24.2.10

Dica do Gerdal: Reginaldo Bessa, nesta quarta, em show comemorativo no Vinicius - samba atemporal pelo braço de um amigo violão



Curiosamente nascido no Bairro Imperial no feriado da Independência Nacional, em setembro de 1937, o cantor e compositor Reginaldo Bessa (foto acima) retorna nesta quarta-feira, 24 de fevereiro, a Ipanema, levado pelo braço do amigo violão, para um show comemorativo no Vinicius (Rua Vinicius de Moraes, 39 - tel.: 2523-4757), às 22h30. É do romântico Reginaldo, aliás, na parceria com Nei Lopes, a autoria de um dos sambas mais encantadores que já ouvi, que muito me sensibiliza a cada audição, de título shakespeariano: "Sonho de uma Noite de Verão". Adversários no "desfile principal" da passarela do samba, o salgueirense Nei e o portelense Reginaldo, nos anos 70, ainda se juntariam para a criação de, entre outras belezas, uma homenagem singela e de bom requebrado à escola de Madureira: "Azul Portela", gravação hoje rara da sumida cantora Sônia Lemos, irmã do saudoso poeta Tite de Lemos. 
       "O Tempo", relançado em CD de Claudette Soares - remasterização de elepê dos anos 70 da cantora -, é um samba-canção de primorosa feitura, defendido por Reginaldo num festival da TV Globo e que se tornaria uma das principais lembranças extraídas do seu balaio autoral. Saltando nos anos até 1993, nesse inspirado carioca - também premiado criador de "jingles" e produtor de discos exemplares do Época de Ouro e do baiano Batatinha, entre muitos outros artistas - teria origem um grande sucesso de Alcione, "Qualquer Dia Desses". Morando e trabalhando em Buenos Aires entre 1962 e 1964, Reginaldo teve a chance de fazer, pela CBS local, um dos primeiros discos de bossa nova lançados no exterior, "Amor en Bossa Nova", e, em 27 de abril de 2008, apresentou-se no Teatro Colón de Mar del Plata, acompanhado pela Banda Municipal dessa cidade. (Há registro disso no YouTube.
       Ao lado de Eristom Gonçalves (baixo), Celso Guima (bateria) e dos filhos Leonardo Bessa (cavaquinho), Débora e Beatriz Bessa (cantoras e percussionistas), o carioca Reginaldo - que teve passagem marcante pelos festivais de música dos anos 60 e prepara a gravação de um CD de inéditas - festeja no Vinicius 50 anos de composições, a primeira das quais, "Sombras de Amor", gravada na Copacabana Discos pela cantora Valéria. Uma hoje longínqua parceria dele com Steve Bernard, tecladista romeno que chegou ao Rio em 1952 e, não muito depois, se destacaria entre nós com um conjunto próprio que ficou famoso na animação de bailes. "O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém....", mas também deixa doces recordações entre as marcas do que se foi.

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