21.6.09

Dica do Gerdal:Naná Vasconcelos - percussão chave-de-ouro no encerramento do Sementeira neste domingo


Para uma realização motivada pela pulsação polimorfa da percussão brasileira, o Sementeira encerra-se neste domingo, 21 de junho, em grande estilo, com uma atração superlativa: Naná Vasconcelos. Nascido Juvenal de Holanda Vasconcelos, em 1944, o recifense Naná, desde pequeno seduzido pelos tambores do maracatu e, já aos 12 anos, tocando em uma banda marcial da sua cidade, gravou, já no Rio, com Milton Nascimento, em 1967 - também integrando o Som Imaginário -, e, no ano seguinte, formaria o Quarteto Livre, juntamente com Geraldo Azevedo, Franklin da Flauta e Nelson Ângelo, um conjunto que participaria de "Caminhando", com Geraldo Vandré, um show logo proibido pela ditadura militar. Fazendo do berimbau a sua base para exercícios de experimentação sonora, teve, por exemplo, no disco, atuação destacada nos elepês "Amazonas", de 1973, combinando voz e percussão, e "Dança das Cabeças", em 1976, esse o primeiro dos três gravados com outra figura ímpar da MPB: o carmense Egberto Gismonti.
De volta ao Brasil após longos anos residindo em Paris e, sobretudo, em Nova York, Naná Vasconcelos foi diretor artístico, a partir da criação, em 1986, de uma mostra relevante da percussão no mundo, o festival Percpan, e, sem perder de vista a origem pernambucana, idealizou e levou adiante no Recife o projeto ABC das Artes Flor do Mangue, de inclusão social infantil pela música, ele próprio um exemplo de superação da pobreza conhecida na meninice pelo empenho e pelo talento Ainda sobre ele e as atrações pregressas do Sementeira, mais informação abaixo, que recebi da amiga Monica Ramalho, assessora de imprensa desse evento do barulho - no bom sentido da expressão -, no Centro do Rio.
Um bom domingo a todos. Muito grato pela atenção.

"SEMENTEIRA reúne vertentes da percussão contemporânea
De quinta a domingo, 18 a 21 de junho, às 19h30, fna Caixa Cultural
No dicionário Houaiss, 'sementeira' quer dizer “canteiro de mudas”. E é pensando neste celeiro de novos sons que a CAIXA Cultural apresenta o SEMENTEIRA, a ser realizado no Teatro de Arena entre os dias 18 e 21 de junho, às 19h30, com ingressos a R$ 10 e patrocínio da Caixa Econômica Federal. A ideia é colocar o foco na percussão, mostrando que ela pode ter uma sonoridade infinita. “Acreditamos que cada percussionista planta a sua semente e frutifica tudo ao redor”, filosofa Fabiana Costa, diretora da Baluarte Agência. “A gente quer levar esses músicos para a sala, eles que sempre são apontados como 'a cozinha'”, exulta a também diretora Paula Brandão. As atrações foram escolhidas de modo a contemplar algumas das mais interessantes vertentes da atual percussão brasileira.

O projeto SEMENTEIRA abre na quinta, 18 de junho, com o trio paulistano Coração Quiáltera, ainda pouco conhecido no eixo de cá, embora famoso nas bandas de lá pela pesquisa de linguagem que norteia seu trabalho. Continua na sexta, 19, com o carioca Marcos Suzano, mundialmente conhecido pelo vigor do seu pandeiro. No sábado, dia 20, é a vez de Caíto Marcondes, carioca de sangue árabe, educado em São Paulo, que se apropria das sonoridades do planeta e, numa antropofagia musical, sintetiza nas suas composições tudo o que ouve. E no domingo, 21, ouviremos o som enraizado do pernambucano Naná Vasconcelos, apontado como o melhor percussionista do mundo. Vamos ler um pouco mais sobre cada atração:
NANÁ VASCONCELOS – Música Criativa - 21 de junho
Um dos principais instrumentistas do país, Naná Vasconcelos foi eleito oito vezes o melhor percursionista do mundo pelos críticos da revista inglesa Down Beat. Desenvolve o seu trabalho de vanguarda desde os anos 1970, quando morou em Paris e lançou o primeiro disco individual, 'Africadeus'. Tocou com grandes artistas internacionais, como Pat Metheny, B. B. King e Paul Simon, e nacionais, entre eles Egberto Gismonti, Milton Nascimento e Geraldo Azevedo. Já atuou como solista acompanhado por orquestras sinfônicas, excursionou pela Europa com dançarinos do Bronx e compôs trilha-sonora original para o filme 'Down by Law', de Jim Jarmush. Além de dominar uma grande variedade de instrumentos de percussão, Naná Vasconcelos contribuiu para a divulgação internacional do berimbau.

No roteiro do Naná:
- Berimbau
- Vamos para Selva
- Recife Nagô
- É o Sol Raiar
- Som da Chuva
- Corpo
- Caxixis
- Vento chamando Vento
- Voz nagô
- Clementina
- O Índio
- Dumbaye
QUANDO: dias 18, 19, 20 e 21 de junho, de quinta a domingo, sempre às 19h30
ONDE: CAIXA Cultural RJ - Teatro de Arena (Avenida Almirante Barroso, 25, Centro do Rio. Informações: (21) 2544-4080)
QUANTO: R$ 10 (estudantes, maiores de 60 anos e funcionários da CAIXA pagam R$ 5)
ETCÉTERA: classificação livre; 189 lugares; acesso para portadores de necessidades especiais"

NR:Veja blog da Monica Ramalho

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