30.1.10
Dica do Gerdal :Roberto Silva é presença nobre do samba, neste sábado, no Rival, cantando na concorrida feijoada da portelense Surica
"Você partiu de madrugada/não me disse nada/isso não se faz/me deixou cheio de saudade..." Nesses versos da segunda parte de "Agora É Cinza", de Bide e Marçal, uma recordação de 1958 ao mesmo tempo amarga e doce para o cantor Roberto Silva (foto acima), nascido na Praça Cardeal Arcoverde, em Copacabana, numa casa onde hoje se situa a estação do metrô. Varando uma das madrugadas daquele ano no estúdio da Copacabana, por causa da gravação de músicas do primeiro dos quatro elepês da ótima série "Descendo o Morro", com produção de Altamiro Carrilho, um dos momentos mais altos da sua carreira, Roberto passou pelo extremo dissabor de, chegando em casa, receber a notícia da morte de dona Belarmina Adolfo, sua mãe, ocorrida durante a mesma noite. Ele voltando, ela partindo, ironicamente, como a sugerir o samba de que ela tanto gostava - e gravado nesse elepê -, quando Roberto Silva já firmara o seu nome como intérprete do gênero e, em particular, um estilo elegante, plácido e sincopado de cantar que lhe valeu o epíteto de Príncipe do Samba, dado, em seus idos de Rádio Tupi, pelo apresentador Carlos Frias (o próprio Silva do sobrenome artístico - Roberto Napoleão, simplesmente, no RG - foi-lhe dado pelo compositor Evaldo Rui, provavemente pela admiração deste por Orlando Silva). Referência de expressão vocal na MPB para figuras do tope de João Gilberto e Caetano Veloso, é bastante lembrado como um intérprete-modelo de Wilson Batista, por causa da gravação de "Mão Solteira", em 1954, e "Samba Rubro-Negro" - logo ele, Roberto, um botafoguense -, em 1955, embora, antes disso, já se impusesse entre os mais ouvidos do rádio, graças a um samba que um potiguar recém-chegado ao Rio, em 1946, Raimundo Olavo, lhe mostrara, "Normélia", de lembrança instantânea entre os admiradores do cantor carioca.
Neste sábado, 30 de janeiro, no Rival, segundo a informação abaixo da amiga Régia Macêdo, esse nobre do samba, de quase 90 anos, apresenta-se, com a simpatia habitual, animando a feijoada de Surica, a Tia Surica (foto acima), como é carinhosamente tratada. Nascida em Madureira, tornou-se figura de relevo histórico na Portela, puxadora do samba-enredo "Memórias de um Sargento de Milícias", de Paulinho da Viola, Catoni e Maninho, em 1966. Fidelíssima ao azul-e-branco do seu coração, reside até hoje numa vila próxima à quadra da escola, onde se situa o seu famoso "cafofo", cenário de festas inesquecíveis entre as boas figuras do ramo.
FEIJOADA DA TIA SURICA - 30 de janeiro - 1º edição do ano!
Neste mês, a tradicional feijoada da TIA SURICA trará uma roda de samba com o Grupo SAMBA COM ATITUDE e a participação especialissima do maravilhoso : R O B E R T O S I L V A .
SERVIÇO:
30 de janeiro - sábado - das 13h às 17h30.
Teatro Rival Petrobras
R. Alvaro Alvim, 33/37 - Cinelândia - RJ.
Preço: R$ 35,00 (feijoada + roda de samba)
Nos intervalos, o DJ Alex Correia.
www.rivalpetrobras.com.br
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