19.3.11

Fernanda Cunha e Zé Carlos recordam o centenário Synval Silva, neste fim de semana, em shows-tributo no Café Pequeno




(Nosso querido amigo, Gerdal vai tirar umas pequenas férias e nos deixa sua dica saideira da batalha para descansar um pouco. Boa viagem, companheiro! Esperamos boas dicas na sua volta, inclusive sobre o movimento musical colombiano. Viva nuestra América!)

Nesta segunda, pela manhã, viajo com destino a Bogotá, onde passo cinco dias de uma quinzena de férias do batente formal e assalariado. Antes, porém, do embarque, repasso a vocês o "flyer" acima (é só clicar) que recebi do amigo Zé Carlos, gente de finíssimo trato e guitarrista do melhor "line-up" instrumental do nosso país, que, desde ontem, prosseguindo hoje, 19 de março, às 19h, e terminando amanhã, às 18h, participa de uma minissérie de shows, com a cantora Fernanda Cunha, no Teatro Municipal Café Pequeno (Av. Ataulfo de Paiva, 269  - tel.: 2294-4480). Ambos (foto acima), artisticamente bem ajustados entre si desde que gravaram, há três anos, o CD "Zingaro", reabrem em boa hora o relicário de sambas legado à contemporaneidade por Synval Silva (1911-1994), juiz-de forano que, já rapaz, veio para o Rio, morando no Morro da Formiga - é um dos fundadores da escola de samba Império da Tijuca - e, por intermédio de Assis Valente, conhecendo, em 1934, Carmen Miranda, para a qual comporia sucessos como "Adeus, Batucada" e "Arlequim de Bronze". Os arranjos das referidas apresentações no Leblon são do próprio Zé Carlos, que, na execução, conta ainda com o apoio dos igualmente tarimbados e formidáveis Jorjão Carvalho, ao baixo, e Robertinho Silva, á bateria.          
       Roberto Carlos foi o homenageado pé-quente deste último carnaval na campeã Beija-Flor (embora, em 1987, também pelo Grupo Especial, a Unidos do Cabuçu, que o acolhera como enredo, não tivesse a mesma sorte), e Zé Carlos, um carioca de São Cristóvão ultrarrequisitado para o trabalho em estúdio e de trânsito frequente com o seu instrumento por prestigiados festivais de jazz estrangeiros, dele foi guitarrista em shows - até mesmo no exterior - por oito anos, após ter passado, no início da carreira, pelo famoso conjunto de baile de Lafayette, pelo Abolição, grupo de Dom Salvador, e pela Banda Veneno, do saudoso maestro Erlon Chaves. "Zíngaro" é um belo disco em que a parceria de Tom Jobim e Chico Buarque é realçada e a que, como intérprete, Fernanda - bem conhecida dos jazzófilos canadenses -apõe rubrica própria, de acordo com a vocação musical da família: é filha da prematuramente falecida cantora Telma Costa - que faz dueto com Chico Buarque na marcante gravação de "Eu Te Amo" - e sobrinha da cantoras e compositoras Sueli Costa e Lisieux Costa, nomes que sempre sugerem uma MPB à flor da pele na pauta do intimismo e da sensibilidade.       
       Um bom fim de semana a todos. Grato pela atenção à dica. "!Hasta pronto!"
 
       Um abraço,
 
       Gerdal
 
Pós-escrito: nos "links" seguintes, 1) Fernanda Cunha, acompanhada por Zé Carlos, canta "Coração Ateu", de Sueli Costa; 2) um breve registro da palavra e da imagem de Synval Silva; 3) o samba-exaltação "Gente Bamba", de Synval Silva, é ouvido na voz da Pequena Notável.
 
         http://www.youtube.com/watch?v=C-EpinpSEuI&feature=related ("Coração Ateu")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=0rVm1fcluh8 (Synval Silva)
 
         http://www.youtube.com/watch?v=g5c3VdsCd7M&feature=related ("Gente Bamba")
 
www.zecarlosguitar.com

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