

Prezados amigos,
"Numa estrada desta vida/eu te conheci, ó flor/vinhas tão desiludida/malsucedida por um falso amor/dei afeto e carinho/como retribuição/procuraste um outro ninho/em desalinho ficou meu coração/meu peito agora é só paixão...." (na parceria com o português Alcino Correia, o Ratinho, falecido em outubro do ano passado); "Se você gostou de mim porque quis/já sabia quem eu era/todo mundo diz/hoje quer me culpar/dizendo-me ter amizade/saiba que o malandro, quando ama, deixa saudade..." ("Amor de Malandro", na parceria com Alcides Dias Lopes, o Alcides "Malandro Histórico", samba gravado por João Nogueira); "...seguirei a ordem do meu coração/não me fale em amor/nem tampouco me peça perdão/eu não vejo honestidade em teu semblante/falsidade, isso sim, eu vi bastante/pega este lenço e não chora/enxuga o pranto, diz adeus e vá embora" ("O Lenço", na parceria com Chico Santana, gravado por Paulinho da Viola); "Procurando na localidade/encontrei mano Alvaiade/nosso antigo diretor de harmonia/deu-me a sua dica valiosa/é uma casa formosa que reúne paz, amor e alegria/daí, vi sambistas de fato/Manacea e Lonato e outros mais/juro que fiquei boquiaberto/nunca me senti tão perto da Portela dos tempos atrás" ("Homenagem à Velha Guarda", em resposta a um samba de Chico Buarque, "Homenagem ao Malandro"); "Tudo que quiseres te darei, ó flor, menos meu amor/darei carinho se tiveres a necessidade/e peço a Deus para te dar muita felicidade/infelizmente, só não posso ter-te para mim/coisas da vida, é mesmo assim..." ("Tudo Menos Amor", na parceria com Walter Rosa, samba popularizado por Martinho da Vila)
Quem for falar do Monarco (foto acima) hoje não vai terminar. Especialmente, se o sentido da reminiscência, como acima destacado, for apontado por seus sambas tão marcantes, meio "lupicinianos" a seu jeito e, por si sós, representativos do "romance popular", tomando emprestado o título de filme de um grande diretor do cinema italiano, Mario Monicelli, recentemente falecido, para expressar, no caso, a ótica masculina do sujeito comum, de coração avariado, desgostoso com o proceder da amada, quase sempre falsa e ingrata. Sambas com beleza de letra e melodia que, além da "latinidad" da conduta masculina em face do destino em desalinho com o seu querer, atendem exemplarmente às loas que este grande Hildemar Diniz (no registro civil, nascido no subúrbio carioca de Cavalcante), em outra vertente do seu estro, tece para exaltar a sua azul-e-branco de fé e, por tabela, manifestar o seu apreço e respeito por outros redutos de bambas, como a Mangueira de Cartola e o Estácio de Ismael.
Nesta terça-feira, 25 de janeiro, às 20h, no IMS (Instituto Moreira Salles - Rua Marquês de São Vicente, 476 - Gávea - tel.: 3284-7400), com direção musical de Paulão 7 Cordas, Monarco canta e bate papo com o jornalista Sérgio Cabral, relembrando aspectos da carreira e, em particular, o motivo desse encontro: os 35 anos do primeiro elepê (capa acima) do sambista, gravado na Continental e produzido por Romeu Nunes. Uma preciosidade, cuja capa é assinada por Lan, que, com o seu traço de craque, empresta ainda mais relevo a um disco de MPB com 12 "páginas belas".
Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
Um abraço,
Gerdal .
Pós-escrito: nos "links" abaixo, 1) Monarco por Monarco em "Coração em Desalinho", tema de abertura de novela recém-estreada na TV Globo no horário nobre; 2) Monarco pelo cantor e percussionista piracicabano Juca Ferreira em "Passado de Glória"; 3) Monarco por Teresa Cristina e grupo Semente em "Quitandeiro", de primeira parte feita por Paulo da Portela; Monarco, de novo, por Monarco em "Duelo Fatal".
http://www.youtube.com/watch?v=C4svUXKl_uE ("Coração em Desalinho")
http://www.youtube.com/watch?v=rtzoyHGli14 ("Passado de Glória")
http://www.youtube.com/watch?v=TzFIXxteXCI ("Quitandeiro")
http://www.youtube.com/watch?v=T9mIOt7iDlI&feature=related ("Duelo Fatal")
2 comentários:
Diniz não é uma daquelas dinastias portuguesas tipo Aviz ? d. Diniz não patrocinou as artes ?
Caro Ze, não me lembro de D. Diniz, preciso voltar a estudar História. Mas havia um patrocínio das artes em todas as cortes européias e até aqui quando a corte toda se mandou para que Napoleão ficasse a ver navios.
grande abraço
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