31.7.10

Luís Filipe de Lima, Marcos Sacramento e Soraya Ravenle formam o Breque Moderno e lançam CD, neste sábado, em show no Rival


Faz tempo que, no auditório da Casa de Rui Barbosa, situada em lote de antiga chácara em Botafogo, ao ver um show do extinto grupo Diz Isso Cantando, de repertório voltado para pérolas dos nossos maiores nomes do samba, ouvi um inédito, benfeito e de letra engraçada, que me deliciou pela inteligência do palavreado latino utilizado, com expressões do mundo forense. Esse samba, "Águia de Haia", foi composto por Luís Filipe de Lima e Nei Lopes, este com formação em Direito, e poderia, a meu juízo, pela sua feitura e mérito, ter figurado entre as faixas do ótimo "Sincopando o Breque", que o próprio Nei gravou, em 1999, pela CPC-Umes. Encontrando o Luiz Filipe por uma ou duas vezes, pude manifestar-lhe o meu apreço especial por essa criação, que só ouvira uma vez, mas se fixara "ad aeternum" na minha lembrança. Estranhava por que um samba desse jaez não havia ainda chegado ao disco, até que, enfim, passados tantos anos, ei-lo gravado no CD "Breque Moderno", juntando-se a outros que, em show homônimo concebido e musicalmente dirigido pelo talentoso sete-cordas Luís Filipe, eram apresentados, quase sempre, em duetos, como "Tem Que Rebolar, sucesso de Cyro Monteiro, e "Samba Rasgado", da discografia de Carmen Miranda e também, em belo "remake", de Gal Costa.                 .      
         Luís Filipe, que herdou do pai - um grande ator já falecido, Luís de Lima - o gosto pela arte cênica e, como arranjador, fez há pouco notável trabalho no CD "Pimenteira", de Pedrinho Miranda, integra-se, no palco, ao Breque Moderno, de que ainda fazem parte Marcos Sacramento e Soraya Ravenle. Lembro-me do Marcos na seara do pop/rock, em início de carreira, como vocalista do Cão sem Dono, ele que há vários anos, reorientando-se artisticamente, firma-se, em cada disco ou show, como um grande cartaz da MPB, de memorável samba gravado ou cantado ao vivo, também homenageando Custódio Mesquita e Sinhô (neste, ao lado de Clara Sandroni), um cantor apreciado pela crítica especializada. Por seu turno, irmã de Ithamara Koorax, Soraya, cantora de formação inicial do Arranco de Varsóvia e conhecida na tevê como atriz, vem, igualmente, conquistando a simpatia dos críticos e o forte aplauso do público de teatro por causa de espetáculos muito bem-sucedidos, como os musicais "Dolores" e "Sassaricando". Sob a direção de Inez Viana, esses três, com o Breque Moderno, certamente estão tinindo e são grande recomendação para este sábado, último dia de julho, às 20h, no Rival ("flyer" acima).

Flagras Literários

30.7.10

Dica do Gerdal: Zelito Medeiros faz solo instrumental nesta sexta no TribOz - a hora feliz de um piano ao cair da tarde


 
O amigo Zelito Medeiros (em foto, acima, ao lado do flautista Kim Ribeiro), um pianista de mãos cheias de belas notas e acordes, o qual, em 2002, lançou um CD autoral bastante apreciado pela crítica, "Boa Notícia", apresenta-se, nesta sexta, 30 de julho, no "happy hour" do TribOz, tornando, com o seu talento e competência, esse momento, no aconchegante bar da Lapa, ainda mais risonho e agradável. Zelito, de inclinação jazzística, já passou por várias casas noturnas de prestígio no Rio, recomendado, no início da carreira, por ninguém menos que o saudoso Luizinho Eça. Grande Zelito!
       Ainda abaixo, além de vermos, num "link", o Zelito tocando com Guinga e Marcelo Bernardes - "Choro pro Zé", de Guinga - , repasso ao conhecimento de vocês o complemento da programação de hoje e a de amanhã do TribOz, que prima, desde a inauguração, especialmente, pela excelência do seu neon instrumental.
       ***


Nova sessão de jazz às sextas-feiras: TribOz Informal com  Zelito Medeiros, compositor e pianista, em uma sessão de piano solo a partir das 18h. O músico apresenta as diversas facetas do seu repertório, como o lado jazzístico em Brubeck e outros standards, choros modernos de César Camargo Mariano e Luiz Eça, e clássicos da MPB de Tom Jobim e Edu Lobo.    
Abertura da casa: 18h
Apresentação: 18h às 20h30
Couvert artístico: R$ 8,00





Sexta, 30 de julho
Duo Lapidusas-Rutigliano

Músicos argentinos, o pianista Pablo Lapidusas e o baterista e percussionista Roberto Rutigliano vem se apresentando em palcos de Buenos Aires e Rio de Janeiro. O repertório inclui música brasileira, jazz e música latina, dentro de uma estética de improviso e de música de câmera. O trio faz interpretações muito pessoais de Chet Baker, Luiz Bonfá, Chucho Valdez e Chico Buarque.

Pablo Lapidusas - piano, Roberto Rutigliano - bateria, Adrian Barbet - contrabaixo.


Apresentação: 21h à 1h
Couvert artístico: R$ 15,00 
____________________________


Sábado, 31 de julho
Paulo Russo convida Kiko Freitas e Hamleto Stamato

Em 30 anos de sólida carreira, o compositor, arranjador e contrabaixista, Paulo Russo, é um dos maiores nomes do instrumento no Brasil e no mundo. Ele convida dois grandes instrumentistas, Kiko Freitas e Hamleto Stamato, para uma apresentação imperdível e de rara criatividade. No repertório, Steps (Vitor Assis Brasil), Nardis (Miles Davis) e composições de Pauo Russo, como Jade visions.
Paulo Russo - contrabaixo, Kiko Freitas - bateria, Hamleto Stamato - piano.
Abertura da casa: 20h
Apresentação: 21h à 1h
Couvert artístico: R$ 20,00
TribOz - Centro Cultural Brasil-Austrália
www.triboz-rio.com
Rua Conde de Lages, 19 - Off-Lapa
Estacionamento rotativo na Rua Conde de Lages, 44 (R$ 5,00)
Informações e reservas: 2210 0366 - 9291 5942

http://www.myspace.com/zelitomedeiros
 
http://www.youtube.com/watch?v=Up_TVssVMcg 

Flagras Literários


Isto aqui está parecendo blogue de música.Um amigo meu do Pará me disse outro dia que gostou muito do blogue e não sabia que eu curtia tanto música. Disse a ele que a culpa é do Gerdal, que nos brinda com seus brilhantes textos sobre a boa música que rola em várias partes deste planeta chamado Brasil fora de mídia hegemônica.
É que também, por motivos simples de pura sobrevivência, não tenho tempo para escrever mais aquelas resenhas imensas, críticas de filmes, croniquetas, desenhar charges e otras cositas más. Não é que não tenha vontade, tenho mil idéias para escrever e desenhar, mas preciso estudar e uma pilha de livros me espera e mais um projeto que preciso destrinchar...entonces vou publicar aqui (e muitas vezes republicar) a minha série "Flagras literários". Enquanto isso reviro o baú, para ver se encontro mais desenhos. Tenho mais de 7 mil desenhos aqui em casa, alguns deles nem dá para escanear de tão grandes que são, mas a gente arranja um jeito. Por agora fiquem com os "flagras".

Dica do Gerdal: Francisco Araújo, mestre do violão brasileiro, faz pré-lançamento de CD, nesta sexta, no Palácio 9 de Julho, em Sampa


Não sei se ainda vai ao ar pelo Canal Rural (NET) ou algum outro, mas, durante dois anos, fui espectador assíduo de um ótimo programa das gêmeas ubaenses Célia e Celma, cantoras que, nessa atração, sempre entrevistavam grandes artistas, sobretudo da seara independente e regional, e, em duas ou três oportunidades, numa delas ao lado do excelente violeiro e compositor mineiro Chico Lobo, pude ver, com muita satisfação, o também simpático e excelente Francisco Araújo (foto acima) mostrando por que as suas cordas, tão brasileiras, são referência do nosso engenho violonístico até mesmo no exterior. Ex-aluno de violão de um parceiro de Garoto - José Alves da Silva, conhecido como Aymoré -, o cearense Francisco, nascido em Quitaiús - distrito de Lavras da Mangabeira -, é ainda historiador, professor e pesquisador de MPB. Sobre ele, redireciono texto abaixo de um importante e experiente compositor e multi-instrumentista maranhense, Ubiratan Sousa, amigo de longa data de Francisco e músico viva e sinceramente empenhado, no seu trabalho, na defesa e valorização da cultura nacional. Do Ubiratan recebi esta informação relevante, sobretudo para quem mora em Sampa e pode presenciar o seguinte evento: nesta sexta, 30 de julho, às 20h, haverá o coquetel de pré-lançamento do terceiro CD de Francisco Araujo, no Teatro da Assembleia Legislativa de São Paulo - Palácio 9 de Julho - Auditório Franco Montoro (Av. Pedro Álvares Cabral, 201 - Ibirapuera).   
      Abaixo, no segundo, terceiro e quarto "links", Francisco Araújo executa, de sua autoria, respectivamente, as belas composições "Frevo Capibano"; "Quando Havia Sertão" (imagem do programa "Viola, Minha Viola", da grande Inezita Barroso, na paulistana TV Cultura); e "Sertanejo Cidadão" (esta em parceria com Leo Nogueira, com inversão do título "Cidadão Sertanejo", de Luiz Gonzaga e João Silva). Ainda com ele ao violão, ouvem-se, no primeiro "link", a "Marcha do Marinheiro" e, no último "link", o choro "Caxinguelê", um clássico de Dilermando Reis.
    ***
 
