30.9.08

Dica do Gerdal (*)


Vindo ao Rio, Johnny Alf fazia questão de tê-lo como acompanhante em shows, um mesmo músico, aliás, admirado por Maria Bethania, de cujo conjunto faz parte, com ela viajando por todo o Brasil e pelo exterior, além de se apresentar amiúde com Zé Renato e Ricardo Silveira. Ele é o contrabaixista, compositor, arranjador e cantor campista Rômulo Gomes, gente finíssima e instrumentista muito bem cotado na praça, que, nos dias 3 e 9 de outubro, ás 21h, faz shows em três "sets", o último deles aberto a bem-vindas canjas dos colegas de profissão. Em ambos os shows, confirmada, a participação do baterista Xande Figueiredo, que teve atuação destacada há alguns anos no Prêmio Visa, em São Paulo, chegando entre os cinco primeiros colocados.
Do trabalho autoral de Rômulo Gomes, destaco um ótimo samba de sabor bem carioca, "No Sujinho da Alice", com letra do cardiologista Cesar A. S. Nascimento, sobre a rua em Laranjeiras famosa no passado pelo antigo exercício da "tolerância" em uma certa "casa rosada". Trata-se de uma gravação encontrada no primeiro CD do também ótimo cantor, violonista e compositor Gladston Galliza, hoje radicado na Espanha. Aos interessados nos shows do Rômulo, o endereço é Drink Café - quiosque 5 - Parque dos Patins - Av. Borges de Medeiros - Lagoa.
(*) Gerdal José de Paula divulga shows, músicos e cantores por puro prazer e amor à música brasileira.

Ilustração: "Linha de Produção Imaginária"

29.9.08

Antonio Adolfo em Trio 3-D no sambajazz do Mistura Fina- O show


Mais uma vez tive o prazer de ver Antonio Adolfo tocar. Foi no sábado de noite, numa casa noturna pertinho do Arpoador- o Mistura Fina-(que se mudou para perto da praia) pelas suas janelas dá para se ver o mar de Ipanema- tudo a ver com a bossa nova. Antonio Adolfo veio, desta feita, formando um conjunto que está inscrito na história da MPB, o Trio 3D. Na verdade, uma das últimas formações do 3D com Sergio Barrozo no baixo acústico e Chico Batera, é claro, na bateria.
Antonio Adolfo abriu o show,falando de uma certa injustiça que foi cometida nessas comemorações dos 50 anos da Bossa Nova - o esquecimento dos trios que embalaram a moçada na época dos becos das garrafas e outros becos desse país. O Trio 3D, pode-se dizer, fez a época, junto com o Jongo Trio, Bossa Três, Zimbo Trio, Tamba Trio,Milton Banana Trio, o pessoal do Pedrinho Mattar, e outros que me esqueço agora. Todos estes conjuntos fizeram o fino da bossa, só que tocavam em boates, pequenas casas de espetáculo, nas madrugadas e por isso mesmo, apesar de sua excelente qualidade, ficaram à margem das comemorações.
Depois desse recado, veio o creme do creme da música. O trio 3D tocou Baden e Vinicius ,fez justiça ao fabuloso Johnny Alf, tocou Jobim, as músicas geniais de Antonio Adolfo e mais, Carnaval, Chorinho, e teve Ernesto Nazareth misturado com Scott Joplin, enfim, um arraso! A novidade é que tem um CD do Trio 3D na praça e que esgotou logo lá no Mistura. Foi meu presente de aniversário antecipado.

Fao canta no Pelô


Minha amiga, Fao Miranda comemora 10 anos de boa música com sua bela voz no dia 3 de outubro, sexta feira, na Praça Quincas Berro D'Água, às 21 horas no Pelourinho.
Não posso estar lá, mas vou comemorar aqui, botando na vitrola um CD onde ela canta uma música que gosto muito.
Boa Sorte Fao!

Kapyn no Microfone


O grupo de stand-up comedy, o Ponto Cômicos - formado por quatro humoristas revelados na internet - está de volta aos palcos em outubro, com uma temporada no Café Cultural, em Botafogo. A casa fica perto da Cobal do Humaitá, na Rua São Clemente, 409 (entre as ruas Real Grandeza e Martins Ferreira, com acesso de carro pela Rua Voluntários da Pátria). Será toda quarta-feira do mês, às 21h. O
ingresso custa R$ 10, com meia-entrada a R$ 5.

Saiba mais sobre o grupo no site www.pontocomicos.com. Mas se estiver com preguiça de fazer isso, saiba que o grupo é formado por Odisseu Kapyn , conhecido pelo trabalho no Cocadaboa.com; Ronald Rios, famoso pelos vídeo que põe no You Tube (Você devia jogar basquete, Com a Palavra Ronald Rios, etc), Alexandre Paim (do site Mico na Rede e redator da M... Online) e Nigel Goodman, admirado por sua performance como Repórter-Bêbado (gravações em áudio nas quais comenta notícias totalmente alcoolizado).

Se você nunca viu um show de stand-up (agora é moda), é uma boa oportunidade. Se já viu, vale conferir este grupo, que faz um humor mais politicamente incorreto. E se já viu uma apresentação do Ponto Cômicos, pode aparecer de novo, pois os textos mudam toda semana.

Cidades Marrentas



(Cabe aqui uma nota de esclarecimento: Publiquei esta crônica num antigo blogue, e agora republico aqui, em versão mal revisada mas atualizada)
O ônibus
Em data recente, fui ao centro do Rio, onde compromissos adiáveis me esperavam, com ansiedade. Gosto de ir de metrô, mas, desta vez, resolvi pegar um ônibus. Tudo ia muito bem, trânsito livre, céu de brigadeiro, quando, eis que de repente num sinal alí perto do MAM, o motorista parou e desceu do ônibus, sem dar explicações aos passageiros e aos brados, passou a gritar com o motorista de um outro ônibus que estava logo atrás do nosso. Ninguém entendeu nada do que estava acontecendo ali, nas nossas fuças. Teve aquela reclamação que sempre ocorre nessa hora: - Vamos embora, motorista, que eu estou atrasado! Outros trocavam opiniões, uns defendendo, outros atacando o "piloto" que parecia enlouquecido e continuava a gritar: - Passa para frente, passa para frente! Vamos , ô cara, passa para frente!
Foi aí que eu me virei e verifiquei que o ônibus que era objeto do estado alterado do motorista era da mesma companhia. Não era nada pessoal e sim funcional. Entendi então que, o outro devia ser o veículo que deveria estar na frente, pois saira antes do ponto final, e o fiscal da empresa, que controla o tráfego, esperava a passagem dele antes do nosso .
Feita a manobra de passagem de um na frente do outro, o motorista voltou bufando como um búfalo e deixou escapar algo como: - Esse mané quer me prejudicar!!!
E então sairam os dois num pas des deux a transitar como dois bailarinos enlouquecidos , coladinhos , fazendo manobras arriscadas, bruscas freadas...Um estresse só , como disse uma passageira, que com muita dificuldade retocava a maquiagem...
Veio à minha mente perturbada uma cena de um verão dos infernos. Aconteceu na década de 80, fazia um calor de derreter catedrais (como disse o grande Nelson Rodrigues).
Lá perto da Central do Brasil o motorista parou o ônibus, que por sinal estava lotado e foi tranquilamente tomar uma laranjada num boteco.

A lanchonete
Minha mulher e eu fomos até Botafogo para uma consulta médica. Sabíamos que iria demorar, e para evitar aquela fome incômoda, que costuma pintar nessas horas, fomos fazer uma boquinha numa lanchonete, que estava cheia de gente. Todos na platéia assistindo uma cena interessantíssima : os três atendentes do outro lado do balcão entretidos em conversações ao telefone, um no fixo e os outros dois nos celulares, sem dar a mínima para os fregueses.
Uma graça! Esperamos uns longos quatro minutos, ninguém se mexia no local- quando o ponteiro estava ia se mover para o próximo minuto, mandamos a lanchonete para os "quintos dos infernos" e fomos para outra, onde nos esperavam esfihas e sucos deliosos.

