30.6.11

Sílvio da Silva Júnior em caderno de partituras e DVD duplo: projeto do compositor é lançado, nesta quinta, em coquetel na Tijuca




No primeiro dos "links" abaixo, numa sala de estar, dois simpáticos cidadãos, que não conheço - um deles tocando violão -, aparecem em imagem do YouTube cantando este hino da nossa "happy hour" que é "Amigo É pra Essas Coisas", composição maiúscula de Sílvio da Silva Júnior (foto acima) e Aldir Blanc que logo chama à memória, pela estrutura (in)comum do bate-papo na letra, embora motivada por circunstância diversa, "Sinal Fechado", de Paulinho da Viola. Achei simpática tal lembrança informal daquele sucesso inicialmente conhecido pelas vozes harmoniosas do MPB4 - com este no segundo "link" abaixo e hoje com mais de uma centena de gravações, mormente por meio de duplas, como a que reúne Emílio Santigo e João Nogueira (terceiro "link") -, pois os varões supracitados, em particular ilustração músico-visual destas linhas, representam expressão popular e descontraída daquilo que, vindo do Sílvio e do Aldir, foi acolhido pelo coração do povo e celebra, especialmente com um copo de cerveja bem gelada à mão, o encontro cordial e solidário. Segunda colocada, em 1970, em festival da extinta TV Tupi, "Amigo É pra Essas Coisas" é uma daquelas joias de um período musicalmente efervescente e politicamente adverso que vieram para ficar, conquistando, desde então, a consagração informal do assobio de um transeunte, por exemplo.
           Carioca da Aldeia Campista e engenheiro aposentado da Petrobras, Sílvio da Silva Júnior promove, com entrada franca, nesta quinta-feira, 30 de junho, às 19h, na megaloja da Livraria Saraiva, no  Shopping Tijuca (Av. Maracanã, 987 - tel.: 3872-3477), um coquetel de lançamento do Amigo  e Outras Coisas - Sílvio da Silva Jr., 40 Anos Depois ("flyer" acima). Uma iniciativa que abrange um caderno de partituras (com autobiografia  musical ilustrada e bilíngue - português/inglês) e um DVD duplo (com gravação ao vivo e participação de vários nomes destacados da MPB) em que esse também violonista revela em amplitude a sua bagagem autoral, como outras músicas feitas em companhia de Aldir Blanc - de quem foi o primeiro parceiro -, entre as quais "Amigo da Onça" ("Amigo É pra Essas Coisas 2"), também gravada pelo MPB4, em 1979..               
           Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
           http://www.youtube.com/watch?v=FifsW66Hvww ("Amigo É pra Essas Coisas" , informalmente)

            http://www.youtube.com/watch?v=1aQcd8ZSqfc ("Amigo É pra Essas Coisas", com o MPB4)

            http://www.youtube.com/watch?v=tCWlZjG9COs ("Amigo É pra Essas Coisas", com Emílio Santiago e João Nogueira)

29.6.11

Pré estreia - Eu Eu Eu José Lewgoy - 6a. feira às 20 horas no MUBE



Eu Eu Eu José Lewgoy é um belo documentário dirigido por Claudio Kahns sobre a vida desse grande artista brasileiro dos palcos e das telas. Em 95 minutos você faz um passeio por parte da história da do Cinema Brasileiro (dá um pulinho no cinema francês, mata uns mosquitos no meio da selva de Fitzcarraldo e ainda mergulha na fase de ouro das novelas de TV . O filme é recheado de depoimentos, onde se destacam os de Tonia Carrero, Glória Pires, Chico Caruso, Sérgio Augusto, Millôr Fernandes e Werner Herzog. (Clique no flyer acima para ampliar e ver melhor)
A pré-estréia vai ser no dia 1 de julho - sexta-feira às 20 horas no V Festival de Cinema Cine MuBE (Vitrine independente)
Local : Museu Brasileiro da Escultura - Rua Alemanha, 221, Jardim Europa, em Sampa.
Todo mundo lá!
Mais informações no site www.mube.com.br

Pedro Caetano: é com esse que Pedro Amorim e Pedro Paulo Malta vão aos anos dourados da MPB neste dia de São Pedro




É
com Pedro Caetano (foto acima) que o bandolinista Pedro Amorim e o cantor Pedro Paulo Malta vão, nesta quarta, 29 de junho - dia de São Pedro -, a partir das 19h30, rumo a mais uma reminiscência gostosa, entre as que têm propiciado, dos chamados anos dourados da MPB em série de shows que se desenvolve no Trapiche Gamboa ("flyer" acima). Paulista da pequena e sossegada Bananal, que o viu nascer em primeiro de fevereiro de 1911, Pedro Caetano passou a maior parte dos seus 81 anos de vida na antiga capital federal. Nela fez renome como compositor - ora sozinho, ora com grandes parceiros (sobretudo o violonista e líder de regional Claudionor Cruz) em repertório exemplar -, sem se afastar, no entanto, da sua outra profissão, no comércio de calçados, em sobrado da Rua Sete de Setembro, no Centro - afinal, ele bem sabia que viver somente de cartaz não chega. Seu primeiro sucesso, feito com Claudionor, foi a valsa "Caprichos do Destino", lançada na voz de Orlando Silva em 1938, dois anos antes da gravação do samba "Foi uma Pedra Que Rolou", pela dupla Joel e Gaúcho, a primeira inspiração pra valer de Pedro no samba brejeiro, aos 22 anos. Os demais sucessos ele os colheria, praticamente, nos anos 40, como o choro "Botões de Laranjeira" ("Maria Madalena dos Anzóis Pereira"), por Cyro Monteiro (intérprete recorrente no seu cancioneiro, como em outro choro, "O Que Se Leva Desta Vida", de 1946), e "Sandália de Prata", em 1942 (esta última feita em companhia do muriaeense Alcyr Pires Vermelho, também parceiro em bela valsa, de 1943, "A Dama de Vermelho", que contou com vigoroso registro do esquecido Gilberto Alves); a marcha carnavalesca "Eu Brinco" (com Claudionor), em 1944, por Francisco Alves; e os sambas "Onde Estão os Tamborins?", de 1947, e "É com Esse Que Eu Vou", de 1948, lançados com vivacidade, também para o reinado de Momo, pelos Quatro Ases e um Curinga, o último deles regravado por Elis Regina, em meados dos anos 70, de forma surpreendente, com atraente alteração na divisão, na harmonia e no andamento.
            Nos "links" seguintes, Pedro Caetano é lembrado, no primeiro, por Zélia Duncan em "Nova Ilusão", outro dos grandes feitos autorais com Claudionor Cruz; no segundo, por uma jovem paulista de Assis, formada em música em Londrina e revelada nos EUA, onde mora: Joyce Cândido, em "É com Esse Que Eu Vou"; por fim, uma curiosidade: Nara Leão cantando, em gravação de 1984, uma marchinha jocosa sobre a desigualdade no acesso à medicina de ponta, "Cineangiocoronariografia", certamente o mais polissilábico - em uma única palavra - dos títulos da nossa canção popular, da lavra conjunta de Pedro Caetano com Alcyr Pires Vermelho e Manuel Baña..
           Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.

           http://www.youtube.com/watch?v=uTV7u4PdnDs ("Nova Ilusão")
          
                http://www.youtube.com/watch?v=bC3GuyABiRE ("É com Esse Que Eu Vou")
                               
                http://www.youtube.com/watch?v=Ck_QSzWqRnY&feature=related ("Cineangiocoronariografia")

28.6.11

É hoje:  Exposição João Baptista de Freitas: ABI, terça, 28 junho!


CAROS AMIGOS!
Só lembrando: hoje - terça-feira, dia 28 junho, a partir das 18h30m, na ABI (rua Araújo Porto Alegre, nº 71 - 9º andar) abertura da exposiçãode quadros ecológicos do nosso querido amigo João Baptista de Freitas. João é jornalista e faz algum tempo se revelou um pintor de grande talento. Abaixo temos um texto do release que dá uma idéia da transformação desse homem fabuloso, que partiu da letra para elaborar imagens lindíssimas da natureza.
 
O patrimônio ecológico de João, o eremita verde
Aposentado, depois de quase 40 anos de jornalismo,começou a colocar em prática, há 12 anos, um sonho que o acompanhou desde a infância. Comprar um sítio, plantar árvores arbustos, ervas e criar pássaros a céu aberto, livres de grades e da fome, já que frutas, nectares e sementes estão sempre à disposição deles. Tem sido assim: as aves se
fartam do que os pomares lhes oferecem, cantam ou ficam em silêncio, vão e voltam quando querem, mas nunca se afastam para muito longe, pois além da mesa natural
permanentemente posta, encontram água limpa nas nascentes e refúgio seguro nas matas próximas.
Não satisfeito, João não se contentou apenas em ver e ouvir os pássaros. Passou a retratá-los em telas. Ao mesmo tempo,começou a escrever textos com ilustrações a lápis. Por fim, aos 70 anos, criou um projeto itinerante chamado Livros de Parede/Varal de quadros, em que exibe telas que não vende e livros que não são editados, pois representam um testemunho da sua afetuosa relação com a natureza. Um acervo verde.
Em seu Gol ano 2000 visita pousadas, povoados (seu sítio fica em Santa Maria Madalena, Região Serrana do Estado do Rio) – com o objetivo de despertar, entre crianças, adolescentes e adultos, a importância de se preservar o meio ambiente. O projeto estará à mostra na ABI, na  Rua Araújo Porto Alegre, 71, 9 andar, Centro do Rio. A abertura será no dia 28 de junho, às 18h30m. Nos dias
29 e 30, funcionará de 14 às 18horas. 

