14.1.10
Dica do Gerdal: Sonia Santos esta semana no Rio - suingue e simpatia de uma brasileirinha de "lights" e "all rights" vocais
Assim como fez com o clássico "Brasileirinho", em delicioso registro "cool", no seu timbre inconfundível, Sonia Santos, carioca de Ramos, com a mesma graça e suavidade, teria em 1975 outra sedutora gravação com "Adeus, América". Não muito tempo depois, ironicamente, ela faria movimento inverso ao explicitado na letra do ótimo e bem conhecido samba de Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques, para se estabelecer, em carreira bem-sucedida, em Los Angeles, onde reside há muitos anos. Como ocorreu com Márcia Maria - outra cantora surgida nos anos 70, de linha suingada, na influência do jazz, e há muito radicada em Paris -, parece-me que Sonia Santos foi outro desses talentos que o país não soube acolher, no próprio território, entre as suas cantoras mais expressivas e personalistas, embora, no exterior, mesmo com alguma estilização coreográfica com dançarinos a ilustrar-lhe o canto negro de dentes alvos e sorriso bonito, a defesa do nosso cancioneiro esteja presente em shows de casas cheias. Em 1988, por exemplo, atendendo a convite do Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores, dividiu o palco de "Verão Brasil", criado e dirigido por Ricardo Cravo Albin, com o cantor e compositor Tom da Bahia, um espetáculo levado a cabo em cidades norte-africanas, espanholas e venezuelanas.
Uma das fotos acima mostra capa do bom elepê "Crioula, com arranjo de Édson Frederico e gravado na Som Livre em 1977 por Sonia Santos, que, sete anos antes, debutando na profissão, já se destacava como "crooner" no conjunto de baile do saxofonista Zito Righi. Ultimamente, tem-se apresentado com sucesso em dupla com outra cantora brasileira radicada na Califórnia, Ana Gazzola, gaúcha de Caxias do Sul, em "Brasil Brazil", por exemplo. No ano passado, ambas levaram esse show a um dos palcos do transatlântico Star Princess, mesclando no repertório bossa nova e sambas e marchas de carnaval. Nesta semana, uma chance rara para vê-la no Rio, nos dias 14, 15 e 16 de janeiro, às 21h, no J Club Julieta de Serpa (Praia do Flamengo, 340), com o acompanhamento gabaritado de Alfredo Cardim, ao piano, Ozias Gonçalves, ao baixo, e Otávio Garcia, à bateria.
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A tempo: aos interessados, recomendo imagens de 1977, disponíveis no YouTube, de Sonia Santos e Grande Otelo cantando "Quem É?", conhecida originalmente nas vozes de Carmen Miranda e Barbosa Júnior quarenta nos antes.
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