Roma
Foi no fim dos anos 90. Estava com meu filho no Trastevere esperando um amigo uruguaio, Julio Lubetkin, que agita exposições de cartuns em toda região do Lazio. Ele viria nos apanhar em sua Fiat básica, e nela rumaríamos para a região dos Castelli Romani, onde parte da minha família se acomodou há alguns séculos.
Para ser mais preciso, o plano era chegar em Albano Laziale.

Isso me fez recordar uma lenda que o antropólogo inglês Sir James Frazer conta e que tinha por cenário o Lago Albano, onde havia um templo dedicado à Diana.
Ele narra um curioso ritual onde um sacerdote (o guardião da floresta) tomava conta de uma árvore - um carvalho no qual estaria o tal do ramo dourado. Ele não poderia vacilar na vigilância, pois sempre haveria um candidato ao seu posto. Para isso, o vestibulando precisaria matá-lo com um punhal. Tal história levou Frazer a escrever um longo tratado, de mais ou menos 12 volumes, que se tornou um clássico para o conhecimento das religiões. Trata-se de O ramo dourado (The golden bough).

Voltemos ao Trastevere. Enquanto meu amigo não chegava, de repente ouvimos o ruído de uma freada e, depois, uma voz esganiçada lançar vários impropérios no ar. Inclusive ''deficente'', que é mais do que xingar a mãe (e olhe que a mamma é uma instituição nacional, havendo até uma patologia chamada mammismo ,que inclusive acometeu o lendário bandido Giuliano, que botou banca nas montanhas da Sicília no começo do século, mas, no fundo, gostava do colinho da mamãe).

Pois bem. Procuramos saber de onde vinha aquele barraco, e eis que vemos uma velhinha de sombrinha na mão a espancar um carro do qual o motorista não saía de jeito nenhum. Meu filho sacou logo: ''Veja, meu pai... (ele adquiriu esse hábito de me chamar de meu pai depois que virou parisiense, (mon pére por supuesto es mucho comum). ''Esta é uma cena tipicamente italiana'' - ele disse. Eu diria que é uma cena tipicamente romana, pois, mais tarde, saberíamos pelo saudoso Araújo Netto que essa disputa entre os pedestres e os automóveis era uma característica da cidade eterna (Nota: para um jornalista brasileiro ir à Roma e não ver Araújo Netto e sua adorável mulher, Eunice, era a mesma coisa que não ver o Papa).

Ele nos disse também que o romano é muito parecido com o carioca, só que mais irônico e encrenqueiro. Como os cariocas, os descendentes de Rômulo e Remo enfrentam os automóveis, andam devagar, deixando para os motoristas a preocupação de frear. E reclamam quando quase são atropelados. Por sua vez, os pilotos são também espeloteados. Afinal, é a terra da Ferrari. Mas sabem também que em Roma a multa é pesada, e não tem o jeitinho brasileiro.

Exemplares são os franceses: basta o pedestre botar o pé na faixa que os motoristas freiam. Mesmo assim, um furgão de lavanderia passou por cima de Roland Barthes - o grande semiólogo francês - sem dar tempo para que ele interpretasse o significado dessa passagem.

Descobri outra coisa interessante na Itália: você pode arranjar uma briga e sair ileso (menos na Sicília e em Nápoles, que fazem parte de outro mundo). O máximo que pode acontecer é aprender um monte de palavrões. Nunca faça isso na Espanha, a não ser que queira parar de fumar. (Continua... Na próxima edição Nápoles e Cariocas são...)

Ilustração: "Violeiro"

27.9.08

Que pena, Butch Cassidy nos deixou!


Uma das cenas antológicas do cinema é aquela em que Paul Newman, interprentando Butch Cassidy, desliza numa bicicleta, com sua "namorada" Etta Place (vivida por Katharine Ross) na garupa (ou melhor, no cano da magrela) e toca aquela música sensacional(Raindrops Keep Fallin' on My Head) do Burt Bacharach com letra de Hal David e voz de B.J.Thomas.
Outra cena que não me sai da memória, do mesmo filme é a do final, quando Butch Cassidy e Sundance Kid (Robert Redford) saem de um beco, com muitas esperanças para enfrentar simplesmente, o "exército "boliviano" e sua implacável metralhadora giratória. Aí o filme congela a imagem...e não dá nem tempo de ficar triste.(As duas cenas,de que falei, por acaso se encontram na capa da embalagem do vídeo que encabeça esta nota)
Mas hoje Sundance Kid deve estar muito triste, seu companheiro de aventuras partiu.
Na história "real", parece que os dois fora-da-lei mais simpáticos do Faroeste morreram mesmo foi na Patagônia. Esta "história" está muito bem contada no site do Monde Diplo no seguinte endereço http://diplo.uol.com.br/2004-09,a984
Nesse texto tem muito mais coisas interessantes. Vale a pena ler.
Paul Newman é claro, fez outros filmes antológicos, mas gosto de me lembrar dele naquela cena incial do filme no distante ano de 1969...E as gotas de chuva continuam a cair na nossa cabeça... viva Paul Newman!

Ilustração: "Ônibus 174, uma tragédia anunciada"

26.9.08

25.9.08

Minha vizinha chavista e a biografia da Amy


Minha vizinha chavista baixou lá em casa com um livro debaixo do braço.
Estava enigmática, lançou uma frase no ar que me deixou preocupado:
-"Os corvos crocitam na beira de uma cova rasa, não há um caixão lá, nem um corpo. Mas, eles esperam, enquanto uma livro está na praça, contando a história de uma menina que dança na beira desse túmulo, docemente preparado, num cemitério inglês".
Quem é essa menina? Perguntei e fui logo atropelado.
- É a biografia da Amy . (ela sempre fala de pessoas célebres como se fosse íntima) O livro é de um tal de Chas Newkey-Burden. Tem gente perguntando se não é o caso de acionar o Procon. Foi o que li na internet. Tem gente perguntando:- Uma biografia de uma garota que completou 25 anos ontem?
Tentei elaborar algo sociológico, para não ficar só no barraco e disse:
-"Sabe-se que a Indústria Cultural é cruel, implacável e tudo consome , partindo do princípio que tudo pode ser consumido e que tudo é descartável. Sabe-se que existe uma tendência para querer colonizar o futuro, já que se parte do princípio de que o presente está domesticado e o que importa é a velocidade, o turbilhão e a próxima novidade na tela. Nesse caso, não será estranho se um bebê que morreu no ato do parto tenha uma biografia".
- Isso mesmo! Ela me aplaudiu e deixou cair o livro no chão...Era a biografia de
Amy Winehouse.
Sei que ela canta pra caramba, e parece que é boa compositora, e com dois CDs, mostrou que é do ramo. Mas só tem 25 primaveras no jarro da sua sala e se não se matar nos próximos dias pode construir uma vida.
Pois é. Disse minha vizinha.
- E aí sim, acredita-se terá direito a uma biografia. E emendou:
- Porém, diante do mundo bizarro que se descortina todo dia, diante destes olhos que um dia a terra há de comer, eu não sei de mais nada. Posso estar redondamente enganada. Tem gente que vive pouco e tão intensamente que dá matéria farta para duas biografias. Pode ser o caso da Amy.
-Quanta lucidez! Me espantei e acrescentei, rolando o assunto para a Vila Isabel - Pois é, João Máximo e Carlos Didier levaram 8 anos pesquisando para escrever a biografia definitiva de Noel Rosa. Este foi realmente um cometa que percorreu o céu da nossa música (e sofreu o inferno aqui na terra por causa da tuberculose) e aos 27 anos (incompletos) pediu o boné e partiu desta para melhor, deixando uma obra importantíssima , além de tomar todas nas noites boêmias do Rio da década de 30.
Ela apanhou o livro do chão e jogou em cima de mim. -Procure ler a biografia da Amy e depois escreva alguma coisa no seu "grogue" (ela nunca consegue dizer blogue- para ela , grogue, blogue é tudo a mesma coisa).
Tá Ok, vou procurar ler o livro desse tal de Chas Newkey-Burden, embora não goste muito de escândalos e overdoses.
- Sei lá, mil coisas ! Disse ela e bateu a porta na minha cara.
Aguardem então minha visão do barraco da Amy. Acho bom escrever algo legal, porque parece que ela vem aí no final do ano e sabe como é. Um homem de meia idade apanhar de uma menina não fica bem...afinal o sobrenome da menina entrega o jogo, winehouse é em tradução grosseira casa do vinho.In vino veritas, mas também pode se entrar num porre!

Mais uma ilustra dos Anjos Caídos do Harold Bloom


Publico aqui mais uma ilustração dos Anjos Caídos, livro de Harold Bloom que eu tive o prazer de ilustrar.
Saiu uma matéria sobre o livro na Revista Época desta semana - está nas bancas... o texto é curto, mas dá conta do recado.

23.9.08

Antonio Adolfo em Trio 3-D no sambajazz do Mistura Fina


Antonio Adolfo está de passagem, na tabelinha Brasil EUA , na qual ele montou um posto avançado para divulgação da nossa música em terras do tio Sam.
E volta num show, com seu piano fabuloso, compondo o Trio 3-D com Sergio Barrozo no baixo-acústico e Chico Batera na bateria.
O Show (nos dias 26 e 27 de setembro - sexta e sábado próximos) comemora os 45 de Sambajazz, o fino da bossa brasileira que só poderia acontecer(é claro) no Mistura Fina na Rua Rainha Elizabeth, 769, em Ipanema.
Reservas e informações pelo telefone: 2523.1703
O Preço é doce :R$ 50 (setor A), R$ 40 (setor B), R$ 30 (setor C)
Imperdível! Estarei lá, com minha prancheta voadora e vou fazer a reportagem
desenhada do evento.

Cine Esquema Novo 2008 - Porto Alegre em Transe


Esta notícia caiu dentro da caixa postal do meu e-mail.
O Festival de Cinema de Porto Alegre vai de 11 a 17 de outubro e vai rolar nos seguintes locais:Sala P.F. Gastal da Usina do Gasômetro, Cine Santander Cultural e Universidades.(ESPM / PUCRS / ULBRA / UFRGS)
Acredito que o pessoal que organiza este festival anuncia hoje a lista dos filmes selecionados para as mostras competitivas no site www.cineesquemanovo.org
São três mostras competitivas na quinta edição deste festival que vai agitar Porto Alegre.
Maiores informações no site.Vou publicar o contato para quem se interessar em falar com o pessoal do Festival e quiser mandar filmes prá lá.
Centro Cultural Usina do Gasômetro
Av Pres. João Goulart, 551 - 3º andar
Porto Alegre - RS
CEP 90010-120
Produção: (51) 3289.8131 / (51) 8408.2458 / (51) 9179.4742 / (31) 8671.8370
Comunicação: (11) 9318.9130
Curadoria: (51) 8433.0125 / (51) 9919.4110
Assessoria de Imprensa: (51) 3289.8131 / (51) 9108.7621
Contato permanente - Porto Alegre:
Av. Getúlio Vargas, 810 / 104
Porto Alegre – RS
CEP 90150-002
(51) 8408.2458
(51) 8433.0125
Contato Permanente - São Paulo:
Rua Caraíbas, 158
São Paulo - SP
CEP 05020-000
11) 9318.9130
Barbaridade! Quanto endereço tchê!

Ilustração: "Morrissey e The Clash-London Calling"

22.9.08

Latin American Graphic Design baixa no Rio


(clicar na imagem para ampliar e ler melhor)
Os amantes do design e do bom desenho em geral podem se preparar, esta semana aterrisam em terras cariocas os autores de um prodígio, a reunião do design das Américas no livro Latin American Graphic Design da editora Taschen.

Pois é, Julius Wiedemann e Felipe Taborda estarão no Teatro 2 do CCBB no dia 24 das 15 às 17 horas para um workshop e no auditório da Travessa Leblon, no dia 26, a partir das 20 horas , onde vai rolar uma távola redonda.
Obs: As senhas deverão ser obtidas no CCBB com uma hora de antecedência e mais, o auditório do Leblon abre também uma hora antes do evento.
Vagas limitadíssimas e gratuitas.
Pensam que acaba ai? Pois não acaba. Dia 25, na quinta-feira tem rola um evento Oi/Multiplicidade, às 20 horas no Oi Futuro
www.oifuturo.org.br

Mais um brinde - Um cartum de João Zero:"Assinando"

21.9.08

20.9.08

Nem sombra de Goya


Milos Forman e Jean-Claude Carrière me decepcionaram. Os dois escreveram o roteiro de Sombras de Goya (uma má tradução para o original Goya's Ghosts) que Forman dirigiu direitinho, mas que não capta nem a sombra do pintor e gravador (ou gravurista?) espanhol Francisco José de Goya y Lucientes.
O filme pega Goya, já como pintor do Rei , no caso Carlos IV. Retrata a volta do Tribunal da Inquisição , e o tal do Santo Inquérito, que havia perdido as forças e retorna com tudo, semeando a desgraça de muita gente, No caso, o Santo Ofício começa uma caça às bruxas (esta frase acho que foi cunhada aí) e mostra seus ferros e cordas - sua tortura que tem por objetivo a necessidade de fazer o "herege" (judeus, bruxas, ciganos e diferentes em geral) confessar.
O filme toma este tema como fundo.

Goya aparece apenas como um gênio da pintura, que nas cenas iniciais se mostra pouco sensível quando uma de suas modelos, uma jovem filha de um comerciante com remota origem judáica, cai nas garras da Inquisição. Até aí, tudo bem, ele foi um artista que lutou toda a sua vida para se tornar o pintor do Rei. É a posição que lhe garante o bom vinho e o bom queijo. E mais, além do que recebe da coroa ele consegue uma grana extra com os retratos que faz para a aristocracia e para os membros do alto clero. Se não fosse assim , ficaria à margem rodando de reino em reino na Europa a oferecer seus trabalhos.
Que ele zele pela sua posição, procurando se manter longe das contradições de seu tempo, dá para entender. O problema é que a história deste filme desliza para um caminho meia boca, no qual se destaca na tela, o romance entre um padre , Lorenzo, (interpretado por Javier Bardem) e a infeliz Inés (vivida muito bem por Natalie Portman). O caso acontece na prisão onde a moça foi trancafiada. Lorenzo é um oportunista, sacaneta que aproveita da situação desesperadora da moça e a traça com grande devoção espiritual. Goya nessa altura do campeonato fica como um banana a acompanhar o vai e vem destes personagens , as mudanças políticas , como a invasão Napoleônica e a Restauração Monárquica e o retorno da infame Inquisição.

