21.11.11

Amanhã - dia 22 na Livraria da Travessa- Shopping Leblon - Lançamento do livro HANNAH ARENDT - Pensadora da crise e de um novo início


Pois é,no meio dos meus estudos, tive que fazer um intervalo para anunciar o lançamento do livro HANNAH ARENDT - Pensadora da crise e de um novo início, do meu querido Professor Eduardo Jardim.(Editora Civilização Brasileira)
Programação:
O evento vai rolar na Livraria da Travessa - Shopping Leblon
A partir das 19 horas - Apresentação do livro com o autor e o Professor Pedro Duarte
às 20 horas começa o lançamento propriamente dito e projeção do documentário- entrevista com Hanna Arendt
Endereço: Av, Afrânio de Melo Franco, 290/2ºandar

Paradinha: Até breve, volto já!


Queria botar um cartaz na porta dizendo: Fechado para almoço (café da tarde, janta, ceia e o que mais vier) , mas isso aqui não é um estabelecimento comercial.
Entonces, vou ser rapido. Vou estudar, escrever, rachar a cuca e voltar no ano que vem.
Bom Natal pra vocês, um Ano Novo feliz, com muito dinheiro no bolso he he, e saúde, que sem ela a gente derrapa na curva e chora na rampa.
Ciao!

Estamparia Literária no Joyeux Nöel, Copacabana Palace


(Sou fã de carteirinha, usual suspect da Estamparia Literária - aqui vai o recado dela)
Nesse natal, a Estamparia Literária participará de seu primeiro bazar beneficiente, o Joyeux Nöel, no Copacabana Palace. 
Além de comprar presentes bacanas e que fogem do lugar comum, com toda a praticidade e sem precisar encarar as multidões que lotam os shoppings nesta época do ano, você ainda terá a oportunidade de se tornar um cliente preferencial das futuras coleções da Estamparia e contribuir para uma causa nobre: parte da renda arrecadada no bazar será revertida para a Sociedade Providência, que oferece educação gratuita de qualidade a crianças de nossa cidade. 
Não perca essa oportunidade de conhecer a nova coleção da Estamparia Literária e ajude a divulgar essa iniciativa!
(Clique na imagem para ampliar e LER melhor)

19.11.11

Nina Wirtti faz o show deste sábado na Arlequim, em que interpreta canções dos áureos idos do rádio



Gauchinha bem-querer da noite carioca, na qual se apresenta há alguns anos, desde que chegou de Porto Alegre, a jovem cantora Nina Wirtti (foto acima) é a bem-vinda atração deste sábado, 19 de novembro, às 15h, na Arlequim (Praça XV de Novembro, 48 - loja 1 - Centro - tel.: 2220-8471). Ao longo do show, por meio do seu trinado - também apreciado às terças no Semente, na Lapa -, o espectador presente à bem frequentada loja de discos e livros do Paço Imperial volverá àqueles áureos idos do rádio e a um cancioneiro nacional que, então, embalava a esperança e o sonho da nossa gente. A propósito, do bonito trabalho dessa irmã do contrabaixista Guto Wirtti e da também cantora Graziela Wirtti, uma palinha é dada, logo em seguida, nos "links": no primeiro, Nina canta o samba "Menina Fricote", dos irmãos Marília Batista e Henrique Batista; no segundo, "Você Só...Mente", raro fox de Noel Rosa, feito com o irmão, o violonista Hélio Rosa.
             ***

A tempo: no show da Arlequim, Nina Wirtti será acompanhada pelo sete-cordas, também gaúcho, Rafael Mallmiti e pelo bandolinista Tiago Souza.


              http://www.youtube.com/watch?v=Q5QAvIHAz-c ("Menina Fricote")

              http://www.youtube.com/watch?v=jqGG6fNwsNE&feature=related ("Você Só...Mente")

Heitorzinho dos Prazeres participa, com o seu balanço, neste sábado, em Sampa, da série Piano na Praça



Criado no ambiente da arte, ainda menino passista e ritmista do conjunto do pai famoso - Heitor dos Prazeres e Sua Gente -, deste Heitorzinho (foto acima) herdou, especialmente, o apreço pela música popular - em particular, o samba, a que sabe dar um gostoso tempero balançante - e pela arte pictórica, que, por sua simplicidade e lirismo, despertou a admiração de Di Cavalcanti. Parceiro de Waldir da Fonseca no ótimo e buliçoso "Samba de Pandeiro", faixa do seu CD "Quem Somos Nós", Heitorzinho dos Prazeres, que atuou bastante pela noite do país tocando em bailes, bares e clubes, pode ser apreciado, a partir das 14h, por quem estiver em Sampa, neste sábado, 19 de novembro, na Praça Dom José Gaspar (próximo ao metrô Anhangabaú), como atração do Piano na Praça. Um evento regular da Secretaria de Cultura da cidade, desta vez em intenção do Dia da Consciência Negra.
             Heitorzinho é visto cantando, ao violão, nos seguintes "links": 1) "Chora, Chorinho", dele e de Waldir da Fonseca; 2) "Carioca Boêmio", de Heitor dos Prazeres; 3) também de Heitor dos Prazeres, em parceria com Herivelto Martins, "Lá em Mangueira"; 4) a marcha "Pierrô Apaixonado", outra do pai, desta vez com Noel Rosa. Neste anexo, presente ao piano, outro dos parceiros de Heitorzinho, o "soulman" Carlos Dafé, que também tem o samba na veia, daquele bem suingado.
              ***      
    

            http://www.youtube.com/watch?v=8Yo4qAJVwQY
("Chora, Chorinho")

            http://www.youtube.com/watch?v=CjG1Tyc6ShE ("Carioca Boêmio")

            http://www.youtube.com/watch?v=LrUBbxkv64Q&feature=related
("Lá em Mangueira") 

            http://www.youtube.com/watch?v=eb-1Jy_jljg&feature=related
("Pierrô Apaixonado")       

17.11.11

Elton Medeiros marca presença, nesta quinta, no Cariocando, em show da cantora Eliane Faria




"...hoje ele mudou/já não é mais aquele sujeito pacato/é mais conhecido por Unha de Gato/que ao morro voltou/é mais um marginal."

       
 
        Grande samba, esse dos versos acima, em que o personagem Benedito Pereira perfaz uma trajetória oposta à de Pedro dos Santos em "Pedro do Pedregulho", de Geraldo Pereira, em outro samba magistral: Pedro indo da delinquência à regeneração; Benedito, da pacatez à transgressão. Composto com Antônio Valente, "Unha de Gato" - que inspirou a criação de um grupo de samba e choro de Niterói, do cavaquinhista Daniel Scisinio - é uma das maravilhas da lavra de Elton Medeiros (foto acima). Filho de ranchista e um raro torcedor do Olaria, nasceu na Glória, criou-se em Brás de Pina, onde fundou o bloco - depois escola de samba já extinta - Tupi de Brás de Pina -, e, até notabilizar-se pelo uso rítmico da caixa de fósforos (que "afinava" pela retirada de três ou quatro palitos, deixando-a minimamente aberta para bater, num tipo de execução diferente da de Cyro Monteiro), já havia tocado diversos instrumentos, como o sax e o trombone (aprendidos no colégio interno João Alfredo, em Vila Isabel), este um instrumento que exercitou animando bailes de gafieira. Em 1963, no Zicartola, famoso restaurante de Cartola e Dona Zica, de curta mas intensa existência, conheceu Paulinho da Viola, seu parceiro mais constante, com quem, entre outros sambistas, dois anos depois, se projetaria, para público amplo, no musical "Rosa de Ouro", vindo da ala de compositores da escola de samba Aprendizes de Lucas, que, mais tarde, no mesmo bairro, agregada à Unidos do Capela, contou com ele na formação de uma nova escola e sua de coração, a Unidos de Lucas. 
        "...vou buscar aquele amor tão meu/sair andando a perguntar/qual o caminho por onde ele foi/e por onde foi irei também/até o coração achar/que simplesmente não achou/e aí, então, vou entender/ que, ao buscar, eu me perdi/de tudo aquilo que eu sou". Outro grande samba, com letra excepcional de Hermínio Bello de Carvalho para outro traço marcante do pendor musical de Elton Medeiros: a sua capacidade de criar lindas e envolventes melodias, sobretudo as de expansão mais intimista no disco, como nessa "Folhas no Ar". Formado em administração de empresas pela Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro e homem de convicção, contrário ao que entende como folclorização do sambista - "tem gente que imagina que, para fazer samba, é preciso frequentar botequim", afirma -, Elton Medeiros comparece, nesta quinta, 17 de novembro, ao Cariocando (Rua Silveira Martins, 139 - Catete - tel.: 2557-3646) como convidado da cantora Eliane Faria (foto acima), filha de Paulinho da Viola (69 anos recém-completados), em série na qual ela destaca a obra de grandes compositores. O show começa às 21h.
        Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal
 
Pós-escrito: nos "links" abaixo, 1) Zé Kéti, em imagens do programa "Ensaio", da TV Cultura, da capital paulista, recorda o primoroso samba "Mascarada", dele com Elton Medeiros; 2) o próprio Elton, acompanhado de Alcione, canta "Pressentimento" (outra linda parceria com Hermínio Bello de Carvalho); 3) a cantora Verônica Sabino, ex-Céu da Boca, dá o seu recado em "Peito Vazio", na tabelinha autoral de Elton com Cartola; 4) irmã de Beth Carvalho, Vânia Carvalho lembra o suprarreferido "Unha de Gato"; 5) Eliane Faria, com informalidade, canta "Timoneiro", de Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho, em programa da Rádio Nacional.                

  
http://www.youtube.com/watch?v=X_BYC1opLhI ("Mascarada")

  
http://www.youtube.com/watch?v=SLglXm6vjzQ&feature=related
("Pressentimento")    

 
http://www.youtube.com/watch?v=eOOYwegFJr4
("Peito Vazio")  
   

http://www.youtube.com/watch?v=zcxol8I8Lrk ("Unha de Gato") 
  

http://www.youtube.com/watch?v=m78iP_V2XAM
("Timoneiro")

15.11.11

Genésio Tocantins: cantador faz show pela série Música do Brasil Central, neste feriado, no CCBB



Entoando "Cuitelinho", que Paulo Vanzolini recolheu do folclore, com acompanhamento da Orquestra Sinfônica de Brasília, no primeiro "link", e "Ei, Flor!", do conterrâneo Juraildes da Cruz (o mesmo de "Nós É Jeca Mas É Joia"), no segundo, o cantador e compositor Genésio Tocantins (foto acima) mostra a música do Brasil Central em série que se desenrola no CCBB. A respeito, repasso a informação abaixo da jornalista Monica Ramalho.
     Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.

    ***

          http://www.youtube.com/watch?v=xg7Ov3nI6X0 ("Cuitelinho")

          http://www.youtube.com/watch?v=sgunWxfknTA&feature=related ("Ei, Flor!")


Centro Cultural Banco do Brasil apresenta:
Música do Brasil Central
Genésio Tocantins – 15 de novembro
Chalana de Prata (MS) – 19 de julho
Hermanos Irmãos (MS) – 16 de agosto
Vera e Zuleika (MT) – 20 de setembro
Zé Mulato e Cassiano (DF) – 18 de outubro (nova data)
Genésio Tocantins (TO) – 15 de novembro (nova data)
Juraíldes da Cruz (GO) – 29 de novembro


O penútimo show da série Música do Brasil Central, que faz um apanhado das diversas manifestações artísticas nascidas no centro-oeste brasileiro, será neste dia 15 de novembro com o violonista e compositor premiado Genésio Tocantins, parceiro de Salgado Maranhão e de Juraíldes da Cruz. Esse será o primeiro show de Genésio no Rio de Janeiro em quase cinco anos. Música do Brasil Central integra as Terças Musicais do CCBB e tem coordenação e direção musical de Marcio de Camillo e produção da Criatto Promoções, sediada no Mato Grosso do Sul.



As músicas de Genésio giram em torno de assuntos que todos nós conhecemos bem, como amores, perdas e traz imagens da natureza exuberante do Tocantins na Amazônia Legal. “Sou um compositor que fala de todos os questionamentos que vivem o ser humano. Não tem como diferenciar a nossa música daquilo que nós somos. Diria também que ela está comprometida com a poesia diária do nosso povo”. Em pauta, ritmos brasileiros como coco, baião, samba, xote, choro, sussa, catira e congada.

