Ganhando, aos cinco anos de idade, um concurso de iniciação musical do Conservatório Brasileiro de Música, o destino profissional do carioca Tomás Improta só poderia mesmo estar escrito nas linhas do pentagrama. Não apenas pela precocidade desse feito, mas também pela atmosfera densamente musical vivida, na infância e na adolescência, em companhia dos pais: ele, Eurico Nogueira França, pianista e renomado crítico de música clássica; ela, Ivy Improta, também pianista clássica, destacada intérprete da obra de Villa-Lobos. Embora ainda contasse, em sua formação, com outros nomes de prestígio no piano clássico, como Linda Bustani, Marlos Nobre e Francisco Mignone, o menino Tomás, em paralelo, ouvia fascinado a música popular que o rádio transmitia nos anos 50, o que, para ele, serviu de trampolim, como motivação, para o jazz e a bossa nova que, já rapaz, tocaria em alguns conjuntos amadores. Profissionalizando-se nos albores dos anos 70, também como colunista e articulista de música em revistas especializadas, teve apreciável trajetória como músico acompanhante de Caetano Veloso, Chico Buarque, Nara Leão, Djavan e Maria Bethania, entre outros, até voltar-se, a partir dos anos 90, para a própria lida autoral, gravando elogiados CDs, como "Certas Mulheres", em 1998; "Bartók Jazz", em 1995, de improvisos suscitados por composições do húngaro Béla Bartók; "Flauta e Piano, biscoito-fino provado, em 2004, juntamente com Andrea Ernest Dias, e o mais recente, "Dorival", três anos depois, pelo selo Rádio MEC, valorizando e realçando a musicalidade em Caymmi.
Pai do desenvolto e criativo violonista Gabriel Improta, destaque da nova geração, Tomás é autor de livros didáticos sobre música, escreveu e produziu programas para as Rádios MEC e Roquette-Pinto e, logo após atingir a maioridade, iniciou-se como arranjador, numa fase em que integrava o conjunto Mandengo, ao lado dos então igualmente jovens Tony Botelho, Raul Mascarenhas, Duduka da Fonseca e o recém-falecido Barrosinho. Há pouco, produziu o CD de estreia de um jovem e elogiado violonista carioca, radicado em BH, Jorge Bonfá, sobrinho-neto de Luiz Bonfá. Nesta quinta, 9 de abril, às 20h30, Tomás Improta estará no TribOz (informação repassada abaixo), compartilhando temas com, entre outros instrumentistas, o trompetista australiano Myke Ryan, o anfitrião do bar, um novo e aconchegante endereço na Lapa, focado sobretudo na bossa nova e no jazz, que vale a pena ser frequentado.
Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
Um abraço,
Gerdal
A tempo: no mesmo TribOz, no sábado, 11 de abril, às 21h, outro grande pianista, Marvio Ciribelli, também se apresenta, tendo como convidado o vibrafonista e percussionista norte-americano Michael Carney, um internacionalmente conhecido "tocador de panelas" ("steel drums").
Quinta, 9 de abril
Quinta do Jazz
Tomás Improta / Mike Ryan / Marcelo Padre / Rodrigo Ferreira / Eduardo Magliano
A série "Quinta do Jazz" acontece às quintas-feiras e tem como convidado especial um grande nome da música brasileira: o arranjador, compositor e experimentalista Tomás Improta. Tomás, Mike e Marcelo prometem uma noite memorável de intensas interpretações dos clássicos do jazz e bossa, acompanhados pelo sólido groove do baixista Rodrigo Ferreira e do baterista Eduardo Magliano, o mais novo membro da banda.
Tomás Improta - piano, Mike Ryan - trompete, flugel, voz e percussão, Marcelo Padre - saxes e flauta, Rodrigo Ferreira - baixo, Eduardo Magliano - bateria.
Horário: 20h30 à 0h30
Couvert artístico R$ 15,00 - pagamentos só dinheiro ou cheque
TribOz - Centro Cultural Brasil-Austrália
www.triboz-rio.com
Rua Conde de Lages 19, Lapa
Estacionamento rotativo na Conde de Lages 44 - R$ 5,00
Informações e reservas: 2210 0366 / 9291 5942
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