NR: Acima a gente pode curtir uma das pinturas de João Batista.

Programe-se: Andrea Dutra Quarteto no Triboz no sábado


O Andrea Dutra Quarteto comemora 1 ano de residência no Triboz e 10 anos de atividades, desde os tempos da extinta Modern Sound, tocando um repertório super variado que mistura jazz e mpb, sem preconceitos de estilo, nacionalidade ou época. Neste sábado, o Quarteto sobe ao palco do Triboz, às 21h, com Andrea Dutra na voz, Paulo Malaguti Pauleira no piano, Augusto Mattoso no baixo e Ricardo Costa na bateria. Mesmo com a casa sempre lotada, a platéia é silenciosa, uma raridade para quem gosta de ouvir música. O Triboz fica no off-Lapa, e tem comidinhas deliciosas, vinhos australianos e serviço impecável!
Triboz
Rua Conde Lages, 19, Lapa, RJ
Reservas pelo tel.: (21) 22100366 / 92915942
R$20,00
prove www.andreadutra.com.br

LascaMão faz show de lançamento de CD, nesta terça, no Rival: tambores do mundo a rufar em convergência afro-brasileira



Prezados amigos,

          Repasso abaixo, com "flyer"(acima), pra dar uma ideia do LascaMão, parte de texto escrito pela jornalista Monica Ramalho sobre o lançamento, nesta terça, 28 de junho, às 19h30, no Rival, do primeiro CD dessa formação inovadora em matéria percussiva. Som da pesada, "pancadão responsa" - pelo alto nível dos seus integrantes, a começar pelos internacionalmente tarimbados Robertinho Silva e Carlos Negreiros - e antenado, na sua variedade de timbres e instrumentos, com um fundamento de linguagem afro-brasileiro  - "link", abaixo, ilustrativo..

         http://www.youtube.com/watch?v=ACyKhNC1qkE (LascaMão)
LASCAMÃO ESTREIA EM DISCO
Show de lançamento será neste 28 de junho, no Rival, com convidados surpresa

O nome já fornece uma boa pista do som que eles fazem. LascaMão é uma orquestra de percussão que coloca para conversar os tambores do mundo – atabaques, congas, repiques, tamborins, xequerês, tama, alfaias, pandeiros, cuíca, baterias e efeitos, como apitos, sementes e chocalhos. O resultado? Uma música brasileiríssima produzida por oito músicos extraordinários: Robertinho Silva, Orlando Costa, Guto Goffi, Marcos Esguleba, Carlos Negreiros, Pedro Lima, Mario Broder e Analimar. Cada integrante traz uma vertente musical, do rock ao samba carioca, do funk a outras batidas universais.

O primeiro disco do octeto, “LascaMão”, finalizado graças ao prêmio de apoio à gravação de música popular da Funarte, será lançado neste 28 de junho, no Teatro Rival Petrobras, com participações especiais surpresa. No roteiro, “Baruerê” e “Agogôs” (de Orlando), “Rufar dos tamborins” e “LascaMão na pista” (ambas do Esguleba), “Interiores” (parceria de Negreiros e Robertinho), “Caminho de Minas”, “Toque de tambor” e “LascaMão” (de Negreiros, o principal compositor da orquestra), entre outras. Todos os arranjos foram feitos no coletivo e os timbres entram em camadas, em vez do tradicional uníssono em formações percussivas.

Em tempos individualistas, essa galera entra na contramão e cria um som que só é possível coletivamente. “Nós mexemos com as células rítmicas de um jeito que ninguém fez ainda, reunindo vários percussionistas de ponta. No disco você vai ouvir uma pitada de samba comendo no centro e isso é muito brasileiro”, analisa o baiano Orlando, fundador do LascaMão e um famoso colecionador de tambores. Para Guto Goffi, baterista do Barão Vermelho e dono da Maracatu Brasil, esse “é um dos discos de batucada mais legais que já foram feitos porque tem a característica de fazer música só em cima do tambor e da voz”.

Foi Esguleba quem sugeriu convocar o canto marcante de Analimar para reforçar os vocais do conjunto. A filha de Martinho da Vila e backing vocal de muitos intérpretes aceitou o convite sem pestanejar. Bamba, tirou de letra cantar sem nenhum acompanhamento harmônico. “Fui criada no meio da escola de samba com tambores. Nas rodas de jongo e macumba também só rolam tambores e percussão. Um pagode se faz com cerveja, uma lata e gente. E isso nós temos de sobra aqui”, diz, sorrindo.


Tibério Gaspar, 45 anos de estrada musical: show nesta terça encerra minitemporada em Ipanema



"Quem vem na dança/tem lua cheia, cheia de esperança/tem brincadeira e vale ser criança/agora é hora de esquecer a dor/e a batucada vai saindo nas ruas/quem era triste já não chora tanto/quem não sambava, pelo menos, canta/e a tristeza já virou canção/e a serpentina serpenteia a cidade/confete colore o chão/desfila a felicidade/na passarela puxando um cordão..."

        Prezados amigos,

        Creio que todos nós tenhamos uma parada de sucessos interna, com músicas recorrentes na mente, as quais, por alguma razão especial, por vezes até mesmo indecifrável, tocam, de jeito, o nosso sentimento e a nossa alma, sobrepondo-se a tantas outras igualmente atraentes. No meu caso, uma delas, de versos parcialmente supratranscritos, vem da formidável parceria de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar. Ouço a marcha-rancho "Alegria de Carnaval" desde quando foi lançada - talvez na gravação de 1968 do quarteto O Grupo -, sensibilizando-me a cada audição, particularmente na regravação de, a meu juízo, um dos melhores cantores brasileiros de todos os tempos, Luiz Cláudio, que, por desânimo, infelizmente, afastou-se do disco e do palco. O belo arranjo, suave, plenamente afinado com o espírito poético da canção, para essa faixa do elepê "Intimidade", do cantor mineiro, foi feito por Antonio Adolfo, músico que tem com Tibério Gaspar muitas canções desde 1967, quando adveio, da lavra comum, "Caminhada". Com essa primeira composição, participaram nesse ano do II FIC - Festival Internacional da Canção -, na TV Globo, e contaram com a interpretação do já falecido cantor e, depois, ator Eduardo Conde e da hoje psicóloga Iracema Werneck, cantora que também brilharia, no ano seguinte, no programa "A Grande Chance", de Flávio Cavalcanti, como segunda colocada, e há anos desfrutando da calmaria de Conservatória, distrito de Marquês de Valença, no interior fluminense, onde mora. 
        Filho de uma ex-professora de artes plásticas da Escola Nacional de Belas-Artes, Tibério Gaspar - que reencontrei, por acaso, em março último, numa quinta à tarde, no interior da barcaça que nos levava de Paquetá (onde mora o poeta-compositor) à Praça XV - encerra, nesta terça, 28 de junho, às 22h30, minitemporada no Vinicius, em Ipanema, fazendo show retrospectivo dos seus já 45 anos de estrada ("flyer" acima). Certamente não faltará a lembrança de "Sá Marina", também da lavra com Antonio Adolfo, um dos maiores sucessos de Wilson Simonal, e muito regravada, como nos EUA, com o título "Pretty World", por Stevie Wonder - com versão feita pelo casal Alan e Marilyn Bergman. Uma toada que marca a infância do carioca Tibério, em Anta, distrito de Sapucaia, também no interior fluminense, e inspirada em Brasilina, então uma jovem e bela professora da pacata localidade.              
        Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal

Pós-escrito: nos três primeiros"links", "Porque Hoje É Domingo", "Pretty World" e "Teletema", sucessos de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar, pelas vozes, respectivamente, de Wilson Simonal, Lisa Ono e Regininha; no quarto "link", a destacada cantora goianiense Maria Eugênia gravando parte do seu DVD com a música de abertura da novela global "Araguaia: "Companheiro", de Tibério Gaspar e Naire Siqueira (que já gravara a música em compacto simples de 1971 e cujo pai foi pioneiro na formação de caravanas para acampar no rio Araguaia); novamente, no quinto "link", Antonio e Tibério revividos, em gravação de Claudette Soares, com outro sucesso da ocasião, "Juliana"; por fim, uma recente de Tibério, em parceria com o guitarrista Tavynho Bonfá (sobrinho de Luiz Bonfá):  "Batuque no Céu",  com ambos, que homenageiam a MPB já "transferida", por motivo de força maior, para o andar de cima.

        http://www.youtube.com/watch?v=ypNTN54rp78  ("Porque Hoje É Domingo")

        http://www.youtube.com/watch?v=SJGWHTHJdYk ("Sá Marina" em inglês)

        http://www.youtube.com/watch?v=MZ1IqPklqiw ("Teletema")

        http://www.youtube.com/watch?v=dJo9nd-coZM ("Companheiro")
       
        http://www.youtube.com/watch?v=giRiNaIFcNE ("Juliana")

        http://www.youtube.com/watch?v=ZTDY2OX9d90 ("Batuque no Céu")                                       

