10.9.08

Se é, sai - Maiami!


Gosto das séries CSI, pelo menos das que eu conheço de perto pela TV Record. A de Miami chefiada por Horatio Caine ( interpretada pelo sutil canastrão David Caruso e seus óculos escuros, que ele sempre tira para soltar frases de efeito que brilham como pérolas na telinha) é muito boa, a música de abertura do the Who é sensacional e a equipe trabalha numa sintonia fina. A de Las Vegas, nem se fala. É um caso para estudo. Também tem música do the Who e a a turma do esquisitão Gil Grissom (magnificamente interpretada por William Petersen) é do barulho. Uma pena que a equipe nos capítulos que passam na Net está se dissolvendo com a saída de Jorga Fox (que faz Sara Sidle) e parece que com morte de Warrick Brown ( interpretado por Gary Dourdan), pelo que tenho lido por aí. Curto demais o Dr. House e sua postura politicamente incorreta. Médico bonzinho é o ....(impublicável)
Gosto também das séries que passam no SBT: "Arquivo Morto" é sublime, "Desaparecidos" idem e tem também a "Paranormal" com aquela linda mulher que é a Patrícia Arquete. Uma pena que "O Vidente" (baseado no livro sensacional de Stephen King "Dead Zone") foi jogado na lata do lixo da emissora do senhor Abravanel. "Sobrenatural" é muito ruim...Uma pena também que o senhor Silvio Santos mande repetir episódios antigos e não renova as latas da casa.
Explico porque não tenho Net em casa. Primeiro porque está muito cara. É um absurdo pagar uma taxa tão alta para ter acesso a 80 canais que muitas vezes não veiculam nada de interessante. No mundo todo a TV paga é mais barata.
Mas não quero iniciar essa discussão. Só um motivo bem particular me mantém afastado dessa cornucópia de "dolce far niente" que é a Net: a necessidade de estudar. Pois sou fanático por TV e ficaria horas vendo qualquer bobagem , e bota bobagem nisso, que pintasse na telinha. Se não fosse a pilha de livros que preciso ler, eu iria me dedicar de corpo e alma a assistir inclusive a programação da TV italiana e a espanhola, que dizem que é o fino em matéria de criatividade.
Desviei do assunto deveras. O que me faz escrever estas mal traçadas é o exagero que os roteiristas cometeram no episódio de ontem de CSI Miami. Viajaram na maionese, legal! (Vi o programa na TV Record, no Rio de Janeiro).
O absurdo começa com a médica-legista da equipe de Caine identificando uma "epicondilite" (mal do tenista) num pedaço de braço( imediatamente identificado como sendo de uma adolescente) encontrado num gramado. Depois Horatio, com aquele ar displicente, tira de dentro do referido pedaço de braço, um dente, que mais tarde será identifido como sendo de um crocodilo americano. Este achado fenomenal acontece por uma feliz coincidência: um especialista no estudo desse animal está na Flórida gravando um documentário e é amigo de um membro da equipe de Caine. Ele informa que existem 3 mil crocodilos desse tipo em Miami , e eles milagrosamente estão "marcados" com um "chip" pelo pessoal do controle ambiental e esse "chip"pode ser detectado com uma geringonça tecnológica que sempre mostra que o crime não compensa( com pinça?) E não é que eles conseguem achar o dentuço, naquele pântano deles! Mas a maionese não para aí - Eles fazem uma lavagem no estômago do bicho, já que ele está em extinção e não pode ser abatido para ser periciado. Botam então um cano do tipo Tigre bitola larga na boca do infeliz e jogam água com uma mangueira dentro dele. No refluxo sai uma quantidade enorme de coisas. peixes, parafusos e finalmente o que todos esperavam, um pedaço substancial da adolescente - seu pé, de tênis e tudo, e mais, aparece um tal de fio verde que serviu para (segundo as deduções do brilhante Horatio) amarrá-la, antes do assassinato e devoração crocodílica. Observe-se que o dito fio já tinha sido encontrado na maleta do professor de tênis da menina e servia para consertar a fiação das raquetes.
Peraí, já é abusar da inteligência do telespectador e da convenção que o leva a acreditar em histórias para boi dormir!
Só posso explicar este exagero dos roteiristas pela pressão que sofrem para produzir rapidamente para uma máquina infernal que funciona a mil por hora. Um esquema fordista deve funcionar nessas equipes de criação. E como se trata de uma série que pega pelos em ovos, qualquer coisa serve como evidência.
(Esta crítica foi escrita muito depressa, depois que perdi o original devido a um apagão doméstico causado por um chuveiro elétrico que esquenta demais- Por essas e outras, os erros que cometi no texto serão corrigidos no andar da carruagem)

