15.8.09

Dica do Gerdal : Chiquito Braga, Maurício Maestro, Kay Lyra, Marcio Ramos e Ana Maria Antoun - show com sabor nativo, hoje, na Tijuca


Referência de fino trato nas cordas brasileiras, praticante de um jeito de tocar conhecido como "violão mineiro" e com admiradores do porte de Toninho Horta e Juarez Moreira, por exemplo, seus conterrâneos, o tarimbado Chiquito Braga, nascido em BH, é uma superatração para este sábado, 15 de agosto, na Tijuca. Com ele no show, dividindo o palco, dois casais igualmente bem entrosados nos sortilégios da canção: Maurício Maestro-Kay Lyra e Marcio Ramos-Ana Maria Antoun.
A cantora Kay Lyra é filha de Carlos Lyra, com quem já se apresentou no "Sr. Brasil", da TV Cultura, comandado por Rolando Boldrin, para lançar o seu CD "Kandagawa" (nome de um rio no Japão), parcialmente autoral e feito com o esmero de quem estudou canto lírico na Alemanha, onde iniciou a carreira. Nos arranjos de base e cordas desse disco, o toque de classe do inicialmente Maurício Mendonça, dos tempos do Momento Quatro - ainda formado por Ricardo Vilas, David Tygel e Zé Rodrix, quando acompanhou Edu Lobo e Marília Medalha na vitória de "Ponteio" (festival da Record, 1967) -, mais adiante o Maurício Maestro, componente do Boca Livre e, como compositor, coautor, com Joyce, de um mimo para quaisquer ouvidos de bom gosto, "Mistérios" ("um rio passou dentro de mim/que não tive jeito de atravessar/preciso um navio pra me levar/preciso aprender os mistérios do rio/pra te navegar..."
Com música sua, "Dúvida", incluída no mais recente CD, "Sem Poupar Coração", de Nana Caymmi, Marcio Ramos, também violonista, é um compositor expressivo que remonta àquela efervescência dos festivais realizados em plena ditadura militar, o primeiro, salvo engano, dos parceiros de Guinga. Dos dois, no VI Festival Internacional da Canção (FIC - Rede Globo)), em 1971, foi cantada "Pela Cidade", com acompanhamento ao violão de outra referência de fino trato com o instrumento, Hélio Delmiro. A intérprete foi Ana Maria Antoun, também escritora e astróloga, que, como letrista sensível que é, tem com Chiquito Braga uma música que, por si só, já vale o ingresso do referido show: "Amanhecer". O anoitecer deste sábado, 19h, como informado no "flyer" acima, será uma boa oportunidade para ouvi-la e encantar-se com essa joia de composição.
Um bom fim de semana a todos. Muito grato pela atenção à dica.
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Retificação: na dica do show de Teca Calazans, anteontem, no mesmo CMRMC, equivoquei-me ao escrever o "bandolinista" Nenéu Liberalquino. Na verdade, esse grande músico pernambucano é violonista e até mesmo um exemplo de superação por ter uma deficiência física que o impossibilita de tocar o seu instrumento do modo convencional, mas com este colocado horizontalmente, como se fosse um piano ou uma guitarra havaiana.

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