22.4.10

Dica do Gerdal: David Feldman revive, na Lapa, nesta quinta, o som de um beco monumental na projeção do samba com influência do jazz


Ainda menino inquietando a professora de piano por se revelar um tanto arredio à pauta e querer expressar a melodia a seu jeito, como a sentia, e descobrindo, aos dez anos, em Thelonius Monk o sentido da improvisação que, anos antes, já queria exercitar nas primeiras lições de música, o carioca David Feldman (foto acima) tornou-se um instrumentista muito aplaudido e apreciado, até mesmo com entusiasmo, por colegas calejados e de renome, como o gaitista Maurício Einhorn, e por jornalistas versados no "som da surpresa", como o igualmente experiente Luiz Orlando Carneiro. Graduou-se, em 2002, pela New School University, em Nova York, cidade onde teve oportunidade de tocar com outros grandes músicos, entre os quais o trombonista Slide Hampton e um patrício de trompete magistral, Cláudio Roditi. No Rio de Janeiro, há uns dois ou três anos, tive a satisfação de ver o rapaz exercitar sua virtude, entre as pretas e brancas do teclado, em show de outro carioca, o amigo Joca Perpignan, um craque da percussão e compositor inspirado, ora às voltas com o segundo CD da carreira, em que revelará frutos de parceria recente com Délcio Carvalho. 
       Em agosto do ano passado, David foi um dos convidados de um evento, no Copacabana Palace, alusivo à importância axial de um alvoroçado endereço da Rua Duvivier, nos anos 60 - que motivou até cognome dado pelo cronista Sérgio Porto -, na compreensão da bossa nova e da sua expansão internacional. Reunindo grandes nomes, como João Donato e Osmar Milito, envolvidos por essa onda que, então, se ergueu no mar de maravilhas da MPB, o Copa Fest teve como inspiração o elogiado CD "O Som do Beco das Garrafas", lançado também em 2009 por David Feldman, que, a exemplo de outros pianistas, compositores e arranjadores talentosos, como Kiko Continentino e Hamleto Stamato, está na linha de frente do nosso atual pelotão instrumental, especialmente entre aqueles da artilharia do samba com influência do jazz. Um pelotão do bem, naturalmente, que, em vez de "vítimas fatais", faz "admiradores duradouros" dessa fração expressiva do que a nossa gente tem de melhor no campo da arte. E isso, com o seu trio e ainda contando com a participação competente do saxofonista Leo Gandelman, David mostra nesta quinta, 22 de abril, a partir das 21h30 (com show preliminar da ótima cantora Sanny Alves, às 20h), no Lapinha (esquina de Av. Mem de Sá com Rua do Lavradio, em cima do Belmonte - tel: 2507-3435), reproduzindo ali a sonoridade tão bem acolhida pela crítica especializada quanto ao seu disco de estreia.
Obs.: num dos "links" abaixo, com o improviso do jazz, ouvimos David Feldman e o pandeirista nova-iorquino aqui radicado Scott Feiner tocar o clássico "Asa Branca", de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. 
  
           http://www.myspace.com/davidfeldmanmusic
 
           http://www.youtube.com/watch?v=Dun10kjLEIw

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