21.5.09

Dica do Gerdal: Sivuca é lembrado por Kiko Horta e Marcelo Caldi em roda de sanfona, hoje, no Centro


O cearense Catulo de Paula e o pernambucano Manezinho Araújo, em composição de ambos, gravada com sucesso em 1962, já observavam "como tem Zé lá na Paraíba". E, assim como tem Zé, esse indistinto popular conterrâneo do famoso cantor desse rojão, Jackson do Pandeiro, tem Severino. No entanto, não como Severino Dias de Oliveira, pois este só um: o internacional Sivuca, já com o cognome artístico que o maestro Nelson Ferreira lhe dera, na Rádio Jornal do Commercio, em Recife, onde o futuro mestre da sanfona já se exercitava, com 15 anos de idade, após anos animando, mesmo garoto, festas populares na sua Itabaiana natal, a 80 km de João Pessoa. Morando em Recife na adolescência, Sivuca, por dois anos, teve aulas de harmonia com César Guerra-Peixe, seu "timoneiro musical", vindo para o Rio de Janeiro em 1955, com um grande sucesso de sua autoria e letra de Humberto Teixeira, o baião "Adeus, Maria Fulô", já conhecido por gravação feita no início dessa década. Em 1957, como consequência de aprovação de lei do parceiro, então deputado federal, em prol da difusão da MPB no exterior, viajou à Europa, ao lado de Abel Ferreira, Waldir Azevedo, Guio de Moraes, Norato, Trio Irakitã e Edson Machado, entre outros, e, por muitos anos, nas décadas seguintes, Sivuca residiria no exterior, especialmente em Nova York, de 1964 a 1975. Lá conheceu uma sul-africana, Miriam Makeba, com quem participaria, no fim da década de 60, de vários shows pelo mundo afora e para quem faria o arranjo de "Pata-Pata", um "hit" que lhe ensejou ainda mais visibilidade no mercado estrangeiro, trabalhando com Nelson Riddle, maestro de Sinatra, e tornando-se diretor musical de Harry Belafonte. De volta ao Rio de Janeiro, casado com uma médica cantora e letrista, também paraibana, Glorinha Gadelha, sua parceira em "Feira de Mangaio", o albino e estrábico Sivuca, genial como de costume, desenvolve intensa atividade em estúdio e em shows, seus ou de colegas, ampliando bastante a sua discografia, em que se destacam, por exemplo, os elepês feitos com Rosinha de Valença, em 1975, gravado ao vivo no Teatro João Caetano; Chiquinho do Acordeom, em 1984, e "Sanfona e Realejo", em 1987, com Rido Hora, disco ganhador de Prêmio Sharp. Ainda em meados dos anos 70, letrando "João e Maria", valsa que Sivuca compusera em 1947, Chico Buarque conduziria o parceiro para um indefectível repertório de "happy hours" pelo país, sempre lembrada, e, no constante Paulinho Tapajós, Sivuca encontraria outro letrista de expressão, dividindo com ele o êxito de "Cabelo de Milho","No Tempo dos Quintais" e outras músicas.
Dois rapazes talentosos, Kiko Horta e Marcelo Caldi, lembram a importância de Sivuca nesta quinta, 21 de maio, às 21h, no Centro ("flyer" acima), numa inusitada roda de sanfona. Entrada franca.
Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.

Informações:
(21) 2256-7848
(21) 8622-4344

sivuca@sivuca.net

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