O roteiro combina autorais (“Frutos da terra”, “Sinergia”, “Coco livre S/A” e “Relabucho”, entre outras) com temas de Juraildes da Cruz (“Meninos”, “Nóis é jeca mas é joia”, com Xangai, e “Dodói/ Ei flor”) e até uma parceria de Vicente Barreto e Celso Viáfora (“A cara do Brasil”). Essa música assume um caráter especial para o show no CCBB. “Quero mostrar para o público carioca um pouco dessa cara de uma região do país que a cidade não está acostumada a ouvir”, diz Genésio, que subirá ao palco acompanhado por Manoel Braga no acordeon e Paulinho Braga na guitarra e no bandolim.




Sobre Genésio Tocantins
Genésio é violonista autodidata. Seu pai era lavrador, trovador e cordelista, e com ele aprendeu a cantar versos e cocos em feiras livres das cidades em Araguaiana, onde nasceu. Com a mãe, frequentou rodas de folias onde aprendeu cantos do divino. Ainda criança, mudou-se com a família para o norte de Goiás, hoje Tocantins.

O artista conquistou vários festivais e prêmios, entre eles o Prêmio Sharp de 1989, na categoria Revelação de Música Regional Brasileira com o disco “Rela Bucho”, produzido por Rildo Hora. Já gravou com diversos artistas, como Fagner, Rolando Boldrim e Pena Branca e Xavantinho, e é parceiro de Juraíldes da Cruz, Salgado Maranhão e Braguinha Barroso, entre outros poetas.

Como produtor, se destacou à frente do espetáculo “Cantos do Tocantins – O som, o ritmo e o povo”, apresentado no Ano do Brasil na França, resultado de uma extensa pesquisa, em foto e vídeo, da biodiversidade musical do Tocantins. Genésio reuniu nesse projeto músicas e ritmos étnicos, folclóricos e culturais de tradição oral, além de cânticos dos índios Karajá/Javaé e louvores de origem sagrada, folias catiras e sussas.

Em 2012, Genésio Tocantins vai percorrer 20 capitais brasileiras (ao lado de Dércio Marques, As Galvão e Pereira da Viola) com o projeto Brasil Clássico Caipira, que faz uma leitura clássica da música caipira interpretada junto com orquestras sinfônicas. Esse projeto existe desde 2009, com direção de Nilson Rodrigues, quando o Brasil comemorou os 80 anos da primeira gravação da música caipira, e a ideia é se apresentar com as sinfônicas locais.

SERVIÇO DO SHOW
Dia 15 de novembro – GENÉSIO TOCANTINS (TO)
Com Genésio Tocantins (violão de nylon), Manoel Braga (acordeon), Paulinho Braga (guitarra e bandolim)
Centro Cultural Banco do Brasil - Teatro II
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro - Rio
Terça-feira, 18 de outubro, às 12h30 e às 19h
Bilheteria: de terça a domingo, das 9h às 21h
Telefone: (21) 3808-2020
Ingressos: R$ 6 (inteira) | R$ 3 (estudantes, professores, funcionários e correntistas do Banco do Brasil e maiores de 60 anos)
Metrô: Uruguaiana
Facilidades para deficientes


*Dia 29 de novembro – JURAÍLDES DA CRUZ (GO)
Show “Roda Gigante”, com Juraildes da Cruz (voz e violão nylon) e Emidio Queiroz (viola).

FICHA TÉCNICA
Coordenação e direção Musical: Márcio de Camillo (MS)
Curadoria: Nilson Rodrigues (DF)
Produção: Criatto Promoções (MS)
Patrocínio: Ministério da Cultura e Banco do Brasil
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil

14.11.11

Emiliano Castro em dose dupla: quinta- feira na TV Cultura (Sr. Brasil) e terça no Sesc Vila Mariana



(Recebi por e-mail de meu amigo Emiliano Castro o que segue abaixo)

Pra quem está por São Paulo aqui vai uma boa pedida pra 3a do feriado de dia e, pra todos, um convite pra 5a à noite no aconchego do lar.

Emiliano Trio
no Sesc Vila Mariana
João Poleto . sax soprano, tenor e flauta
Emiliano Castro . violão de 7 e voz
Douglas Alonso . percusão e bateria
terça-feira do feriado dia 15 de novembro
às 13:30
na praça de eventos
GRÁTIS

E quinta-feira Rolando Boldrin recebe Emiliano Castro e parceiros no programa Sr. Brasil da TV Cultura.

Sr Brasil
quinta-feira, 17 de novembro
às 22:15 na TV Cultura


E reapresentação
domingo, 20 novembro
às 10:15

Emiliano Castro . violão de 7 cordas e voz
Renato Consorte . violão
João Poleto . sax soprano, sax tenor e flauta
Marcos Paiva . contrabaixo acústico
Douglas Alonso . bateria

A prosa e a música foram uma delícia!

Gratidão por tudo isso!
Kanimambo!!!
--
site do disco Kanimambo: www.emilianocastro.com.br
videos de shows: www.youtube.com/user/Emilianobava

Produção Cultural no Brasil, com Yamandú e Spok: www.producaocultural.org.br/trilhasonora

13.11.11

Verônica Ferriani e Alfredo Del-Penho, juntos, neste domingo, em show no Baukurs Cultural: o talento e o aplauso em conexão natural




Esses moços, ricos moços de talento e de pulsão artística para fazer e mostrar, em seus discos e shows, o que há de bom na nossa canção popular. Uma, paulista de Ribeirão Preto e radicada em Sampa, Verônica Ferriani; o outro, fluminense de São Fidélis e meu querido vizinho de bairro, aqui em Laranjeiras, Alfredo Del-Penho. Ambos, em sua geração, rematados exemplos de um trabalho em andamento a que o talento, sem "aditivo" ou "genérico", dá rumo natural no aplauso caloroso do público e no polegar levantado da crítica. Desta vez, juntos, iluminam o domingo do carioca com uma apresentação no Baukurs Cultural, em Botafogo ("flyer" e mapa acima).
       Nos quatro "links" seguintes, eles se revezam: Verônica, no primeiro e no terceiro - "Retalhos", um sucesso de Alcione composto por Paulo Debétio e Paulinho Rezende, e "Perder e Ganhar", de Paulinho da Viola, respectivamente; Alfredo, no segundo e no último - "Presidente Bossa-Nova", do satírico Juca Chaves (com participação de Inez Viana), e a primorosa "Minha Esquina", de João Nogueira e Paulo César Pinheiro (com participação de Diogo Nogueira).
       Um bom domingo a todos. Muito grato pela atenção à dica.