26.6.11

Lucila Novaes: luz própria em MPB cantada com sensibilidade e significação


Tive, no domingo passado, uma grande alegria, como espectador, ao ver, na paulistana TV Cultura - já na reprise do "Sr. Brasil", programa apresentado por Rolando Boldrin -, uma cantora que, ainda sem a mídia merecida e não tão lembrada quanto outras de mesma geração, me emociona e é, a meu juízo, uma das maiores do Brasil na atualidade: Lucila Novaes (foto acima). Sexta entre oito irmãos por ordem de chegada ao mundo, ela é avareense e parte de uma família extremamente musical - sua mãe, Maria Piedade, foi, nos anos 50, cantora de rádio em Sampa e seus irmãos são todos instrumentistas, embora dois deles (um médico e o outro juiz federal) não se dediquem profissionalmente à música. "Sol a Sol", de 2006, é o terceiro e mais recente CD de carreira e tem título que, em consonância com os dos dois primeiros ("Frestas de Céu", de 1997, e "Claridade", de 2002), mantém Lucila, simbolicamente, em caminho próprio e luminoso para o desenvolvimento de uma identidade musical calcada no fulgor e na variedade da canção brasileira, uma canção que também vem oniricamente dela - assim, sonhando, descobriu-se compositora, tocando ao piano, logo após o despertar, melodias motivadas por essa via de autoconhecimento tão associada ao divã psicanalítico.
         Finalista, em 2002, do V Prêmio Visa de MPB (edição vocal), Lucila - cujo rosto  e sorriso lembram bastante os da atriz Regina Duarte - amealha diversas e honrosas colocações em festivais de música pelo país, como os de Cascavel (PR) e Tatuí (SP), sendo neles recordista como melhor intérprete. Dois dos seus manos avareenses, Juca e Maída Novaes, integram, com Edu Santhana e outra avareense, Valéria Caram, uma bem-sucedida e enluarada formação vocal, com ótimos discos lançados, os Trovadores Urbanos. Juca, também compositor, produtor e advogado com especialização em direitos autorais, é, aliás, no que diz respeito a festivais, um dos criadores da Fampop (Feira Avareense de Música Popular - a cuja presidência retornou há poucos anos -, uma mostra longeva e reveladora de talentos, como Chico César e Lenine, a qual, do interior paulista, logrou forte projeção em outras unidades da Federação, sempre com número alentado de inscrições. Os Trovadores Urbanos contam, agora, com o desdobramento dos Trovadores Mirins, uma garotada na faixa entre os 5 e os 15 anos de idade, orientados por Lucila Novaes, que já se preparam para o lançamento do primeiro CD deles, "Paulistinhas", só com obras de compositores de São Paulo. Com uma professora de tal quilate e sensibilidade, estão, portanto, uníssonos em aprendizado de qualidade e muito bem servidos de lições.
         Um bom domingo a todos. Muito grato pela atenção a estas linhas.

         Um abraço,

         Gerdal

Pós-escrito: 1) nos "links" seguintes, 1) Lucila canta o belo samba "Viravolta" - com citação final de "Que Maravilha!", de Jorge Ben -, composto por Dalmo Medeiros, do MPB4, e com letra de Cristina Saraiva; 2) Lucila em outra bela composição, "Não Vou Sair", de Celso Viáfora, cantada quando da suprarreferida presença dela no "Sr. Brasil"; 3) ela interpretando "Frestas de Céu", de Juca Novaes, Edu Santhana e Costa Netto (parceiro de Eduardo Gudin no samba "Verde", primeiro "cartão de visita" na carreira de Leila Pinheiro e outro advogado versado em direitos autorais); 4) deste excerto do Youtube em diante, vê-se Lucila, com toda a sua simpatia, participando do programa "Em Cartaz", da tevê paulista, cantando "Claridade", de Juca Novaes; "Canta, Brasil", de Alcyr Pires Vermelho e Davi Nasser; e "Nas Voltas da Ciranda", das inspiradas Cristina Saraiva, carioca, e Socorro Lira, paraibana.              
          

         http://www.youtube.com/watch?v=UN9toEG64os&feature=related
("Viravolta")

         http://www.youtube.com/watch?v=2Btl7Es6FLQ&feature=related ("Não Vou Sair")
        
         http://www.youtube.com/watch?v=yawiZdYWGAU ("Frestas de Céu")

         http://www.youtube.com/watch?v=oF51vNmEnrk&feature=related (Lucila Novaes no programa "Em Cartaz" - parte 1 - 3min)

        http://www.youtube.com/watch?v=7AedZaNMZEM&NR=1
(Lucila no mesmo programa - parte 2 - 1min30)

        http://www.youtube.com/watch?v=JCJD7cD9WOg&NR=1 (Lucila no mesmo programa - parte 3 - 3min30)

Programe-se: Lançamento do livro Estio do Pempo - Romantismo e estética moderna - quarta-feira na Travessa -Leblon


O professor Pedro Duarte vai lançar seu livro Estio do Tempo - Romantismo e estética moderna nessa quarta, dia 29, a partir das 19 horas, na Livraria da Travessa, rua Afrânio de Melo Franco, 290 loja 205 A- Shopping Leblon.
Vai rolar um bate papo entre o autor e Eduardo Jardim, professor de filosofia da PUC-Rio.
Todo mundo lá!

22.6.11

Macau agita a plateia do Rival em show desta quarta: balanço negro com os olhos coloridos do sucesso




Por vezes, o acaso nos reúne, eu e o Macau (foto acima), em um ponto de ônibus no Largo do Machado, em frente à igreja, na espera do coletivo com destino imediato a Laranjeiras. Da última vez, há poucos dias, viajamos juntos no 184 e, no trajeto até a General Glicério, onde ele mora - eu, nas proximidades dessa rua, saltando um ponto antes -, conversamos sobre o suingado show ("flyer" acima) que fará, nesta véspera de feriado, 22 de junho, às 19h30, no Rival - um show de que ele me fizera sabedor, semanas antes, em outra viagem de ônibus. Gente boa o Macau, compositor que já viveu na Rocinha, na Cruzada São Sebastião - da qual já se disse ser o Harlem carioca, incrustado na Zona Sul - e, em 1969, integrando a banda Paulo Bagunça e a Tropa Maldita, foi vitorioso no I Festival de Inverno do Teatro Casa Grande. Tal formação, aliás, perfila entre os pioneiros do movimento "black" no Rio, revigorado, ainda, nesses idos de forte som na caixa, pelo talento dos músicos da banda Black Rio, dos finados Oberdan Magalhães e Barrosinho "e tutti quanti".
    No show de hoje, em que terá como convidado o compadre Luiz Melodia, Macau certamente não deixará de chacoalhar a plateia com o som funkeado do seu "big hit" "Olhos Coloridos", bem apresentado, com coro, no primeiro "link" abaixo", por esta batalhadora de Pilares que é Sandra de Sá. Também não ficará de fora do roteiro "Amigo de Nova York", composta por Macau em parceria com o também finado Durval Ferreira, na voz deste excepcional cantor que é Emílio Santiago.
    Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
    Um abraço,
 
    Gerdal      
        

       http://www.youtube.com/watch?v=OQ3yhCVZqec ("Olhos Coloridos")
 
       http://www.youtube.com/watch?v=yLAeQ1GUFic  ("Amigo de Nova York") 

Mais uma bacalhoada do filósofo Sandaum


Demorou para o filósofo se manifestar, é que ele está perplexo diante do contemporâneo, da produção de subjetividade, da força maquínica dessas coisas que exprimem a nossa felicidade paradoxal - para ele: parado-x-sal...da prainha onde investiga a estrutura ausente da ostra.

21.6.11

Mako canta, a convite de Fernando Merlino, nesta Terça de Graça, e mostra um Japão sacudido pelo sincopado




A terra tremeu em Kobe, em 1995, com consequências infelizmente trágicas, mas, no interior da querida Masako Tanaka, a cantora japonesa Mako (foto acima), um forte abalo cultural já a sacudira quando tomou contato com a nossa música popular, em particular com um disco da mineira Clara Nunes, levando-a até mesmo a chorar, tomada de amores pelo canto e pelo ritmo. Aquele infortúnio urbano se tornaria um marco para Mako, pois, a partir daí, firmou-se nela a convicção de que deveria vir para o Rio de Janeiro - o que faria seis anos depois - para dar continuidade à carreira lá iniciada, até mesmo à frente de um "genérico" local do sincopado, formado por ela, o conjunto Telecoteco.
     Passados dez anos, Mako está bem entrosada na Velhacap, já se expressando, com alguma desenvoltura, no "carioquês". Discípula de Robertinho Silva, estudou ainda percussão no Monobloco e, como cantora - afinada, de emissão doce e grácil aliada ao charme anasalado da voz -, além de shows solo, integra o grupo Mulheres de Chico, além de "bater cartão" no bloco Exalta Rei. No ano passado, gravou um CD, "Algumas Cores", quase todo de samba, com ótima instrumentação e arranjos de muito bom gosto - a cargo, sobretudo, de Israel Dantas e Alessandro Valente, além de Zé Américo Bastos, Roberto Menescal e da própria Mako e Robertinho Silva, os dois últimos conjuntamente, em uma ou outra faixa isolada. Um disco que começa muito bem, com joia lavrada por Edu Krieger, "Alguém Que Chora", e assim prossegue com atraente regravação de obra de Josias Sobrinho, "Engenho de Flores", que já conta com interpretação definitiva da baiana Diana Pequeno. Não tivesse berço em Kobe, Mako, com todo esse samba na veia, teria sido, sem dúvida, cria da Lapa, onde, aliás, coerentemente, mora - também na filosofia do lugar.
      Um bom dia a todos. Grato pela atenção.
 