Mesmo que Forman procure mostrar um paralelo entre a obra do artista e os "desastres humanos" da guerra e da intolerância religiosa, este ato, não é suficiente para alcançar a personalidade deste homem corajoso que pintou a rainha como uma baranga e o rei como um bocó , feios e que traçou com suas gravuras todo o perifl sinistro de sua época. Talvez s o ator que o representou (Stellan Skarsgård) não foi forte como deveria ser, ou a direção de ator falhou. Mas o que parece é que roteiro botou de lado o papel de Goya, não restando muito o que fazer para torná-lo mais potente. Parece que o filme de Carlos Saura, Goya en Burdeos, onde o diretor o capta já no fim de sua vida, no seu exílio voluntário em Bordeaux, foi mais feliz neste sentido. Nesse filme, os fantasmas de Goya aparecem com sua verdadeira cara.
Milos Forman fica devendo um filme que respeite mais o "biografado" e Jean-Claude Carrière uma história melhor. O episódio onde o pai de Inés demonstra a nulidade da tortura junto ao padre Lorenzo é risível. Fiquem tranquilos que não vou contar como foi a cena. Vai ver que alguém pode se interessar em ver este filme. De qualquer forma, para quem não conhece Goya ou sua obra, vale a pena assistir esta tentativa de aproximação de Milos Forman. Depois é bom procurar os "Gênios da Pintura" que encontrar à mão, uma Enciclopédia , um livro de História da Arte, ou pesquisar no Google mesmo para ver a magnífica obra deste homem e algumas informações adicionais sobre seu caráter.

Vale a pena ver de novo - O Crash taí!

Mais um brinde - Um cartum de João Zero-" Sado Azarado"

19.9.08

Metatron, o anjo de muitos olhos no livro de Harold Bloom


Este é Metatron, o anjo de muitíssimos olhos, o Guardião. Está no livro Anjos Caídos de Harold Bloom que saiu pela Editora Objetiva e que este blogueiro teve a honra de ilustrar. Bem, por aqui para o oba oba em torno deste meu trabalho, desculpem qualquer exagero.

18.9.08

O Inferno Provisório de Luiz Ruffato


(Este texto de Jorge Sanglard (*) foi publicado no caderno EM Cultura do Estado de Minas no dia 18/09/2008)
Luiz Ruffato buscou inspiração no poema “Novíssimo Job”, de Murilo Mendes (1901 – 1975), ao estabelecer o título Inferno Provisório para a saga do proletariado brasileiro nos últimos 50 anos, que chega ao quarto volume com o lançamento de O livro das impossibilidades (Record). Ao articular em sua obra personagens da periferia da periferia, oriundas do Beco do Zé Pinto, em Cataguases, o escritor mineiro radicado em São Paulo transita num universo marcado pela diversidade das mazelas brasileiras, pela exclusão social, por remorsos e rancores, além da falta de perspectivas de uma vida melhor.
O poeta juizforano escreveu: “Prefiro o inferno definitivo que a dúvida provisória”, mas Ruffato trabalha com o sentido da utopia, garante que se não acreditasse em mudanças nem escreveria e optou por mergulhar na provisoriedade do inferno cotidiano para traçar os caminhos e os descaminhos de suas personagens nas últimas cinco décadas, enfrentando o processo de migração do interior rural mineiro para as cidades industriais de Minas, Rio e de São Paulo. Com seus sonhos e suas frustrações, suas lutas e suas derrotas pessoais; enfim, com todas as suas impossibilidades. E Rufatto constata: “Ousado e arriscado é ser pobre no Brasil”.
Dos retalhos de vidas malvividas, desiludidas, Ruffato tece um mosaico denso e vigoroso neste novo volume. O desafio de descrever seres humanos em sua complexidade é, para o escritor, o instrumento de uma reflexão sobre a precariedade da vida humana em qualquer circunstância. Ao inverter a máxima contida no verso de Murilo Mendes, o autor deixa claro que a opção foi possível por não se tratar de uma abordagem dentro do ambiente do catolicismo, mas sim de um mundo onde a própria religião está posta em questão. Na verdade, para Ruffato, o “Inferno Provisório” é a situação da própria sociedade brasileira contemporânea, fruto de sucessivos movimentos que nunca levaram em conta a valorização do indivíduo, ou o ponto de vista do cidadão.
O período escolhido para criar a sua visão desta saga do proletariado brasileiro, a partir da segunda metade do século XX, é exatamente o momento em que o país transita de uma sociedade semifeudal para uma sociedade pós-industrial de periferia. E todas as contradições desse processo refletem na busca de Ruffato pela expressão e pela explicitação de um ponto de vista a respeito dessa realidade. A partir de uma meticulosa recriação artística e da construção de uma prosa renovada, e evidenciando uma clara tomada de posição, o autor mostra que o compromisso de sua literatura é com a pura arte, mas focada continuamente na realidade que nos cerca e, às vezes, sufoca.
SONHO O sonho de abandonar a periferia da cidade pequena na perspectiva de melhorar de vida na grande cidade industrial permeia o cotidiano de cada personagem que, passado algum tempo, ao olhar para trás, se questiona ou se conforma a respeito das escolhas feitas ou desfeitas. Neste quarto volume, as personagens da saga transitam entre 1968, 1969, 1970, 1972, 1975, em meio ao endurecimento do regime militar, a conquista do tricampeonato mundial de futebol e a construção da Ponte Rio-Niterói. Avançam pela década de 1980 até chegar ao século 21, assombradas com a falta de esperança e de perspectivas. Fraquezas amargas, medos permanentes.
O livro das impossibilidades é articulado em três histórias, “Era uma vez”, “Carta a uma jovem senhora” e “Zezé & Dinim (sombras de um triunfo de ontem)”. A primeira passada entre Cataguases e São Paulo, a segunda, em São Paulo; e a terceira no eixo Rio – São Paulo – Cataguases. Luiz Ruffato reafirma o compromisso e a opção estética com a trilha estabelecida para a longa trajetória iniciada com Mamma, son tanto felice, desenvolvida em O Mundo Inimigo e em Vista parcial da noite, que chega, agora, ao quarto livro. O projeto prevê cinco volumes. “A literatura se faz pela subversão”, enfatiza ele. E provoca: “A literatura brasileira, em sua grande parte, sempre esteve ligada ao poder, à manutenção do poder”.
Periferia, centro da questão
Sem recorrer à forma usual do romance, nascido no século 18 para servir a uma descrição do mundo a partir dos interesses da burguesia, Luiz Ruffato se apropria de uma forma que, embora não esteja sendo inaugurada agora, serve aos seus propósitos literários. A forma fragmentada pode até não ser enquadrada nos padrões estéticos tradicionais como “romance”, mas também não é uma coletânea de contos. Enfim, o escritor subverte a forma e articula sua escrita ao inserir fragmentos e ao construir um texto instigante e que desafia o leitor à reflexão.
O novo romance proposto por Ruffato rompe limites e traz para o centro da questão a dramática vida cotidiana da periferia, dos sem voz e sem vez. Afinal, neste início de século 21 globalizado o que é centro e o que é periferia? A forma da ruína perpassa a construção dos quatro volumes. A questão da violência, que passou a incomodar a alta classe média nos últimos anos, segundo Ruffato sempre existiu com bastante clareza no país. Só não percebeu quem não quis. “Desde quando os portugueses chegaram ao Brasil, submetendo os índios à força, e mais tarde, com a introdução da escravatura na lavoura, a violência é parte do cotidiano brasileiro”, completa.
Por não encarnar o estereótipo do escritor brasileiro, branco, de classe média e bem educado, Ruffato vivenciou a necessidade de superar inúmeros desafios, como qualquer um que tenha nascido branco, mas na periferia da periferia. Diante da crueldade da sociedade brasileira, impermeável à mobilidade social, procura trazer sua experiência de vida para a literatura. Certamente, vem daí a força e a veracidade do que está retratado nos quatro volumes de Inferno Provisório.
(*) Jorge Sanglard é jornalista e pesquisador na área da cultura e da poesia Recentemente escreveu matéria sobre 80 anos de Macunaíma e o texto correu este vasto mundo e agora também está no seguinte endereço: www.cronopios.com.br/site/ensaios.asp?id=3498

Crônica da Tinê - ...madalenas sem canela, por favor.