       Um abraço,

       Gerdal

        http://www.youtube.com/watch?v=pN6wHlITQkc&feature=related
("Retalhos")

        http://www.youtube.com/watch?v=w9D3BXp9X_o
("Presidente Bossa-Nova")
               
        http://www.youtube.com/watch?v=gqtixcCoSVI&feature=related ("Perder e Ganhar")

        http://www.youtube.com/watch?v=M5vIk1fD-pU
("Minha Esquina")

12.11.11

Jorginho do Império canta neste sábado no Cariocando: água no feijão para a chegada de um sambista popular




"Quando na passarela ela pisou, o povo já gritava "já ganhou"..." Puxo em fio da memória este samba maior em tom menor, "Colher de Chá", gravado em 1995 por Jorginho do Império (fotos acima) no CD "Um Cidadão do Samba". E a escola em relevo na letra nem era a dele, ou seja, aquela que teve no pai dele, o exponencial Mano Décio da Viola, um de seus fundadores, em 1947, mas a verde-rosa do saudoso Geraldo das Neves, autor da joia evocada. Uma faixa resumidora do grande valor do sorridente Jorginho, também compositor, como intérprete de samba. Ele, ao longo de tantos discos e shows realizados, soube firmar-se com um trabalho que tem "a sua cara", o qual, assim que se projetou em larga escala, nos anos 70, no chamado "hit parade", era identificado, por muitos, como meramente caudatário do estilo já conhecido de Martinho da Vila. Com este, aliás, Jorginho do Império não deixa de ter proximidade na carreira, pois, antes mesmo de cantar profissionalmente, fora ritmista de conjunto do prestigiado bibarrense, uma consequência da amizade entre eles nascida em encontro no antigo Tabuleiro da Baiana, no Rio. Um bamba, portanto, egresso da casa artística de Martinho, mas fazendo seu nome em casa própria na MPB.
   "Água no feijão que chegou mais um, chegou mais um, chegou mais um..." E é o próprio Jorginho esse mais um que, de fato, soma aonde chega, com a competência e a simpatia do seu recado popular, apresentando-se, neste sábado, 12 de novembro, a partir das 21h, no bar Cariocando (Rua Silveira Martins, 139 - Catete - tel.:2557-3646), em show com direção de Cláudia Feitosa.
       ***
Pós-escrito: no primeiro dos "links" seguintes, Jorginho do Império e Elizeth Cardoso, em imagens de 1981, cantam "Cuidado, Vovó", de Tio Hélio e  Nílton Campolino, este um imperiano que conheci como trocador do 569 - Largo do Machado-Leblon, contando-me, em diversas viagens dessa linha de ônibus, suas histórias como baluarte que foi da escola de Madureira. Nos demais "links", ouvimos Jorginho nas seguintes gravações: 2) "Viagem Encantada", de Mano Décio e Jorginho Pessanha; 3) "Maria da Hora", de Martinho da Vila; 4) "O imperador", de uma dupla de sucesso, o pernambucano Paulo Debétio e o carioca Paulinho Rezende, samba dos anos 70 feito em homenagem a Mano Décio e lembrado por Jorginho do Império em recente participação no programa "Samba na Gamboa", na TV Brasil; 5) neste, um raro registro dele com Mano Décio em que ambos cantam "Tocar na Banda", de Adoniran Barbosa.

http://www.youtube.com/watch?v=FrhyyGVyCb0
("Cuidado, Vovó!")

http://www.youtube.com/watch?v=Mr1wxwNn5ks&feature=related
("Viagem Encantada")

http://www.youtube.com/watch?v=lKvFSFd5KKQ ("Maria da Hora")

http://www.youtube.com/watch?v=oTMdcHnDc_o&feature=related ("O Imperador")

http://www.youtube.com/watch?v=mfA8R7aF0Mw
("Tocar na Banda")                    
 

Maurício Carrilho é o destaque deste sábado musical em Paquetá: filho e sobrinho de peixes, peixe grande é


O ex-estudante de medicina Maurício Carrilho não é apenas, segundo o adágio popular, filho de peixe. É, especialmente, sobrinho de peixe. Muito bem influenciado na música popular, desde os seus verdes anos, por dois flautistas - o pai, Álvaro Carrilho, e o tio Altamiro Carrilho -, tomou curiosamente o rumo das cordas. Seduzido, aos cinco anos de idade, por um violão presenteado por Altamiro, fez, quatro anos depois, em 1966, o seu noviciado no instrumento por meio de um grande professor, Horondino Silva, o Dino 7 Cordas, instrução continuada por aquele com o qual Maurício mais se identificaria, também mestre de um jovem Baden Powell, o pernambucano Jayme Florence, o Meira. Em 1976, aos 19 de idade, a partir de um encontro com dois adolescentes (Luciana e Raphael Rabello, também irmanados no talento), no bar Sovaco de Cobra, um então famoso ponto de convergência de chorões no subúrbio carioca da Penha, surgiu a ideia da formação do conjunto Os Carioquinhas, de que participariam em shows e elepê lançado em 1977 pela Som Livre. Pouco depois, a convite do bandolinista Joel Nascimento, empenhado na execução de uma obra de Radamés Gnattali a que muito se dedicava, a suíte "Retratos", fizeram parte da Camerata Carioca, que deu fina estampa ao velho e bom regional de choro e homenageou Jacob do Bandolim, em 1979, em show idealizado e dirigido por Hermínio Bello de Carvalho.   
       Com excelentes discos individuais, um que leva o seu nome (2000) e "Choro Ímpar" (2007), já lançados pelo seu selo Acari Records - criado em outro subúrbio do Rio, Acari, em companhia de Luciana Rabello e do produtor João Carlos Carino -, Maurício Carrilho é hoje uma figura de relevo na nossa cena instrumental, também admirado pela crítica especializada por suas atividades na composição e no arranjo. Neste, começando, em 1978, por iniciativa da cantora Nara Leão - que o chamou para dividir a empreitada com Roberto Menescal no elepê "Debaixo do Caracol dos Seus Cabelos", da Phonogram, dedicado a um conterrâneo dela (e de Menescal), Roberto Carlos; naquela, encontrando em Paulo César Pinheiro um grande incentivador, além de parceiro em mais de 40 títulos, como o samba-choro "Cabrochinha", ouvido no último dos "links" abaixo pela gravação do extinto Família Roitman. Neste sábado, 12 de novembro, às 17h, Maurício é a "bola da vez" - em ótimo sentido da expressão - na série mensal de shows informais na Casa de Artes de Paquetá, com apresentação do radialista Jorge Roberto Martins. Aos interessados, há barcaças saindo da Praça XV em direção à ilha de Anacleto de Medeiros (para o qual Maurício já dedicou um "schottish" de sua lavra, "Luzeiro de Paquetá"), às 10h30 e 13h30.

