11.1.10

Dica do Gerdal: Zé Renato começa, nesta segunda, série de shows no CCC - boca livre para um canto solo e uma viola pra se acompanhar


De um natural do Espírito Santo para um natural aqui do Rio de Janeiro, surgiu em 1996 uma bela homenagem em CD de Zé para Zé, ou seja, de Zé Renato para Zé Kéti. Aliás, desse rebento de Vitória, mas criado na capital fluminense, um outro CD-tributo - ao Caboclinho Querido, que foi amigo do seu pai - tinha sido feito e recebido com destaque, dois anos antes, pela imprensa especializada. Zé Renato, eleito em 2008 o melhor cantor do Brasil pela APCA - Associação Paulista dos Críticos de Arte -, sobressai ainda na MPB como violonista e compositor, criador, por exemplo, de uma joia intitulada "Delicada", em parceria com Teresa Cristina, a que essa diva de uma musicalmente reerguida Lapa conferiu marcante interpretação ("Espera, que o tempo trata da solidão/melancolia sem ilusão não é nada/aguarda, tira essa mágoa do coração/ensina o verso a virar canção delicada..."). Em paralelo com a carreira solo - e até mesmo antes dela -, ele revela contínuo apreço pela participação em conjuntos, como o inicial Cantares e a Banda Zil, embora o Boca Livre - com David Tygel, Cláudio Nucci e Maurício Maestro, na primeira formação, e, agora, com Lourenço Baeta em lugar de Cláudio Nucci - o tenha projetado para o chamado grande público. No entanto, se ele tem a viola pra se acompanhar e sabe se virar sozinho, Zé Renato, ainda com o talento de que é dotado e movido por cordas próprias, além das vocais, principia, nesta segunda, 11 de janeiro, às 20h, uma série de shows no Centro Cultural Carioca, que se estenderá até o primeiro dia do mês vindouro. Além de atraentes composições de sua autoria, ele, como gosta de fazer, incluiu clássicos do nosso cancioneiro no roteiro de "Imbora", como "Mulher", de Custódio Mesquita e Sadi Cabral", "O Amor em Paz", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, e "Professora", de Benedito Lacerda e Jorge Faraj. Um show, portanto, de boca livre para a boa música.

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