Num gesto rápido alguém puxa as cortinas vermelhas. O som estridente das roldanas no trilho ricocheteia entre paredes, resíduos metálicos se calam nas fibras da fronha. Uma porção da neblina invade o quarto. O vento estremece um pé nu fora da cama, os dedos se encolhem. Cravinas secas se balançam sobre a cômoda. De bruços, deu para ver com um só olho pelo espelho, o outro está em pestanas cerradas sob o travesseiro.

A escada embaixo está molhada. - em sussurro - Mandioca cozida com café ou mingau de fubá? Os cactos espalmados estão empinados, um floriu, choveu antes do amanhecer, cuidado ao descer. Em resposta, baixinho – Quero chá, cidreira com jasmim, e se não for pedir muito...

No verão as tábuas estalam. No inverno, roçam umas nas outras feito cetins. Se chover, emudecem. Os adultos antigos explicavam às antigas crianças o barulho do piso: eram passos de fantasmas - em época quente eles dançavam o chicotinho; quando esfriava, dançavam o miudinho.

Na estiagem é visível o pó sobre os livros. No frio, vapor nas vidraças. E se chove, dezenas de pequenos rios descem pelos vidros, mofos crescem dentro dos armários. Se cair granizo no vidro fino, milimétricas rachas se ramificam como a árvore da vida.

Barriga para cima, olhos semiabertos na direção das mãos que dobram as roupas espalhadas e as colocam com cuidado sobre o encosto da cadeira onde ninguém pode sentar. A peça de madeira e sisal foi comprada só porque é igual a pintada por Van Gogh, com cachimbo de pau-rosa sobre o assento. Capricho decorativo em tributo.

Ruído abafado. Quando a primavera se aproxima os cupins entram em frenesi. De que lhes servirão as letras? A tinta é proteína? Por que não comem a numeração da página - tem que ser a palavra-chave, a boca feita a bico de pena, a frase do arremate, o rodapé das referências, o autor da citação com nome difícil de lembrar? A atividade voraz dos vermes lembra que está na hora de limpar as obras favoritas. Avinagrar as prateleiras, pulverizar essência de eucalipto. Só de pensar nisso, boceja.

A perna direita empurra a coberta. Com a esquerda esticada, outra folha da porta é aberta. Cheiro de barro úmido. Seivas de barba-de-bode e cabelo-de-bruxa fazem arcos no ar. O nariz se regala. Cotovelos apoiados, o corpo desliza para cima até encostar-se ao espaldar da cama para ver em perspectiva a porteira da fazendinha com suas paineiras: daqui até lá, em trilha reta; delá ao infinito, em curvas a caminho de... Para ver isto seria preciso deslocar o quarto para o meio da rua. Em pés descalços chega-se à balaustrada para não perder nenhum detalhe da vista. Então a imaginação gira o quarto em noventa graus e a memória completa a paisagem até chegar às amoreiras do lago.

Do balcão do quarto - da cama ainda morna, das flores murchas, das roupas dobradas, da cadeira do cachimbo, dos tacos cantantes, dos livros roídos -, a casa da fazendinha no horizonte surge aos poucos em meio ao nevoeiro que se desfaz.

Os pés giram no chão agora seco e os olhos acordados refazem o caminho inverso: fragmentos de escrita, canções esquecidas, cachimbo perdido, cadeira inútil, restos florais, lençóis vazios, dobras no tempo até chegar ao fundo do corredor refletido na penteadeira quando, aos tiquetaques, descubro que lá da parede ele me espiava todo esse tempo: de bigodinho engomado e olhar triste, o retrato do escritor.

Tinê Soares - 15/9/2008

17.9.08

Caricaturas que eu fiz: Gabo e suas reportagens


Ao centro Gabriel Garcia Marquez. Da esquerda para direita:Salvador Allende,Omar Torrijos, Ernest Hemingway, Che Gevara e Fidel Castro.

Anjos Caídos saiu na Veja



Uma pensata, uma resenha, um artigo? Tudo isso foi condensado por Jerônimo Teixeira na Veja desta semana(nas boas bancas do país). Com muita competência o jornalista sacou coisas interessantes sobre o livro de Harold Bloom que este blogueiro teve o prazer de ilustrar.
Nota no estilo Procon: Isto é autopropaganda sim.
Bola pra fente!

Caricaturas que eu fiz: Ary Barroso


Tá difícil postar hoje, problemas na net, na internet, no servidor, na chuva....

16.9.08

Diabos de Harold Bloom - Anjos Caídos - O Livro


Esta é uma das ilustrações de Anjos Caídos -livro de Harold Bloom, publicado pela Editora Objetiva, que eu tive o prazer de ilustrar. É a segunda ilustra deste livro que publico aqui. Só vou postar mais uma , pois não tem graça nenhuma publicar todos os desenhos. Comprem o livro, o texto é soberbo.

15.9.08

Minha repórter de moda favorita fala sobre Mídia


Laura Artigas (minha repórter de moda favorita), editora do visitadíssimo blogue modapraler vai falar na segunda edição do Pense Moda. O objeto da palestra é o fenômeno das novas mídias.
O evento vai rolar no dia 18 de novembro, no Centro Britânico.
Para ver a programação completa, entrar no blog da Laura.
http://modapraler.blogspot.com/
Então anotem aí:
NOVAS MÍDIAS, com Fernanda (Oficina de Estilo), Maria Prata (Prataaporter), Laura Artigas(Moda Pra Ler), Victoria Ceridono (Dia de Beuaté) e Ricardo Oliveros (Fora de Moda)
Mediador: Paulo Borges

Revista dObra[s] faz aniversário


Recebi este convite por e-mail. Desculpe a ingnorância do macaco, mas não conheço a revista. Vai ter festa de aniversário dela, dia 17 de setembro das 16.30 às 20 horas em Sampa. Clique no convite para ver melhor. Em todo caso, parabéns!

O humor subversivo de Henfil invade o centro do Rio


O cartunista Nico, cujo nome é Marcio José Melo Malta (que é sociólogo também) lança na quarta-feira dia 17 de setembro o livro Henfil: o humor subversivo.
O evento começa às 18 horas e vai rolar na Livraria: Al-Fárábi na Rua do Rosário, 30/32, Centro - RJ (próximo à Praça XV). Tel.: 2233-0879.
O livro é baratinho, R$ 4,00 apenas.
Mais informações e imagens em alta resolução no site
http://www.mundoemrabisco.com/henfil.php

Mais um brinde - Um cartum de João Zero - "Candidatura"

Caricaturas que eu fiz: Cartola

14.9.08

Amy Winehouse faz 25 anos hoje


Descobri que ela faz 25 anos hoje. Espero que tome juízo. Soube que ela está praticando o budismo que aprendeu com Tina Turner. Ela, sem dúvida, é a reencarnação de uma diva com uma voz tremenda e com um estoque de surpresas. Viva Amy!!!

Anjos Caídos de Harold Bloom - a hora dos Demônios


Esta é uma das ilutrações do livro Anjos Caídos de Harold Bloom que ilustrei para a Editora Objetiva. Creio que vai para as livrarias na próxima semana.
O título da ilustração é Demônios. Cabe dizer que Harold Bloom é um dos maiores críticos de literatura deste planetinha azul. Fez nesta obra um estudo sobre os anjos na tradição ocidental e a condição de anjos caídos que se aproxima da condição humana, demasiadamente humana, e claro que fala de diabos, demônios e o parentesco deles com as divindades celestes - só lendo para entender, um estudo erudito escrito com fina ironia que vai de Zoroastro ao mundo pop.