      Um abraço,
 
      Gerdal
 
Pós-escrito: chamada pelo pianista Fernando Merlino, Mako é a atração de hoje, 21 de junho, às 19h30, em mais uma Terça de Graça, em Copacabana ("flyer" acima). Nos "links" seguintes, 1) ela canta "Céus do Sul", de Jyogi Sawada e Marcos Campello - que tá no disco dela; 2) vai de "Berimbau", de Baden e Vinicius, especialmente acompanhada por Robertinho Silva.
     
              
            http://www.youtube.com/watch?v=gIr3kR76zgs ("Céus do Sul") 
 
            http://www.youtube.com/watch?v=CYfrLYiVa90&feature=related ("Berimbau", com destaque para solo de Robertinho Silva) 

KANIMAMBO, na 5a do feriado, na Casa de Francisca


Emiliano Castro continua na labuta de apresentar seu CD Kanimambo num show,agora na Casa Francisca. O evento vai rolar dia 23 de junho (no feriado), quinta-feira, às 22 horas (e a casa abre antes para o jantar) em Sampa. Ele empunha seu violão de 7 cordas e canta acompanhado por um time de feras:
João Poleto - sax soprano, sax tenor e flauta
Marcos Paiva - contrabaixo acústico
Douglas Alonso - bateria
A Casa de Francisca fica na rua José Maria Lisboa, 190
O couvert é de R$ 26,00

20.6.11

Cyro Pereira: uma lembrança do maestro da Jazz Sinfônica e de históricos festivais na tevê



   
"A música ilumina a alma e nos deixa sempre jovens." (Cyro Pereira)
 
      Prezados amigos,
 
      Dedico, inicialmente, estas linhas ao jovem amigo e excelente bandolinista Luís Barcelos, radicado no Rio de Janeiro há vários anos e já a caminho do primeiro CD solo. Ele é gaúcho de Rio Grande e, portanto, da cidade que também viu nascer o recém-falecido - no último dia 9, aos 81 anos - pianista, compositor e maestro Cyro Pereira (foto acima). Com percurso musical descrito em livro do jornalista Irineu Franco Perpétuo, "Cyro Pereira, Maestro", este trabalhou com colegas de batuta do porte de Gabriel Migliori, Lyrio Panicalli e Enrico Simonetti, destacando-se, nos anos 60, como o condutor da orquestra dos famosos festivais da TV Record, além de outras atrações de peso na mesma emissora, como "O Fino da Bossa", com Elis Regina e Jair Rodrigues. A convite de outro maestro renomado, Benito Juarez, lecionou orquestração, por dez anos (1989-1999), na Universidade de Campinas - Unicamp -, valendo-se da sua experiência na matéria nos âmbitos do rádio, do disco e do "jingle". Em 1990, colheu uma das mais caras satisfações na profissão ao abraçar a causa da orquestra Jazz Sinfônica, na qual pôde labutar à vontade como arranjador, dotando a nossa rica canção popular de cintilação sinfônica.
      Dedico ainda esta reminiscência póstuma ao também pianista e compositor Mário Albanese, parceiro de Cyro Pereira (ambos, juntos, em outra foto acima) e, com este, criador do jequibau, ritmo assentado em compasso quinário, que, conforme elucida no primeiro dos "links" abaixo, parece bossa nova, mas não é. São de Mário as palavras que destaco em seguida, um registro relevante da sua relação de amizade e de afinidade musical com o saudoso regente. Também abaixo, nos demais "links", 2) Cyro Pereira numa majestosa incursão jobiniana; 3) com o seu passamento anunciado na tevê, acompanhado de rápido retrospecto de carreira; 4) Mário Albanese ouvido em "No Balanço do Jequibau" (música sobre imagem de capa de um dos seus elepês, composta por ele e por Cyro); 5) outra gravação de Mário, também na parceria com Cyro, "Tarde Quente" (novamente com imagem ilustrativa).
     Um bom dia a todos. Grato pela atenção.
 
     Um abraço,
 
     Gerdal        
    
"Músico é aquele que consegue transformar em som tudo que acontece ao seu redor. A música nasce por um impulso inato, sendo óbvio que necessita de conhecimento técnico para ter molde artístico. O ensino musical no Brasil foi sempre entendido como um complemento da educação e, portanto, um privilégio dos mais abastados. Já, como fato social, sempre teve marcante importância, pois inexistem períodos sem música e as expressivas manifestações musicais no carnaval, nos chorões e nas serenatas assim o comprovam. Ainda, é de amplo conhecimento que a maioria dos grandes nomes da música popular do passado foi autodidata, instruiu-se por si, no convívio com outros músicos, ouvindo discos e também pela comunicação oral. Houve época em que o músico era tratado como um pária, um indivíduo sem casta na sociedade, por ser boêmio e sem profissão definida.  Cyro Marin Pereira, nascido na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, veio para São Paulo em 1950 com 20 anos e foi um dos que aprimorou seu conhecimento musical no dia-a-dia, trabalhando como pianista, arranjador e regente de orquestra na  Rádio Record de São Paulo, na Rua Quintino Bocaiúva,  onde me foi apresentado pelo inesquecível  Garoto, Aníbal Augusto Sardinha.  Àquela época e no campo da música popular, geralmente as músicas não eram escritas, sendo apresentadas pelo autor tocando, cantando ou numa gravação em minicassete caseiro.  Assim e nessas condições, a importância do arranjador se evidenciava na estrutura final da composição ao agregar introdução, harmonia e ritmo,  fatores decisivos para sua aceitação. Em um artigo sobre o Cyro, publicado no jornal Hora de São Paulo, em 1982, destaquei a importância do arranjador e a necessidade de reconhecer como legítimo o direito conexo a que faz jus. Nesse sentido e com essa ótica, o Cyro produzira um programa intitulado o Maestro Veste a Música, para explicar com detalhes a instrumentação utilizada e os efeitos produzidos. Lembro-me que Insônia, de minha autoria, com letra de Heitor Carillo, foi dissecada pelo Ciro nesse programa sem imaginar que, no futuro, seríamos parceiros. Dessa proximidade resultou a gravação de Sol, minha composição inserida no LP Música dos Astros, PPL 12014, da Continental, com Cyro e orquestra. O fato curioso foi o expediente utilizado pela gravadora de lançar esse mesmo disco mudando o título para Românticos Del Caribe, como contraponto ao sucesso obtido pelos Românticos de Cuba. Sem dúvida, o convívio diário com o Cyro nos anos sessenta foi produtivo. Eu o reencontrei na Rádio e TV  Record, instaladas na Av. Miruna, perto do aeroporto de Congonhas, num momento especial, pois os maestros Gabriel Migliori, Hervé Cordovil e Cyro Pereira estavam com folga no trabalho em razão das radicais  mudanças realizadas na grade de programação da emissora. Assim, tivemos horas produtivas para conciliar as pesquisas que resultaram no jequibau, uma inovação autêntica que conseguiu, tal qual rastilho de pólvora, enorme repercussão nos EUA, consubstanciada nas gravações de renomados artistas e na inserção em métodos de ensino. Vencedor de concursos internacionais, sua expansão mereceu registros em matérias publicadas por revistas e jornais especializados do mundo. No livro, Cyro Pereira, Maestro, escrito por Irineu Franco Perpétuo, por feliz coincidência, a história do Jequibau se inicia na página 5/4 e vai até a de número 58. As pessoas queridas não morrem porque ficam encantadas na nossa lembrança, para sempre. O pensamento cria, o desejo atrai e a fé no trabalho realiza. Seu irmão de alma e eterno parceiro,  Mário Jequibau Albanese."
   
    
Pós-escrito: ainda a propósito do jequibau, escreveu o cordelista Teo Macedo: "Jequibau é jequibau/diferente marcação/cinco tempos por inteiro/contrariando a tradição/um compasso brasileiro/nova forma de expressão/jequibau é jequibau/a palavra é singular/não existe em dicionário/não adianta procurar/e depois de tantos fatos/é preciso registrar."
 
 
 http://www.youtube.com/watch?v=Bww_pV1YnoU&NR=1
 (Mário Albanese fala sobre o jequibau, criado com Cyro Pereira)          
 
http://www.youtube.com/watch?v=fURiFNXzD2E
 (Cyro Pereira e seu tratamento orquestral para a canção de Antonio Carlos Jobim)
 
http://www.youtube.com/watch?v=YxOc5Np-f-k&feature=related
 (notícia de morte de Cyro Pereira em um telejornal)
 
http://www.youtube.com/watch?v=GBqDTdZwLzw&NR=1 ("No Balanço do Jequibau")
 
http://www.youtube.com/watch?v=WetJRRgdSwo&feature=related ("Tarde Quente")

18.6.11

O rei de quase-tudo chega aos 40 em versão para iPad



( O jornalista Jorge Sanglard escreveu um belíssimo texto sobre um craque da ilustração, escritor e artista plástico Eliardo França. Fala de uma obra de Eliardo que é sensacional).

