme.com/awards/video/id/mUhU_ratPnM

http://www.youtube.com/user/jeancharnaux#p/a/u/2/nq1lMnRl4wM

21.3.10

Caricatura: Homenagem a Ayrton Senna - 50 anos

Twittando e cantando e seguindo a canção


(Recebi o e-mail abaixo do meu querido amigo, o jornalista Sergio Fleury. Seu texto é saborosíssimo e me fez cair na gargalhada. Humor de primeira! - É para ler, se divertir e aprender alguma coisa sobre o que é essa coisa chamada tuíter).
CAROS AMIGOS ! e/ou
A QUEM INTERESSAR POSSA!
 
Este escriba que ora vos escreve nesta manhã dominical, tem um bom motivo para se comunicar por estes mal traçados caracteres. De formação analógica, como a maioria de vocês, mas um correto aprendiz digital, entrei nesta madrugada adentro me habilitando no twitter. Sim, decidi ser twitteiro, por um motivo: as mensagens não podem ultrapassar os 140 toques. O chamado curto&grosso, técnica bem sedimentada em anos como jornalista.
 
Resisti bravamente ao orkut, ao facebook, mas resolvi "chilrear, pipiar, pipilar", apesar de achar esses verbos com duplo sentido duvidoso. Na primeira iniciativa, o primeiro problema: existem u'a americana SFleury e um campeão de hóquei sobre o gelo, Fleury.
 
Saí pela tangente com um FLEURYtter que, embora trocadilhoso, serve de marca. Agora uma breve biografia: "escriba terráqueo, formação analógica, aprendiz digital, twitter neófito: Evoé". Pronto, virei um twitter!
 
Nunca fui um escrevinhador de cartas, mas até que tenho me relacionado bem via e-mail com meus caros amigos. Mas, e agora, como tuitar? Com quem tuitar?
 
Bem, passei a madrugada tentando cooptar seguidores, mas o que consegui, até nesta manhã, foi seguir 13 twitters, ou melhor, seguintes. Por enquanto, zero followers e zero listados.  E mais: não consegui enviar mensagens nem para os 13 que sigo! Até agora me rejeitaram!
 
Sinto-me como se tivesse fundado a Igreja Universal do Reino Digital e não tivesse aparecido nem um ímpio fiel. Ou se estivesse sentado à mesa com 12 lugares vazios, sem nenhum conviva para me chamar de Messias e, com quem, poderia dividir meu pão e vinho. Ou pior, ter parado uma carrocinha de cachorro-quente em frente ao Maracanã em dia de Fla x Flu e os torcedores me ignorassem. Em massa.
 
Enfim, sinto-me numa gaiola digital "chilreando, pipiando, pipilando", sozinho. Não tenho ainda followers. Daí este meu e-mail que, a esta altura da vida "muderna" mais parece uma carta simples fechada com "goma arábica" ou com uma leve lambida na borda da  aba gomada, com a mensagem dentro: cheguei bem! Algo jurássico, confesso!
 
Antes que pense que procuro recordes de followers ou vire celebridade internética, quero apenas que os caros amigos-colegas-conhecidos-de-sempre já ligados saibam que agora eu também sou o FLEURYtter e que estou disponível como um funcionário/a do Bob's (próximo...caixa disponiiivel) para a troca de figurinhas a 140 CA/m (caracteres/minuto).
 
Abração, lets' twitter, again, Sergio Fleury
ou melhor: http://twitter.com/FLEURYtter
Em tempo:
O personagem do MAD é meu avatar (eu, heim!).
Diante deste mundo inviável, afinal, What, me worry?

Dica do Gerdal:David Ganc e Mário Sève revivem o sopro antológico de Pixinguinha e Benedito Lacerda hoje no Parque do Flamengo (grátis)