      *** 
A tempo: nos demais "links" musicais, vê-se Maurício Carrilho, em raro momento como cantor, mostrando ainda que sabe fazer o seu laiá-laiá, sem dispensar a companhia do violão, em outra bela composição sua, "Samba da Esperança", feita em parceria com João de Aquino e Paulo César Pinheiro; 2) o mesmo samba na gravação de Lisa Ono; 3) "Efeito Dominó", de Maurício Carrilho, só instrumental. 
         
       
       http://www.youtube.com/watch?v=YM_frdDxfdk
("Samba da Esperança")

       http://www.youtube.com/watch?v=mjoWC2YYOU0
("Samba da Esperança")

       http://www.youtube.com/watch?v=DtGoX3EEyGM&feature=related ("Efeito Dominó")

       http://www.youtube.com/watch?v=0orv6TkDDMI ("Cabrochinha") 

10.11.11

Maria Olívia mistura tudo e manda bem, nesta quinta, em show dançante no Leme



Repasso abaixo, com "flyer"(acima), o recado da querida Maria Olívia, que preparou uma deliciosa salada de ritmos, com tempero brasileiro, para o show bem sacudido que fará nesta quinta-feira, 10 de novembro, a partir das 20h30, no Espaço OX Lounge, no Leme. Evocando o baiano Gordurinha em composição dele, "Baiano Burro Nasce Morto", pode-se dizer dessa cantora e compositora ser uma pernambucana de todas as horas do dia e da noite, pois, como declarou recentemente, em matéria publicada no "Correio Braziliense", ainda não transferiu seu domicílio eleitoral para o Rio, apesar de bem ambientada na antiga capital federal, onde mora desde 1988. "Minhas raízes estão lá", sublinha Maria Olívia, nascida em São João, vindo, naturalmente, do Leão do Norte o sabor mais apurado da referida iguaria musical, o qual também dá o gosto do mais recente CD que gravou, o autoral "Frevo Mulher", embalado pelos metais em brasa da "típica" do maestro Spok. A ela dedico, em passo de frevo, no "link" seguinte, "Voltei, Recife!", uma joia lavrada por um conterrâneo mestre no gênero, o saudoso Luiz Bandeira - que era da capital -, e aqui interpretada por outro pernambucano, Alceu Valença - este do interior, de São Bento do Una.
      ***    

      http://www.youtube.com/watch?v=VlVctBDu324
("Voltei, Recife")


Amigos Queridos,

"Olh'eu aqui de novo xaxando..." Continuo voltando num show leve, dançante... com um elo São João-Recife-Rio Tudo Misturado.
Com a participação especialíssima de Patrícia Mellodi, músicos maravilhosos e contando com vocês no coro e no quórum.


 
Um cheiro,
Maria Olivia


www.wix.com/mariaoliviavilela/frevosmulher
www.myspace.com/mariaoliviavilela

9.11.11

Julieta Brandão incrementa as quartas de novembro no Semente com boa MPB em roda sanfonada




  Cantora que conheci, a distância, há alguns anos, animando (ao lado de outra colega de ofício, Adriana Hadassá, esta neta de Arnaldo Passos, parceiro de Geraldo Pereira) a programação dos sábados pré-carnavalescos do bloco Embaixadores da Folia, na Rua do Lavradio, a carioca Julieta Brandão (foto acima é atração de qualidade e ritmo variado nesta, 9 de novembro, e nas demais quartas-feiras deste mês, a partir das 22h, no emblemático Semente ("flyer" acima). Há pouco, em outra casa de prestígio na mesma Lapa, ela prestou bem-vinda homenagem a uma dupla marcante na carreira da mineira Clara Nunes: o pernambucano Romildo Bastos e o paraense Toninho Nascimento, que fizeram "Conto de Areia", samba de evocação frequente nas boas rodas. É de Julieta o recado repassado em seguida, antecedido por dois "links" em que relembra ambos os compositores em "Aroeira" (numa participação dela no programa radiofônico de Adelzon Alves, na Nacional) e o firme Chico Buarque em "Pelas Tabelas".
    

    http://www.youtube.com/watch?v=6soROZdoRb0 ("Aroeira")

    http://www.youtube.com/watch?v=d8QFT_EwDf4 ("Pelas Tabelas")


Alô gente, quarta que vem, dia 09/11, temos mais uma roda sanfonada no Semente às 22h. Semana passada, foi lindo, essa semana certamente tmb será, sempre com novidades no repertório e um time de primeira.

Nossa roda sanfonada é formada por:

Julieta Brandão (voz)
Chico Werneck (acordeon)
Rafael Mallmith (violão)
João Camarero (7cordas)
Ronaldo Gonçalves (cavaquinho)
Bidu Campeche (pandeiro)

Serviço: Bar Semente - Rua Joaquim Silva, 138. Tel: 2509-3591
Couvert: R$10,00

Márcio Montserrat é o cartaz desta quarta no Vinicius: o romantismo expresso com voz de plenitude



