11.8.10

Gerdal indica:Galo Preto faz show pelos seus 35 anos de carreira, nesta quarta, no Cariocando: ele é o choro, ele é o rei do terreiro


"Eu sou o choro, a voz do choro sou eu mesmo, sim, senhor..." Assim, sem falsa modéstia, parafraseando Zé Kéti na clássica autoexaltação do samba, o Galo Preto (foto acima) poderia gabar-se da posição de supremacia que ocupa no tradicional e hospitaleiro quintal do choro, sendo referência para tantos conjuntos, congêneres especialmente, surgidos nos últimos 35 anos. Essa, aliás, a idade desse "galo de rinha", como já observou o letrista Aldir Blanc, espantado, certa feita, com a valentia demonstrada, ao longo dessa trajetória, ante "tanta raposa entrando e saindo feito cometa do galinheiro, afanando as galinhas que, em última análise, são a razão de ser do canto dele". Uma disposição notável, portanto, que, mesmo em face dos diversos embaraços encontrados para a atuação do músico no país, estampa-se na longevidade musical do conjunto, formado inicialmente por ex-peladeiros com proximidade domiciliar uns dos outros, que se reuniam, após o futebol, na casa do violonista Raul Machado, pai de um deles, Afonso Machado, onde começaram a lidar com música. O interesse pelo choro adveio, em 1973, após verem o Época de Ouro, Copinha, Paulinho da Viola e Elton Medeiros no show "Sarau", o que se fortaleceu quando conheceram o compositor e violonista Claudionor Cruz - recém-homenageado em CD pelo Terno Carioca -, que lhes forneceu régua e compasso, como noções iniciais de arranjo, para o noviciado profissional.  
        Formado atualmente por Afonso Machado (bandolim e arranjos), Alexandre Paiva (cavaquinho), Alexandre de la Peña (sete-cordas), José Maria Braga (flauta), Bartolomeu Wiese (violão) e Diego Zangado (percussão), o Galo Preto pode ser visto nos "links" abaixo tocando dois dos mais inspirados, entre tantos, momentos de Paulinho da Viola: "Tudo Se Transformou" e "Só o Tempo", em sequência. Do consagrado sambista, o conjunto pinçou-lhe a essência chorona da sua formação - filho que é do saudoso César Faria, violonista do citado grupo de Jacob do Bandolim - para homenageá-lo - como faria depois com Cartola e Nelson Cavaquinho - num magnífico disco, de 1994, em que, entre as composições de Paulinho, se inseriu um mimo autoral deste para a ocasião, o "Maxixe do Galo". "Galo grisalho", torna Aldir à sua observação, "que continua cantando de teimoso, tinhoso, com os pés fincados no subúrbio feito um galo de cata-vento, rindo das aves de arribação". Galo não só da "resistência", mas também da inovação e do exemplo para jovens instrumentistas seduzidos pelo fascínio atemporal do choro. O rei do terreiro nessa seara da MPB.
        ***
 
A tempo: 1) o Galo Preto apresenta-se hoje, 11 de agosto, e nas próximas quartas-feiras deste mês, às 20h, no bar e restaurante Cariocando, situado na Rua Silveira Martins, 139 - Catete - tel.: 2557-3646;
              2) uma boa notícia para os amantes do choro, na esteira da comemoração dos 35 anos do conjunto, é o documentário que será feito ainda este ano, sobre toda a sua trajetória artística, pelo cineasta Elano Baptista.                  
                       
http://www.youtube.com/watch?v=ZTRYk5sL82Y
 
       
http://www.youtube.com/watch?v=IPaPZ3_oYGU&NR=1
 
       
http://www.myspace.com/conjuntogalopreto

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