10.8.11

Miltinho Edilberto: cordas dez na lida de um violeiro tocado pela viola



Prezados amigos,

         Sou um admirador de Miltinho Edilberto (foto acima) desde o lançamento do seu primeiro e excelente CD, "Viola Que Fala", já rareado, o qual lhe valeu, em 1998, o Prêmio Sharp de Revelação Regional. Uma produção independente em que o compositor e multi-instrumentista - sobretudo violeiro - mais se mostra, na sua discografia, como um ás desse instrumento (já na faixa inicial, com a bela adaptação que fez do nosso hino nacional, abaixo apresentada, no primeiro "link", em cena do programa de Inezita Barroso na paulistana TV Cultura ), embora ele também cante e conte, por exemplo, no duo da sua embolada "Na Venda do Seu Lidirico" (quarto "link"), com a companhia acertada do baiano Xangai. Nascido em Mirandópolis, Miltinho é um paulista de fronteira - na divisa com o Mato Grosso do Sul e ao lado de Goiás e do Triângulo Mineiro -, brotado em um meio cultural onde tomou gosto pelo conhecimento do folclore brasileiro, em pesquisa contínua de que o seu talento se alimenta e a sua perspicácia autoral se ocupa. Até juntar ao calango mineiro (um outro nome para a embolada nordestina) o xote, o xaxado e o baião constantes na pegada pé-de-serra dos seus discos posteriores, lotando casas de show na Pauliceia e "desvairando" universitários atraídos pelo seu contagiante forró de viola, Miltinho, que começou com o violão na adolescência, embalou a carreira, no balanço do "busão", pelas estradas do país, para participar, com destaque, de diversos festivais..
        Gravado por Maria Bethânia - "Não Tenha Medo", faixa do CD "A Força Que Nunca Seca", da cantora, no terceiro "link" abaixo -, ele pôde ser apreciado, no domingo passado, na reprise do "Sr. Brasil", programa de Rolando Boldrin, trazendo novidades da sua recentíssima permanência em Portugal, onde se apresenta e aprofunda a sua pesquisa das origens da viola. Viajando pelo continente europeu, tem levado, nas dez cordas do seu objeto de estudo e profissão, um sabor autêntico de forró, às vezes picante no tempero, a outros paladares musicais e prepara o seu próximo CD, "Forró do Mundo" - um forró não "roots", mas raiz, como acentua. "Não me chame pra fazer forró de segunda/porque o meu forró é de primeira, sim senhor/chamar o meu forró de universitário/é confundir canário com um beija-flor..", ponteia Miltinho, colocando os pingos nos is da sua identidade artística, tomado por esse vibrante universo da cultura popular e, naturalmente, pela sonoridade e pelas afinações da viola. Um instrumento que, aos 18 anos de idade do músico, já o tocara antes de tocá-lo.
       Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.

       Um abraço,

       Gerdal

Pós-escrito: nos "links" restantes, outras duas de Miltinho Edilberto: 2) a bela e sentimental "Como Alcançar uma Estrela", bem regravada, no ano passado, por um "nordestino carioca", Chico Salles; 5) "Forró de Viola", síntese dos caminhos musicais nada desandados do compositor, em outra cena do programa de Inezita Barroso; 6) "Na Pegada do Baião", em clipe do próximo CD, "Forró do Mundo".        



         http://www.youtube.com/watch?v=n-feE92ifpc&feature=relmfu
(hino nacional)

         http://www.youtube.com/watch?v=lr6v1abj7nY
("Como Alcançar uma Estrela")

         http://www.youtube.com/watch?v=T4bbmNeImSQ
("Não Tenha Medo")
        
         http://www.youtube.com/watch?v=L1z860HIL4U&feature=related
("A Venda do Seu Lidirico")
        
         http://www.youtube.com/watch?v=iWof_D30Pss ("Forró de Viola")

         http://www.youtube.com/watch?v=hZjXFN1LjoI ("Na Pegada do Baião")

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