A tempo: em "link" suplementar, para quem ainda não o conhece, vemos Ubiratan Sousa (no gogó e ao violão) defendendo seu belo "boi" "Tempo Certo", com o grupo Casinha da Roça, em vibrante participação como finalista do Festival dos Festivais, da TV Globo, em 1985. Apresentação de Nelson Motta e uma curiosidade: na primeira imagem dos músicos, em primeiro plano, surge, também no gogó, Tião Carvalho, outro maranhense de valor que se destacaria em trabalho solo, igualmente fundamentado na tradição do seu Estado, e, mais recentemente, com um ótimo CD lançado em memória do conterrâneo João do Vale: o "Tião Canta João".   
 
  
      http://www.youtube.com/watch?v=XRjYDtWZ-sk
 
      http://www.youtube.com/watch?v=JKAjBFUa9II&feature=related
 
      http://www.youtube.com/watch?v=4qRhJTbgqrY&feature=related
 
      http://www.youtube.com/watch?v=k6WobCab56g&feature=related
 
      http://www.youtube.com/watch?v=s6cF2MtyRnw&feature=related
 
      http://www.youtube.com/watch?v=4zLJU--Vf4g&feature=related  ("Tempo Certo")
 
    *****    
 
Prezados amigos.
Este é um convite irrecusável pra quem estiver em S.Paulo!
Este é um padre do violão que fez da sua vida um SACERDÓCIO!
Compositor e Arranjador pra violão, além de grande Violonista, com grande contribuição ao ensino deste instrumento!
Está escrevendo um livro  que será polêmico sobre o violão (nem sei se já terminou).
Vou lhes contar uma história: nos anos 80 a briga pelo pagamento de aluguel era braba, imobiliária correndo atrás da gente, com 3 meses de atraso, despejo marcado, etc, fome , e os agradecimentos a Deus quando o Programa Som Brasil nos chamava pra participar, e por 18 vezes este Programa ajudou a dar descanso às imobiliárias...rs...
Conheci o Francisco e nos tornamos amigos e a admiração mútua, tanto pelas propostas como pela luta pela sobrevivência, nos aproximava mais e mais...Um dia me deu a louca e falei a ele: vou produzir um Lp (não existia Cd e nem Pro-tools) com obras tuas e minhas, e que comporia uma Fantasia pra violão e Orquestra dedicada a ele que seria o solista e eu faria a percussão e regências e que gravaríamos.Ele riu e pensou que eu tava louco, não acreditou.Viajei pra S. Luís e prometi a ele trazer algo de lá, um presente. Quando voltei, nos encontramos no Ap. alugado onde eu residia.
Já havia composto a Fantasia, em 3 Movimentos, e peguei as partituras, pus num saco plástico e coloquei dentro do congelador. Ele tava curioso, esperando eu ter trazido a Obra e eu falei: trouxe um Kl de camarão graúdo, do bom, de lá de S.Luís e tá no congelador, pega lá. Ele ficou pra baixo, deprimido, e sua tristeza se estampava no rosto, pois esperava a Obra...Abriu o congelador e se surpreendeu, mas não acreditou que gravaríamos. Pedi que ele estudasse a Obra, marquei a data da gravação e ele sempre não acreditando, pois perguntava a si mesmo:como pode isso, ele não tem nem pro aluguel? rs... Só que ele esquecia que eu, mais do que ele, tinha vindo a este mundo pra amar e me dedicar à Música, ele não sabia que quantas vezes vendi violões,  cavaquinho, a roupa, carro, e até casa de Cohab que tinha em S.Luís pra realizar meus pequenos e humildes projetos musicais!
Gravamos e até no dia da gravação ele ainda pensava que eu estava  louco ou brincando, mas viu que era verdade e isso nos fez felizes e pudemos constatar que nada, abaixo de Deus, nos impede de realizar algo quando temos pensamentos positivos e denodo sobre o que queremos conseguir!
O lado "A" tem a "Fragmentos de Quinta Diminuta, fantasia pra violão e Orquestra, e o lado B tem 4 estudos pra violão do Francisco. A "Fragmentos" tem Francisco ao violão, Carrasqueira, à flauta, Gilson, ao oboé, Ronaldo e Bush, aos fagotes, Sérgio Burgani , ao clarinete, Giani Visoná, à viola, Iberê, ao cello, Ivan, ao contrabaixo, eu na percussão e regência, o Spalla da Orquestra Dacapo é Cláudio Cruz e tem a participação especial do Maestro Branco.
Estou anexando o I Movimento pra quem ainda não conhece e se houver alguém interessado eu enviarei os outros 2 Movimentos.
Abraços e felicidades  a todos, e divulguem este evento do Francisco, obrigado!
Ubiratan Sousa.

  
 
http://www.youtube.com/watch?v=vr7iEotW5mw&feature=related

(Francisco Araújo - depoimento e videoclipe)

COMPANHIA ESTADUAL DE JAZZ (CEJ)
NO DRINK CAFÉ HUMAITÁ: SEXTA, 30 DE JULHO - 20h.


A Companhia Estadual de Jazz é um quarteto com Fernando Clark na guitarra, Sergio Fayne 
no piano, Chico Pessanha na bateria e Reinaldo no contrabaixo. Como sempre, eles vão fazer um som baseado em samba-jazz, indo de de João Coltrane a John Donato, com o repertório todo passado no Samba-Jazzificator System...

DRINK CAFÉ HUMAITÁ - R. GENERAL DIONÍSIO,11 - BOTAFOGO - 20H. - TEL. 2527-2697
 

28.7.10

Colagem do fundo do baú: "Bandeira americana no estilo Jasper Johns interpretando os tempos antes de Obama"

Dica do Gerdal: Lúcio Alves é revivido na cena de "Enquanto a Vida Passa", nesta quarta e quinta, no Teatro Municipal Café Pequeno





 "Andam comentando por aí/coisas que eu não quis acreditar/deixe que eles falem por aí/essa gente gosta de falar..."   
              Houve quem comentasse, só pra chatear o cantor, que seu único sucesso na carreira tinha ocorrido, em 1963, com a gravação do comercial do Leite Glória, composto pelo "número um" do ramo, Miguel Gustavo. Uma blague, naturalmente, isso que "diziam por aí" - numa alusão ao "Dizem por Aí", de Manoel da Conceição e Alberto Paz, dos versos da epígrafe -, pois, embora esse dado seja um marco do nosso "jingle", até hoje assobiado, Lúcio Alves (foto acima) - mineiro da Zona da Mata, da "cinematográfica" cidade de Cataguases, e primo do jovem e talentoso pianista e compositor Marvio Ciribelli - não se virou nos 30 (segundos) da mensagem, apenas, mas foi muito além, sendo, a seu modo "cool", um antecipador da bossa nova e portador, pelo belo abaritonado, de uma das vozes mais atraentes do disco brasileiro de todos os tempos, como a de outro mineiro, esquecido, este de Curvelo, que lhe era bem próximo no seu círculo de amizades, Luiz Cláudio. Para que não se façam ideias erradas dele, pode-se observar que o sucesso até chegou cedo na atividade artística do Besouro (como Cyro Monteiro, por causa do timbre grave, o chamava), pois, em 1945, com 18 anos, Lúcio já lhe provava o gostinho com "Eu Quero um Samba", de Janet de Almeida (irmão prematuramente falecido do longevo Joel de Almeida) e Haroldo Barbosa, integrando um conjunto profissional que organizara aos dez anos, os Namorados da Lua. Ainda nesse conjunto, com idade adulterada no papel, Lúcio trabalharia no Cassino Atlântico, em Copacabana, onde brotaria seu grande sucesso como compositor, com retoques na letra por Haroldo Barbosa, lá encontrado por ele: "De Conversa em Conversa", prontamente levado ao giro de um 78 rpm, em 1946, pela cantora Isaurinha Garcia. Um caderno de notas desfolhado por algum aficionado da MPB poderá conduzir a outro registro bem-sucedido de Lúcio, "Joãozinho Boa-Pinta", dos anos 50, que remanescentes de sua "multidinha" de fãs - em contraste com as multidões de Orlando Silva -, certamente, sem alarido, curtiram na ocasião, um samba composto, novamente, por Haroldo Barbosa, desta vez com Geraldo Jacques. 
       Aos admiradores de Lúcio Alves, como eu, recomendo a leitura do fascículo 9 da série Coleção Folha - 50 Anos de Bossa Nova, em que, com o texto enxuto e bem articulado de sempre, o jornalista Ruy Castro passa em revista a rica trajetória desse também produtor musical em boates como a Le Bateau, nos anos 70, e, na mesma década, de programas importantes nas TVs Tupi e Educativa. Nessas páginas, Ruy explora, como fio condutor da narrativa, um pormenor de vulto no paralelo que faz entre Lúcio e Dick Farney (um dueto antológico na MPB, em 1954, com a gravação de "Tereza da Praia", de Tom Jobim e Billy Blanco): a malha do que chama de "espantosas coincidências" que ligam um ao outro, mortos, ambos, aos 66 anos (Dick, em 1987; Lúcio, em 1993) e do mesmo jeito, "tristes, esquecidos pelas gravadoras e afastados do público". 
       Nesta quarta e nesta quinta, 28 e 29 de julho, às 21h, no Leblon, no Teatro Municipal Café Pequeno (Av. Ataulfo de Paiva, 269 - tel.: 2294-4480), assim como nas demais quartas e quintas até 12 de agosto, Lúcio Alves é homenageado em "Enquanto a Vida Passa" (vídeo e "flyer" acima), com a cantora e atriz Andreia Carneiro, participação especial do ator André Poubel e valioso apoio instrumental do amigo violonista e baixista Célio Burlamaqui (que residiu por muitos anos em Lisboa), do trombonista Sylvio Barbosa, do baterista e percussionista Bonavita e do violonista e guitarrista Marquinho Roberto, também diretor musical. A direção do espetáculo está a cargo do seu autor, Renato Alvim, dividida com Alexandre Maguolo..
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 ***
 