No início do ano passado, num domingo de céu de anil, ao desfrutar da requietude de um jardim público em Itaocara, cidade do Noroeste fluminense onde nasceu Patápio Silva, pude ainda acentuar a satisfação do passeio ao ouvir, pelo "headphone" ligado ao CD player portátil, o disco que outro eminente flautista - também saxofonista -, o carioca David Ganc (foto acima), gravou em 2004, com o Quarteto Guerra-Peixe, interpretando Tom Jobim. Um disco maravilhoso do selo Kuarup, meio camerístico, com arranjos sedutores de Ganc para, especialmente, temas pouco revisitados do nosso maestro soberano, como "Mojave", "Rancho das Nuvens" e o choro "Garoto", este também muito bem gravado pelo saudoso pianista Bené Nunes. Lembro-me ainda de Ganc, em 1989, no palco do Teatro Ipanema, abrilhantando com o seu sopro bem escolado (formação em música erudita na UFRJ e em música popular no Berklee College of Music, nos EUA) um show de lançamento do elepê "Topázio", do violonista e compositor Nando Carneiro, talentoso irmão do bem articulado poeta e dramaturgo Geraldinho Carneiro. A estes, aliás, em meados da década anterior, já se associara, com a sua flauta dulcíssima, na viagem por ondas de formação mutante da Barca do Sol, grupo apadrinhado pelo multi-instrumentista carmense Egberto Gismonti. O referido CD, acima, é o terceiro dos quatro solos já lançados, desde 1996, por Ganc, que ainda agrega ao seu gabaritado currículo muitas horas como músico de estúdio e outras tantas participações em shows de artistas de nomeada na MPB. O mais recente dos seus CDs, gravado em 2005, com Mário Sève (soprista de primeira que integra o Nó em Pingo D` Água e já dirigiu o Centro Municipal de Referência da Música Carioca, na Tijuca), relembra um dos mais admirados duetos instrumentais da MPB, com Pixinguinha, ao sax e aos contrapontos, em perfeito entrosamento com a flauta de Benedito Lacerda, nos anos 40. Uma mostra disso, com entrada franca, pode ser experimentada neste domingo, 21 de março, na série Choro, levada a cabo pela Secretaria Municipal de Cultura no Teatro Carlos Werneck, situado no Parque do Flamengo (na altura do número 300 da Praia do Flamengo), às 14h. Também atuantes nessa apresentação Rogério Souza (violão), Márcio Almeida (cavaquinho) e Celsinho Silva (percussão).
***       
Pós-escrito: no primeiro "link" abaixo, David Ganc e Mário Sève tocam o choro "Descendo a Serra", de Pixinguinha, e, no segundo, a dupla é entrevistada, em curto trecho do programa "Conversa Afinada", da TV Brasil, pela jornalista Patrícia Palumbo.
http://www.youtube.com/watch?v=L8sApF0nkh8
http://www.youtube.com/watch?v=_3LSB0tzBxI&feature=related

Ilustração: Canto da Estrada Aberta


"A pé de coração leve
eu enveredo pela estrada aberta,
saudável, livre, o mundo à minha frente
à minha frente o longo atalho pardo
levando-me aonde eu queira".
(fragmento de Canto da Estrada Aberta - de Walt Whitman em Folhas das Folhas de Relva)
A ilustração (é do fundo do meu baú) não é o retrato dos noivos, apenas um tema do caminhar e o pedacinho do poema - um pouco mais dele, fui incumbido de ler, com voz emocionada na cerimônia do casamento de minha filha com um moço bonito, criativo e gente finíssima e que toca banjo ainda por cima.
Um dia escrevi sobre eles aqui neste blogue ou no anterior, estavam no começo do namoro. Bem, agora casaram e pegaram a estrada aberta, num dia ensolarado e feliz.

19.3.10

Diálogos na Tela começa este sábado - inscreva-se já


Diálogos na Tela começa neste sábado, dia 20.Ainda dá tempo para se inscrever, veja o flyer ai em cima (clique na imagem para ampliar e ler melhor).
Para maiores informações veja nos links abaixo:Começa sábado agora!
www.dialogosnatela.blogspot.com
www.modooperante.com.br

Uma tirinha em quadrinhos de minha autoria - inédita


(Clique na imagem para ampliar e poder ler melhor as legendas)

Direitos Humanos e Música com Sergio Haddad, Luciana Alves e Emiliano Castro em Sampa


Recebi um convite (que está ai embaixo)do meu amigo- craque do violão e da viola, Emiliano Castro (desculpem pois, por algum problema técnico não consegui editar o texto de forma contínua - de qualquer forma - está dado o recado)
"Senhoras e senhoritas homenageadas, marmanjos galanteadores,