13.9.08

J.Bosco expõe pessoal que faz a Cultura no Pará


tá na praça a primeira exposição de caricaturas do chargista J.Bosco, nosso companheiro de traço lá do Pará.
Ele fez numa grande maratona 48 caricaturas de figuras que fazem a cultura do Estado do Pará acontecer. Desejamos todo sucesso para sua exposição e que ele mande para a gente o local onde está rolando o evento , assim como os horários de visitação e se já rolou a vernissage e a boca livre.

O Mundo que eu Vi voltou

Trata-se do blogue de Claudio Cordovil que eu já postei aqui, mas posto de novo porque ele por uma tremenda coincidência na época em que eu tinha postado a notícia da existência de seu blog sensacional, ele resolveu parar e ficou aquela coisa engraçada do navegante clicar no endereço e o blogue não existir. Mas agora ele voltou e com toda carga. Com vocês, O mundo que eu vi, que é o nome do blogue. É só clicar no seguinte endereço : http://cordovil.wordpress.com/
Com essa confusão toda, não sei se botei entre meus preferidos, mas se desfiz isto, farei de novo em breve.
Vale a pena conferir, o cara é fera!

Caricaturas que eu fiz: D.H. Lawrence

12.9.08

Anjos Caídos de Harold Bloom chega quentinho da gráfica


Acaba de chegar às minhas mãos, diretamente da gráfica, ainda quentinho, o livro Anjos Caídos de Harold Bloom publicado pela Editora Objetiva . Acontece que eu tive a honra de ilustrar esta grande obra minimalista do maior crítico literário vivo do planeta. Não estou cabendo em mim de tanta felicidade e ao mesmo tempo, estou, como se diria em bom francês, "ramplis de soi même" (acho que é assim que se escreve).
São 83 páginas caprichadas num papel fosco com gramatura maior para aguentar as 13 ilustrações em branco e preto, algumas das quais, futuramente, botarei aqui no blogue. É bom observar que as capitulares também foram desenhadas por este blogueiro que vos fala. A capa é da designer Andrea Vilela de Almeida (que a fez sobre uma ilustração de minha autoria). O design da capa ficou um primor : vermelha com letras douradas em baixo relevo, o miolo também foi muito bem bolado. Desculpem falar assim de um produto que eu tive o prazer de ajudar construir, (parece que estou jogando confete para cima e dançando embaixo), mas o resultado do projeto ficou bacana mesmo. E temos mais é que comemorar! Vivva!!!!

O 11 de Setembro Chileno no DVD La Batalla de Chile


No dia 11 de setembro de 1973 foi deposto Salvador Allende, presidente eleito democraticamente . Deveria ter postado este texto ontem, mas demorei a encontrá-lo no meu desktop. Foi uma pensata que escrevi numa outra ocasião acerca de um filme importantíssimo chamado "A Batalha do Chile" de Patrício Guzmán.
O filme mostra toda a luta que se travou até a esse 11 de setembro longínquo. É uma verdadeira aula de documentário político. Não só é didático, como serve de alerta para todos: humanistas , democratas e ou os que estão em dúvida em relaçao à validade da prática política dentro da legalidade entenderem como funcionam os podres poderes nesta América tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos (como disse um dia a propósito do México, Porfírio Diaz). Serve para que não se repita uma história que foi tão trágica. Que ela não se repita nem como farsa, justamente agora em que outros representantes do povo, mais próximos da esquerda chegam ao poder como Evo Morales, na Bolívia, Tabaré Vázquez, no Uruguai e mesmo (por que no?) Chavez (com todos seus defeitos, seu populismo, personalismo e tudo mais) mas que, não esqueçamos, foi eleito democraticamente e golpeado pelos americanos e a mídia de seu país e submetido a referendos e plebiscitos que venceu sob os olhos de fiscais de todo mundo inclusive de Jimmy Carter (este ex-presidente americano que me parece um democrata- um dos raros a defender os direitos humanos no bizarro mundo de Bush). Ao mesmo tempo, não podemos dizer que Cristina Kirchner seja de direita e Lula, apesar de ter dito que não era de esquerda, nela se apoiou para chegar ao poder. E recentemente o Paraguai elegeu Fernando Lugo que segundo o jornal inglês "The Daily Telegraph" completa o "tunsmi vermelho" que invadiu a América do Sul, sem esquecer da Nicarágua onde se elegeu um Daniel Ortega mais moderado.


“A batalha do Chile” segue passo a passo a evolução dos acontecimentos que quebraram a legalidade democrática naquele país , chegando ao caos e ao golpe de Estado que como todos sabem levou Pinochet ao poder, ao banho de sangue e tortura de campos de concentração como o do Estádio Nacional onde o compositor Victor Jara teve suas mãos quebradas antes de ser assassinado. O mesmo Estádio Nacional que viu a vitória do Brasil recentemente sobre o selecionado chileno. Quem viu o filme “Missing” de Costa-Gravas,( com Jack Lemmon, no papel de Ed Horman um pai que procura desesperadamente seu filho perdido num Chile cheio de cadáveres e Sissy Spacek no papel de Beth , sua nora) tem uma idéia do horror que foram aqueles dias depois do golpe (Este filme foi baseado em fatos tenebrosos). Já o documentário de Guzmán nos revela os dias que antecederam o horror. Nos mostra de perto a história daqueles dias de 1973, coisas que a gente só sabia de ler nos jornais (vivíamos numa ditadura entonces) ou de ouvir relatos muito tempo depois através da boca daqueles que conseguiram escapar, se refugiando em embaixadas estrangeiras e falaram no exílio das barbaridades que aconteceram em sua terra. De qualquer forma as imagens desse documentário nos jogam de novo diante do ovo da serpente. Vemos como se gera um golpe. Esse “documento” já se encontra nas boas locadoras em 2 vídeos. Nele está aquela famosa cena em que alguns cães de aluguel de um grupo de militares golpistas atiram e matam o cinegrafista argentino Leonardo Henricksen que filma sua própria morte. Eram os soldados rebelados que naquele momento participavam da primeira tentativa de ataque ao palácio La moneda, perpetrado pelo Regimento Blindado nº 2 que aconteceu às 9h10 da manhã do dia 29 de junho de 1973, quando seis tanques e alguns veículos com homens armados até os dentes cercam o palácio presidencial e iniciam uma luta na qual morreram 22 pessoas. Isso aconteceu dois meses antes do golpe de Estado que pôs fim ao sonho de um socialismo pela via democrática. Guzmán tem também o mérito de mostrar as divisões dentro da esquerda (acho que já vimos várias vezes esse filme na AL?). O que impressiona é que alí estava acontecendo a história de um povo, aquele povo que estava dividido. Vemos a conspiração se realizar nos pormenores. Os meios de iludir as pessoas, a manipulação, o boicote, as greves patronais para derrubar um representante popular democraticamente eleito que num último momento tentou salvar a nação e uma parte considerável de seu povo num diálogo infelizmente fracassado com um partido de grande representação que era a Democracia Cristã . Um homem corajoso como Salvador Allende que chegou a propor um plebiscito, mas teve seu palácio bombardeado em 11 de setembro, resistiu e morreu. Dizem que se suicidou.
Mas o que impressiona é ver isso acontecer nesse filme dia a dia. O que nos aflige é saber que aquelas pessoas vão realmente morrer no final ou padecer nas mãos de seus algozes.O filme choca, não nos deixa indiferentes. Não é por outro motivo que ele foi indicado entre os 5 melhores filmes do 3º mundo do período de 67/78 pela revista Take One (EUA); entre os 10 melhores filmes da América Latina no período 70/80 pelos críticos de Los Angeles (EUA); entre os 10 melhores filmes políticos do mundo da Revista “Cineaste” dos Estados Unidos no período de 67/87. Ganhou também em 1976 o Prêmio “Novas Teixeira” da Associação dos críticos cinematográficos da França, em 1975 Grande Prêmio do Festival Internacional de Grenoble, o grande prêmio do Júri do Festival Internacional de Leipzig em 1976, O grande prêmio di Festival de Grenoble em 1976 e do Festival de Bruxelas em 1977 e do Festival Internacional de Benalmádena na Espanha em 1977 e o grande prêmio no Festival Internacinal de Havana em 1979.