"Pelo olhar de Ana Cristina já passaram tantas dores/que seus olhos de menina já nem sonham mais..." Composição de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar, "Meia Volta" ("Ana Cristina") - marco de um dos elepês da série "Alegria, Alegria", de Wilson Simonal, na Odeon, nos anos 60 - encontra bela expressão no canto de um mineiro de Bom Despacho, criado no Rio desde tenra idade. Está no CD "Amando Mais do Que o Amor É Capaz", com arranjo do saudoso pianista Alberto Farah, e o cantor é Márcio Montserrat, de voz bem timbrada e nuançada, com outros discos já lançados e atuação conhecida e destacada na noite carioca. Amigo íntimo da canção, ele toma-a pela mão, como um varão a dama para dançar, e, no bem pautado passeio por notas e compassos da sua interpretação, sabe envolver o ouvinte com suas inflexões bem colocadas, seguras, emissão límpida e "feeling" irisado, de acordo com o que a música está a lhe pedir ou inspirar.               .
        Acompanhado por Dudu Viana, ao teclado, Aluízio Veras, ao baixo, e Helbe Machado, à bateria, Márcio solta a voz nesta quarta, 9 de novembro, no Vinicius Piano-Bar, em Ipanema, a partir das 22h, com a sua classe habitual no palco e voz de plenitude na alma ("flyer" acima).
        Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal

Pós-escrito: nos "links" seguintes, (1) ao lado de Thaís Motta e acompanhado pelo suingue do pianista Marvio Ciribelli, Márcio Montserrat apresenta "Garota de Copacabana", que fez com outro expoente do teclado, Fernando Costa; (2) lembra Billy Blanco e Nilo Queiroz em "Encontro com a Saudade"; (3) com direito a "scat singing" do grande Fernando Costa, ao piano, entoa o clássico "Eu e a Brisa", de Johnny Alf, em show dividido com Anna Condeixa.

         http://www.youtube.com/watch?v=2-oUYLsNy-M
("Garota de Copacabana")

         http://www.youtube.com/watch?v=DeoTVN6Td5E
("Encontro com a Saudade")

         http://www.youtube.com/watch?v=SX5S4Ii3WNE
("Eu e a Brisa")         

7.11.11

Cinco anos sem Dnar/ A arte como sentido da vida






(Segue aqui um texto do jornalista e pesquisador Jorge Sanglar sobre o artista plástico Dnar - uma justa e bela homenagem)

