UM ENIGMA
"SEMPRE é raro achar - diz Dom Salomão Zebral-
pArte de idéia, até no verso mais profundo.
AtRavés do que é leve e fácil ver-lhe (qual
olhAndo por chapéu de Napoles) o fundo.
Tal cHapéu será o nada? E há damos para usá-lo!
E aindA pesa mais que um teu poema , E o Petrarca
tolo, peNugem vã de mocho, que a um abalo
torveliNha, a esvoaçar, enquanto o olhar o abarca!"
Ninharia Assim é - por certo Salomão
fez bem o juLgamento - é bolha de sabão
efêmera, em gEral fugaz e transparente.
Aqui, porém , LeWis, querida, podes crê-lo,
opacos, imortaIs, são os meus versos, pelo nome lindo que eSconde o poema - e está presente.
(Poema de Edgar Allan Poe em Ficção Completa, Poesia & Ensaios - Editora Nova Aguilar S.A. - Os poemas foram organizados, traduzidos e anotados por Oscar Mendes com a colaboração de Milton Amado - Ilustrações de Eugênio Hirsch e Augusto Iriarte Gironaz)
Nota da Redação: O nome de SARAH ANNA LEWIS neste soneto se encontra em acróstico - é só seguir os itálicos -eis o enigma que o poeta dedica à moça. Quem diria, Poe, um romântico!
22.1.08
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2 comentários:
Fausto Wolff falava de Poe e Mozart mortos na sarjeta, Van Gogh ... zé
O Grande Lobo sabe que a literatura leva o cara para uma feliz dureza.
Ossos do santo ofício.
Um abraço
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