Em 1973, eu estava no último período do curso de Sociologia, no dia 11 de setembro daquele ano, diante de um rádio potente buscava com amigos notícias de Santiago do Chile. A noite chegou e as coisas iam de “mao a piao” como se dizia na época. Num determinado momento o locutor informou que o general Pratts em algum lugar estava organizando a resistência…As notícias sobre a morte de Allende pareciam um boato disparatado. Depois de muitos informes desencontrados, o locutor afirmou que tudo era muito nebuloso…Nos primeiros meses foram executados 1500 prisioneiros pelos golpistas, informam relatos recentes. Aos poucos percebemos que a grande esperança daquela época de trevas chegara ao fim, estavamos cercados por ditaduras por todos os lados. Minto, na Argentina Perón ainda vivia um governo ambíguo e o desastre apenas se anunciava. Nos Andes havia uma “revolucão de esquerda” no Peru”. Numa viagem que fiz em 1974 a este país, para ver a tal experiência do general Juan Velasco Alvarado, encontrei vários jovens de todas as parte do mundo, um deles que passou por Santiago disse que a situação estava calma. Me lembro de que um garoto argentino fez uma piada de humor negro : disse que estava calma como um cemitério. Mal sabia ele que seu país iria mergulhar num regime que teria mais de 20 mil desaparecidos.
Logo que se instalou no poder, ao que parece, Pinochet e seus comandados trataram também de eliminar fisicamente homens da oposição que se encontravam fora do país. O general Pratts morreu em um atentado a bomba no dia 30 de setembro de 1974 na Argentina, junto com sua mulher Sofía Cothbert.Agentes da polícia política de Pinochet (DINA) foram acusados.Em Washington, Orlando Letelier (ex-chanceler de Allende)também sofreu um atentado que resultou na sua morte e de sua secretária Ronni Moffiti. Parece que lá as forças ocultas se deram mal e um agente, Michael Townley, foi preso e parece que se revelou a conexão da CIA com a DINA num dos terminais da famosa “Operação Condor.” Na mesma época, em Roma houve um atentado à bala contra Bernardo Leighton do Partido Democrata Cristão do Chile. Atualmente Pinochet está sendo acusado de corrupção, depois de ter escapado das mãos de um juíz espanhol que o queria como num tribunal internacional por crimes contra a humanidade. Escapa atualmente de 9 processos relacionados a tuma tal "Operação Colombo", como foi batizada a eliminação de 119 pessoas da oposição atribuidas a lutas intestinas do movimento armado MIR (Movimento de Esquerda Revolucionária) Pinochet mandou e desmandou no Chile de 1973 a 1990. Nesse tempo de trevas , liquidou 3 mil pessoas e torturou 28 mil, dizem que dormia muito bem na sua prisão domiciliar. Um escritor de crônicas fora do lugar disse que Pinochet quando morrer se for para o inferno estará num lugar confortável cujo modelo ele, de certa forma ajudou a criar.

Hoje,uma mulher de esquerda, Michelle Bachelet, governa o Chile.
Por essas e outras vale a pena ver esse documentário, nele estão as últimas palavras de Allende. Creio que primeiro num texto onde parece, ele escreveu seu testamento político :”Eles têm a força. Poderão nos avassalar, porém não se detêm os progressos sociais nem com o crime, nem com a força. A história é nossa e a fazem os povos. Sigam sabendo vocês que muito mais cedo do que tarde de novo se abrirão as grandes Alamedas por onde passará o homem livre para construir uma sociedade melhor. (11/09/1973)
No rádio , dentro do palácio presidencial bombardeado pela força aérea chilena e cercado por tanques ele disse:…Só tenho a dizer aos trabalhadores que não vou renunciar. Colocado pela história nesta situação pagarei com minha vida a lealdade do povo. A história é nossa e feita pelos povos.
Viva Chile! Viva o povo! Vivam os trabalhadores! …"

(Salvador Allende morreu às 14h15)


Às 21 horas, os chefes da sublevação mostraram suas caras na TV. Estavam numa mesa e falaram O General Augusto Pinochet, o Almirante José Toribio Merino, o General César Mendoza e Gustavo Leigh. A cena é bastante gráfica ,se é que isso diz alguma coisa,mas se o ódio precisasse de uma represtantação pictórica,ele alí estava nos seus melhores momentos.

11.9.08

Montanha Mágica, 40 anos esta noite.


Terminei de ler "A Montanha Mágica" . Estou sem fôlego...Argfff... talvez a subida tenha exigido muito de meus pulmões. Confesso que contive uma lágrima furtiva que ameaçou sair dos meus olhos. Levei 40 anos para ler este romance de Thomas Mann até o final. Quanta coisa aconteceu enquanto esse livro repousava num sebo do qual foi resgatado recentemente e que me desafiou a passar madrugadas em claro metido no meio de um bando de tuberculosos interessantíssimos que viviam praticamente isolados numa redoma no alto de uma elevação de Davos! (A tradução é do excelente Herbert Caro- o mesmo que foi amigo de Elias Canetti e que traduziu "Auto de Fé" que um dia mandou os originais deste romance para avaliação de Thomas Mann e não obteve resposta ).
Afirmo, que não foram as 800 páginas que me desviaram de sua leitura. Na verdade foi uma confusão entre desenho e texto. Explico: tudo começou quando eu era adolescente, com poucas espinhas na cara e tinha ganhado um exemplar do "Montanha Mágica" acho que editado pela Globo, que parece ter algum parentesco com a Globo atual. No início acho que era uma empresa gaúcha,uma livraria fundada por Laudelino Pinheiro Barcellos e onde trabalhou Érico Veríssmo, quando jovem, se não me engano.
Muito bem, estava eu nas primeiras páginas deste romance quando veio parar nas minhas fuças um livro de desenhos Carybé . Todo ele sobre a Bahia, uma beleza! Nesta época eu vivia apaixonado pela Bahia. A Bahia acontecia com os romances de Jorge Amado,a música de Caetano Veloso, Gil, a voz Gal,os filmes Glauber Rocha...só dava Bahia. Eu queria ser baiano. No Abaeté tem uma lagoa escura....
O referido livro de Carybé era de uma amiga minha. Quando o vi, fiquei maluco e imediatamente pedi emprestado. Acabei ficando com ele, ou melhor, ele ficou comigo, se apoderou da minha mente, fez com que eu desenhasse mais nos papéis de embrulhar pão, nas costas dos calendários, nos cadernos escolares... Num imbroglio posterior emprestei o tal do "Montanha Mágica" para ela, ou para uma parenta dela . Nessa altura do campeonato eu já tinha deixado a obra do autor de "Morte em Veneza" de lado , sem ler, é claro...Por fim, o livro virou uma espécie de "pagamento" do outro ( o de Carybé) que ficou comigo por muito tempo e se perdeu na poeira das traças que insistem em devorar minha biblioteca sebosa. Nesse interim , fui à Bahia, me encantei com umas coisas, me desencantei com outras,tô marcando um encontro com os Orixás para tirar umas dúvidas, mas isso eu conto numa outra ocasião. Ou já contei?
Fico a imaginar hoje um garoto de 16 anos diante da "Montanha Mágica". Qual seria sua reação? Ao lado dele uma TV, no quarto um computador ligado na banda larga...os amigos chamando para assistir ao FlaFlu, a namorada querendo ir para a night... Vivemos na época da velocidade. Pode-se dizer que o mundo mudou mais uma vez radicalmente. (Quantas mudanças já teve esse mundo!) Outro dia um amigo meu me disse que enquanto assistia "Outubro" e "O Encouraçado Potemkin" de Eisenstein, teve a sensação de que "aquilo" que rolava na telinha parecia pertencer não a uma outra era, mas a um outro planeta, tal a distância e as transformações que o mundo tinha sofrido.
Mas voltemos à "Montanha Mágica". Este livro magnífico, antes de mais nada, fala do tempo. É uma imensa reflexão sobre o tempo e seus mistérios. Mas também fala de um mundo que vai morrer (digo enquanto ele escreve este livro, o mundo a que ele se refere já está morto e sepultado), trata-se do mundo anterior à primeira Grande Guerra Mundial. Um mundo de costumes, modos de ser , agir e pensar que vão virar poeira com o fim simbólico do século XIX, que para Hobsbawn termina em 1914 que inaugura o sangrento século XX. (É mais ou menos isto que ele fala em "A era dos extremos". O curioso é que Hobsbawn é testemunha dessa passagem. Contou uma história que ele viu...sentiu na pele.
Ao contar a história de Hans Castorp, Thomas Mann narra mais do que qualquer outra coisa, a aventura de seu espírito nas montanhas de Davos, enquanto seu corpo padece no sanatório Berghof e sofre um tratamento que dura anos...Mann, portanto, nos adverte que a história desse jovem está inscrita em fatos que se passaram há muitos anos. "Estão, por assim dizer, recobertos pela pátina do tempo, e em absoluto não podem ser narrados senão na forma de um remoto passado."
(Voltarei a este assunto em breve. Vamos e venhamos, não dá para falar de "A Montanha Mágica" em poucas linhas! Sei que estou devendo uma pensata que comecei sobre Antonioni , uma outra mais antiga sobre a "cabeçada de Zidane" e uma dívida que tenho comigo mesmo que é escrever algo sobre "Auto de Fé" de Elias Canetti ..vamos com calma, enquanto durar a esperança escreverei sobre tudo isto e quem sabe, sobre um outro mundo, afinal estou no meio da leitura de "Dead Zone" de Stephen King, o mágico de "O Iluminado", "Carrie, (a estranha)" , "Misery"(que virou filme com o título que por aqui virou "Louca Obsessão" com Kathy Bates e James Caan) e outras grandes obras . Ele é pop mas tem pegada literária. Temos que admitir.)