Há cinco anos, num novembro triste, Minas Gerais perdia o artista plástico Dnar Rocha, falecido na Juiz de Fora que o abrigou, desde meados do século XX, e o projetou no universo das cores. Desenhista e pintor, Dnar deixou como exemplo ter sido em vida um dos mais íntegros artistas que escolheram as margens do Paraibuna para realizar sua arte; e seu legado artístico é uma obra que poderia ser a síntese da pintura de Juiz de Fora. Do menino simples nascido na rural Tabuleiro, ao grande artista plástico em Juiz de Fora, a trajetória do mineiro Dnar Rocha (21/07/1932 – 24/11/2006), seja no desenho seja na pintura ou ainda na vida, teve como essência o humanismo e o olhar comprometido com os homens e as mulheres. De boiadeiro e prático de farmácia em Tabuleiro a barbeiro e contador em Juiz de Fora, Dnar trilhou vários caminhos para assegurar a subsistência, mas foi na descoberta da arte que encontrou a paixão maior e o sentido da vida.
Já nos primeiros desenhos, ainda nos tempos da barbearia do compositor B. O. (Alber de Oliveira Alves), antigo reduto da escola de samba Feliz Lembrança no bairro São Bernardo, Dnar revelava talento e vontade de alçar vôos mais altos. Por sugestão de um dos freqüentadores, que ganhara um retrato a lápis, conheceu a Sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras, onde encontrou pintores que foram a fonte de inspiração para avançar e ampliar o conhecimento artístico e a técnica. Nesse tempo, meados dos anos 1950, a alma de desenhista e de pintor já assumia lugar definitivo em sua vida.
Como companheiros de jornada de Dnar, os Bracher (Décio, Celina, Carlos e Nívea), Renato Stehling, Roberto Gil, Heitor Alencar, Sílvio Aragão, Ruy Merheb, Roberto Vieira, Wandyr Ramos, Reydner, Américo Rodrigues e outros expoentes que, a partir do final dos anos 1950, vislumbraram um novo horizonte para a arte mineira. Já no primeiro contato com os pintores que freqüentavam a sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras, Dnar percebeu que o local aglutinava pessoas ligadas à cultura de diversas áreas, pois estavam lá também Affonso Romano de Sant’Anna, Luiz Affonso de Queirós Pedreira Ferreira e Wanda Panisset, que se tornariam seus amigos.
A memória do desenhista e pintor foi reverenciada com o DVD “Dnar Rocha – pelos caminhos da arte”, com direção e roteiro de Éveli Xavier, e o livro “Dnar, o silêncio das imagens”, organizado por José Alberto Pinho Neves.
O DVD “Dnar Rocha – pelos caminhos da arte” foi produzido com recursos da Lei Murilo Mendes de Incentivo à Cultura. Já o livro “Dnar, o silêncio das imagens” traz textos de Walter Sebastião, Arlindo Daibert, Angelo Oswaldo de Araújo Santos, Walmir Ayala, Maraliz de Castro Vieira Christo, Edimilson de Almeida Pereira, Rachel Jardim, Amaury De Battisti, Aquiles Branco, Geraldo Edson de Andrade, entre outros, além do próprio José Alberto, e contou com o apoio da ArcelorMittal.
Juiz de Fora, algumas cidades da região montanhosa da Zona da Mata mineira e até alguns outros centros urbanos, como a orla da Região dos Lagos, serviram de motivação para sua pintura e seu desenho. Dnar soube extrair a essência de nossas montanhas, de nossas casas, de nossa gente, e ainda transitou com desenvoltura por outras paragens na busca de inspiração.
No retrato, o artista realizou algumas pinturas que revelam o avanço técnico alcançado além da sensibilidade e versatilidade artística à flor da pele. Por sua vez, Juiz de Fora e a Zona da Mata mineira tiveram na pintura e no desenho de Dnar expressões maiores do poder da arte quando exercido com paixão e completo domínio artístico. O olhar de Dnar tornou possível vislumbrar a alma da cidade, da região e de sua gente.
O traço de seu desenho, vigoroso e definitivo, demonstra o compromisso com o suporte de papel ao longo de toda sua trajetória de cinco décadas em Juiz de Fora. Já as pinceladas densas e precisas de sua pintura possibilitaram um mergulho na cidade de nossos sonhos. Uma utopia materializada em cores sobre tela. Uma simples casa branca em meio às cores de sua paisagem mineira simbolizava a busca do artista por uma identidade em sua pintura, por uma assinatura, uma marca registrada entre a luz e a sombra, que foram exploradas à exaustão em sua pintura.
Meticuloso em seu ofício de pintor e desenhista, Dnar antes de se debruçar sobre o papel ou a tela esquadrinhava cada canto do suporte escolhido e, ao criar, já pensara a obra por inteiro. Um dia, durante uma conversa entre amigos, deixou escapar: nunca partia para o ataque sem vislumbrar todo o panorama. No DVD em sua memória, durante uma entrevista Dnar apontou o caminho: “É como a Nívea Bracher disse uma vez: ‘Meu atelier é dentro da minha cabeça’. Na verdade, sofro tudo dentro da minha cabeça primeiro”. Para, em seguida, arrematar: “É, a pintura me dá medo”.
Na opinião do artista plástico César Brandão, “Dnar Rocha fez sua obra talvez inspirado na frase de Leonardo Da Vinci, ‘pintura é coisa mental’; pois, sua pintura é de extrema inteligência da cor, e nenhum campo cromático é posto ali de forma aleatória; mas, rigorosamente com base no raciocínio. Na feitura de sua obra não há lugar para o espontâneo, o ocasional, ou o gestual emotivo. São cores pensadas, estudadas para ocupar cada espaço da tela; e é necessário ao nosso olho um trabalho de prospecção minuciosa de cada detalhe de sua pintura. Ou seja, é preciso cavar com o olho para perceber a pluralidade de cores em cada canto de sua pintura; onde há uma construção arrojada, na fronteira da abstração. E isso me levou às vezes a dizer ao Dnar que eu gostaria muito de ver suas pinturas em grandes dimensões, em formatos gigantescos; talvez em torno de cinco por dez metros. Como isso, infelizmente, não ocorreu, resta a nós espectadores observarmos cada centímetro de sua pintura, e ali percebermos o gigantismo do pintor Dnar Rocha”.
Em texto para uma exposição, o saudoso Arlindo Daibert (1952 – 1993) afirmou: “sem dúvida alguma, Dnar é um dos mais importantes artistas de sua geração, mas poucos conhecem a importância de sua obra gráfica. Para um espectador atento, o desenho esteve sempre presente em sua obra”.
Em vida, foi um exemplo de generosidade e de simplicidade. Sem Dnar entre nós, fica o compromisso de reflexão com a construção da cidadania, uma de suas lutas. Sempre consciente dos desafios de seu tempo, da importância da consolidação democrática, do combate à injustiça social e da busca de expansão do conhecimento e da educação com qualidade para todos, o artista acreditou na capacidade criativa de nosso povo, uma vez estimulado e valorizado. Ao acreditar na transformação de homens e de mulheres pela educação e pela arte, Dnar revelava o quanto sua trajetória refletia uma concretização dessa vertente possível e ao alcance dos que buscam a realização de seus sonhos.
Como um artista empenhado na luta pela preservação da memória e do patrimônio histórico e artístico, marcou presença na mobilização pela transformação na antiga fábrica têxtil Bernardo Mascarenhas num centro cultural dinâmico, uma fábrica de arte e cultura, e esteve na linha de frente da campanha pela recuperação do Museu Mariano Procópio e pela criação da Associação Cultural de Apoio ao primeiro museu de Minas Gerais. Também emprestou seu prestígio na jornada em defesa da restauração do Cine-Theatro Central.
A educação do olhar, associada à percepção lírica do mundo, consiste num procedimento que Dnar articula intencionalmente, segundo o poeta e ensaísta Edimilson de Almeida Pereira: “Sua pintura poética é fruto, portanto, de uma ‘paixão medida’, para evocarmos Carlos Drummond de Andrade, que o lança à cena artística contemporânea. Por isso, os seus cortes geométricos ou seus ensaios com as garrafas, por exemplo, alimentam o diálogo com os modernos, tais como Picasso e Morandi, respectivamente. Diga-se bem, são diálogos aos quais Dnar comparece munido de sua oficina poética dotada de recursos específicos. Recursos desenvolvidos pelo indivíduo que se recusou a deixar as cercanias de sua casa mas que, por conta disso, compreendeu a necessidade de articular um pensamento aberto, sem fronteiras, que traz para o seu convívio todos os nomes e todas as paisagens”. Nesse sentido, assegura Edimilson, “Tabuleiro e Paris, Paraibuna e Tejo, um ensalmo de cura e um manifesto de arte moderna – enquanto motivadores da sensibilidade e da experiência estética – encontram acolhida propícia nas reflexões e na pintura de Dnar”.
Já o jornalista e crítico de arte Walter Sebastião, analisando o desenho de Dnar, garante: “Diante das obras do artista o embate se dá com a construção das imagens numa autêntica ‘dança do intelecto’ entre valores clássicos e não com a expressividade (no sentido de imersão em mundos subjetivos). Dnar Rocha, junto com o poeta Fernando Pessoa, defende o ‘tudo que em mim sente está pensando’. Trata-se de defender um modo específico de produção de conhecimento e singularidade da experiência artística, impedindo que ela se torne cenário para derramamentos sentimentais, ou pior, alguma coisa sem vida própria, incapaz de tensionar o mundo que tem à sua volta”.
Ficam a obra e a lembrança de um homem simples, mas capaz de seduzir nosso olhar pela complexidade de sua alma e de sua força inventiva.

Jorge Sanglard é Jornalista e pesquisador

Identificação das imagens acima:
1- Dnar e uma de suas obras
2-Fundo de atelier com árvore de acerola, óleo sobre tela, 2002, coleção Paulo Delgado / Mirian Delgado
3- Paisagem rural com casas em Juiz de Fora, óleo sobre tela, 1993, coleção Cesar Xavier Bastos
4-Museu Mariano Procópio, acrílica sobre papel, 1995, coleção Fundação Cave








 

Emiliano Castro em SOLO no Comboio de Cordas



(Recebi por e-mail do meu querido amigo Emiliano Castro a notícia que segue abaixo)
Amigas e amigos,

Nos últimos dois anos muitíssima coisa aconteceu na minha vida...
Mas não aconteceu nenhum show solo!!!

A saudade doeu e chegou a hora de fazer justiça, corrigir essa falta.

Com o apoio nobilíssimo do grupo de violonistas chamado COMBOIO DE CORDAS tocarei amanhã, 3a feira dia 8 de novembro, às 21h no Teatro da Vila.
Toda programação do Comboio de Cordas (3as feiras) e dos outros projetos sediados no digníssimo Teatro da Vila funcionam no esquema "pague o quanto vale".

É muito bonito. Essa inversão momentânea da relação entre profissão e arte faz com que ali só se encontrem músicos muito afins de tocar e público muito afim de ouvir, conhecer e celebrar. Generosidade a dar com pau.
Viva o Comboio de Cordas!
Depois das apresentações costuma haver uma conversa entre público e artistas.

E pra esta noite selecionei um repertório de composições e arranjos meus para violão de 7 cordas.

Nos vemos lá?

Emiliano Castro
SOLO
violão de 7 cordas e voz
dentro do projeto
COMBOIO DE CORDAS
3a feira dia 8 de novembro
às 21h
no
Teatro da Vila
rua Jericó, 256, Vila Madalena

R$ ???


site do disco Kanimambo: www.emilianocastro.com.br
videos de shows: www.youtube.com/user/Emilianobava

Produção Cultural no Brasil, com Yamandú e Spok: www.producaocultural.org.br/trilhasonora
(Clique na imagem para ampliar e VER melhor)

Waleska faz show comemorativo de 50 anos de carreira, com gravação ao vivo de DVD, nesta segunda, no Centro Cultural Carioca



Intérprete-referência da canção dor de cotovelo na MPB, cultivando esse repertório em casas noturnas próprias e de sucesso, como o bar PUB ("Pontifícia Universidade dos Boêmios", assim chamado pelo finado jornalista e compositor Sérgio Bittencourt) e a boate Fossa, nos anos 60 e 70, respectivamente, a capixaba Waleska celebra, nesta segunda, 7 de novembro, no Centro Cultural Carioca (pertinho da Praça Tiradentes), a partir das 20h, o cinquentenário de carreira em show com gravação de DVD ("flyer" acima). Foi numa noite de 1967 que um emérito bossa-novista, o poeta Vinicius de Moraes, cativado pelo estilo romântico da então iniciante cantora no referido PUB, no Leme, deu-lhe, "sur place", em pé, copo de uísque na mão, para que todos ouvissem, o título de "rainha da fossa", pois ela trazia na voz "a canção certa para a dor exata". Um episódio que remete a um importante livro de memórias, tanto de ordem pessoal quanto artística, que ela lançou em fins de 2009: "Foi à Noite".        
           Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
           Um abraço,

           Gerdal

Pós-escrito: talhado para a interpretação de Waleska - por tantas luas que ela já hauriu e cantou em seus shows -, o compositor e pianista João Roberto Kelly compôs o samba-canção "Eu Sou a Noite", ouvido no "link" abaixo. Como Joanna, Rildo Hora e Luiz Carlos Mièle, Kelly terá participação especial na apresentação de logo mais, que conta com o apoio da amiga Kikha Dantas na produção.
       
         http://www.youtube.com/watch?v=G6-6jXqzOOQ
("Eu Sou a Noite")
 

6.11.11

Programe-se: Documentário sobre Noel Rosa no Arquivo Nacional



O público do Rio de Janeiro terá a oportunidade de assistir ao documentário “Noel Rosa – Poeta da Vila e do Povo” no dia 10 de novembro, quinta-feira, às 17h40m, durante o 10º Recine – Festival Internacional de Filmes de Arquivo, promovido pelo Arquivo Nacional. A reportagem musical que celebra o centenário de nascimento do compositor carioca foi premiada em diversos festivais no Brasil e participou das mostras de Paris e do Japão, sendo selecionada para o 10º Festival Internacional de Filmes de Arquivo, Recine. Local: Praça da República 173, no Centro, onde funcionava antigamente a Casa da Moeda. Entrada Franca.

“Noel Rosa – Poeta da Vila e do Povo”, dirigido pelo jornalista Dácio Malta e com narração de Martinho da Vila, também foi selecionado para o 2º Festival Nacional de Cinema de Petrópolis entre 157 obras de 13 estados, além da capital federal, e sua apresentação será no dia 7 de novembro, às 15h45m, no Centro de Cultura Raul de Leoni e dia 8 no Theatro D. Pedro, às 16h45, no Centro.

Exibido em cinco episódios na TV Brasil, em dezembro, como especial de final de ano, foi um dos documentários selecionados para o 13º Festival du Cinéma Brésilien de Paris, que este ano homenageou a obra de Nelson Pereira dos Santos. Produzido por Roberto Faissal, da Cinemar, tem fotografia de Antonio Luiz Mendes e Rogério Reis e direção musical ddo compositor|cantor Zé Renato que divide a apresentação musical com a cantora Mariana Baltar.

Noel Rosa morreu aos 26 anos e em apenas sete anos de carreira deixou 227 músicas, algumas consideradas obras-primas, de sucesso até hoje. Nos cinco episódios de 26 minutos que compõem o filme, são entrevistados 17 artistas, músicos, cineastas e pesquisadores, e apresentadas 46 músicas com Chico Buarque, Zeca Pagodinho, Caetano Veloso, Ivan Lins, Mart’nália, João Bosco, Monarco, Paulinho da Viola, Moacyr Luz, Dona Canô – para não mencionar os arquivos de interpretações de Braguinha, Aracy de Almeida, Marília Batista, Silvio Caldas e Ismael Silva, entre outros. Para o diretor executivo Roberto Faisal, essa é uma oportunidade rara de ver reunidas tantos artistas da Música Popular Brasileira, que confessam a importância de Noel Rosa em suas vidas.

O trabalho de pesquisa durou 20 meses, e foram realizadas mais de 60 horas de gravações, para reduzir o filme a 2h10m.Cada episódio tem uma personalidade da MPB que celebra Noel, improvisando versos sobre o samba “De Babado”.

4.11.11

Programe-se:EU EU EU José Lewgoy



Todo mundo convidado para o lançamento do filme Eu José Lewgoy do meu querido amigo Claudio Kahns, dia 7/11/ 2011 - segunda-feira - no Unibanco Arteplex Frei Caneca, 569 - sala 04 às 20 horas - Consolação.
Olhem, tem um porém, corram porque o seus lugares dependem da lotação da sala. Retirada de ingressos a partir das 19 horas.
(Clique na imagem para ampliar e ver melhor)