10.4.10

Caricaturas que eu fiz: Alexis de Tocqueville


Desenho feito com lápis Conté preto sobre papel Schoeler Hammer rústico
(Clique na imagem para ampliar e ver melhor os detalhes da caricatura)

4 comentários:

ze disse...

via ontem na TVE a história de Angelo Agostini no Br.(empresa) no XIX. falou-se então da diferença de charge, cartoon e caricatura como uma objetiva de máquina fotográfica que deve focar paisagem, cena e retrato, se não me engano. forma da informação informa. a revolução não é a informação ? entendida materialmente mesma. viagem ao fim do mundo moderno que no caso continuava antigo (antigo regime). o antigo continua moderno.

LIBERATI disse...

Esses temas são sempre reatualizados nas explanações - as diferenças entre a charge,o cartum e a caricatura. A comparação da paisagem focada, a da cena e do retrato. O outro tema é o da tradição e da revolução. Esta primeira ao meu ver não é completa,(não é de foco) a diferença me parece é que a charge, que apesar de se originar da raiz "caricare" (carregar- chargear - fazer carga)que significa criticar (modo) de forma aguda - para não dizer violenta - exagerada uma situação(objeto)ou os atos de uma(s) figura(s) pública(s)- é quase sempre uma situação política local (embora existam charges com figuras e situações internacionais).A charge é compreendida por uma comunidade local ou (nação) ou um comunidade de nações- quando o assunto é relevante para estas mas pode não ser entendida por outras comunidades já que não estão cientes do assunto) No caso do tema da charge nuclear, este inclui o mundo todo.
Já o cartum pretende o universal - será entendido conforme um código comum a quase todas as culturas. É claro que podem existir sociedades fora desse contexto que não conhecem esse código, mas a princípio o temaa será compreendido por quase todo o mundo- principalmente nesse mundo globalizado. Os temas são universais tais como: a morte,a ecologia, a guerra,o amor, a velhice, o sexo, as diferenças. O cartum envolve tipificações.
No caso da caricatura comporta, a meu ver duas expressões,a primeira de pura exageração da figura sem conotação política, sem uma "mensagem"- uma brincadeira com a forma, e segunda - esta já visando um ataque , chamada de "portrait charge" (és asi que se escribe?)- visa riducularizar a figura. Um exemplo seria a famosa caricatura feita por Daumier de um rei francês, Luis Filipe ( Le Roi Bourgeois) cujo rosto é feito a forma de uma pera( na série Les Poires) ( considerada no código local como forma de representar um sujeito parvo, tolo,imbecil- para nós seria um banana). Aí a caricatura se mistura à charge. De qualquer forma não sei se essas definições dão conta do recado- existe uma proximidade de funções muito grande entre esta expressões.
Sobre tradição e revolução, bem, este é um tema que já teve seu auge mas sempre volta. O diálogo sempre se dá com a tradição, quer se queira quer não. Veja citação de Marx (no 18 Brumário) de que os revolucionários tomam bandeiras emprestadas dos mortos...E quando a revolução se torna tradição como foi o caso da URSS? E a modernidade hoje , já não tem uma tradição. Tradição moderna! Parece uma contradição entre termos. Paradoxos do tempo.
grande abraço,

ze disse...

valeu a explicação, show de bola. O Oriente é Tradicional. Só há Globalização com Tradição. O ocidente fez a Revolução, que é a Conversão. O exemplo russo é bom justamente por ter o Povo uma Tradição. A Tradição é do Povo - vide os contos que os Grimm colheram com as velhas senhoras no início do XIX, p.ex., e o caso russo tb.

LIBERATI disse...

Hoje temos povo e temos também a massa. O povo cada vez mais se torna massa - este é o problema. O poder é cada vez mais disperso e concentrado - um paradoxo, mas que se exerce quando as coisas ficam feias e se esconde quando as coisas estão bem pro lado do poder. Numa sociedade anônima quem tem o poder? Todos e ninguém- aparentemente.
grande abraço