2a feira próxima acontecerá um evento especialmente prazeroso e digno de que
sou o curador musical.
O "Diálogos Musicais em Direitos Humanos", realizado pelo "Fundo Brasil de
Direitos Humanos
" já teve outras edições e desta vez se celebrará com um
jantar musical em homenagem ao Dia Internacional da Mulher conduzido pelo
educador, sociólogo e Diretor Presidente do Fundo Brasil Sergio Haddad e por
mim Emiliano Castro com minha divina convidada, Luciana Alves.
No restaurante Rosmarino (www.rosmarino.com.br) depois do jantar que será
oferecido às 20:30, apresentarei um repertório musical inspirado em projetos
desenvolvidos até hoje pelo *Fundo Brasil* de apoio a lutas em defesa da
mulher e às questões de gênero.
O menu musical criado especialmente para a noite oferecerá pratos clássicos
e exóticos do cancioneiro brasileiro além de uma composição minha, servindo
várias interpretações para o tema da mulher, suas lutas e conquistas, bem à
maneira que a arte costuma servir sua vasta mesa: com diversidade,
delicadeza, ironia, protesto, crônica... Uma delícia. Várias delícias!
O objetivo do evento é dar a conhecer o trabalho do Fundo Brasil, uma
fundação que capta recursos para apoiar projetos em defesa dos direitos
humanos em desenvolvimento por todo o país.
Os ingressos são limitados e o legal é que os interessados comprem os seus
com antecedência.
As coordenadas estão nos cartazes anexos. (Um feito especialmente para as
senhoras e senhoritas, outro para os marmanjos galanteadores).
Grande orgulho por colaborar com este evento do Fundo Brasil e por brindar o
público com minha convidada especialíssima e nosso repertório".
"Diálogos Musicais em Direitos Humanos"
homenagem ao dia internacional da mulher
Emiliano Castro . violão de 7 cordas e voz
Luciana Alves . voz
dia 22 de março, das 20:30 às 23h.
no restaurante Rosmarino
r. Henrique Monteiro, 44, Pinheiros

jantar e show - R$ 80,00 por pessoa
para conhecer melhor o trabalho de Emiliano Castro, clique nos seguintes endereços:
http://myspace.com/emiliano7cordas
http://myspace.com/candongueirofino

18.3.10

Dica do Gerdal:Perinho Santana e Carlos Uzeda só vão de Haroldo Barbosa em show-homenagem, nesta quinta, em Botafogo



 Guitarrista, compositor, arranjador e produtor, o baiano Perinho Santana, que por muitos anos teve a carreira associada à de Luiz Melodia, como músico e diretor musical, apresenta-se nesta quinta-feira, 18 de março, a partir das 20h30, em show de dois "sets" no Espaço Cultural Maurice Valansi, em Botafogo ("flyer" acima). Ex-integrante do conjunto A Cor do Som, no qual ingressou em 1984 na vaga deixada por Victor Biglione, Perinho terá ao seu lado um bom cantor, Carlos Uzeda, dentista atuante, que, em 1977, com direção musical de Aécio Flávio, gravou um CD, "Fino Trato", bastante elogiado pela crítica. Uzeda fez parte, por quatro anos, do Coral Pró-Arte e abrilhantou uma das edições do projeto Novo Canto, tendo como madrinha a cantora e compositora Joyce.
      Eles repetem a bem-vinda homenagem já prestada, no ano passado, a Haroldo Barbosa (foto acima), um carioca de Laranjeiras, como Heitor Villa-Lobos e Custódio Mesquita. Nascido em 1915 e morto em 1979, Haroldo imprimiu a marca do seu estro diversificado no rádio e na tevê, participando da equipe de criação de programas de grande audiência, como "Um Milhão de Melodias", "Noites Cariocas", "Faça Humor, Não Faça a Guerra" e "A Cidade Se Diverte", e na música popular em sambas ora chistosos (como "Palhaçada", "Vedete Certinha", "Só Vou de Mulher" e "Devagar com a Louça", em parceria com Luiz Reis, e "Joãozinho Boa-Pinta" e "Não se Aprende na Escola", em parceria com Geraldo Jacques), ora românticos (como "Canção da Manhã Feliz", "Fiz o Bobão" e "Nossos Momentos", ainda com o constante Luiz Reis). Também se notabilizou por um chorrilho de versões para canções do "hit parade" internacional, como "Céu Cor-de-Rosa" ("Indian Summer"), gravada por Francisco Alves, e "Cavaleiros do Céu" ("Ryders in the Sky"), regravada por Milton Nascimento. Fissurado nas corridas em hipódromo, escreveu, como jornalista, no periódico "O Globo", uma prestigiada coluna do gênero, O Pangaré, em cujas linhas o humor era, naturalmente, servido em doses cavalares.

17.3.10

Barcelona joga futebol arte.


O único representante da Espanha na Liga dos Campeões, o meu time "espanhol", o Barcelona, o famoso Barça mandou ver pra cima do Stuttgart que tomou um chocolate de 4 a 0. Chocolate quente no frio europeu, até que sairam no lucro.
Messi é realmente o melhor jogador do mundo hoje, mas temos que destacar o time do Barça e o nosso brasileiro Daniel Alves que deu um passe sensacional para um de seus gols.