Não é fácil, no Brasil, permanecer no topo durante quatro décadas. Principalmente, quando se trata de um livro e de um autor infanto-juvenil. É isso que o ilustrador, artista plástico e escritor mineiro Eliardo França, que completou 70 anos em 17 de junho, celebra com seu primeiro e mais prestigiado O rei de quase-tudo. Em 1971, ao escrever e ilustrar o livro que se tornaria sua principal publicação durante 40 anos, Eliardo abria alas para uma tendência inovadora na literatura brasileira para crianças e adolescentes: a recusa aos desmandos dos poderosos e o anseio por liberdade e contra toda forma de injustiça e de opressão ditatorial. E o autor não sonharia que, passado todo esse tempo, a publicação ganharia uma versão para a plataforma iPad, criada por seu filho Lucas França, trazendo 13 páginas interativas e animadas, em quatro diferentes línguas (inglês, português, espanhol e francês), além de ganhar uma trilha sonora composta especialmente para a app.
       Criar um marco literário já no livro inaugural foi um estímulo extra para projetar a trajetória de Eliardo no cenário brasileiro e internacional. De cara, O rei de quase-tudo recebeu a menção honrosa no Concurso Paz na Terra, ainda no original em 1972, e se consagrou como “O Melhor para a Criança”, conquistando o Prêmio Ofélia Fontes da FNLIJ, em 1974, recebendo também menção honrosa na Bienal de Ilustrações da Bratislava, em 1975, e passando a constar da Lista de Honra do IBBY, a partir de 1979.

       A denúncia contra a tirania explicitada no livro se tornou uma referência, mas a vertente poética também permeia cada momento do texto e impregna a obra com força irresistível. O autor conseguiu lançar mão de uma forma de rara beleza e sintetizar um conteúdo ao mesmo tempo acessível e muito bem elaborado. O traço e as cores de Eliardo, neste livro, revelaram há 40 anos um ilustrador com pleno domínio criativo. Ao abordar a questão da impossibilidade de possuir o inexprimível, mesmo para um Rei, a história mostra como a liberdade e a paz podem vencer a avidez e o egoísmo. O Rei de quase tudo, o personagem principal, infeliz, deseja ter todas as coisas do mundo e queria sempre mais; assim, o Rei tenta conquistar o sol e as estrelas, até que percebe que existem coisas mais importantes do que ser o dono de tudo. Eliardo mergulhou nas limitações do ter e sugeriu uma reflexão: “Porque tendo as flores, não lhes podia prender a beleza e o perfume. Tendo os pássaros, não lhes podia prender o cantar. Tendo as estrelas, não lhes podia prender o brilho. E tendo o sol, não lhe podia prender a luz. O Rei era ainda o Rei de quase tudo. E ficou triste”.
       O que importa é o ser humano, é a alma do ser humano, enfatiza Eliardo. A boa ilustração e/ou a boa pintura são as que têm alma, diz com convicção.

       Para Elizabeth Vasconcellos, em parecer para a Fundação Nacional do Livro, “A obra aborda o atualíssimo tema do desejo de ter, característico da sociedade de consumo do final de século XX. Em detrimento do desejo de ser, o homem de hoje deseja apenas possuir bens materiais, sempre acumulando riquezas e apoderando-se de todas as novidades que o mercado lhe oferece. E assim simula uma aparência: parece ser feliz... Ao reconhecer que, em liberdade, cada coisa pode ser em plenitude e, assim, estender sua plenitude a todos, "o Rei viu que não era mais o Rei de Quase-Tudo. Ele agora tinha tudo". 

       Para Fátima Miguez, também em parecer para a FNL, “a relação entre literatura infantil e a temática do poder firmou-se nos anos 70, época em que a repressão e a censura definiam o sistema e a ordem da vida brasileira. A transposição dessa temática para a linguagem da literatura infanto-juvenil no Brasil realiza-se, então, como uma forma de se denunciar o poder arbitrário e ditatorial como modelo de governo. É neste momento histórico que surgem os nomes mais representativos da nossa literatura atual dirigida para crianças e jovens, como Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Lygia Bojunga Nunes, Fernanda Lopes de Almeida, Eliardo França e tantos outros que desfilaram seus textos pela década de 70 empunhando estandartes de libertação”. 

       E, Roger Chartier, historiador, professor e diretor do Centro de Pesquisas Históricas na École des Hautes Études en Sciences Sociales e professor do Colège de France, que estuda a história da cultura e dos livros, a trajetória da leitura e da escrita como práticas sociais, disse: “Gosto muito do Rei de Quase-Tudo. É um livro maravilhoso e prudente.
       A figura humana sempre serviu como sedução para Eliardo França, um dos mais prestigiados ilustradores brasileiros que, ao lado da escritora Mary França, vem realizando nas últimas quatro décadas um bem-sucedido projeto de livros infantis e infanto-juvenis, com sucesso editorial no Brasil e traduções em diversos países, tendo vendido mais de 15 milhões de exemplares de diversos títulos e formado algumas gerações de leitores.
       O essencial é o homem. Na verdade, o homem mudou muito pouco. Mudam as roupas, mudam os costumes, mas a alma do homem pouco mudou, seus desejos de expansão e seus desejos de conquista pouco mudaram nesses cinco séculos. Portanto, eu quis falar da alma do homem diante do desconhecido, afirma Eliardo.
       Depois de percorrer uma bem sucedida trajetória como ilustrador nas últimas quatro décadas, Eliardo confidencia que começou a se interessar por pintura bem antes, quando foi morar, durante um ano, na Dinamarca, por volta de 1989, para pesquisar a vida e a obra de Hans Christian Andersen para realizar um projeto editorial. “Como não estava ilustrando lá, comecei a brincar com tinta e me ocorreu que, com a pintura, poderia criar trabalhos de dimensões maiores e não só trabalhos de dimensões pequenas, como é o caso da ilustração. A pintura acabou virando uma paixão. Na verdade, eu sempre quis pintar, mas o envolvimento diário com a ilustração e com os livros acabou não dando oportunidade para a pintura acontecer e adiou a realização desta paixão. Eu não tinha tempo para pensar em pintar”. Agora, para Eliardo, a pintura e a ilustração são duas faces da mesma moeda: “Não acho que uma seja mais importante do que a outra. O fio que divide a ilustração da pintura é muito tênue. A ilustração é baseada numa idéia literária, embora ela tenha vida própria, porque a boa ilustração tem vida própria, e a pintura vem de um sentimento, de um feeling. Mas faço ambas com muito prazer, que é o essencial”.
Enfim, Eliardo França chega aos 70 anos esbanjando talento e comemorando a nova versão interativa de seu sucesso editorial O rei de quase-tudo. Tim-tim...
                                                  * * *

Jorge Sanglard é jornalista, pesquisador e produtor cultural. Escreve em jornais de Portugal e do Brasil. E-mail: jorgesanglard@yahoo.com.br

Últimos dias da exposição Rubem Grilo Xilográfico-1985 a 2011- Caixa Cultural Brasília


Atenção pessoal de Brasília, última oportunidade para ver uma verdadeira exposição federal! As xilogravuras de Rubem Grilo são obras de gênio. Poderosa expressão de um dos maiores artistas deste país. Imperdível! Visitação até 26 de junho, de terça a domingo, das 9 às 21 horas
Caixa Cultural Brasília - Galeria Principal
SBS Quadra 4, lote3/4- Brasília - DF
Entrada risonha e franca
Veja mais sobre a exposição no seguinte link: http://www.facebook.com/media/set/?set=a.1747569049146.2089451.1236391986&l=8de29e02a0

17.6.11

Lula Galvão é o destaque da vez em festival de guitarristas na Sala Baden Powell nesta sexta


 
Há três sábados, no TribOz, acompanhando os "sets" instrumentais conduzidos pelo amigo Pascoal Meirelles (recém-chegado de longos meses de aulas de percussão e shows em Quito), pude, além de conhecer pessoalmente o simpático e grande pianista mineiro Célio Balona - a mim apresentado pela querida violonista e compositora Irinéa Maria -, rever o Lula Galvão (foto acima), participante, com o toque refinado das suas bem viajadas cordas, da função jazzística que se desenrolava na referida casa noturna do "off-Lapa". Gente finíssima o Lula, um brasiliense residente em Copacabana, com quem falei pela primeira vez, há três anos, quando de raríssima aparição profissional, em auditório no Centro do Rio, da excepcional baiana Rosa Passos - que gravou belos CDs com ele, entre os quais um, de 1997, da Lumiar Discos, dedicado à obra de Ary Barroso. Irmão do flautista e saxofonista Sérgio Galvão e de dois outros músicos já falecidos - o baterista Zequinha Galvão e o contrabaixista e maestro Carlos Galvão -, Lula é, com muita satisfação, o motivo desta dica, pois toca, nesta sexta, 17 de junho, às 20h, na Sala Baden Powell (Av. Nossa Senhora de Copacabana, 360 - tel.: 2548-0421), recebendo como convidado um prestigiado colega do ramo, Humberto Mirabelli, ambos atrações do II Festival de Guitarras (RAMI) que lá se realiza. Certamente um encontro de altíssima qualidade, ocasião em que os admiradores do Lula - que, além de praças nacionais, já ministrou "workshops" na Itália e no Japão - poderão ter acesso ao mais recente CD por ele lançado, "Bossa da Minha Terra", um biscoito fino já bem degustado pela crítica especializada.
      Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
      Um abraço,
 
      Gerdal
 
Pós-escrito: no "link" seguinte, Lula Galvão, com Guinga, tocando o encantador "Choro pro Zé", do segundo em parceria com Aldir Blanc.
  
http://www.youtube.com/watch?v=607u7gNDSYA ("Choro pro Zé")

16.6.11

Celia e Celma, nesta quinta, em raro show no Rio (grátis): o Brasil profundo em prato musical com um jeitinho de Minas



