26.7.11
Altay Veloso canta a sua lira, nesta terça, no Cariocando, em show com presença especial do longevo Bob Lester
Prezados amigos,
Fidelíssimo à própria origem topográfica, Altay Veloso (foto acima) mora no mesmo bairro onde nasceu e tem a sua família, Porto da Pedra, no município de São Gonçalo, hoje conhecido como cidade-dormitório, porque grande parte da população trabalha no Rio ou na vizinha Niterói, mas já foi uma Manchester fluminense, em meados do século passado, por causa de um então pujante parque industrial. Nesse seu chão amado, o "soldadinho de Deus" que acompanhava, com 7 anos de idade, a avó Rosalina na atividade voluntária que ela exercia na Legião da Boa Vontade (LBV) - "era daquelas que faziam sopa aos sábados" - despertou para a música popular, sendo um autodidata em piano, acordeão, violão, contrabaixo e guitarra. Essa última foi o instrumento com o qual principiou seus passos na caminhada artística, tocando em shows de Wanderlea, que dele gravou a primeira composição em disco com produção de outro fluminense, de prestígio internacional, o carmense Egberto Gismonti. Como seu jamegão autoral - sozinho ou com o de, entre outros, o constante Paulo César Feital - está presente em verrtentes distintas da canção, Altay conta, na interpretação do que cria, além da própria voz, de timbre inconfundível, com vozes igualmente distintas entre si, entre elas a da também gonçalense Selma Reis, que a ele e ao Feital reservou, por exemplo, o registro expansivo e vigoroso de "Emoções Suburbanas". Leny Andrade, em 2000, dedicou todo um CD a Altay, que, ainda nesse ano, viajou, com recursos próprios, em razão de pesquisa, a Israel, Nigéria, Angola e Bahia, para dar seguimento a sonho de realização longamente cortejado, a sua ópera "O Alabê de Jerusalém". Nela, com brilho orquestral garantido pela batuta de Leonardo Bruno, regendo a Sinfônica do Municipal do Rio de Janeiro em 2007, no próprio teatro, Altay, filho de jongueiro, contou a história de Jesus Cristo pela ótica de um africano do antigo Daomé em encenação bem-sucedida em termos de público e crítica.
O artista tem-se apresentado, toda terça, no Cariocando (Rua Silveira Martins, 139 - Catete - tel.: 2557-3646), às 21h30. No show de hoje, conta com a participação de Bob Lester (foto acima), 98 anos de vida, um cantor e sapateador gaúcho revelado nos áureos idos do Cassino da Urca, onde atuou ao lado de Oscarito, Grande Otelo e da cantora e dançarina francesa Mistinguett, e, ainda, bem rodado, profissionalmente, no exterior, por vários países e outros cassinos. Residiu nos EUA nos anos 40, quando ele, Edgar de Almeida Negrão de Lima, até então conhecido nos palcos como Almeida, teria adotado o pseudônimo anglófilo por sugestão de outro Bob de longo curso existencial, o comediante Bob Hope, falecido em 2003 aos 100 anos de idade.
Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
Um abraço,
Gerdal
Pós-escrito: nos "links" seguintes, o referencial Emílio Santiago canta 1) "Quarenta Anos", de Altay Veloso e Paulo César Feital, e 2) "Perfume Siamês", da mesma dupla; 3) do mais recente CD de carreira, "Treze Gerações", ouve-se a gravação de Altay para a sua "Ventríloquo"; 4) ele, chamado ao palco por Thaís Motta, canta com ela "Clementina", outra feita sem parceiro.
http://www.youtube.com/watch?v=Jy0Ac1-ZvXs ("Quarenta Anos")
http://www.youtube.com/watch?v=mXFCqS7zRqY ("Perfume Siamês")
http://www.youtube.com/watch?v=cNUtGRS6xx8&feature=related ("Ventríloquo")
http://www.youtube.com/watch?v=ezUEGUDueAY&NR=1 ("Clementina")
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