Dica do Gerdal: Bruno Migliari, nesta quarta, na Sala Baden Powell - um baixista vigoroso no clima da sua música


Repasso o recado do excelente contrabaixista ítalo-brasileiro Bruno Migliari (foto acima), que sabe dotar o seu instrumento, seja o acústico, seja o elétrico, de uma expressão firme e vigorosa. Também compositor, arranjador e produtor musical, vale a pena vê-lo em ação no palco da Sala Baden Powell, nesta quarta, 17 de março, a partir das 19h. Música "no clima" do músico.
***
"Nesta quarta-feira dia 17 de Março voltarei à Sala Baden Powell, com novidades no repertório. Quem curtiu o último show que fizemos no Cinemathéque pode comparecer para mais uma dose, e quem não pode assistir terá mais uma oportunidade! No set list, doses iguais de temas instrumentais e canções - composições minhas e de músicos que muito admiro. Ao meu lado estarão novamente Billy Brandão (guitarra e vocais); Cassio Cunha (bateria); Vitor Gonçalves (teclado e sax alto) e Thiago Ferté (sax tenor e soprano). A Sala é um ambiente muito bacana para a música que faço, o que torna essa uma oportunidade rara de ouvi-la em "condições ideais".
Serviço:
Bruno Migliari & 8VB
Dia 17 de Março, 4ª feira, às 19:00
Sala Baden Powell
Av. N. S. de Copacabana, 360   Copacabana 
 tel (021) 2548-0421

Foto de divulgação que ilustra este post é de Natália Arduino

Do fundo do baú: Ilustração "Diabrete"


Não sei não, mas acho que esta ilustração lembra a velha Rússia. Pelo menos foi o que pesquei lá no fundo da minha desmemória.

16.3.10

Do Egito Antigo ao Brasil Contemporâneo : texto saboroso na internet



Para quem quer saber qual a relação do Egito antigo e a Civilização Brasileira precisa ler o saboroso texto que Karine Lima da Costa publicou na revista virtual História Imagem e Narrativas- Edição 9 de outubro de 2009.
O texto tem um título comprido : "Do Egito antigo ao Brasil contemporâneo: a representação da esfinge egípcia em charges e caricaturas da Imprensa Brasileira (séculos XX e XXI)"
Para ler esse trabalho, basta clicar no seguinte endereço e procurar o artigo para obter uma cópia em pdf:
http://historiaimagem.com.br/edicao9outubro2009/edicao9.php

Curso "Nietzsche e a arte" começa amanhã no espaço Crânio


Clique no flyer acima para ampliar e ler melhor. Se não der para ler direito, saiba que começa nesta quarta, dia 17 o curso "Nietzsche e a arte", que será ministrado pelo professor Alexandre Mendonça. O evento vai rolar no espaço Crânio - Rua Pacheco Leão 94, Jardim Botânico. A duração é de dois encontros, que acontecem nos dias 17 e 24 de março, das 19:30 às 22:00hs.