No início dos anos 70, participando, na companhia de Angelo Antônio e de Gastão Lamounier Neto, do grupo vocal A Turma da Pesada, elas ajudaram Clara Nunes a vencer uma edição do Festival de Música de Juiz de Fora com o samba "Mandinga", um dos frutos da curiosa parceria entre o elegante Ataulfo Alves e o informal Carlos Imperial. Mocinhas que, então, já moravam no Rio, para onde vieram a fim de estudar no Instituto Villa-Lobos - lá diplomadas em licenciatura musical - e aqui ainda se apresentaram em casas noturnas de prestígio, como a Sambão e Sinhá, cantaram em bailes, como "crooners" da orquestra do trombonista Ed Maciel, e fizeram show produzido pela dupla Miele e Bôscoli. No entanto, seria, nos anos finais da década seguinte, na cosmopolita Sampa, onde fixaram residência, que as gêmeas Celia e Celma, se reencontrariam artisticamente consigo, em "rancho fundo" do nosso território cultural, irmanadas, no espelho retrô do tempo, àquelas mineirinhas nascidas e criadas em Ubá, de família com casa vizinha à casa da família de Ary Barroso, crianças que foram e cedo tiveram contato com o folclore do seu estado: vendo a folia de reis e o congado e ouvindo muita catira, muito cateretê, por exemplo. Um Brasil na mesma toada, de "caipirarte" vivida e revisitada, nelas se tornaria a motivação maior, mais pulsante, de uma carreira a um só tempo una e dual, além de corolário natural de valorização da nossa autenticidade interiorana - mormente a do Sudeste do país. Um sabor roceiro e culturalmente nobre, muito bem provado, aliás, em excelente programa por elas semanalmente conduzido, de 1988 a 1997, no Canal Rural (no qual entrevistaram, por exemplo, grandes nomes das nossas cordas "violadas", como Ivan Vilela, Paulo Freire e Miltinho Edilberto), Sabor reforçado quando do lançamento de um livro saído do prelo da editora do Senac (SP), "Do Jeitinho de Minas", que reuniu receitas talhadas para o fogão de lenha e a panela de pedra, próprias da gastronomia popular da Zona da Mata, em edição com CD anexo no qual, pela voz das cantoras, se ouvem as instruções de preparo dos pratos ao ritmo do xote, do samba e da moda de viola.  
       Fui, por alguns anos, assíduo espectador da referida atração de tevê, na NET, e sou admirador do que Celia e Celma cantam e fazem, com sinceridade e sem xenofobia, em defesa de um "Brasil brasileiro" já cantado por Ary nos seus versos famosos e por ele internacionalmente aquarelado. Um Brasil, em particular o país musical, que precisa dar mais as caras por aí e aproximar-se mais da sua massa de ouvintes, frequentando-lhes, por exemplo, em fina sintonia, iPads e iPods. Um Brasil talentoso e culturalmente lindo e trigueiro que, ainda sob a inspiração do Ary, abre a cortina do passado e percebe no presente, sem medo de ser feliz, que o seu coqueiro ainda dá muito coco pro futuro. Um Brasil, em suma, essencial, ora a reboque de um Brasil meramente aparente.
      Um bom dia a todos. Grato pela atenção a estas linhas e à dica respectiva, no "flyer" acima.

Kanimambo, 6a feira no Tom Jazz


"Kanimambo" em changana, significa obrigado, gratidão.
E chegou a hora de mais uma celebração às tradições e aos mestres que inspiraram esta música".


Emiliano Castro
apresenta
KANIMAMBO
Emiliano Castro . violão de 7 cordas e voz
João Poleto . sax soprano, sax tenor e flauta
Meno Del Picchia . contrabaixo acústico
Arnaldo Nardo . bateria
no
Tom Jazz
Av. Angélica, 2331
dia 17 de junho, 6a feira
às 22h
R$ 40,00
--
site do disco Kanimambo: www.emilianocastro.com.br
videos de shows: www.youtube.com/user/Emilianobava
audios: www.myspace.com/emiliano7cordas

14.6.11

Programe-se: Lançamento do livro Moda e Modernidade na belle époque carioca


O lançamento do livro de Rosane Feijão vai ser na quinta-feira, dia 16 de junho, a partir das 19 horas na Livraria Travessa -Ipanema. Para maiores detalhes, clique na imagem acima para ampliar e ver melhor.
Todo mundo lá!

12.6.11

Colóquio Deleuze & Guattari vai rolar


Mais informacões no blog (imagem acima) clicando no seguinte link: http://coloquiodeleuzeguattari.blogspot.com/

11.6.11

Luiz Antonio Mello volta a fazer Rádio Rock na Fluminense AM


Grande notícia! Luiz Antonio Mello volta aos microfones para sacudir as estruturas com seu programa LAM HOUSE que entra no ar em dois sistemas de transmissão, simultaneamente: AM 540 KHZ (a primeira da esquerda) e na internet.Também pode ser ouvido na internet.
Veja mais detalhes na blog coluna do LAM clicando no seguinte link: www.colunadolam.com.br
O jornalista Luiz Antonio Mello junto com Samuel Wainer Filho foram os idealizadores da "Maldita" que foi um sucesso na Fluminense FM dos anos 80, yo lo creo.
Todos de ouvidos colados na Fluminense - aumenta que isso aí é roquenrol!

10.6.11

Sandro Dornelles mostra o valor da sua música em show com a cantora Ritinha Carvalho, nesta sexta, em Sampa



Há alguns anos, em uma roda de samba na Rua Rodrigo de Brito, em Botafogo, comandada pelos amigos Benjamin Cardoso e Lula Dias - revivendo o espírito do famoso Cantinho da Fofoca, no bairro -, fui levado à presença de um rapaz simpático, que se me apresentou como compositor, parceiro de Moacyr Luz. Gaúcho de Cachoeira do Sul, formado em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, cidade esta para a qual veio em 2000, e parceiro ainda da sambista Gisa Nogueira, do bandolinista Henry Lentino (conterrâneo dele) e do violeiro Cícero Gonçalves, entre outros, Sandro Dornelles, também cantor e violonista, tem-se revelado, com honrosas colocações, em vários festivais pelo país, incluindo os primeiros lugares do FEM 2009, em São José do Rio Preto (SP), e, no ano seguinte, do Botucanto, em Botucatu (SP), com uma das composições que se ouvem abaixo, a expressiva "Malabares com Farinha", de teor urbanamente cáustico, feita em companhia de outra revelação, o cuiabano Paulo Monarco. Com a cantora Ritinha Carvalho (paulista provinda de encenações musicais), ele mostra o seu valor, nesta sexta, 10 de junho, às 21h, na Vila Madalena, em show que dá continuidade ao Pague Quanto Vale ("flyer" acima). 
      Além da referida composição, ora na voz de Sandro Dornelles (2), ora na voz de Paulo Monarco (3), ouvem-se ainda Mirianês Zabot, gaúcha de Ciríaco radicada em Sampa, cantando "Vita Vitalino", de Sandro e Luís Pimentel (1); "Guaiana", do talentoso Bilora, compositor mineiro do Vale do Mucuri (na divisa com o sul da Bahia), na voz de Ritinha Carvalho, que, no clique seguinte, canta "Brincadeira É Coisa Séria" (5). .
      Um bom dia a todos. Obrigado pela atenção à dica.
 
      Um abraço,
 
      Gerdal    
         .           
      http://www.youtube.com/watch?v=TbCFrWbCgjg ("Vita Vitalino") 
 
      http://www.youtube.com/watch?v=x-i9Pnl5Rkw&feature=related ("Malabares com Farinha", com Sandro Dornelles) 
 
      http://www.youtube.com/watch?v=kJF1kOHyiLc&feature=related  ("Malabares com Farinha", com Paulo Monarco)
 
       http://www.youtube.com/watch?v=pE0WYsa-ylI&feature=related ("Guaiana") 
 
       http://www.youtube.com/watch?v=tdtITb2WWSM&feature=related ("Brincadeira É Coisa Séria")   

9.6.11

Gigantes da Bola



NR: Este texto é de Jorge Sanglard, um craque do jornalismo.Ele faz a resenha do maravilhoso livro Gigantes do Futebol Brasileiro de dois craques da escrita: João Máximo e Marcos de Castro que por sua vez escreveram sobre aqueles craques que nos gramados inventaram a história do nossa paixão nacional.(Os desenhos do livro são de Ique)

