24.6.10

Dica do Gerdal:Marcos Ariel faz show nesta quinta no Lapinha - um piano virtuoso em mar pra peixe de boa música


Mais conhecido como um pianista virtuoso, de contato esmerado com o teclado, foi, no entanto, como flautista que, em 1976, Marcos Ariel (foto acima), também compositor e arranjador, enveredou pela MPB como integrante do grupos Cantares e Éramos Felizes, este de choro. Teve formação inicialmente clássica ao piano, mas, nos anos 70, influenciado pelo gênio criador de Hermeto Pascoal e pelas rodas dominicais de choro da ocasião no bar Cantinho da Fofoca, em Botafogo, fez uma opção pelo popular, o que lhe valeu alguns prêmios relevantes, começando pelo Troféu Chiquinha Gonzaga, em 1983, da Associação dos Produtores Independentes, relativo ao elepê "Bambu", o primeiro entre os seus muitos discos já lançados. Feito cinco anos depois, "Terra do Índio" lhe daria à carreira projeção nos EUA, onde a acolhida foi muito positiva, gravando lá outros discos, como "Rhapsody in Rio", em que teve a companhia do saxofonista colombiano Justo Almario.
        Interativo, não raro, com a plateia em sua presença de palco, Marcos Ariel já foi apresentador de programa musical na Rádio Globo FM, "Nota Jazz", entre 1996 e 1998. Seus mais recentes discos, "Tigres da Lapa" (com a companhia do violonista Zé Paulo Becker e do percussionista Beto Cazes) e "Noites da Lapa", têm esse centenário bairro do Rio de Janeiro, sem o viço cultural de agora e ainda meio barro meio tijolo em meados da década passada - quando tocou no Coisa da Antiga -, como inspiração conceitual e estilística para o exercício autoral do samba e do choro também em região de confluência com o jazz, além da lembrança de compositores primordiais no cardápio das faixas. Em "Noites da Lapa", por exemplo, ele surpreende o ouvinte, sobretudo o habituado a outras joias instrumentais da sua discografia, como "Visconde de Mauá"  e "Piano com Tom Jobim", com o canto descontraído e até irreverente de músicas com letras também próprias, num trabalho de resultado agradável. Nesta quinta, 24 de junho, juntamente com o contrabaixista Rômulo Duarte e o baterista Wilson Meireles, este carioca do Humaitá toca no Lapinha - Av. Mem de Sá, 82 - Lapa - tel.: 2507-3435, a partir das 21h. Portanto, Humaitá pra peixe em plena Lapa: um cardume musical de primeira no roteiro da apresentação.
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A tempo: nos "!links" abaixo, 1) Marcos Ariel, à flauta, e Marvio Ciribelli, ao teclado, tocam "Naquele Tempo", de Pixinguinha e Benedicto Lacerda, choro que recebeu bela letra de Reginaldo Bessa em elepê próprio, gravado em 1980 (pode ser ouvido no último "link"); 2) um jazzístico Marcos Ariel, ao vivo, em Búzios, toca com o contrabaixista Rodrigo Villa e o baterista Victor Bertrami, filho do pianista e compositor José Roberto Bertrami.    
 
 
         http://www.youtube.com/watch?v=iuKjN7KnMaY&feature=related ("Naquele Tempo", só instrumental)
 
         http://www.youtube.com/watch?v=LCQD0vNmmMI&feature=related
 
         http://www.youtube.com/watch?v=mYFul6H9N5c  ("Naquele Tempo", com letra de Reginaldo Bessa) 

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