Vizinha Chavista adota um vampiro


Finalmente consegui ver, "ao vivo" minha vizinha chavista depois de sua expulsão do SPA onde esteve confinada para se recuperar do stress que a guerra televisiva Globo X Record causou na sua frágil alma. Encontrei com ela na área de lazer do Condomínio do Barulho, onde moramos numa obra em progresso.
Ela está, diríamos, reformatada. Cá pra nós, ela aproveitou para fazer uma lipoescultura e deu uns retoques no visual. Quase não a reconheci. Quando me viu, escancarou um sorriso "desenhado" por algum cirurgião plástico de fundo de quintal e disse: - Ôi , estudante, tudo bem? Sabe que adotei um vampiro?
Perguntei: Que história é essa? Anda brincando com o Bela Lugosi?
- Não, bobão, entrei na onda "Crepúsculo", pois agora estou na minha fase adolescente. Ele me faz sentir virgem, e de fato estou, pois fiz um pequeno reparo na área do baixo-ventre...he he he...Mostrou uns caninos afiados que me assustaram.
-Não se preocupe , são falsos, posso até tomar banho de sol. O meu vampiro é que não pode. Resolvi dar uma de Madonna e adotei um garotão. Não é nenhum Jesus, mas faz cada milagre, menino! O meu é um Robert Pattinson reclicado que importei lá de Pindaíba do Norte. Um luxo! Um vampirinho doce, mas com pegada, sacou? O Pattinson original é que deu uma escorregada no meio de um ensaio sensual. Ele estava cercado de mulheres nuas e mandou essa: "Eu odeio vaginas. Sou alérgico a elas” .
- O meu não, treinei meu morceguinho para gostar só da minha periquita...
E deu uma gargalhada sinistra que espantou as crianças do playground.
Como o papo já estava caminhando para o pornográfico, tentei desviar para um assunto mais ameno.
-Não vai meter o pau na novela do Maneco hoje?
- Não, hoje estou light, e depois não estou com paciência para falar dessa experiência estética "niilista" do mago do Leblon e adjacências. Mas tenho que admitir que ela agora está engrenando, tá rolando um sexo, separação, romance... daqui a pouco rola uma baixaria e aí vai ficar nos trinques. Mesmo assim. acho que o Maneco deveria matar mais alguém na trama, como naquela novela que todo mundo não assiste- como é o nome dela mesmo?
- Tempos Modernos - informei.
- É essa mesmo, a novela revolucionária entre aspas do Bosco Brasil, que dessa vez, parece que se deu mal nessa sua volta à dramaturgia de TV. Mas é assim mesmo, na próxima ele acerta. Vai escrever "Tempos Antigos"- novela de época é sucesso garantido.
Eu já estava concordando quando ela me cortou a fala e disse: - Mas o que tá bombando mesmo é o tal do diário internético fake "Sonhos de Luciana" - que foi montado na novela "Viver a boa Vida" pela Mia (a filha adotada da Terezoca e do Marcão), para ampliar o domínio midiático da Globo.com. Curioso é ler os comentários das pessoas que frequentam esse diário virtual. Esse pessoal tá doidão mesmo, misturando ficção com realidade. Falam da Luciana, como se ela existisse de verdade...um fenômeno de ilusão para tese de pós graduação. Escreva isso no seu "grogue" (ela nunca consegue falar blog).
- Mas eu entendo essa gente, tá difícil viver na realidade brasileira...mentira por mentira, melhor viver os sonhos de uma personagem de novela... Bem, agora preciso ir, pois tenho que alimentar meu vampiro. Sabe que em certas butiques de luxo dos países desenvolvidos tem sangue liofilizado - tal o sucesso da saga que Stephenie Meyer retirou da tumba. É como comida de cachorro. Pois é, agora têm Pet Shops só para vampiros no mundo globalizado. Uma amiga que adotou um vampirinho de rua de Paris, nas férias de inverno foi quem me trouxe alguns saquinhos. É como chá - dissolve na água. É sangue de pobre, mas é tratado... igual cabelo de morto que é usado em apliques...
E saiu rebolando seu novo glúteo siliconado. Espero que o Pattinson de Pindaíba do Norte não morda ali.

Programe-se : 10 Cariocas na Folha Seca


Ferreyra Editor, Livraria Folha Seca e Instituto Cultural Brasil-Argentina do Rio de Janeiro lançam o livro "10 Cariocas"
Seleção e tradução de Frederico Lavezzo/
Contos de Sérgio Sant'Anna, Leandro Salgueirinho, Ana Paula Maia, Marcelo Moutinho, Fernando Molica, Braulio Tavares, Manoela Sawitzki, Cecília Gianetti, Paulo Henriques Britto e João Paulo Cuenca
17 e março, quarta-feira, às 19 horas
Rua do Ouvidor 37, Centro

15.3.10

Caricaturas que eu fiz: Millôr e um de seus logotipos


- Quando eu crescer quero ser Millôr...he he he

14.3.10

Charge óbvia ? Até que não!


Sei que fiz uma charge óbvia, que estou a repetir uma idéia que já frequentou o papel algumas vezes,poucas, eu acho.
Lá pelos fim dos anos 50 e durante quase toda a década de 60 do século passado, eu sempre rezava quando o Palmeiras ia enfrentar o Santos.
Também, pudera, com Pelé, Pepe, Coutinho e outros fenomenais joadores do outro lado, só rezando mesmo! Eu me lembro e me vem como num filme, eu garotinho, ajoelhado no quarto enquanto o rádio na cozinha chiava e a voz do locutor narrava os gols do Santos. Hoje eu não ajoelho nem rezo mais. Mas fiquei preocupado, com o Santos dando chocolates de 10 quilates a zero, com Robinho e companhia bela... até disse para minha mulher que o time da Vila Belmiro ia dar uma goleada no meu pobre Palmeiras. E não é que o time do Parque Antártica, que entrou vencido no campo, tomou vergonha na cara, encarou o"peixe" e fez também a sua "dancinha" de comemoração na vitória dos 4 a 3.
Ai achei que tinha o direito de fazer aquela charge óbvia do "Porco" jantando o "Peixe"- um fenômeno estranho na cadeia alimentar, mas gostosa de fazer.
Ah, ontem por acaso almoçamos sardinha frita, com arroz e jiló...