23.11.10

Danilo Caymmi nesta terça no Sete em Ponto do Teatro Carlos Gomes: a canção inspirada que flui como um riacho doce




"E agora, quem vai se abaixar para "pegar o sabonete"?", disse-me, certa vez, um querido amigo, com inflexão maliciosa na observação, ao ver a foto, tirada de cima pra baixo, de quatro marmanjos talentosos - Danilo Caymmi, Toninho Horta, Beto Guedes e Novelli -, lado a lado, olhos para o alto, num reservado, em torno de uma privada de água limpa, porém destampada, e em condição, por isso, de quase imediata e cômoda utilização (foto acima). Blague à parte, um registro marcante da nossa iconografia fonográfica, de um elepê da Odeon, lançado em 1973, em cuja capa leem-se apenas os nomes desses artistas (o primeiro carioca, os dois seguintes mineiros e o último pernambucano) que, então, despontavam a todo o vapor na nossa cena musical com um som imaginário ou não de uma trilha de inquietude e transformação. Em 1968, com "Andança", Danilo Caymmi (foto acima), por exemplo, com Paulinho Tapajós e Edmundo Souto, já associara o seu nome à chamada toada moderna, na interpretação consagradora de Beth Carvalho no III FIC, da TV Globo, e, após atuar longamente apenas como o bom flautista e compositor sensível que é, solta o grave inconfundível da voz na estrada do percurso de discos e shows, conquistando seus "corações e mentes" nas boas lojas do ramo e na plateia.
          "Eu guardo em mim dois corações/um que é do mar, um das paixões/um canto doce, um cheiro de temporal/eu guardo em mim um deus, um louco, um santo/um bem e um mal...": assim se expressava, cantando letra de Dudu Falcão, em "O Bem e o "Mal" (primeiro "link", com imagem da atriz Luíza Tomé), uma canção já fixada, por sua singeleza e beleza, na memória coletiva, vestindo a caráter cenas do pescador protagonista da minissérie "Riacho Doce", baseada em obra de um homem de engenho, o paraibano José Lins do Rego. "O Que É o Amor?", também com o recifense Dudu, é outra das inspiradas composições de Danilo para a mesma "tela quente", com grande interpretação de Selma Reis (segundo "link"). O caçula dos Caymmi, com produção de Kikha Dantas, é a atração da vez do Sete em Ponto - uma feliz revivência, de certo modo, dos memoráveis Seis e Meia de Albino Pinheiro -, nesta terça-feira, 23 de novembro, no Teatro Carlos Gomes, na Praça Tiradentes. Naturalmente, com início às 19h, ainda com a presença de Alice Caymmi, filha de Danilo que desistiu da advocacia para também seguir os passos da.mãe e da tia, Simone Caymmi e Nana Caymmi.
          Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
          ***       
 
A tempo: ouve-se, no terceiro "link", Danilo Caymmi em "Mineiro", dele e de Ronaldo Bastos, sobre imagem de capa de elepê seu, "Cheiro Verde", gravado em 1977. No quarto "link", vê-se Danilo gravando um belo choro-tango, como diz, de Wagner Tiso, com versos de Geraldinho Carneiro, "A Flor e o Cais", para o CD "Gozos da Alma", deste "poetinha" acariocado e biógrafo de Vinicius; no último "link", Alice Caymmi (irmã da também cantora Juliana Caymmi, esta mais velha), ao violão, mostra "Sete Andares", de sua autoria.   
 
 
          http://www.youtube.com/watch?v=U8MUNOMmsq4
 
          http://www.youtube.com/watch?v=LBquJtNLg58
 
          http://www.youtube.com/watch?v=HGyHKZ2uEVQ
 
          http://www.youtube.com/watch?v=WUU0gg9ioDU&feature=related
 
          http://www.youtube.com/watch?v=mJHqO3nY-KM&feature=related         

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