Caricaturas que eu fiz: Albert Einstein

10.9.08

Se é, sai - Maiami!


Gosto das séries CSI, pelo menos das que eu conheço de perto pela TV Record. A de Miami chefiada por Horatio Caine ( interpretada pelo sutil canastrão David Caruso e seus óculos escuros, que ele sempre tira para soltar frases de efeito que brilham como pérolas na telinha) é muito boa, a música de abertura do the Who é sensacional e a equipe trabalha numa sintonia fina. A de Las Vegas, nem se fala. É um caso para estudo. Também tem música do the Who e a a turma do esquisitão Gil Grissom (magnificamente interpretada por William Petersen) é do barulho. Uma pena que a equipe nos capítulos que passam na Net está se dissolvendo com a saída de Jorga Fox (que faz Sara Sidle) e parece que com morte de Warrick Brown ( interpretado por Gary Dourdan), pelo que tenho lido por aí. Curto demais o Dr. House e sua postura politicamente incorreta. Médico bonzinho é o ....(impublicável)
Gosto também das séries que passam no SBT: "Arquivo Morto" é sublime, "Desaparecidos" idem e tem também a "Paranormal" com aquela linda mulher que é a Patrícia Arquete. Uma pena que "O Vidente" (baseado no livro sensacional de Stephen King "Dead Zone") foi jogado na lata do lixo da emissora do senhor Abravanel. "Sobrenatural" é muito ruim...Uma pena também que o senhor Silvio Santos mande repetir episódios antigos e não renova as latas da casa.
Explico porque não tenho Net em casa. Primeiro porque está muito cara. É um absurdo pagar uma taxa tão alta para ter acesso a 80 canais que muitas vezes não veiculam nada de interessante. No mundo todo a TV paga é mais barata.
Mas não quero iniciar essa discussão. Só um motivo bem particular me mantém afastado dessa cornucópia de "dolce far niente" que é a Net: a necessidade de estudar. Pois sou fanático por TV e ficaria horas vendo qualquer bobagem , e bota bobagem nisso, que pintasse na telinha. Se não fosse a pilha de livros que preciso ler, eu iria me dedicar de corpo e alma a assistir inclusive a programação da TV italiana e a espanhola, que dizem que é o fino em matéria de criatividade.
Desviei do assunto deveras. O que me faz escrever estas mal traçadas é o exagero que os roteiristas cometeram no episódio de ontem de CSI Miami. Viajaram na maionese, legal! (Vi o programa na TV Record, no Rio de Janeiro).
O absurdo começa com a médica-legista da equipe de Caine identificando uma "epicondilite" (mal do tenista) num pedaço de braço( imediatamente identificado como sendo de uma adolescente) encontrado num gramado. Depois Horatio, com aquele ar displicente, tira de dentro do referido pedaço de braço, um dente, que mais tarde será identifido como sendo de um crocodilo americano. Este achado fenomenal acontece por uma feliz coincidência: um especialista no estudo desse animal está na Flórida gravando um documentário e é amigo de um membro da equipe de Caine. Ele informa que existem 3 mil crocodilos desse tipo em Miami , e eles milagrosamente estão "marcados" com um "chip" pelo pessoal do controle ambiental e esse "chip"pode ser detectado com uma geringonça tecnológica que sempre mostra que o crime não compensa( com pinça?) E não é que eles conseguem achar o dentuço, naquele pântano deles! Mas a maionese não para aí - Eles fazem uma lavagem no estômago do bicho, já que ele está em extinção e não pode ser abatido para ser periciado. Botam então um cano do tipo Tigre bitola larga na boca do infeliz e jogam água com uma mangueira dentro dele. No refluxo sai uma quantidade enorme de coisas. peixes, parafusos e finalmente o que todos esperavam, um pedaço substancial da adolescente - seu pé, de tênis e tudo, e mais, aparece um tal de fio verde que serviu para (segundo as deduções do brilhante Horatio) amarrá-la, antes do assassinato e devoração crocodílica. Observe-se que o dito fio já tinha sido encontrado na maleta do professor de tênis da menina e servia para consertar a fiação das raquetes.
Peraí, já é abusar da inteligência do telespectador e da convenção que o leva a acreditar em histórias para boi dormir!
Só posso explicar este exagero dos roteiristas pela pressão que sofrem para produzir rapidamente para uma máquina infernal que funciona a mil por hora. Um esquema fordista deve funcionar nessas equipes de criação. E como se trata de uma série que pega pelos em ovos, qualquer coisa serve como evidência.
(Esta crítica foi escrita muito depressa, depois que perdi o original devido a um apagão doméstico causado por um chuveiro elétrico que esquenta demais- Por essas e outras, os erros que cometi no texto serão corrigidos no andar da carruagem)

Caricatura: Duas vezes Samuel Beckett

9.9.08

Onde andam estes caras?


estão os três caras com três histórias diferentes atrás das grades no melhor filme de Jim Jarmusch, ou seja Down by Law (1986). Da esquerda para a direita: Tom Waits, John Lurie e Roberto Benigni.
Soube que Tom Waits continua fazendo sua música está com uma no filme (recente) O escafandro e a borboleta. Lurie, múltiplo talento, está no seriado Oz e o grande cômico Benigni fez La Tigre e la neve (2005) de Attilio de Giovanni. Quem souber mais coisas, que complete nossa pesquisa.

Ilustração: "Retrato de Miles Davis"