5.12.10

Homenagem do Gerdal: Edmundo Villani-Cortes, 80 anos: um piano que toca a alma em livre trânsito pelo erudito e pelo popular


"A música precisa tocar a alma", declarou o compositor, arranjador e maestro Edmundo Villani-Cortes (foto acima), de 80 anos completados no último dia 8 de novembro, relativizando a importância da técnica quanto àquele "plus" do instrumentista na sua capacidade de ser profundo e sensibilizar naquilo que executa e produz. Homenageado há pouco em recital de lançamento no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, com o CD "Duo Charlier-Peiris Plays Villani 80", começou a lida com a música, "de curioso", por meio do cavaquinho e do violão aos 10 anos de idade, até oito anos mais tarde iniciar-se ao piano em casa de uma tia, ainda na Juiz de Fora natal,  já influenciado pelo cinema e pelas composições que ouvia, no escurinho da projeção, de Chopin, Liszt, Puccini e Gershwin.
      Vindo ao Rio de Janeiro, fez o curso de piano no Conservatório Brasileiro de Música, sob a orientação, entre outros, de Guillermo Mignone, irmão de Francisco Mignone. Nessa época, para suster-se financeiramente, o teclado anfíbio de Edmundo Villani-Cortes também acolhia a MPB na noite carioca, tocando ainda em orquestra de Orlando Costa, o Cipó, e, mais tarde, por algum tempo, "salvando a lavoura" do mal da grana curta acompanhando Altemar Dutra e Maysa Matarazzo (esta por Argentina e Uruguai). Da Velhacap voltaria a Juiz de Fora, onde se bacharelou em Direito e dirigiu o Conservatório Estadual de Música por dois anos. A fase mais fecunda da carreira, com o aplauso da crítica e diversos prêmios conquistados, conheceria, dos anos 60 em diante, em sua longa permanência em Sampa, onde, primeiramente, além de fazer arranjos para trilhas e "jingles", atuou como pianista das orquestras de Osmar Milani e Luiz Arruda Paes, enquanto estudava composição com Camargo Guarnieri. Nessa matéria, em 1978, teria outro professor de nomeada, o alemão Hans-Joachim Koellreutter, dez anos antes de, entre outras demandas de serviço, ilustrar musicalmente o programa "Jô Soares Onze e Meia", no SBT, e trabalhar com outro maestro, Ciro Pereira, à frente da Orquestra Jazz Sinfônica. Mário de Andrade inspirou-lhe "Rua Aurora", composição com a qual Villani-Cortes foi o primeiro colocado, em 1993, no concurso que a Prefeitura de São Paulo instituiu para celebrar o centenário de nascimento do poeta. Um "postal paulistano" anterior àqueles, feitos para sinfônica e coral, com que o tarimbado músico, dois anos depois, ganharia outro prêmio, desta vez outorgado pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).
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Pós-escrito: a música de Edmundo Villani-Cortes nos "links" abaixo: 1) "Jongata", por piano, cello e trompa; 2) "Balada das Flores", em recital comemorativo do aniversário da capital paulista, em 2008, com orquestra regida por Roberto Sion e o próprio Edmundo Villani-Cortes ao piano; 3) o Grupo Aum, também há dois anos, mostrando "São Paulo" (esta com a parceria de Júlio Bellodi); 4) a peça "Cinco Miniaturas Brasileiras", em todos os seus movimentos, apresentada por um conjunto de câmara, no ano passado, no interior de um convento em Portugal.      
   
http://www.youtube.com/watch?v=3S-PTOspM2k&feature=related
 
    
http://www.youtube.com/watch?v=nkXrmVa74xU&feature=related
 
    
http://www.youtube.com/watch?v=horIJFNdFyQ   
   
   
http://www.youtube.com/watch?v=V1Csebus8dg

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