7 comentários:

TS disse...

Não fale mal do meu ruivaço ítalo-americano! Tudo bem, o vocabulário dele tem no máximo 20 palavras: ele nem precisava abrir a boca.

Afinal, ele fez "escola dramática" no "NEW YORK contra o crime" como um guardinha daquele delegado gritão, baixinho, careca, barrigudo e c/ mal-hálito.

Aliás, outro dia assisti um filme do Caruso contracenando c/ Chaz Palminteri... óia, a cena em q ele fica "sem mãos" na gostosona é de matar de rir: foi a cena erótica mais desengonçada q já vi.

A favor do CSI Miami, vc não comentou o principal: o tratamento fotográfico da série. Cores saturadas, brilhos q fazem vc querer uns óculos rayban e ficar de lado c/ as mãos na cintura e rezar pelas vítimas como faz o "H".

O CSI Las Vegas prima pela tecnologia e por estórias q mostram como encontrar o assassino através do DNA de uma pobre minhoca na caca pisada pelo tênis levada por um formigueiro!
O episódio escrito e dirigido por TARANTINO foi pior q este do "pé" do seu txt.

COLD CASE é um primor c/aquela investigadora de cara ingênua: parece um cromo de "Peter, Paul and Mary" dos sixties years... c/ canções piegas no fecho de cada estória.

Sem "Daumbailó", roteiro sofisticado é o "LAW AND ORDER" c/ outro ítalo-americano, Vincent D'Onofre no papel de Robert Goren: o detetive mais inteligente e culto de todos; ele discute Shakespeare, conhece todos os termos médicos e a legislação de TODOS os estados americanos.

O CSI N.York é o insosso Gary Sinise (outro ítalo!)c/ a grega bonitinha Kanakaredes: esta série é fraca. A cidade não tem apelo e mto menos a equipe.

Without a Trace (c/ outro ítalo!) decaiu no fim.

Não conheço Dr.House. Ele tb é ítalo?
Bye-bye.

LIBERATI disse...

Querida Tinê, Dr. House não é interpretado por um ítalo-americano. Ele é inglês,seu nome é Hugh Laurie e pasme, é formado em antropologia e escreve de vez em quando no The Daily Telegraph. É o personagem mais politicamente incorreto da TV. É um chefe nada ortodoxo de uma equipe de diagnósticos que sofre nas mãos dele. É irônico, sarcástico, não acredita nos pacientes pois tem certeza de que estão sempre mentindo. Tem um problema que parece ser algo como uma paralisia muscular na perna, sofre dores que não sabe se são reais ou seu cérebro que produziu, mas é viciado em "vicodin" , uma espécie de analgésico potente. É tão sacana que enfiou um termômetro no fiofó de um tira durão e quase se estrepa, ou se estrepou, pois a série da TV aberta pula capítulos, ou eu que pulei o capítulo em que ele se ferra, pois o policial o persegue em várias áreas e descobre que ele surrupiou o receituário de seu melhor amigo, o oncologista do Hospital e falsificou a assinatura.Algumas informações desse comentário eu peguei acho que site oficial da série.
Ele começou como comediante e acho que andou pelo Brasil, li isso não sei aonde. O cara é engraçado
Quanto ao Caruso, gosto dele, mas nesse CSI Miami ele está muito canastra, naquelas cenas em que tira os óculos, põe a mão na cintura e fala obviedades. O de Vegas é legal por causa do Grissom, ele é esquisitão, a equipe era sensacional com a musa Jorja Fox e aquela loiraça satanás ( esqueci o nome dela) que antes de ser perita foi striper, o Warrick (é assim que se escreve?) que foi viciado em jogo, enfim, uma série muito interessante. Você tem razão a luz e a cor em CSI Miami é chocante, muito legal. Me lembra a luz de Havana, aquele céu, os contrastes, é tudo muito perto alí, é quase como Rio - Niterói, acho que até dá pra fazer uma ponte Havana- Miami. Aqui no Rio temos a nossa Miami que fica ali para as bandas da Barra, Só falta uma CSI Barra...bem vamos mudar de assunto. "Law and Order" é sensacional também, você tem toda razão, o SBT chegou a botar no ar por uns tempos assim como aquela que tinha um policial cabeça quente e uma loura durona...esqueci o nome da série...mas vou lembrar,
Ate mais, bjs