Pós-escrito: nos "links" abaixo, 1) Lúcio Alves canta "Rio à Noite", de Renato Amorim e Sérgio Gomes, faixa do elepê "Cantando Depois do Sol", de 1961, da Philips, com arranjo do também esquecido Carlos Monteiro de Souza ; 2) um ano antes, em imagens da comédia "Marido de Mulher Boa", dirigida pelo iugoslavo J. B. Tanko e protagonizada pelo baiano criador de tipos Zé Trindade (que contracena com Isa Rodrigues, hoje no Retiro dos Artistas), Lúcio aparecia com um Caymmi na ponta da língua, o samba "A Vizinha do Lado"; 3) Lúcio Alves e Dick Farney (ao piano), num trecho de gravação de 1976, cantando "A Saudade Mata a Gente", de Braguinha e Antônio Almeida; 4) uma curiosidade: uma gravação de Lúcio Alves, feita em 1957, pelo selo Mocambo, de "Meu Violão Vai Me Acompanhar", samba-canção com melodia do maestro russo Georges Moran (que, por tocar balalaica, foi taxado de excêntrico, em 1934, quando chegou ao Brasil) e letra de um político e poeta muito lido, o acreano J. G. de Araújo Jorge.               
 
      http://il.youtube.com/watch?v=Ax-cjt2_P-Y&feature=related
 
      http://www.youtube.com/watch?v=_--r40ZNhIo
 
      http://www.youtube.com/watch?v=5YDBjnzK8Jk&feature=related

      http://www.jgaraujo.com.br/LP/Faixa8/meu-violao-vai-me-acompanhar.html
 
      http://www.youtube.com/watch?v=uRceeYj2-R8&feature=related (vídeo de "Enquanto a Vida Passa")

27.7.10

Ilustração do fundo do baú: "Línguas"

Piloto do filme sobre Amamentação


Minha amiga Marisa Furtado acaba de aprontar o piloto de cinco minutos de um filme-documentário-campanha sobre Amamentação. Tive o prazer de participar desse projeto com um cartum. É preciso ver até o final do filmete piloto para ver o meu cartum que Marisa animou de maneira superbacana.
Belo projeto Marisa, espero que seja um sucesso e ajude as mamães por esse Brasil a amamentar seus filhos, para que eles cresçam saudáveis e ganhem mais Copas do mundo.
NR:Marisa Furtado fez também um documentário sensacional sobre Will Eisner.
Veja o filme piloto de 5 minutos no seguinte link:http://www.youtube.com/watch?v=JesW4vLVVOA

Dica do Gerdal : Fátima Regina canta nesta terça em Copacabana e mostra por que a bossa nova é a sua praia musical


Cantora admirada por músicos e bastante identificada com a noite e o "jingle", neste campo atuando em campanhas de grandes empresas, a niteroiense Fátima Regina participa, nesta terça-feira, 27 de julho, às 20h, do Happy Bossa Jazz, no Ouro Verde Café (Av. Atlântica, 1.456 - tel.: 2275-4814), com o show "Minha Praia É a Bossa ("flyer" abaixo)..
            Fátima Regina divulga o seu mais recente CD,  também intitulado "Minha Praia É a Bossa", e destaco que, no anterior, "Mãos de Afeto", entre outras, faz uma magnífica interpretação da faixa-título, composta por Ivan Lins e Vítor Martins. Há pouco tempo, no mesmo local, na Princesinha do Mar, em encontro musical em homenagem a Durval Ferreira, deu um show de interpretação, revelando novamente a sua consabida intimidade com o balanço da bossa. Uma grande cantora, que não está nessa praia por acaso ou condescendência. É peixe dentro d`água na MPB - e desenvolto.
 ***
          Pós-escrito: no primeiro dos "links" abaixo, acompanhada pelo Dialeto Brasileiro, Fátima Regina faz lembrança suingada de "Os Grilos", composição de 1967 dos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle. No segundo, outro balanço gostoso com "Corrida de Jangada", também dos anos 60, de Edu Lobo e José Carlos Capinam. 

http://www.youtube.com/watch?v=LMjOz-kV1ow
 
http://www.youtube.com/watch?v=zraR8r5EO4I&feature=related

24.7.10

Dica do Gerdal :Leila Maria neste sábado no Lapinha - voz deslumbrante para eles e elas, elas e elas, eles e eles, "for all"



Solidária com o empenho pela emancipação sociopolítica da causa gay no país e, em seu bojo, pela livre expansão do afeto - é autora de "Beijar É Bom", um hino do movimento GLBTS, e dona de um disco já emblemático do idílio homossexual, o terceiro e mais recente na carreira, "Canções de Amor de Iguais", feito a partir de ideia original do jornalista Antônio Carlos Miguel -, a excelente cantora carioca Leila Maria (fotos acima) sobe ao palco do Lapinha neste sábado, 24 de julho, a partir das 22h30, para deslumbrar iguais e desiguais com o seu canto bonito e afinadíssimo, de muita nuança e suingue. Cantar é bom, e ouvir também o é, quando diante de uma intérprete com personalidade, que, além do cristal vocal e da qualidade técnica, faz de um jeito próprio de expressar letras e melodias um aliado substantivo da própria sensibilidade. Nela, salta aos olhos, ou melhor, aos ouvidos acentuada inclinação anglófila no repertório abraçado ao longo dos anos artísticos "on the (musical) road" - como no show "Billie, Ella e Eu" -, e isso tem uma explicação que vem da infância, ouvindo discos de jazz de um aficionado bem próximo - o seu pai, que foi da Marinha Mercante -, e também vem da idade adulta, atuando, com brilho e por muito tempo, como professora de inglês - ela que também já foi telefonista, como Leci Brandão, e, ainda a exemplo da filha de dona Lecy, nascida em Madureira. Também vem da infância a porção MPB do seu repertório, pois a mãe, ouvinte assídua de rádio nos tempos idos dos programas de auditório, é fã de Angela Maria e Dalva de Oliveira.   
       Para Mauro Ferreira, a grandeza do trinado de Leila Maria, com seu sotaque jazzístico, nada fica a dever a estrelas do pop-jazz, como a canadense Diana Krall, numa crítica, postada no seu blogue, ao supracitado disco, feito em 2007, três anos após o CD "Off Key", em que ela "gastou" o seu inglês impecável para cantar versões de clássicos da bossa nova. Leila, que atuou em formações jazzísticas com o pianista Osmar Milito e o recém-finado clarinetista Paulo Moura, canta nos "links" abaixo, em sequência, 1) "Madalena", de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza; 2) a cantiga de roda "Se Essa Rua Fosse Minha" e "O Quereres", de Caetano Veloso; 3) "Beijar É Bom"; 4) em inglês, "Samba de Verão", de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle. Na "diversidade" da música popular, eis aí uma cantora para todos de bom gosto.        
      Um bom sábado a todos. Grato pela atenção à dica.
 
