27.3.10

Dica do Gerdal: Paulo Sérgio Santos toca neste sábado na Sala Baden Powell - um clarinetista mágico que ninguém segura


Destino Bocaiuva, no itinerário guinguianamente sinuoso da música, é destino de grande músico e, em particular, do memorável choro a que o nome desse grande músico está associado. Carioca da Piedade, mas criado em Quintino, Paulo Sérgio Santos, de noviciado no sopro feito, em tenra idade, pela gaita, é por muita gente abalizada, entre os quais colegas de profissão, considerado simplesmente o maior clarinetista brasileiro de todos os tempos. Até mesmo uma sumidade como o saudoso Abel Ferreira, que dele mereceu uma homenagem em disco, fazia coro na consideração, mais que lisonjeira, consagradora. Aos 18 anos de idade, Paulo Sérgio já era o primeiro clarinetista da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde atuou, por outros 18 anos, em vaga deixada por José Botelho, seu mestre. Integra o Quinteto Villa-Lobos e, juntamente com o violonista Maurício Carrilho e o bandolinista Pedro Amorim, gravou um cultuado CD de choro - o choro do Trio, triângulo equilátero na combinação de apuro, aplicação e eficiência entre seus vértices, detentores de dois Prêmios Sharp - o de melhor disco e o de melhor grupo instrumental - de 1995. Idos risonhos para Paulo Sérgio, nos quais, sozinho, ainda abiscoitou outro Sharp, o de revelação como solista instrumental, motivado pelo CD "Segura Ele". E quem o segurava? "Gargalhada", de título igualmente inspirado em Pixinguinha, lançado em 2002, foi CD ainda mais calorosamente recebido pela crítica, o que se repetiu, em 2002, com "Saudade do Cordão", de inspiração em Villa-Lobos e "a gravação mais ensaiada na história  da fonografia", de acordo com blague do próprio soprista, ao recordar os muitos anos de amizade e parceria com Guinga, autor de todas as músicas desse disco, enfim, a dois. 
        Neste sábado, 27 de março, Paulo Sérgio Santos e seu virtuosismo marcam presença, às 20h, na Sala Baden Powell ("flyer" acima), em show de que também tomarão parte Caio Márcio (ambos no "link" também abaixo), seu filho, e o violão que este já toca admiravelmente. Caíram do céu. E quem os segura?

http://www.youtube.com/watch?v=ORrZ0xXLtwk

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