Escalar um time com 21 craques inquestionáveis da bola num universo tão amplo e rico de talentos quanto o do futebol brasileiro ao longo do século XX e a primeira década do século XXI parece ser tarefa para mestres. E é mesmo. Dois mestres da escrita esportiva, João Máximo e Marcos de Castro, toparam a empreitada e reeditaram um livro digno de quem ama o futebol tupiniquim e seus craques: “Gigantes do Futebol Brasileiro” (Civilização Brasileira), uma releitura ampliada e atualizada da edição inicial lançada em 1965. Questionada por muitos pela omissão de dois gigantes, Ademir e Didi, a primeira edição ainda teve pela frente o fracasso da Seleção Brasileira, em 1966, na Copa da Inglaterra, e o editor Ruy Carvalho acabou jogando a toalha. Resumo da história, o livro só era encontrado em alguns bons sebos.
Passadas quatro décadas e meia, João Máximo e Marcos de Castro resolveram reescalar o timaço de gigantes da pelota e, nesta nova edição, atualizaram os perfis da primeira edição, incluíram os de Ademir e de Didi, além de inserirem novos sete perfis: Gérson, Rivelino, Tostão, Falcão, Zico, Romário e Ronaldo. Num universo movido a paixão como é o futebol, principalmente no Brasil, não é tarefa das mais fáceis escolher apenas 21 gênios da bola entre tantos craques que seduziram e seduzem as massas com dribles, toques refinados, passes magistrais e gols, muitos e belos gols.
Se na edição inaugural, o escritor Paulo Mendes Campos (1922 – 1991) assinava o prefácio, intitulado “Uma palavra” (incluído nesta nova edição), agora a tarefa do novo prefácio coube a outro mestre da escrita, Luis Fernando Veríssimo. E Paulo Mendes Campos sentenciou: “Futebol no Brasil é uma função da alma”. Já Veríssimo não perde a maestria e dá o tom: “O futebol mudou muito desde os tempos de Friedenreich. O que pouco mudou foi a relação do torcedor com o futebol. Continua sendo uma coisa meio irracional e misteriosa: amamos uma camiseta, um nome, um escudo. Amamos, no fim, uma abstração. Mas o que realmente nos leva ao estádio, e nos envolve e reforça nossa devoção, é nada mais concreto do que o grande jogador”.
O primeiro gigante abordado no livro é Friedenreich, nascido na esquina das Ruas Vitória e Triunfo, em 1892, em São Paulo, ídolo no São Paulo e no Flamengo. E vitória e triunfo foram constantes na carreira do genial Fried. A seguir, Fausto marca presença no livro como a “Maravilha Negra”, graças a seu porte de “rei negro de nação africana”. O “Divino Mestre” Domingos da Guia, zagueiro maior, é outra estrela, assim como Leônidas, o “Diamante Negro”, ídolo rubro-negro, inventor do gol de bicicleta e primeiro responsável por tornar o Flamengo o clube mais popular do país.

Outra fera, Tim, “El Peón”, marcou época com seus dribles e como fio condutor dos times onde jogou e da Seleção. O próximo gigante abordado no livro é Romeu, o primeiro homem-equipe a surgir num futebol de virtudes isoladas, na opinião de João Máximo, e de quem o próprio Tim diria: “Romeu passava meses sem errar um passe”. Mestre Ziza, o Zizinho, um dos maiores craques brasileiros de todos os tempos, um meia-de-ligação excepcional, ou seja um gênio da bola, é outro craque em destaque. Segundo o saudoso Armando Nogueira, “Zizinho tinha o futebol na medula e no cérebro, no coração e nos músculos. Era, ao mesmo tempo, o pianista e o carregador de piano. Sempre suou a camisa, na derrota ou na vitória – era um operário; mas quanta beleza na transpiração de sua obra”.
O mineiro de São João Nepomuceno, Heleno de Freitas, foi o mais puro representante do profissionalismo incipiente, romântico, no país. Craque, boêmio, elegante, galã, rebelde, castigado pela destruição do sistema nervoso por uma sífilis em último grau. Dele, disse na época o saudoso escritor José Lins do Rego (1901 – 1957): “Reclamando, enfezado, irritando até as traves dos gols, ainda é ele o melhor. O mais eficiente, o de mais classe, o mais capaz. Depois que Leônidas se foi, ou melhor, depois que acabou o futebol de Leônidas, o que existe por aí é o futebol de Heleno”.
Meia-direita que passou a ponta de lança com igual desenvoltura, Ademir Meneses, apelidado Queixada, ficou célebre por suas sensacionais arrancadas rumo ao gol. De Danilo Alvim, craque apelidado de “Príncipe”, tal a nobreza e a elegância de seu futebol disse o locutor e mestre da MPB, Ari Barroso (1903 - 1964): “A técnica de Danilo lembra Chopin, manso, doce, inspirado”. Já o locutor esportivo Valdir Amaral chamou Nílton Santos de “Enciclopédia”, uma síntese exemplar para um gênio do futebol, maior jogador de defesa no país e um dos mais completos craques do Brasil em todos os tempos. Segundo os autores, “Nílton Santos é, em uma palavra, eterno”.
Sobre Didi, Paulo Mendes Campos sintetizou com precisão, como eram os passes do mestre, “O futebol de Didi é lento, sofrido, difícil, inspirado, idealista. Eis um homem que quase achou o que não existe: perfeição”. Para João Máximo, “Didi é o mais ilustre continuador da tradição brasileira de criativos arquitetos de jogada, sucessor de Romeu, Tim, Jair, Zizinho e antecessor de Gérson, Rivelino, Falcão”.

Mestre, gênio, ou seja lá o que for, Garrincha é difícil de ser explicado. E é o saudoso poeta Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987) que lança um feixe de luz sobre Mané: “Se há deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios. Mas como é também um deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculdade de perceber sua condição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho”.
Marcos de Castro afirma que “Garrincha ganhou duas Copas do Mundo para o Brasil”. O Garrincha dos “Joões” encantou o Brasil com seus dribles desconcertantes, e hipnotizou o mundo da bola. A alegria do povo transformou a ponta direita em local nobre nos estádios de todo o mundo.
É novamente Marcos de Castro que traça um dos perfis mais emblemáticos do livro, o de Pelé. A história do futebol brasileiro tem de ser dividida em duas partes: antes de Pelé e depois de Pelé. E Pelé foi um caso único no Século XX. Autor de 1.284 gols em 1.375 partidas de futebol, alcançou a incrível média de 0,93 gols por jogo. Aos 16 anos, em 1957, já era titular do ataque do Santos e, entre 1957 e 1973, foi artilheiro 11 vezes do campeonato paulista. Ganhou dois mundiais de Clubes com o Santos e ajudou o Brasil a conquistar três Copas do Mundo, 1958, 1962 e 1970. Considerado o Atleta do Século XX, Pelé é o Rei do Futebol. E pronto. Tudo o mais é história.
Entre os novos perfis desta nova edição, Gérson abre alas e inscreve seu nome entre os gigantes. Sobre o Canhotinha de Ouro, João Saldanha (1917 – 1990) disse: “Foi um dos maiores jogadores de meio-campo do Brasil, talvez o mais completo”. Foi ídolo no Flamengo, no Botafogo e no São Paulo. E, na Copa do Mundo de 1970, encantou o mundo com seu futebol preciso e de classe.
Rivelino, o “Garoto do Parque” marcou época no Corinthians e depois no Fluminense. É outro gigante da Copa do Mundo de 1970. Seu potente chute de canhota demoliu defesas e goleiros nos quatro cantos do planeta. O dramaturgo, jornalista e cronista Nélson Rodrigues (1912 – 1980) sintetizou: “Rivelino faz da bola o que quer. Suponho que seus dribles irritem profundamente o adversário. Mas isso é o chamado inevitável. Ninguém mais exasperante do que o gênio do futebol”.
Outra fera da Copa do Mundo de 1970, Tostão, a partir de 1965, inseriu seu nome entre as estrelas do Cruzeiro, em Minas Gerais. Entre 1965 e 1969 foi pentacampeão mineiro. Ao lado de Dirceu Lopes, Wilson Piazza, Hílton Oliveira, Natal, Zé Carlos, Evaldo e Raul, integrou um dos maiores times do futebol brasileiro. Goleador, craque e mestre do futebol arte, depois de encerrar a carreira, Tostão formou-se em Medicina e virou o “doutor Eduardo”. Mas a sedução da bola falou mais alto e transformou Tostão, a partir de 1994, num dos mais competentes cronistas e comentaristas esportivos do país.
Ídolo maior do Internacional, de Porto Alegre, Falcão virou ainda o “Rei de Roma”, para onde seguiu em 1980 e, depois, em 1985, retornou ao Brasil para jogar no São Paulo, onde encerrou a carreira. Ídolo maior da história do Flamengo, um time de grandes ídolos ao longo do Século XX, Zico, o camisa10 rubro-negro eterno, ganhou de Valdir Amaral o apelido de “Galinho de Quintino”. Ao lado de Carpegiani e Adílio, ou de Andrade e Adílio, Zico formou dois dos maiores meios de campo da história do Flamengo. Campeão mundial interclubes, em 1981, Zico integrou um timaço, onde despontavam os laterais Leandro e Júnior, além de ter o “artilheiro das decisões”, Nunes, no ataque. A despedida do Flamengo ocorreu em dois jogos: em 2de dezembro de 1989, em Juiz de Fora, numa estrondosa goleada de 5x0 sobre o rival Fluminense, com direito a golaço de falta e no Maracanã, em fevereiro de 1990, num 2x2 contra um time de jogadores estrangeiros.

O jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano dá o norte sobre outro gigante da área: “Vindo sabe-se de que região do ar, o tigre aparece, dá seu bote e se esfuma. O goleiro, preso na sua jaula, não tem tempo nem de piscar. Num lampejo, Romário mete seus gols de meia volta, de bicicleta, de voleio, de trivela, de calcanhar, de frente ou de perfil”. O craque holandês, Cruyff, disse dele: “Romário é o gênio da grande área”. Ao lado de Bebeto, Romário foi a estrela da conquista da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. Ídolo no Vasco e também no Flamengo, o “Baixinho” foi um dos maiores centroavantes brasileiros de todos os tempos e conquistou o seu gol 1.000 em 20 de maio de 2007. Até então, só Pelé tinha rompido a marca do milésimo gol.
O gigante que encerra o livro é Ronaldo, o “Fenômeno”. Maior artilheiro em Copas do Mundo, com 15 gols em três disputas. Sobre ele, o escritor e cronista Luis Fernando Verissimo foi incisivo: “Ronaldo imitou a trajetória clássica do herói mitológico que desde ao inferno e volta para refazer a história. É o primeiro mortal real a retornar no tempo para corrigir a própria biografia”. João Máximo, em seu perfil, destaca que “na hora de finalizar, o raciocínio rápido o levaria a optar sempre pelo melhor: desviar abola ou driblar o goleiro, se frente a frente com ele, ou chutar de longe, colocado, forte, de surpresa. Em qualquer dos casos, gol de Ronaldo será quase sempre uma obra pessoal.
Aos17 anos, já vestia, como reserva, a amarelinha da Seleção Brasileira e integrava o time tetracampeão do mundo, em 1994, nos Estados Unidos. Aos 20 anos, seria apontado pela Fifa como o melhor jogador mundial e ainda repetiria o feito outras duas vezes. Ídolo na Inter e no Milan, no Barcelona e no Real Madrid, Ronaldo foi decisivo com seus gols na Copa do Mundo na Ásia, em 2002, quando o Brasil sagrou-se pentacampeão. Sua despedida da Seleção Brasileira aconteceu em jogo amistoso contra a Romênia, em 7 de junho de 2011, em São Paulo.
Em todo o Século XX e nesses 11 anos do Século XX, o Brasil revelou ao mundo da bola os 21 gigantes do futebol retratados no livro e muitos outros craques, que encantaram e/ou encantam nos mais diversos rincões do planeta. O país do futebol é um celeiro inesgotável e se prepara para em, 2014, sediar outra Copa do Mundo. Além disso, em 2016, o Rio de Janeiro sediará os Jogos Olímpicos. Momentos de afirmação esportiva de um povo, que vem superando desafios e conquistando a cidadania. Enfim, o esporte mais popular abre caminhos para o Brasil se projetar ainda mais no cenário internacional.


Jorge Sanglard é jornalista, pesquisador e produtor cultural. Escreve em jornais de Portugal e do Brasil. E-mail: jorgesanglard@yahoo.com.br

6.6.11

Grupo Sarau inicia, nesta segunda, com o choro, uma sequência de shows comemorativos na Cobal Humaitá (entrada franca




Repasso, com prazer, abaixo, recado recebido do músico e pesquisador de choro Sergio Prata sobre show comemorativo - o primeiro de uma série que abrange ainda outras atrações -, com entrada franca, nesta segunda, 6 de junho, a partir das 19h, na Cobal Humaitá. Sergio faz parte de um ótimo conjunto, caracteristicamente chorão, o Sarau, nascido em 1996 e com um CD, "Cordas Novas", lançado três anos depois. Ilustrando musicalmente a referida mensagem dessa apresentação do Sarau (foto e "flyer" acima), ouve-se, no "link" seguinte - que dedico, especialmente, ao Sergio, também ligado ao Instituto Jacob do Bandolim -, uma gravação de 1960 do genial autor de "Assanhado" e "Doce de Coco", tocando a bela valsa "Caindo das Nuvens", do clarinetista indaiatubano Nabor Pires Camargo. 

       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
       Um  abraço,
 
       Gerdal
 
      http://www.youtube.com/watch?v=f3N59MiHBNQ
("Caindo das Nuvens")
 
No próximo dia 6 de junho, 2a-feira, o Conjunto SARAU, com Bruno Rian (bandolim), Aline Silveira (flauta), André Bellieny (violão sete cordas), Sergio Prata (cavaquinho) e Agenor do Pandeiro, abrirá as comemorações dos 15 anos do Espírito do Chopp/Cobal Humaitá.
 
A partir das 19 hs, com entrada franca, o SARAU receberá convidados para relembrar as animadas rodas de choro que realizou durante 11 anos aos domingos no Espírito/Cobal do Humaitá. 
 
Participações especiais de grandes nomes do chorinho: Déo Rian (bandolim), Alexandre Maionese(flauta), Leonardo Miranda(flauta) e Tiago Prata (violão sete cordas).
 
Na programação: Ernesto Nazareth, Callado, Chiquinha Gonzaga,Anacleto de Medeiros, Pixinguinha e Jacob do Bandolim. 
 
SARAU no Espirito do Chopp
6/6 - 2a. feira - 19 hs
Entrada Franca - Cobal do Humaitá

3.6.11

Companhia Estadual de Jazz se apresenta no Restaurante Vizta nesta sexta


A Companhia Estadual de Jazz (CEJ) na qual atua o baixista-humorista Reinaldo se apresenta hoje no novo point música ao vivo na zona sul : o Restaurante Vizta, no Hotel Marina Palace.
A estréia oficial vai ser nesta sexta, dia 3 de junho.
A CEJ vai contar com a participação especial do trompetista Guilherme Dias Gomes.
Hotel Marina Palace – Restaurante Vizta (Av. Delfim Moreira, 630  - Leblon – Rio de Janeiro)
Preço: R$ 25,00 (couvert artístico)
Horário: a partir de 21h30
Reservas: 2172-1089

J. T. Meirelles, "in memoriam", nesta sexta, na Sala Baden Powell: samba-jazz em novo som dos Copa 5



Falecido em 3 de junho de 2008, o carioca João Theodoro Meirelles imprimiu o seu nome na moderna história instrumental do país por meio da fusão do samba com o jazz - da qual foi um dos mentores -, gravando dois elepês consecutivos e marcantes, em 1964 e 1965, com o seu Copa 5, nesses idos, em "combos" quase inteiramente distintos entre si. Uno em ambos, no entanto, foi o alto gabarito d "O Som" (título do primeiro; "O Novo Som", do segundo), sustentado, além do soprista, na bolacha de estreia, por Luiz Carlos Vinhas (piano), Dom Um Romão (bateria), Pedro Paulo (trompete) e Manoel Gusmão (baixo) e, na segunda, por Eumir Deodato (piano), Edson Machado (bateria), Waltel Branco (guitarra), Roberto Menescal (violão) e, de novo, Manoel Gusmão ao baixo. Começando a sua atuação profissional aos 17, em companhia de João Donato, e, depois, em Sampa, tocando no conjunto do pianista Luiz Loy, J. T. Meirelles pôde fazer os referidos discos como queria, voltando ao Rio a convite do produtor Armando Pittigliani, da Philips, este sensível à grande repercussão que Meirelles obtivera ao assinar parte do arranjos (como o de "Mas Que Nada") de outro elepê icônico de um tempo musical em transformação: o primeiro do então chamado Jorge Ben ("Samba Esquema Novo", de 1963). Dedicou-se, mais adiante e por longos anos, à atividade de arranjador, na Odeon, e, só em 2002, pelo selo Dubas, do letrista Ronaldo Bastos, revisita-se, com um Copa 5 repaginado - Laércio de Freitas (piano), Robertinho Silva (bateria), Guilherme Dias Gomes (trompete) e Adriano Giffoni (baixo) - no CD "Samba Jazz!", com inéditas da sua autoria.
               Nesta sexta-feira, 3 de junho, às 20h, com outros rostos no Copa 5 e tendo o saxofonista e flautista Sérgio Galvão a "representá-lo", J. T. Meirelles é homenageado na Sala Baden Powell ("flyer" acima).  Um novo som para "aquele som".
               ***
 
Pós-escrito: a) dedico esta dica ao hoje - e há muitos anos - Dr..Pedro Paulo, da formação inicial dos Copa 5. Quando do lançamento do primeiro disco do conjunto, eu tinha 9 anos de idade e ele era meu vizinho de andar, "next door", morando com a mãe, a simpática e sorridente dona Ercília, num prédio do meu inesquecível Bairro de Fátima, no Centro do Rio, onde nasci e fui criado. Sem ter, então, naturalmente, noção da sua importância musical, ficou-me, com o passar dos anos, a lembrança daquela bonita sonoridade de trompete que o ainda estudante de Medicina extraía ao se exercitar, na sua casa, com o seu instrumento. Um sopro que, pela proximidade das áreas de serviço, chegava, de modo envolvente, ao apê que eu ocupava com a minha família, aos meus encantados ouvidos de criança;
                      b) nos "links" seguintes, 1) "Beco do Gusmão", de J. T. Meirelles, com ele, Laércio de Freitas, Adriano Giffoni, Robertinho Silva e Guilherme Dias Gomes tocando em estúdio; 2) "Quintessência", também de J. T., com ele, Rafael Vernet (piano). José Santa Roza (baixo), Rafael Barata (bateria) e, de novo, Guilherme Dias Gomes (trompete); 3) por Meirelles e seu conjunto, uma gravação de "Casa Forte", de Edu Lobo.  
       

                 http://www.youtube.com/watch?v=zOvv1ZJDZIU ("Beco do Gusmão")
 
                 http://www.youtube.com/watch?v=H89aKPA-tzE&feature=related ("Quintessência")
 
                 http://www.youtube.com/watch?v=I450psZNp3I&feature=related ("Casa Forte")       

2.6.11

Ricardo Pontes toca em trio nesta quinta em galeria de arte no Arpoador



Repasso acima "flyer" informativo de show que o amigo e grande músico de sopro Ricardo Pontes, muito bem acompanhado por Alfredo Cardim (piano) e Tony Botelho (contrabaixo), faz nesta quinta, 2 de junho, às 21h, no Arpoador. Boa música instrumental por quem sabe tocá-la e mostrá-la muito bem.
        Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal
 
Pós-escrito: no "link" seguinte, uma "jam", na extinta Modern Sound, em que Ricardo aparece na imagem com um executante "sui generis" e também grande, Paulo Russo, ao baixo, além de Alberto Chimelli, pianista, com o seu toque de classe, aveludado. 
 
        http://www.youtube.com/watch?v=SV5-DTkP2-A ("jam" com Ricardo Pontes, Alberto Chimelli e Paulo Russo).