      Um abraço,
 
      Gerdal         
 
A tempo: o Lapinha situa-se na Av. Mem de Sá, 82 - sobrado - na esquina com Rua do Lavradio (sobre o Belmonte) - tel.: 2507-3435.
            
        http://www.youtube.com/watch?v=FtZRwZzmJ38&feature=related
 
        http://www.youtube.com/watch?v=KM1GXMfIogw&feature=related
 
        http://www.youtube.com/watch?v=WAIQx0RmZbE&feature=related
 
        http://www.youtube.com/watch?v=BHtZs1Nu1Xo&feature=related

Ilustração do fundo do baú: "Chuva e pássaros"

23.7.10

Dica do Gerdal: Mu Chebabi diz coisa com coisa, nesta sexta, no Lapinha, em show de lançamento de CD


Ex-gerente de bufê na PUC-Rio, o boa-praça Alfredo José Murilo Chebabi, o Mu Chebabi (foto acima), figura engraçada de cantor, compositor e guitarrista, dá continuidade, hoje, 23 de julho, a partir das 22h30, à série de apresentações que vem fazendo, toda sexta deste mês, no Lapinha - Av. Mem de Sá, 82 - Lapa - tel.: 2507-3435. Ele, por muito tempo, foi diretor musical do programa "Casseta e Planeta, Urgente!", na TV Globo, e está com um novo CD na praça, "Uma Coisa É uma Coisa, Outra Coisa É Outra Coisa" - já lançado, no final do ano passado, no bar Onda Jazz, em Lisboa -, no qual se destaca a hilária "Beth Está Chegando", feita com Mano Melo ("link" abaixo), como no anterior, de 2001, já se destacava "Hoje Eu Quero Sair Só", gravada com sucesso por um dos parceiros nessa composição, o pernambucano Lenine (o outro é Caxa Aragão). Mu também é parceiro de Nico Rezende em "Rio da Negra" (repaginando a garota de Ipanema e que o tecladista gravou de modo bem dançante e suingado no CD "Paraíso Invisível") e pode ser ouvido, em outro "link" abaixo ("A Morena", também do novo disco) em gravação feita com Mombaça.          
         
         http://www.youtube.com/watch?v=bTeqfnMlVjc&feature=related
 
        http://www.youtube.com/watch?v=EefB72xvyeM
 
        http://www.youtube.com/watch?v=m63wWTdfF_w&feature=related   ("Hoje Eu Quero Sair Só", com Lenine)                            

A loja que virou suco


Antes de mais nada, quero me desculpar, pois ando com pouco tempo para escrever uma croniqueta e o que vai aqui nestas mal digitadas linhas é só um lamento breve.
Nesses tempos de grande avanço tecnológico, tenho certeza de que certos ganhos implicam em perdas irreparáveis, a maioria delas, afetivas.
O processamento digital das imagens tornou obsoletas as lojinhas de revelação de fotos, assim como a digitalização do som está liquidando as pequenas lojas de CDs.
Foi isso que aconteceu aqui no meu bairro. Bem que eu vi que a loja onde revelei fotos de minha família, nos últimos 30 anos, estava em obras. Distraído como sou naturalmente, pensei com meus botões que o pessoal, enfim, tinha resolvido fazer uma reforma: quem sabe uma nova pintura, novos armários, um balcão bacana... nem prestei atenção no que estava escrito numa placa pregada na frente da loja em obras. Só fui saber que ela tinha sido vendida, quando entrei num ônibus, num fim de tarde. Atravessei a roleta e lá do meio do veículo, ouvi a conversa de um passageiro com o motorista. Eles falavam sobre uma loja e uma moça que atendia ao balcão. O O passageiro disse emendando uma conversa que começara e que eu tinha perdido o fio.
- Pois é, vai virar uma lanchonete.
- Me disseram que vai ser um negócio que está na moda, é verdade? Perguntou o motorista.
- É isso mesmo, vai ser uma novidade no bairro. Já tem em Ipanema, no Leblon.Vai ser muito bom no verão, muito suco de fruta gelado com leite, acho que é um novo tipo de sorvete, vai ser um sucesso no calorão que vem aí!
- E a moça, o que aconteceu com ela, perdeu o emprego?
- A moça foi para casa , acho que arrumou outro trabalho...
-É, ela era gente boa, sangue bão!
...Aí o barulho do motor tornou o resto da conversa picada e em certos momentos inaudível. Ainda demorei alguns minutos para conseguir ligar as coisas: a imagem da loja toda escondida sob os tapumes, a placa que não li, a moça simpática, sempre com um sorriso nos lábios, que eu sabia que tinha um filho e cujo nome minha mulher conhecia, e o novo negócio de sucos que vai estourar na praça. Será que a moça arrumou emprego mesmo?
Confesso que fiquei muito triste, com o fim dessa loja, pois ela tinha um signficado especial para mim, era parte dos meus afetos. Senti, como se tivessem arrancado alguma coisa minha. Faz pouco tempo, eu tinha mandado revelar os filmes do casamento de meus filhos. Foi o mesmo lugar que me presenteou com as primeiras fotografias deles e que eu esperava, iria testemunhar o nascimento de meus netos.
O que vai acontecer daqui para a frente, a gente já sabe: Será inaugurado o novo negócio de sucos - vai atrair uma freguesia feliz e refrescada, e segundo o passageiro daquele ônibus, - vai ser o grande sucesso do verão que se aproxima. Em pouco tempo ninguém mais vai lembrar daquela loja de fotos que mostrava em sua vitrine as máquinas digitais que anunciavam sua liquidação. Ninguém vai mais lembrar do toldo que cobria sua entrada, do luminoso que anunciava seu nome . A loja estava tanto tempo ali, que parecia que fazia parte da paisagem, quase como algo natural. Seu desaparecimento parece uma espécie de aviso, uma metáfora cruel- o lugar que revelava as memórias fotográficas, as imagens das pessoas vai para o liquidificador da pós-modernidade.
Dessa maneira, o bairro se transforma , ganha uma cara nova e perde suas características, liquefazendo significados... Nada contra a loja de sucos, que seja bem vinda, mas sem a gente perceber, um pouco do nosso ser também se dilui nesse movimento renovador.

Dica do Gerdal:Rogério Bicudo e Lilian Vieira chegam da Holanda, onde moram, e fazem show de samba, nesta sexta, no Lapa Café



Vivendo na Holanda, mas, anualmente, revendo os amigos no Rio, o campista Rogério Bicudo, violonista e compositor, estudou na Escola de Música Villa-Lobos, depois com Odair Assad e, em 1982, em Madri, no Real Conservatorio, teve por mestres seguidores de Andrés Segovia. Como a nossa música popular nele sempre exerceu forte apelo, divulgou o samba em Ibiza por alguns verões e, no país de Rembrandt, formou o Choro Combinado, de livre trânsito pela pauta e composição inusitada para o gênero (violão, baixo, clarinete e violino), com o qual gravou dois ótimos CDs - "Sonoroso", em 1999, e "Curare", em 2001. Há quatro anos, também cantando, gravou outro ótimo CD, solo, "Solução", em que à faixa-título (do capixaba Raul Sampaio, ex-integrante do famoso Trio de Ouro e que conheceu Rogério ainda na infância deste) juntam-se sambas próprios e pepitas do ramo, dos anos 50 e 60. 
       Nesta sexta-feira, 23 de julho, às 20h, ele se apresenta no Lapa Café - Av. Gomes Freire, 453 (em frente à TV Brasil, ex-TV E) , tel.: 3971-6812 - com uma cantora bem interessante, Lilian Vieira, que, há 13 anos, também reside na Holanda e é um rosto bastante conhecido na Europa por integrar o conjunto Zuco 103 (juntamente com um baterista holandês, Stefan Kruger, e um tecladista alemão, Stefan Schimidt), que mistura samba, maracatu, pop e ingredientes eletrônicos, mais o baixo e a bateria, e, às vezes, faz shows acompanhado do Mestre Ambrósio ou do percussionista Marcos Suzano. Um conjunto formado há vários anos, quando ela, procedente de Teresópolis e ex-aluna de Enfermagem ainda no Brasil, estudou música e fez curso de canto na Universidade de Roterdã. Nos "links" abaixo, além dos "myspaces" dela e dela com Rogério Bicudo, vemos, pelo YouTube, em imagens geradas na Holanda, 1) Lilian cantando samba acompanhada do Cariopa, grupo de samba e choro de lá, integrado por estrangeiros apaixonados pela MPB; 2) ela cantando "Latin Lover", de João Bosco e Aldir Blanc; 3) ela cantando "Visgo de Jaca", de Rildo Hora e Sérgio Cabral; 4) Rogério Bicudo, na informalidade do Buteco do Brasil, em Haia, com seu violão, levando um belo samba próprio, "Lavradio 106"; 5) ele, mais uma vez, ao violão, tocando com o saxofonista sul-africano Sean Bergin.
                   
