11.2.08

Fragmento do dia (12/jan)- Jules Feiffer

"Jimmy vai acampar com o pai. Não na vida real; esta é uma história em quadrinhos. O pai de Jimmy usa um chapéu de abas largas e copa achatada e uma jaqueta safári com os bolsos para colocar tudo: um mapa, uma bússula, uma lanterna, anzóis. Dojeito como Jimmy o deenha, ele se parece com Indiana Jones.
O pai de Jimmy é um grande conhecedor de floresta. Não na vida real, mas na história em quadrinhos. Ele vai guiando Jimmy pela mata adentro com leves toques no ombro. Quando ele toca no ombro esquerdo, Jimmy segue para a esquerda; quando toca no ombro direito, Jimmy segue para a direita. Os toques do pai tranqüilizam Jimmy. É uma floresta que tem ursos. E também cobras. "Vai indo bem, filhão", diz o pai, que não é de falar muito."
(Abertura de O Homem no Teto de Jules Feiffer - Cia das Letras - Tradução de Carlos Sussekind)
Nota da Redação - Este livro tem o texto e o desenho maravilhoso de Jules Feiffer. Ele que começou a trabalhar nessa arte seqüencial com o fabuloso criador de Spirit, Will Eisner e se transformou num ácido chargista, quadrinista de primeira e inspirado roteirista de cinema, por exemplo, escreveu o roteiro do filme "Pequenos Assassinatos" que é uma obra prima.

2 comentários:

ze disse...

pois é, então tem uma arte seqüencial com o texto ? fiquei impressionado com o livro de Lendas Japonesas, Williston, Ed. McNally, com desenhos de Sanchi Ogawa, 1930. as lendas e os desenhos impressionam igual. Spirit .

LIBERATI disse...

Arte sequencial é coisa muito difícil caro zé, é arte nobre, mas corre o risco de empobrecer certos textos quando produzidos em série como na fábrica. Mas produz obras geniais. Tenho um receio quanto à adaptação de certos temas pelas HQ, pois no texto original há sempre a porta mágica para a imaginação do leitor criar junto com o escritor as imagens da história. Quando ela já vem pronta, cria-se um modelo, um padrão - fecha-se a porta da imaginação. Quem a abrirá?
Grande abraço