27.3.09
Dica do Gerdal : Rogério Bicudo e Ivan Milanez: uma grande atração do samba, hoje, no Café Cultural
Uma boa pedida para a noite desta sexta-feira, 27 de março, é o show que Rogério Bicudo e Ivan Milanez farão no Café Cultural ("flyer" acima), no Centro. Uma atração que reúne músicos de formações distintas - um de base popular; outro de fundamento erudito -, apresentada com sucesso no ano passado em Campos, essa cidade musicalmente abençoada por causa de tantos talentos lá nascidos, como o trompetista Barrosinho, recentemente falecido. Rogério Bicudo, violonista e compositor, também é rebento daquelas bandas do Norte Fluminense e, na antiga capital federal, na Escola de Música Villa-Lobos, deu prosseguimento ao estudo das suas cordas, de dedilhado acendrado por aulas de Odair Assad e, depois, em Madri, em 1982, no Real Conservatorio, por mestres seguidores de Andrés Segovia. Como a MPB nele exerce forte apelo, divulgou o nosso samba em Ibiza por alguns verões até fixar-se, em 1987, em Amsterdam, onde formou o conjunto Choro Combinado, de livre trânsito pela pauta e composição inusitada para o gênero (violão, baixo, clarineta e violino), com o qual gravou dois ótimos CDs - "Sonoroso", em 1999, e "Curare", em 2001. Há três anos, também cantando, gravou outro ótimo CD, solo, "Solução", em que à faixa-título (do capixaba Raul Sampaio, ex-integrante do famoso Trio de Ouro e que conheceu Rogério ainda na infância deste) juntam-se pepitas do samba dos anos 50 e 60. (Pelo Youtube, Rogério pode ser visto com o seu instrumento levando um samba próprio no Buteco do Brasil, em Haia.) .
Há pouco homenageado, em Fazenda Botafogo, no reduto da Quilombo, Ivan Milanez - carioca de Santo Cristo criado na Serrinha, componente da Velha Guarda Show do Império Serrano e filho do diretor de bateria Mestre Dinho, um dos fundadores da escola da Serrinha - faz contraponto harmonioso, de formação, vivência e batuque, com o seu amigo e colega de palco. Para além da percussão, Ivan é um nome que deve ser sempre lembrado por seu empenho na defesa da causa da cultura popular no Rio: se a Lapa hoje está "bombando", deu valorosa contribuição para isso, participando do Pagode nos Arcos, por exemplo, nos anos 90, e ajudando o bairro boêmio, então esmaecido, a reencontrar o brilho da sua tradição.
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