 
http://www.myspace.com/vieiraandbicudo
      
http://www.myspace.com/lilianvieiramusic  

    

http://www.youtube.com/watch?v=r-JVJVQLyR4
          
http://il.youtube.com/watch?v=z94U_CnQfgM&feature=related
            
http://il.youtube.com/watch?v=vk_0VuJQWNE&feature=related 
         
http://www.youtube.com/watch?v=jtzWJLzIp18&feature=related
         
http://www.youtube.com/watch?v=bCCm8p1zKi4&feature=related  

22.7.10

Ilustração do fundo do baú: "Tacones Lejanos"

Dica do Gerdal: Tania Malheiros ergue a voz para um brinde ao samba, nesta quinta, em show na Lapa


Com satisfação, repasso, abaixo, o recado de show no Niño de Artes Luiz Mendonça, na Lapa, nesta quinta e na seguinte, 22 e 29 de julho, às 20h, da amiga Tania Malheiros(flyer acima), jornalista premiada, que, há quase dez anos, vem desenvolvendo, como cantora, uma apreciada trajetória em defesa, especialmente, do samba na sua forma menos elaborada e mais espontânea, valorizando a lira dos chamados compositores de raiz. Ela, que em breve lançará o seu primeiro e caprichado CD, dá, também abaixo, duas pequenas mostras do seu valor cantando "Alguém Me Avisou", de Dona Ivone Lara, e "Eu Não Sou Daqui" ("Eu Sou de Niterói"), que - no caso desta última música - a hoje paquetaense Cristina Buarque já regravara, em 2000, no CD "Ganha-se Pouco, Mas É Divertido", da Jam Music. Tania, moradora no bairro de Noel Rosa, é natural da Cidade Sorriso, admiradora dos encantos do seu município de origem e, em particular, leva no gogó o supracitado samba de Ataulfo Alves e Wilson Batista (aliás, dois "cariocas" de Miraí e Campos dos Goytacazes, respectivamente) com justificado orgulho.
         
***      
 
            http://www.youtube.com/watch?v=D5qkFOgGh_0&feature=related  ("Alguém Me Avisou")
 
            http://www.youtube.com/watch?v=8H_t8qWGQlU&feature=related ("Eu Não Sou Daqui")
***
Tania Malheiros no show “Um brinde ao samba”
comemora mais um ano de carreira
 
           A cantora Tania Malheiros comemora nove anos de carreira com o show “Um Brinde ao Samba” nos próximos dias 22 e 29 (últimas quintas do mês), às 20h, no Niño de Artes Luiz Mendonça, na Praça João Pessoa, 2, na Lapa (na esquina da Av. Mem de Sá com a Av. Gomes Freire). No repertório, “Pelo Telefone” (Donga e Mauro de Almeida), “Gostoso Veneno” (Wilson Moreira e Nei Lopes), “Agoniza mas não morre” (Nelson Sargento), “Velho Batuqueiro” (Xangô da Mangueira), “Pra afastar a solidão” (Delcio Carvalho e Dona Ivone Lara), “O Escurinho” (Geraldo Pereira), marca registrada de Nadinho da Ilha, entre outros clássicos.  
          Nos dois shows de estréia na casa, ela canta em companhia dos músicos Rafael Lobo (violão/voz) e Buzunga (percussão/voz). No dia 22, o cavaquinho é de Leandro Samurai, e no dia 29, Wellington Monteiro. “Estou muito feliz por estar às vésperas dos 10 anos de carreira, me preparando para lançar meu primeiro CD, nos próximos meses, se Deus quiser”, comenta.
         Tania começou a cantar na infância, em Niterói, por influência do pai, o cavaquinista Mucio de Sá Malheiros, já falecido. “Com papai no cavaquinho, eu cantava nas rodas de samba no fundo de nosso quintal”, lembra. Formada em Jornalismo, voltou aos palcos no ano de 2.000, quando deu canja no Candongueiro (reduto de samba em Niterói) e no pagode da Tia Elza, no Jardim Botânico. Incentivada por amigos e sambistas, fez um ano de aula de canto com Glória Queiroz até o primeiro show no ano seguinte. E não parou mais. “Tenho sido muito ajudada por inúmeros amigos e amigas que vão a quase todos os meus shows e sem eles nada seria possível. Sou muito grata por isso”, comenta.
        No dia 30 (última sexta-feira do mês), ela leva “Um Brinde ao Samba” ao Velho Armazém (Av. Quintino Bocaiúva, 6), em São Francisco, Niterói, às 21h30, com Bruno Carvalho (violão 7 cordas), Wellington Monteiro (cavaquinho) e Santiago (percussão).

 
SERVIÇO 1
Dias 22 e 29 de julho – (QUINTAS) - às 20h
Niño de Artes Luiz Mendonça: Praça João Pessoa, 2, Lapa (esquina da Av. Mem de Sá com a Av. Gomes Freire), telefone: 2508-8217
Censura 18 anos.
Entrada: R$ 15,00
 SERVIÇO 2
Dia 30 de julho – (SEXTA) – às 21h30
Velho Armazém: Av. Quintino Bocaiúva, 6 – São Francisco, Niterói
Telefone: 2714-5424 – censura 18 anos.
Entrada: R$ 15,00

21.7.10

Dica do Gerdal: Chico Salles canta, nesta quarta, no Rio Scenarium, e divulga novo CD - o samba e o forró em fato bem consumado



"Por que você demorou a chegar/eu contei cada minuto/cada segundo é o fim do mundo/se você demora tanto/perco o encanto se você não vem/mas a solidão me inspira/eu canto quando não posso vê-la/como alcançar uma estrela..."
     
       
 
        Vencedor do Prêmio Sharp de Música, em 1998, na categoria Revelação Regional, com um excelente e hoje raro CD, "Viola Que Fala", o talentoso compositor e exímio violeiro Miltinho Edilberto ("fabuloso", segundo o saudoso mestre Paulo Moura) já seria, por si só, além do titular do CD, é claro, uma forte razão para sensibilizar o amante da boa MPB a comprar o "O Bicho Pega", do paraibano Chico Salles (foto acima), recém-lançado. Desse paulista de Mirandópolis, Chico, que cresce em relevância fonográfica a cada disco, fez, apoiado na sanfona e no arranjo delicadamente sedutor de Adelson Viana, uma regravação do belo xote "Como Alcançar uma Estrela" (dos versos acima) de prender a atenção e soltar a imaginação em rodopio romântico, numa empreitada também dançante à qual outras razões, personificadas por outros compositores, adicionam-se para uma audição muito prazerosa. Um grande CD, este do Chico, no qual a temperatura rítmica se eleva ao som de músicas de dois pernambucanos arretados, Maciel Melo ("Forró do Apagão", que Chico canta com Fagner) e Petrúcio Amorim ("Forró do Sapateiro"), e, em outras faixas, ainda de gente do Nordeste, destaca o curioso e cativante poeta e contador de "causos" Jessier Quirino (também paraibano e visto há pouco no programa de Rolando Boldrin, na TV Cultura) numa curiosa criação de título extenso e letra bem mais "expandida", "A Cumeeira de Aroeira Lá da Casa-Grande" (incrementada pelo duo com Alfredo Del-Penho), além do múltiplo barbudo Bule-Bule na esquentada - em melodia e verso - faixa-título ("bafo de boca não me intimida/cara feia não me assusta....se me faltar com respeito/o bicho pega"). Outro xote bem revisitado no CD, extraído do relicário vinílico de Jackson do Pandeiro, é "Nem Vem Que Não Tem", do veterano José Orlando e gravado em 1972, poucos anos após o sucesso de mesmo título de Wilson Simonal, este um hit da voga da pilantragem composto, aliás, pelo mentor dela, Carlos Imperial.
        Nascido em Sousa, hoje São Francisco do Chabocão, mas "carioca da clara" dentro do ovo do Rio de Janeiro há quarenta anos, está Chico Salles, como se dizia no tempo em aqui chegou, plenamente "inserido no contexto" da ambiência artístico-cultural da antiga capital do país. E, de tal forma, como observa Bráulio Tavares, outro paraibano de alto coturno e cordelista bem sextilhado como ele, no encarte de "O Bicho Pega", que "a temática e a gíria carioca se infiltram nos seus versos; que algo do jeito sincopado de cantar já está presente na sua performance como intérprete; e sambas autênticos já marcam presença no seu repertório". Cita Bráulio, como exemplo, o buliçoso "Não Vá Fazer", que ouvi imaginando - uma pena que não mais possível - um registro na velha bolacha por Jorge Veiga, que logo me pareceu, entre os intérpretes retrospectivos na história da MPB, o mais afinado com esse samba em estilo e divisão.. 
        Nesta quarta, 21 de julho, tendo como convidado Edu Krieger, o também engenheiro civil Chico Salles se apresenta no Rio Scenarium (Rua do Lavradio, 20 - Lapa - tel.: 3147-9005), a partir das 22h. Dele e do perspicaz Edu, ainda a propósito de "O Bicho Pega", é, cumulado de referências regionais, um baião primoroso, de ecos "gonzago-humbertianos", "Masculina": "Minha paixão verdadeira/meu xodó abençoado/que carrego pela vida/dentro do peito guardado/não é amor proibido/também não é escondido/é um fato consumado/ê masculina...ê masculina..." E que arranjo lindo do João Lyra!  
       

