6.4.10

Dica do Gerdal: O excepcional Alessandro Penezzi nesta terça na Sala Cecília Meireles: um violão de Piracicaba surge para o mundo



Multi-instrumentista virtuoso, mas apartado daquele exibicionismo ocioso que infla o ego de alguns artistas sem nada ou quase nada acrescentar-lhes, como valor, ao que realizam, Alessandro Penezzi (fotos acima) é um músico que, aos poucos, de grão em grão - como a galinha do provérbio -, enche o papo de merecido e consistente reconhecimento para o seu trabalho, de novo revelado ao público do Rio com o lançamento aqui de recente CD, "Sentindo", nesta terça-feira, 6 de abril, às 20h, na Sala Cecília Meireles. Ele é piracicabano como seu professor Sérgio Belucco (violonista e compositor de "Buliçoso", recém-gravado em ótimo CD do conjunto 4x0 sobre a memória do choro paulista) e, na sua cidade natal, graduou-se em violão erudito, em 1997, estudou no Conservatório Dramático e Musical de Tatuí e, pela Unicamp, em 2005, bacharelou-se em música popular. Embora toque muito bem cavaquinho, bandolim, flauta e pandeiro - e, entre os violões, o de sete e o tenor -, é empunhando o violão de seis cordas que ele é mais visto e admirado, tocando e exercitando sua mestria, por exemplo, no Ó do Borogodó, na Vila Madalena, como integrante do Choro Rasgado, ao lado do sete-cordas Zé Barbeiro, do flautista Rodrigo y Castro e da pandeirista Roberta Cunha Valente, o qual lançou, também em 2005, o CD "Baba de Calango". Antes disso, já se destacara, em 2002, no Quintessência, ao lado do bandolinista Aleh Ferreira e do violoncelista Julio Ortiz, um trio que gravou o CD "Quintessência da Música" e excursionou por Rússia, EUA, Itália e África, um ano após ser finalista da quarta edição do Prêmio Visa. 
       Comparado pelo jornalista e chorão Luís Nassif ao gênio do passo-fundense Yamandu Costa - que, juntamente com o carioca Maurício Carrilho, terá participação especial no supracitado concerto -, Alessandro Penezzi ainda suscita, entre os seus numerosos admiradores, palavras lisonjeiras e estimulantes do experiente Aquiles Rique Reis, do MPB4, quanto à intimidade demonstrada com as cordas: "Alessandro Penezzi é um violonista com asas de borboleta, e não dedos, nas mãos, tamanha a delicadeza com que preme as cordas do seu instrumento...., com graves "gordos" e agudos "leves", tudo tocado em nome do amor ao violão e à música." Tal observação de Aquiles volta-se para "Sentindo", disco autoral e de ar camerístico feito pelo músico em meio a "down" emocional já superado, que nada lhe subtraiu em agilidade e improviso, outras características comumente notadas nas suas apresentações, de entrega visceral ao seu instrumento. "Sentindo", além de frevo, baião, choro e valsa, contém uma suíte, da qual o título do CD foi extraído, com que o violão do excepcional solista homenageia Sérgio Belucco, motivando outro elogio procedente, tecido pela jornalista e musicóloga Maria Luíza Kfouri: "Quem não conhece Alessandro Penezzi não sabe o que está perdendo."
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Pós-escrito: nos "links" abaixo, vemos Alessandro Penezzi, em março de 2005, no Teatro Municipal de Batatais, em São Paulo, interpretando "Abismo de Rosas", de Americo Jacomino (Canhoto) e "Graúna ", de João Pernambuco. Ao lado do também violonista Caio Oliveira,  toca "Xodó da Baiana", de Dilermando Reis.


  http://www.violaopro.com.br/video.asp?dYMiXOdnVVIvVsFTASEI
 

  http://www.youtube.com/watch?v=4z-NAgVBH5Y&feature=related
 

  http://www.youtube.com/watch?v=wb2p1fzrGIU&feature=related

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