31.1.08

Fragmento do dia - Leminski na IMÃ


"Poema" de Paulo Leminski publicado na revista IMÃ editada em 1989/90 entre Vitória e Rio de Janeiro por Sandra Medeiros com Edição Gráfica comandada por ela e Ivan Alves - as ilustrações foram feitas por este blogueiro que vos fala e Barrão.
Nota da Redação: Tenho insistido com Sandra para lançar a IMÃ virtual, mas até o momento acredito que ela ainda defende o papel como suporte do verso. E isso pode ser uma mentira minha...ou não.

5 comentários:

ze disse...

acho que ele quis dizer que a chuva é enviada. a chuva enquanto presente e benção, dom: basta pensar na fonte da nossa energia mesma e nas plantações e na pecuária extensiva; sem chuva e s. Pedro (que não estava do lado do FH, vide Apagão) nada existe. quando carta vira orvalho de maná.

LIBERATI disse...

Mil interpretações existirão meu caro Zé sobre estas poucas linhas do Leminski. A gente é assim mesmo, lendo atrás das linhas coisas ocultas, arcaicas, raízes do verso. "O que mandou?" pode querer dizer "Quem mandou você escrever numa época de chuva" E a chuva aí seria metafórica? E se não deu para ler porque a chuva molhou a tinta e não era de esferográfica, pois esta não sai e tem por nome bolígrafo tanto em Havana como em Santiago de Cuba e eu fiquei devendo a um homem de uma só mão que me vendeu um livro sobre a história da ilha até o "triunfo da Revolução" como eles designam a época em que Fidel e seus companheiros tomaram a cidade que antes teve uma muralha e suas portas e foi muitas vezes invadida e os furacões, ciclóns que vivem a perturbar a vida dos cubanos...bem aí foi a carta de Leminski parar no Malecón, levada pelo vento que vem do Golfo se arrastou até uma poça de água salgada...Peraí que o bloco tá na rua e lá vou eu Zé, inté mais...
Um abraço

ze disse...

uma cidade com muros e portões que apontam para os cardeais pontos, não se encontra com facilidade. vc já falou nisto como costume espanhol: sábia gente. Para cada ponto uma casta, raça, no sentido antigo da sociologia.

LIBERATI disse...

Caro Zé, cidades espanholas, planejadas desde a Plaza de Armas até a menor ruela. Os espanhóis tinham um plano de colonização. Um modelo. Que disse isso foi o grande Sérgio Buarque de Holanda. Lisboa tem uma cidade moura invisível dentro dela e estou descobrindo com Saramago - ela foi um dia visível com seu almuadem acordando o seu pessoal para orar.Isso está no livro História do Cerco de Lisboa. Neste livro, além da história que é muito criativa tem o maravilhoso domínio da língua portuguesa (de Portugal- conforme determinação do seu autor) e como é bonita quando bem escrita. Grande Saramago, e tem gente que não considera ele um dos maiores escritores da literatura mundial. Abram os olhos. Cuidado com cegueira!
Um abraço

ze disse...

Li a história do cerco de Lisboa primeiro em Alexandre Herculano, historiador grande português do séc. XIX: Saramago reconta com jeito moderno. A União Ibérica. 'Hiber' aí tem sentido de Oeste se não me engano: há um quê de Hebreu. Com trocadilho em hebraico.