29.6.11

Pedro Caetano: é com esse que Pedro Amorim e Pedro Paulo Malta vão aos anos dourados da MPB neste dia de São Pedro




É
com Pedro Caetano (foto acima) que o bandolinista Pedro Amorim e o cantor Pedro Paulo Malta vão, nesta quarta, 29 de junho - dia de São Pedro -, a partir das 19h30, rumo a mais uma reminiscência gostosa, entre as que têm propiciado, dos chamados anos dourados da MPB em série de shows que se desenvolve no Trapiche Gamboa ("flyer" acima). Paulista da pequena e sossegada Bananal, que o viu nascer em primeiro de fevereiro de 1911, Pedro Caetano passou a maior parte dos seus 81 anos de vida na antiga capital federal. Nela fez renome como compositor - ora sozinho, ora com grandes parceiros (sobretudo o violonista e líder de regional Claudionor Cruz) em repertório exemplar -, sem se afastar, no entanto, da sua outra profissão, no comércio de calçados, em sobrado da Rua Sete de Setembro, no Centro - afinal, ele bem sabia que viver somente de cartaz não chega. Seu primeiro sucesso, feito com Claudionor, foi a valsa "Caprichos do Destino", lançada na voz de Orlando Silva em 1938, dois anos antes da gravação do samba "Foi uma Pedra Que Rolou", pela dupla Joel e Gaúcho, a primeira inspiração pra valer de Pedro no samba brejeiro, aos 22 anos. Os demais sucessos ele os colheria, praticamente, nos anos 40, como o choro "Botões de Laranjeira" ("Maria Madalena dos Anzóis Pereira"), por Cyro Monteiro (intérprete recorrente no seu cancioneiro, como em outro choro, "O Que Se Leva Desta Vida", de 1946), e "Sandália de Prata", em 1942 (esta última feita em companhia do muriaeense Alcyr Pires Vermelho, também parceiro em bela valsa, de 1943, "A Dama de Vermelho", que contou com vigoroso registro do esquecido Gilberto Alves); a marcha carnavalesca "Eu Brinco" (com Claudionor), em 1944, por Francisco Alves; e os sambas "Onde Estão os Tamborins?", de 1947, e "É com Esse Que Eu Vou", de 1948, lançados com vivacidade, também para o reinado de Momo, pelos Quatro Ases e um Curinga, o último deles regravado por Elis Regina, em meados dos anos 70, de forma surpreendente, com atraente alteração na divisão, na harmonia e no andamento.
            Nos "links" seguintes, Pedro Caetano é lembrado, no primeiro, por Zélia Duncan em "Nova Ilusão", outro dos grandes feitos autorais com Claudionor Cruz; no segundo, por uma jovem paulista de Assis, formada em música em Londrina e revelada nos EUA, onde mora: Joyce Cândido, em "É com Esse Que Eu Vou"; por fim, uma curiosidade: Nara Leão cantando, em gravação de 1984, uma marchinha jocosa sobre a desigualdade no acesso à medicina de ponta, "Cineangiocoronariografia", certamente o mais polissilábico - em uma única palavra - dos títulos da nossa canção popular, da lavra conjunta de Pedro Caetano com Alcyr Pires Vermelho e Manuel Baña..
           Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.

           http://www.youtube.com/watch?v=uTV7u4PdnDs ("Nova Ilusão")
          
                http://www.youtube.com/watch?v=bC3GuyABiRE ("É com Esse Que Eu Vou")
                               
                http://www.youtube.com/watch?v=Ck_QSzWqRnY&feature=related ("Cineangiocoronariografia")

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