Ilustração do fundo do baú: "Estrada"

20.7.10

Ilustração do fundo do baú: "galera"

Homenagem do Gerdal: Stellinha Egg - uma voz de plenitude pela difusão do nosso folclore




"Dorme, meu bem/que é noite de paz/e tu em meus braços estás/deixa, meu bem/a calma envolver/teus olhos, teu corpo, teu ser/a noite vai e outro dia virá/mas, junto a ti, aqui me encontrará/dorme, meu bem/repousa em mim/teu sonho, teu mundo, teu fim"
 
 Cantora paranaense de projeção nacional, Stella Maria Egg, nascida em Curitiba em 18 de julho de 1914, começou a transformar-se em Stellinha Egg (fotos acima), uma das principais intérpretes do folclore nacional - ao lado de Inezita Barroso, Dilu Melo e Ely Camargo, por exemplo -, ainda na cidade natal, ao vencer, acompanhando-se ao violão, um concurso do gênero na Rádio Clube Paranaense. Na alvorada de 1941, após passagem por emissoras de rádio paulistanas, já se fazia conhecer pelo público da antiga capital federal, atuando com brilho na Tupi, por vezes em companhia de Dorival Caymmi (de quem gravaria, por exemplo, os batuques "A Lenda do Abaeté" e "Noite de Temporal" e Sílvio Caldas. Em 1950, outro galardão viria ao seu encontro em Araxá, cidade do Triângulo Mineiro, por ter sido eleita a nossa melhor cantora folclórica em especializado congresso internacional lá realizado, já casada, desde 1945, com o seu companheiro de todas as horas e arranjador de plantão permanente, Lindolpho Gaya, sete anos mais jovem que ela, um paulista de Itararé que conhecera ainda na Rádio Tupi de São Paulo. Do próprio Gaya, aliás, gravaria algumas composições, como a toada "Mais Ninguém" (parceria de Eme de Assis) e o samba-canção "Um Amor para Amar", e com ele, em decorrência de mais um prêmio na carreira, o de melhor disco de 1954, foi à Europa, em temporada por alguns países, fixando por algum tempo residência em Paris, onde, também com arranjos dele, gravou o longa-duração "Chants Folkloriques Brésiliens" e atuou no filme "Bela Aventura", calcado em motivos e temas brasileiros. Na primeira metade dos anos 60, apresentariam, nas TVs Rio e Continental, programa de música popular brasileira, por causa da qual percorreriam o Brasil, em meados da década seguinte, para divulgá-la, sobretudo em auditórios de universidades. 
        Stellinha Egg, que aos cinco anos já se apresentava em festas da igreja evangélica, gravou albuns temáticos, como "Vamos Todos Cirandar" (no primeiro dos "links" abaixo), com cantigas de roda, e "Modas e Modinhas", e, curiosamente, fez, em 1959, por estalo do capista César Villela, para um 78 rpm, a dupla caipira Mara e Cota, com a moderna Sylvinha Telles, outra contratada da Odeon, cantando em andamento de toada e com a gaiatice dos erres espichados nos versos,  "Eu Sei Que Vou Te Amar" e "Eu Não Existo sem Você", de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, bolacha remasterizada e inserida, em 2000, entre as faixas da caixa "Tom Jobim - Raros Compassos", da Revivendo. A introdução acima provém de "Canção de Ninar a Amada", de Reginaldo Bessa, música que Stellinha defendeu, em 1966, no I Festival Internacional da Canção Popular, da TV Rio, ela que, há dois anos, mereceu da niteroiense Ithamara Koorax uma vigorosa lembrança por meio do CD "Tributo à Stellinha Egg", o qual, além das citadas de Caymmi, traz, em particular, uma bela recriação de "Coco Peneruê", do exponencial paraense Waldemar Henrique. Nome de rua em Curitiba, no bairro Santa Felicidade, e também atriz e compositora - parceira de Luiz Gonzaga na rancheira "Toca, Sanfoneiro", que gravou em 1952 -, ela faleceu em 17 de junho de 1991, já afastada da atividade artística e ainda bastante amargurada com o passamento de Gaya, ocorrido quatro anos antes. 
        ***
 
Pós-escrito: no segundo "link" abaixo, além de várias imagens de Stellinha, um depoimento de seu irmão Arthur Egg.              
 
 
       http://www.solofondosdepantalla.com/ybnoA5JB0pCwt/Guilherme-Jabur-Mostra-LP-vamos-todos-cirandar-com-stellinha-egg-e-meninas-da-rua-lazaro-parte-4/
 
       http://www.youtube.com/watch?v=neZIFHmWOr4

19.7.10

Ilustração do fundo do baú: "Menina entre o anjinhos e o diabinhos"

Palmeiras e Botafogo só me dão alegrias


Acho que não são alegrias mas alergias. Meus times do coração ultimamente parecem perder e empatar com muita determinação. Voltou Felipão, e achei que a coisa iria endireitar, mas o Avaí é que saiu sorrindo hoje e o Botafogo com nosso Joel, de repente entrou numa de não ganhar mais e hoje não conseguiu arrancar nem uma pequena vitória sobre o Bugre, e olhe que jogava em casa - no "Engenhão" que vai acabar virando "Engenhoca".

17.7.10

Dica do Gerdal: Vidal Assis e Muiza Adnet cantam a música de Sidney Miller, neste sábado, na Tijuca, no show "Pede Passagem"



No primeiro dos "links" abaixo, pode-se ver a imagem histórica de Sidney Miller (foto acima) e Nara Leão defendendo, da lavra dele, "A Estrada e o Violeiro", em 1967, no III Festival de Música Popular Brasileira, na TV Record, uma composição muito bem regravada, há pouco, pelo conjunto mineiro Viola Urbana. Por ter levado ao disco, com frequência, músicas de Sidney e Chico Buarque - extraindo deles quase toda a substância do elepê "Vento de Maio", do mesmo ano -, ela acentuou na imprensa a observação de traços comuns a ambos os compositores, no plano artístico, sobretudo a inspiração acendrada e o reflexo desta em letras de elevada qualidade. Carioca de Santa Teresa e tímido como o então iniciante Chico ao mostrar a sua criação no palco, Sidney ganharia, em 1968, com a sua "Sem Assunto", interpretada por Cynara e Cybele, o I Festival de Música Popular de Juiz de Fora e diversificaria o sentido da sua produção, também voltada para o cinema (a trilha de "Os Senhores da Terra", por exemplo, longa de 1969 do amigo de infância Paulo Thiago) e para o teatro (em outro exemplo, a trilha de "Alice no País do Divino Maravilhoso", de 1970, feita em parceria com Sueli Costa). Morto em 16 de julho de 1980, ele é lembrado por um jovem talentoso, Vidal Assis, cantor, compositor e violonista, parceiro de Hermínio Bello de Carvalho e do bandolinista gaúcho Luis Barcelos, por exemplo, e pela cantora Muiza Adnet, irmã de Mário Adnet, entre outros musicais Adnet, e "crooner" da Orquestra Leviana. Neste sábado, 17 de julho, às 19h, fazem show no Centro Municipal de Referência da Música Carioca (flyer acima), a cujo roteiro decerto não faltarão títulos bem conhecidos da obra de Sidney, como os dos demais "links": 2)"É Isso Aí", samba regravado por Paula Lima e aqui ouvido na voz do próprio autor; 3) "Maria Joana", com Teresa Cristina, então "future maman" nas imagens do Youtube, acompanhada do Semente; 4) "Alô, Fevereiro!", com Roberta Sá cantando no Circo Voador; 5)  por último, imagens do universo infantil embaladas pelo canto suave de Nara Leão, em "O Circo", que, na abertura dos capítulos da novela "À Sombra dos Laranjais", da TV Globo, era ouvida por Marília Barbosa em marcante gravação.
           Um bom sábado a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
         *** 
 
        
http://www.youtube.com/watch?v=MsY0QsgTQyQ&feature=related
 
http://www.youtube.com/watch?v=f5B0YorimXE      
         
http://www.youtube.com/watch?v=kTONsE_uQP8&feature=related 
 
http://www.youtube.com/watch?v=jK45zOTxJfQ&feature=related
 
http://www.youtube.com/watch?v=CFKtWFodjqY

        
 
Ficha técnica:
Banda:
Muiza Adnet - voz
Vidal Assis - voz
Denize Rodrigues - sax tenor, sax soprano e flauta
Ítalo Simão - violão e arranjos
Sergio Castanheira - baixo
Antonio Neves - bateria
 
Direção Cênica: Inez Viana
Direção Musical: Ítalo Simão
Direção de Produção: Girassol Produções
Produção Executiva: Renata Borges

Concepção: Daniel e Jussie Caverna.

