2.8.09

Dica do Gerdal: Amarildo Silva leva o sabor mineiro da canção interiorana ao "Sr. Brasil" neste domingo pela manhã


Integrante do conjunto Cambada Mineira, mas desenvolvendo paralelamente trajetória individual, o amigo cantor e compositor Amarildo Silva, um mineiro de Raul Soares há muito radicado no Rio de Janeiro (capital), é uma ótima atração deste domingo, 2 de agosto, às 10h, na TV Cultura, na reprise do "Sr. Brasil", apresentado por Rolando Boldrin. Sobre um de seus CDs da carreira solo, o envolvente "Virgem Sertão Roseano", assim se expressa o parceiro Márcio Borges, letrista irmão de Lô Borges e autor do livro "Os Sonhos Não Envelhecem - Histórias do Clube da Esquina": ""Virgem Sertão Roseano é um dos títulos mais geniais que ouvi ultimamente. O disco segue a trilha. Amarildo Silva me lembra um certo poço de águas claras, onde os meninos mais espertos iam mergulhar. O resto da turma ficava a boiar em águas rasas, sem saber o que estava perdendo, só por não pesquisar um pouquinho mais adiante. Este aqui é dos bons. É virgem e é sertão. Proseado e roseano até a raiz da mandioca brava. É poço que tem árvore ao redor. Bom de mergulhar e de garimpar. Pode subir que o galho aguenta. Pode cair que a água é boa."

Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
A tempo: para quem ainda não o conhece, Amarildo Silva, na foto acima, é o que está de boné e violão em punho, sentado ao lado de Boldrin.

6 comentários:

ze disse...

Virgem parece a imprensa livre (ou empresa livre, tanto faz, "é a mesma coisa") descrita no Programa Roda Viva do melhor canal de tv, a TVBr que de graça consegue ser melhor que as pagas (carecemos de jornal público) pelo jornalista estrangeiro do new journalism que aqui veio, Talese eu acho. Isenta, verdadeira, atada apenas aos fatos - como a ciência no séc. XIX. Emir Sader bem disse no JB que a mídia está em crise : governo Lula o governo que a empresa não deixou (ou imprensa). Tentaram derrubar Renan e agora o Sarney. Não existe isenção. A empresa não é virgem.
Viajava. E voltei.

LIBERATI disse...

Voltou em grande estilo Zé, o futuro da imprensa é a internet, notícias instantâneas, comentários ferinos, liberdade...
Seja bem vindo ao nosso boteco-blog
grande abraço

ze disse...

falando em boteco (com certeza alguma memina negra vendia jujubas então) o Veloso do Jobim descrito no jornal de ho-je, berço da bossa branca, não existe sem Cartola lavando carro em frente e Nelson Sargento pintando parede de branco em apartamento. E tem a menina da jujuba ao invés da 'patricinha' que não come farofa n'areia.

LIBERATI disse...

Brasil é mistura. Mistura fina: Cartola, Nelson Cavaquinho, Nelson Sargento, Jobim, Vinicius, e vai por aí incluindo os poetas de livro como Manuel Bandeira and others...samba no pé...suor, ceveja, sonhos, delírios, sofrimento, alegrias , fantasias de carnaval, avenida, povo na rua. Precisamos agora ter cidadania e república.
grande abraço

ze disse...

quando eu era criança pegava o ônibus para I-panema (água azarada, panema é azar em tupi, vai saber porque)pra praia no fim de semana e a bagunça e zoeira era tanta no ônibus que inevitavelmente parava depois do túnel do Rebouças na polícia. Sempre parava na polícia e depois continuava . o motorista coitado era xingado o tempo todo. o dinheiro eu amarrava no cardaço do calção.

LIBERATI disse...

Quando criança vivia no mato de estilingue na mão, coitados dos passarinhos fugiam das árvores e a mamona zunia nas guerras por terrenos baldios. Ruas de chão de terra batida, bolas de gude em transe, pipas em dia de vento, futebol arranca toco contra quebra dedão. Longe,muito longe da praia eu esperei um dia o fim do mundo jogando futebol e esqueci que o mundo iria acabar. Noites de São João, fogueiras no meio da rua. Depois da paixão, malhação de judas feito por minha nonna com roupas velhas cheias de jornais...tempos iguais nunca mais.
grande abraço