Anônimo disse...

Também sofro de fixação em CSIs e pelo House. Quanto à maionese, lembro de Antonio Cãndido (acho, porque agora não sei onde li a citação. A idade pesa na memória imediata): "literatura existe, porque a realidade não basta". Se a gente for levar ao pé da letra, dr House já tinha sido preso e expulso da ordem dos médicos e o Instituto Médico Legal não seria isso que é. A propósito do House, fico pensando que algo mudou severamente, a ponto de a gente sentir tesão por um inglês (é claro que sempre teve John Lennon de Mick Jagger, mesmo que este hoje pareça mais uma velha lagartixa eletrocutada).

LIBERATI disse...

Querida Rosa, você me fez lembrar também de uma resposta de John Ford a uma pergunta que era mais ou menos esta: - Por que os índios, nos seus filmes, não atiram as flechas nos cavalos da carruagem.
Ele disse: -Porque senão não tinha filme!
E uma outra, que não tem nada a ver com a história, mas é boa.
Perguntaram então a ele:- Por que tem muitos índios em seus filmes? Ele respondeu: - Porque tenho muitos amigos em Hollywood. (desempregados naturalmente)
bjs

LIBERATI disse...

Ah, Tinê, lembrei do seriado que o SBT tirou do ar e que era também muito bacana: Na Net tem o nome de "Third Watch" e o policial esquentado era o "Bosco", ou Boscorelli. Não me lembro como ficou o título em português. A história se passava em Nova York, era barra pesada. Policiais de rua enfrentando a selva. Nem sei se passa ainda na TV paga.
bjs

TS disse...

Adorei a "lagartixa eletrocutada".

Tesão por inglês vai além da minha imaginação. (Pardon!)

Ah, agora entendo porque Pierce Brosnam sumiu do clã dos Mc e foi reaparecer como índio no Velho Oeste (isto foi bem antes do 007 e do Thomas Crown).

Pela descrição de vcs, nosso sist. d saúde tem assim, ó, de Dr. House.

Third Watch ainda passa mas não curto pq enjoei do cenário NY.

Em um dia remoto haverá a ponte "Miami-Havana", e é bem provável q batizada d "Libertad Florida".

Agora retornarei à minha leitura pois só enlatado emburrece.
Tchau procês.

notinha: cê tem razão, Liberati, D.C. é ruim pra daná mas ficou perfeito no papel de "H".

LIBERATI disse...

Querida Tinê, Third Watch recebeu o nome de Parceiros da Vida, no Brasil. Ela foi ao ar nos EUA até 2005, na NBC acho que o que está rolando agora na TV paga daqui é repetição.
Não tenho nada contra o David Caruso, até acho que nesta série de Miami a canstrice dele se encaixa. Ele encarna um personagem que não é só um perito, um técnico, ele tem um toque triste, humano.Perdeu um irmão que era tira também numa circunstância meio ambíbua. Tem uma atração pela cunhada. É um cara introspectivo etc...va bene, ele se encaixa bem em CSI Miami.
bjs