Ilustração do fundo do baú: "Carrão"


(Clique na imagem para ampliar e ver realmente o "Carrão")

16.7.10

Aviso aos Navegantes: Cancelado show de Fao Miranda

COMUNICADO

FAO MIRANDA

Show de Lançamento do EP “Polpa”

Devido às fortes chuvas que atingem Salvador, foi cancelado o show de lançamento do EP “Polpa”, de Fao Miranda, marcado para acontecer na Praça Tereza Batista, Pelourinho, 21h, hoje, dia 16 de julho. O show será transferido para nova data a ser comunicada em breve.

Dica do Gerdal: "É Batata!"- Tio Samba faz pré-lançamento de CD brasileiríssimo nesta sexta na Sala Baden Powell




Como consequência natural do êxito de suas apresentações, no ano passado, em homenagem ao centenário de nascimento de Carmen Miranda, a orquestra Tio Samba (fotos acima), uma "típica" do requebrado, faz nesta sexta-feira, 16 de julho, às 20h, na Sala Baden Powell - Av. Nossa Senhora de Copacabana, 360 - tel.: 2548-0421 -, um show de pré-lançamento do CD "É Batata!". De fato, podem apostar na qualidade desse trabalho - a que assisti, maravilhado, por duas vezes, no Centro Cultural Carioca -, o qual, na forma do disco, deverá chegar às lojas em outubro vindouro. Mesclando gemas mais e menos conhecidas do porta-joias canoro da Pequena Notável -  como "Camisa Listrada", do protético baiano Assis Valente, e "Cozinheira Grã-fina", do caricaturista cearense Sá Roris (esta também com ótima regravação do amigo mineiro Daltony Nóbrega, em duo com a conterrânea Maria Alcina - fotos acima -, no bem-humorado elepê "Cirrose", da RCA, que ele lançou em 1983) -, o jovem e bem capacitado conjunto traz essas preciosidades à nossa reaudição "com o frescor das músicas inéditas", segundo o jornalista especializado Sérgio Cabral, em um CD "brasileiríssimo do século XX!", observando ainda, com toda a razão, que, se bem tratada, "a boa música, tal qual o poeta, não é antiga nem moderna, é eterna". Por ampliação de sentido, o Tio Samba, com essa "bolacha", já se candidata à perenidade fonográfica. 
      ***
  
Pós-escrito: nos "links" abaixo, um "vídeo-release" da orquestra, seguido da chistosa "Cozinheira Grã-fina", com as cordas, os metais e a percussão do "ensemble" e a voz dos "crooners" Carlos Mauro e Simone Lial. No terceiro clique, também com o Tio Samba, uma outra engraçada, "Me Respeite, Ouviu?", do baterista Walfrido Silva (parceiro de Noel Rosa em "Vai Haver Barulho no Chatô", de Gadé em "Estão Batendo" e de Alcyr Pires Vermelho em "Tique-taque do Meu Coração", sucesso de Carmen).        
 
 
       http://il.youtube.com/watch?v=exDeQJmkqf4
 
       http://il.youtube.com/watch?v=9iZb6ME9j_w&feature=related
 
       http://il.youtube.com/watch?v=V75DrAjCZbg&feature=related 

Bola na rede do peixe - Palmeiras 2 a 1


Parece que a chegada do Felipão com seu eterno auxiliar Murtosa e seu bigode da sorte, botou um novo ânimo no time alviverde, agora é manter a forma. O grande gladiador Kleber retornou enfim e lutou como sempre, Everton fez um belíssimo gol e o Tinga fez sua estréia também balançando as redes com um gol que quase matou o jogo. Mas o respeitável Santos, mesmo com elenco meia-bomba, deu trabalho e quase empata no final da partida. O Palmeiras ainda está com aquele cacoete de deixar o adversário empatar (e até mesmo vencer) - a defesa parece que num determinado momento marca sempre uma tremenda bobeira, mas desta vez o relógio foi a favor do Palestra... mais um pouquinho e aquela defesa entrega o jogo. Felipão bota defesa nesse time! Ensina o pessoal a marcar, e o pessoal manter a bola no campo do adversário, tocar a bola, encerar o capotão.

Fao Miranda e o Show de Lançamento do EP "Polpa"


"Fao Miranda joga fora os rótulos e lança EP com frescor criativo e parceiros de peso. A música sem rótulos, que não se guia pela ditadura das massas - ou seja, pela nivelação por baixo – nem pelas tendências e hypes da hora, resiste em Salvador. Uma boa amostra está no EP Polpa. (...) Vale a pena conhecer o trabalho desta cantora ousada.”                                        
Chico Castro Jr. - A Tarde

Nesta sexta, dia 16 de julho, a cantora Fao Miranda sobe ao palco da Praça Tereza Batista, Pelourinho, às 21h, para lançar seu EP “Polpa”. Além das músicas que levaram o EP as top lists de rádios virtuais e sites do país, Fao reafirma a diversidade musical que tem permeado a sua carreira com um repertório ao mesmo tempo sofisticado e underground, acústico/eletrônico, mpb-funk-rock-trip-pop-jazz. O EP, fruto da premiação pelo edital de Apoio a Produção de Conteúdo Digital em Musica – FUNCEB, está disponível para download via internet no My Space da cantora (www.myspace.com/faomiranda).
 Fao Miranda, que prepara a sua estréia como atriz num espetáculo de Armindo Bião, “A Gente Canta Padilha”, onde também faz a preparação vocal do elenco, faz nesse show uma performance com o elenco da peça cantando uma ária da ópera “Carmen”, de Bizet. A noite será uma celebração com convidados que participaram da gravação do EP, Wo Drummond, a VJ Ana Paula Pessoa em performance low-tech  ‘Pinturas de Luz’ e o cantor Dão. 
O EP ‘Polpa’ (nome de uma das músicas do EP), que já estava tocando em varias radiosweb do Brasil e do mundo, agora também pode ser ouvido nas rádios locais e também em todas as rádios públicas do país através do programa Conexão Brasil. O EP contem quatro músicas, duas produzidas por Luciano Bahia (Polpa e Raio de Iansã) e duas por Letieres Leite (Objet Trouvé e Via Subalterna) em co-produção com Fao e Tadeu Mascarenhas. Em todas as faixas a marca da intérprete está presente, o que revela um trabalho autoral, mesmo ela não sendo compositora.
“O EP tem alguns aspectos conceituais, as letras transitam por um universo  urbano, hiper-moderno, mesmo quando  fala de um orixá (Raio de  Iansã)  ou faz referencia às idéias estéticas e sociais vanguardistas (Objet Trouvé, Via Subalterna)... tentei também  quebrar os padrões do “bel canto” privilegiando texturas, filigranas e ambientes vocais para cada musica..” , define Fao...
Neste show Fao Miranda é acompanhada pelos músicos Rain Rodrigues (guitarra), Bruno Aranha (teclados), Arturzinho Aguiar (contrabaixo) e João Góes (bateria) além de intervenções eletrônicas do parceiro Wo Drummond.
Serviço:
Show de Lançamento do EP “Polpa”
Fao Miranda
Praça Tereza Batista  - Pelourinho
16 de julho (sexta)  21 horas
entrada franca


http://www.myspace.com/faomiranda 

http://www.youtube.com/watch?v=lvIg5O4IqMI


http://palcomp3.com/faomiranda

http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=97240

http://fao-miranda.conexaovivo.com.br/

15.7.10

A volta do Palestrino


Acho que agora vai. Felipão voltou e vai ter que arrumar a casa. Não dá para esperar muito na sua estreia, ainda mais contra o Santos que mesmo desfalcado (sem Robinho e Ganso) vai dar trabalho e é o favorito. Mas, já é um bom começo - um técnico vencedor e que é a cara do Palestra. Voltarei a assistir aos jogos do alviverde.

Dica do Gerdal: Marcus Lima e Elisa Lucinda em show com interação poético-musical, nesta quinta, no Rival - ô danados!



