29.6.10

Dica do Gerdal:Nivaldo Ornelas é a atração da vez, em Botafogo, nesta terça, em série de Ricardo Leão sobre a música no cinema



Ouvindo "Ruby, My Dear", de Thelonius Monk, no disco "The Prophet, que o famoso pianista dividia com outra fera do jazz, o saxofonista John Coltrane, que Nivaldo Ornelas (foto acima), nascido e criado em BH, desistiu do sonho de menino de estudar música erudita em favor daquela sonoridade mágica, com liberdade para o improviso, conhecida na casa do amigo pianista Célio Balona. Ficavam também para trás, além do acordeão e da flauta de lata da infância, o clarinete, que apreciava no sopro de Benny Goodman e que tocava, aos 16 anos, na formação jovem da Orquestra Sinfônica Mineira. No ano de 1965, em quarteto com o então contrabaixista Milton Nascimento, o pianista Wagner Tiso e o baterista Paulo Braga, apresentou-se, ainda na capital mineira, no Berimbau Club, situado no edifício Maletta e referência embrionária do Clube da Esquina, um bar jazzístico do qual foi um dos fundadores e o qual homenagearia, no Palácio das Artes de BH, pelo projeto Berimbau, 40 Anos. Morando no Rio desde 1971, contou prontamente, assim que chegou à Velhacap, com o apoio e o estímulo animadores de Paulo Moura, que o incluiria entre outros grandes músicos que despontavam, como Pascoal Meirelles, Cláudio Roditi, Osmar Milito e Marcio Montarroyos, na sua Banda Jovem, da qual, um ano depois, Nivaldo sairia, atraído pelo convite de Hermeto Pascoal para fazer parte de um grupo de som experimental, viajando com o bruxo alagoano para shows na Suíça e no Japão.
       O ex-bancário Nivaldo, irmão do violoncelista Cid Ornelas, é "sideman" dos mais conceituados e também solista premiado por discos, por exemplo, de 1978, "Portal dos Anjos" (Troféu Villa-Lobos), e de dez anos depois, "Arredores" (Prêmio Sharp). Por seu destaque autoral em trilhas para o cinema nacional, como as do curta "João Rosa" (com letra do conterrâneo pedra-azulense Murilo Antunes), de Helvécio Ratton, e do longa "A Dança dos Bonecos", do mesmo diretor, é o homenageado de Ricardo Leão nesta terça, 29 de junho, da série Cinematecla ("flyer" acima), em Botafogo, em função com início previsto para as 20h. Também de BH, a excelente Paula Santoro, convidada especial, dará, como de hábito, um recado da melhor qualidade, no melhor estilo "diz isso cantando", acompanhada pelo sax e pela flauta de Zé Canuto, pelo baixo de Rômulo Gomes e pela bateria de Jurim Moreira, além, é claro, do piano do igualmente bem credenciado anfitrião goianiense. 
       Nos "links" abaixo, Nivaldo executa, entre músicos de alto relevo do nosso panorama instrumental, os temas "Rua Genebra" e "Dina, Cadê Você?", de sua autoria, além de ser ouvido em interessantes fragmentos de entrevista concedida a programa da Sesc TV.
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 ***
A tempo: Paula Santoro apresenta-se, ainda esta semana, com o conjunto do saxofonista Henrique Band, nesta quarta (30/6), no Rio Scenarium, às 22h, e, nesta quinta (1/7), no Centro Cultural Carioca, às 21h, com o conjunto do também saxofonista e flautista Eduardo Neves. 
    

       http://www.youtube.com/watch?v=P93lUA8Q7AI
 
      http://www.youtube.com/watch?v=eqJ3fEzS4bE&feature=related
 
      http://www.youtube.com/watch?v=uxrJcP9zpHc&feature=related
 
      http://www.youtube.com/watch?v=-oTMO4v9GwE&NR=1 
 
       http://www.youtube.com/watch?v=ScEO7fh1WjQ&feature=related  

Nenhum comentário: