21.1.09
Dica do Gerdal - Aquiles Rique Reis recomenda Alex Buck
Aquiles Rique Reis (*) recomenda CD do irmão de som Alex Buck, um músico de ponta...
Com muita satisfação, repasso abaixo texto de Aquiles Rique Reis, feito para coluna musical que escreve para diversos jornais. Não o conheço pessoalmente, mas respeito e admiro o trabalho tão significativo e belo que ele e os seus companheiros do MPB4 desenvolvem desde a década de 60, apenas com uma mudança na formação: a saída de Ruy Faria e o ingresso de Dalmo Medeiros, ex-integrante do Céu da Boca e sobrinho de Cauby Peixoto. Aquiles elogia disco recém-lançado de Alex Buck, um músico muito bem qualificado da nova geração.
Obrigado, Aquiles, pelo envio do texto, revelador, felizmente, da capacidade da boa MPB de refazer-se e até recriar-se em meio a absurdas dificuldades de trânsito midiático na própria casa. A você, também, um feliz 2009 e a todos os redestinatários dessa dica fonográfica o meu agradecimento pela atenção.
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A tempo: como redireciono a matéria abaixo com algum atraso, o texto de Aquiles já foi publicado nos jornais: Diário do Comércio (SP), Meio Norte (Teresina), A Gazeta (Cuiabá), Jornal da Cidade (Poços de Caldas) e Brazilian Voice (uma publicação voltada para os brasileiros residentes em toda Costa Leste dos EUA).
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"O segundo CD de Alex Buck, multiintrumentista e compositor da pesada
Irmãos de Som (Fubá Music) é o segundo CD do baterista Alex Buck. Bateria que, na verdade, é o seu terceiro instrumento, pois, iniciando sua trajetória profissional tocando piano e flauta, aos oito anos, só aos onze, a batera passou a ser seu instrumento de fé.
Hoje, aos 29 anos, o paulistano Alex Buck se dedica também a composição e a orquestração. E pela qualidade demonstrada neste seu mais recente trabalho, ele é um multiinstrumentista forjado nas mais variadas formas de criar música.
Nas nove faixas de Irmãos de Som, todas de sua autoria, percebe-se a capacidade que tem Alex de compor e de escrever arranjos. Sem se prender a ritmos que o situem nessa ou naquela praia musical, sua música é vastamente rica; sem demonstrar pobrezas reducionistas, sua escrita, para formações instrumentais as mais diversas, é cheia de inquietudes e de soluções inesperadas; sem se prender ao instrumento que hoje o caracteriza, vale-se com igual mestria do piano, da percussão, do teclado e da escaleta. O resultado é um grande CD de música instrumental e cantada.
A mixagem, a cargo de Homero Lotito e Gustavo Sandes, é a chave mestra a abrir portas para que delas saiam um som francamente atual e permitam uma percepção clara de cada timbre e de cada momento sonoro do trabalho. A qualidade dos músicos convidados por Alex Buck para tocar suas composições é outro fator que contribui para fazer de Irmãos de Som uma pequena preciosidade musical.
O som instrumental diz presente nas primeiras quatro faixas. A primeira delas, "Sobre as Ondas", tem uma introdução tão lírica quanto extensa, baseada no som da escaleta (Alex Buck) e do violão (Sandro Haick); vêm o tamborim e o teclado; a escaleta sola a bela melodia; entram a bateria e também o sax tenor (Raphael Ferreira), o trompete (Sidmar Vieira) e o clarinete (Alexandre Ribeiro); o baixo (Thiago Alves) improvisa, enquanto, leve e sutil, a bateria faz a levada nos pratos e nas peles; tem início o belo solo do flugelhorn (Sidmar Vieira), que dá vez ao violão, até que, com nova entrada do naipe de sopros e um novo solo do piano, todos levam a música a um ótimo final.
Para homenagear Paulinho da Viola, Alex Buck compôs "Lamento de Compositor" e convidou Fabiana Cozza para cantá-la. Com seu vozeirão grave, Fabiana começa cantando a capella. Sua voz plena ascende ainda mais com a entrada da cuíca (Pirituba); logo se achegam o surdo e o tamborim (Paulinho Timor), o repique de anel (Kaká Sorriso) e o pandeiro (Dil Bandeco); Alex Buck a tudo colore com seu piano vestido para sambar, enquanto o cavaco (Fabrício Rosil) e o violão de seis cordas (Alessandro Penezzi) tiram onda e dão mais corda ao piano e ao sax alto (Cássio Ferreira). E então, todos juntos, irmãos de som, concluem o sambão homenagem, momento dos mais instigantes do CD de Alex Buck, um multiintrumentista e compositor da pesada. A bateria sintetiza sua musicalidade".
(*) Aquiles Rique Reis, músico e vocalista o MPB4
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