Papa-prêmios em diversos festivais da canção popular pelo país, o talentoso Marcus Lima, cantor, compositor e violonista carioca, é grande atração desta quinta-feira, 15 de julho, no Rival ("flyer" e foto acima), às 19h30, em show compartilhado, além dos demais músicos, com a capixaba Elisa Lucinda. Parceiro, entre outros, de Sergio Natureza, Ivor Lancellotti e Márcio Proença, Marcus Lima tem três ótimos CDs gravados e lançados, o mais recente deles apenas com o seu nome na capa, produzido por João Carlos Carino e com participação especialíssima do fora-de-série Márcio Faraco, compositor gaúcho radicado na França. Ex-atacante do Vasco da Gama, com carreira no futebol interrompida em 1990, Marcus Lima estufa o barbante no campo da boa MPB, com esses discos show-de-bola. 
        Elisa Lucinda é um rosto bem conhecido em telenovelas, porém, mais que isso, é uma mulher de fibra e sensibilidade que também se faz notar como atriz no cinema e no teatro, destacando-se, em particular, como escritora de diversos livros editados, um dos quais com o selo de alta recomendação da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil), além de quatro CDs próprios de poesia. No show do Rival, ela e Marcus, qual um duo de trovadores modernos, expõem pelo canto e pela declamação defeitos e virtudes do comportamento nacional e a nossa forma de manifestar sentimentos e emoções no contato interpessoal. O título do show provém de cativante faixa do mais recente CD de Marcus, uma entre outras músicas de igual valor que ele e Elisa já compuseram. São danados.
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Pós-escrito: nos "links" abaixo, Marcus canta, de sua parceria com Sergio Natureza, "Mucama Morena"; 2) "Não Deixe o Rango Queimar", na parceria com Ivor Lancellotti e Márcio Proença; 3) o balanço gostoso de "Danada", acompanhado de Elisa Lucinda; 4) na balada, com a belíssima "No Retrovisor", mais uma parceria com Márcio Proença. 
       

     http://www.youtube.com/watch?v=Ip4DXDwZLXY
 
     http://www.youtube.com/watch?v=kj7t39e80Fo&NR=1
 
     http://www.youtube.com/watch?v=ETDpFVf73ZY&feature=related
 
     http://www.youtube.com/watch?v=K8yPycMvVIY 
 
      
www.marcuslima.com.br
www.myspace.com/marclima
www.facebook.com/marcuslimarj
www.twiter.com/MarcusLimaRJ

Ilustração: Retrato do Pequeno Príncipe quando jovem


Não tenho idéia da função desta ilustração no mundo do papel impresso. Mas era sobre o "Pequeno Príncipe", um livro muito citado por misses no século passado.

Dica do Gerdal:Dorina convida Chico Salles, nesta quinta, para show no Carioca da Gema - o bicho pega, no bom sentido, ao apito do samba



Mais do que a revelação do samba de 1996, com o Prêmio Sharp conquistado pelo CD "Eu Canto Samba", Adorina Guimarães Barros, ou simplesmente a Dorina dos sambas de Almir e de tantos outros bambas da chamada raiz, é hoje a confirmação plena de uma cantora que, nascida e criada no Irajá, não apenas trilha com coerência e fulgor um caminho de propagação do samba de extração popular, como também, pela origem "suburbanista", translada para os seus discos todo o sentimento e despojamento daquela gente humilde, de casas simples com cadeiras na calçada, porém com vontade de cantar o que a rodeia, plena de afeto e camaradagem. Se a toda hora rola uma história, com Dorina tem mais samba, sempre, onde quer que se apresente, samba de fé ainda cultivada no bem-sucedido programa que comanda, há tempos, à tarde, na Nacional, "Dorina Ponto Samba", assessorada pelo admirável Rubem Confete e seu saber enciclopédico do meio, uma atração do rádio à qual vão convidados de gerações e estilos distintos no gênero, como João Donato, Toninho Geraes, Edu Krieger e Weber Werneck, este o simpático "Maravilha Negra" da Zona Oeste, outro cantor "suburbanista" de linha e cintilação.    
       Dorina recebe nesta quinta-feira, 15 de julho, em "Brasileirice", a partir das 21h30, no Carioca da Gema, o querido amigo Chico Salles (foto e "flyer" acima), um paraibano batalhador, inspirado, desenvolto no forró e no samba, além de cordelista premiado. Com ótimo CD recém-lançado, "O Bicho Pega", de arranjos feitos por dois craques - João Lyra, violonista, e Adelson Viana, sanfoneiro -, ele também pode ser visto aos sábados, pouco depois do meio-dia, na pracinha da Rua General Glicério, em Laranjeiras, substituindo, como atração local, o conjunto Choro na Feira. Nos "links" seguintes, vemos Dorina evocando o saudoso Luiz Bandeira em "O Apito no Samba", composto em parceria com Luiz Antônio e grande sucesso, de 1958, de Marlene. Logo após, no segundo clique, Dorina, com Almir Guineto, canta outros dois grandes sucessos, "Porta Aberta" e "Os Amantes", juntamente com o autor, Luiz Ayrão.  .
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        http://www.youtube.com/watch?v=AUzMOZuiQZ8&feature=related
 
        http://www.youtube.com/watch?v=y26zNAYzgfg     

Dica do Gerdal:Joana Duah e Baião de 5 fazem a delícia musical das noites de quinta, neste mês de julho, no Lapinha



Brasiliense nascida em 1975 e surgida artisticamente, em 1994, na cena pop da cidade natal como vocalista e percussionista do conjunto Maskavo Roots - sendo, então, Joana Lewis, depois trocado por Joana Santos quando de sua participação em outra banda do gênero, Beto Só e os Solitários Incríveis -, a ótima Joana Duah é a convidada especial da temporada de shows do Baião de 5, conjunto liderado pelo pianista e arranjador Fernando Merlino, no Lapinha ("flyer" e foto abaixo), toda quinta-feira deste mês de julho, a partir das 20h30. Certamente ela cantará músicas do primeiro CD solo,"Dá Licença", também ótimo, no qual se consolida a guinada na carreira em favor da MPB, em particular do samba, feita há tempos, desde quando morou em Nova York, por cinco anos, graduando-se, em 2001, em Artes e Performance Musical, na New School University. Antes de retornar ao Brasil, ela pesquisou muita MPB, que, paralelamente ao curso, cantava na noite, acompanhada especialmente por brasileiros lá radicados, como o guitarrista Romero Lubambo, o saxofonista Leo Gandelman e o baterista Paulo Braga..
       À frente de um conjunto que reunia conterrâneos, além de suíços, cubanos e norte-americanos, Joana cantou a nossa música popular, ainda em 2002, em Hong Kong, e, já morando no Rio, em 2005, juntou-se em show, no Clube Democráticos, a outros brasilienses talentosos, então recém-chegados e igualmente muito bem-vindos. Eram os do Centro-Oeste que vinham, numa horda de destacados instrumentistas que ainda englobava Daniel Santiago (guitarrista, seu marido), Hamílton de Holanda (bandolinista), Rogério Caetano (sete-cordas), Gabriel Grossi (gaita), Erivelton Silva (bateria) e Amoy Ribas (percussão). Esteve em Brasília, em 2008, apresentando-se com o grande cantor, compositor e violonista varginhense Sérgio Santos no prestigiado Feitiço Mineiro, após ter sido, um ano antes, finalista do II Jovens Bambas do Velho Samba - vencido nessa edição pelas revelações Manu Santos e Aline Calixto -, importante concurso de geração de talentos promovido pelo Carioca da Gema, no Rio, onde, pouco antes, ainda em 2007, Joana atuaria em "Lapa, Um Musical", no Teatro Glauce Rocha, sob a direção de Norma Marcelino Crespo. O "Dá Licença", com cujas faixas já tive chance de me deliciar, teve pré-lançamento em outubro do ano passado, em Brasília, em show com presença de João Bosco, e nele destacam-se tanto regravações, como "Perfume de Cebola", de Filó Machado e Cacaso", "Tiro Cruzado", de Nelson Angelo e Márcio Borges, e "Mambembe", de Chico Buarque", como canções de safra recentíssima, como "Essa Não", de Giana Viscardi e Michael Ruzitschka, "Tranqueira", de Tó Brandileone e Vinicius Calderoni, e a faixa-título, de Dani Gurgel, Débora Gurgel e Thiago Rabello. Dani Gurgel, por exemplo, lançou há um ano e meio, o atraente e bem suingado CD "Nosso", distribuído pela Tratore, e é um nome que se junta aos dos outros jovens citados, todos paulistanos, numa turma que desponta com brilho para a boa MPB. Nesse sentido, eles e Joana Duah estão, portanto, de braços dados.
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Pós-escrito: 1) nos "links" abaixo, Joana Duah, em imagens "cinema-novistas", exercita-se na instigante "Linha de Passe", de João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio, acompanhada ao violão por Daniel Santiago; em seguida, em outras imagens, na companhia do Baião de 5, canta a supracitada "Perfume de Cebola";
                  2) O Lapinha situa-se na Av. Mem de Sá, 82 - sobrado - esquina com Rua do Lavradio. Tel.: 2507-3435.   
 
 
         http://www.youtube.com/watch?v=AEsGvkVZTrM&feature=related
 
         http://www.youtube.com/watch?v=0ABEdJjeKV4